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Fontes de Luz

Uma breve historia das fontes de luz

As mais antigas fontes de luz feitas pelo homem foram o fogo, as tochas e as velas. Os
egípcios antigos faziam buracos nas pedras e as enchiam com gordura, usando fibras de
plantas como pavios. Essas foram as primeiras velas, que datam de cerca de 3.000 anos
A.C.. Na Idade Media as velas eram feitas de sebo, um tipo de gordura animal;
posteriormente foram feitas de cera de abelhas ou parafina. As velas modernas podem
ainda serem consideradas um tipo de lâmpada à base de gordura, mas seu uso atualmente
é quase inteiramente decorativo.

Os gregos e os romanos antigos faziam lâmpadas de bronze ou cerâmica que queimavam


óleo de oliva ou outros óleos vegetais nos seus bicos. Muitas lâmpadas à óleo surgiram
durante a Idade Media, quando foram adicionados refletores aos seus projetos. Os
primeiros colonos americanos usavam óleo de peixe e de baleia nas suas lâmpadas Betty.
Muitas melhorias foram feitas no projeto e na fabricação das lâmpadas ao longo de
muitos anos, mas nenhuma produziu luz eficientemente até 1784, quando um químico
suíço chamado Argand inventou a lâmpada que usava um pavio oco para permitir que o
ar alcançasse a chama, resultando numa luz brilhante. Posteriormente adicionou-se um
vidro à lâmpada de Argand, permitindo assim uma queima melhor da chama. Com o
nascimento da indústria petrolífera, a querosene se tornou um combustível amplamente
usado nessas lâmpadas.

Nos anos 1800 as lâmpadas à gás se tornaram populares na iluminação de ruas,


originalmente em Londres, Inglaterra. A lâmpada à gás não tinha pavio, mas sua maior
desvantagem era uma chama aberta que produzia luz consideravelmente tremula. A
lâmpada elétrica substituiu a lâmpada à gás no final dos anos 1800 e começo de 1900. A
primeira lâmpada elétrica foi uma lâmpada de arco carbono demonstrada em 1801 por Sir
Humphrey Davy, mas as luzes elétricas se tornaram populares somente depois que a
lâmpada incandescente foi desenvolvida independentemente por Sir Joseph Swan na
Inglaterra e Thomas Edison nos Estados Unidos. Esse último patenteou sua invenção em
1879 e a seguir tornou a invenção o sucesso comercial que é hoje. A Figura 6-1 ilustra a
historia das diferentes fontes de luz.

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Figura 6-1. Desenvolvimento das fontes de luz ao longo do tempo.

Esse século tem presenciado um grande aumento no numero de fontes de luz disponíveis
no Mercado, começando com melhorias na lâmpada de Edison, a seguir com a introdução
das lâmpadas à vapor de mercúrio em 1930, seguido por perto pelas lâmpadas
fluorescentes apresentadas na Feira Internacional de 1939. As lâmpadas de tungstênio-
halôgenas foram introduzidas nos anos 50 e as de vapor metálico e de sódio de alta
pressão (HPS) nos anos 60. A introdução de lâmpadas sem eletrodos nos anos 90 mostra
que a indústria é dinâmica e a introdução de novas fontes de luz é esperada que continue
na mesma proporção no próximo século. A Figura 6-2 lista a luminância aproximada de
varias fontes de luz.

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Figura 6.2. Luminância aproximada de várias fontes de luz

Com tal variedade de fontes de luz no mercado, é provável que diferentes escolhas sejam
possíveis para uma dada aplicação de iluminação. Embora seja possível propiciar
características gerais, uma lista definitiva com valores absolutos para todos os tipos e
fabricantes seria extensa demais para se apresentar aqui. A Figura 6-3 propicia uma
comparação de características de desempenho significativas das lâmpadas mais comuns.
Uma explicação dos parâmetros será dada mais adiante.

Figura 6.3.Características gerais das fontes de luz mais comumente usadas

A Figura 6-4 mostra formatos das lâmpadas disponíveis mais comuns. Cada formato
também inclui a designação americana correspondente (ANSI- Instituto de Padronização
Nacional Americano) usada por muitos fabricantes de lâmpadas nos seus catálogos. A
designação é geralmente seguida de um numero, que expressa o diâmetro da lâmpada em
múltiplos de 1/18 polegadas, de tal forma que T-12 refere-se à uma lâmpada fluorescente
tubular cujo diâmetro é 12/8 ou 1.5 polegadas (38mm), e PAR 30 é uma lâmpada

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refletora parabólica cujo diâmetro é 30/8 ou 3.75 polegadas (95mm). Fabricantes usam
uma variedade de bases, que vamos discutir adiante ao tratar das lâmpadas
individualmente.

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Figura 6-4. Formatos de bulbos típicos (sem escala) e suas designações ANSI. Nem todas
as ANSI designações ANSI, aqui descritas com uma palavra ou frase chave, estão
ilustradas.

Fontes de luz, luminárias, controles e o projeto do sistema são muito inter-relacionados.


A fonte de luz que pode ser adequada para um tipo de aplicação pode ser inadequada para
outro.

Filamento incandescente e lâmpadas de tungstênio-


halógenas
A consideração primária do design da lâmpada de filamento é que ela produzirá a
radiação espectral desejada (visível, infravermelho, ultravioleta) mais econômica para a
aplicação pretendida. A compreensão desse objetivo numa lâmpada de filamento
incandescente requer a especificação do seguinte: o material do filamento, o
comprimento, o diâmetro, a forma, o espaço da bobina, e o tamanho do mandril ( mandril
é a forma na qual o filamento é enrolado), fios condutores, numero de suportes dos
filamentos, o método de montagem dos filamentos, vácuo ou com gás, pressão do gás,
composição do gás, e tamanho, forma ,composição do vidro e acabamento do bulbo. A
fabricação de lâmpadas de alta qualidade requer aderência à essas especificações e exige
controle cuidadoso do processo.

A construção e o principio de operação das lâmpadas de filamento incandescentes e o das


de tungstênio-halogenas é similar, no entanto o ciclo regenerativo halogeno permite à
lâmpada de tungstênio-halogena propiciar os seguintes benefícios quando comparada à
lâmpada incandescente convencional: vida mais longa, temperatura da cor mais alta,
eficiência maior e não ocorre escurecimento do bulbo.

Construção das lâmpadas incandescentes

Filamentos. A eficiência da produção da luz depende da temperatura do filamento.


Quanto mais alta a temperatura do filamento, maior a porção de energia radiada que cai
na região visível. Por isso que é importante no projeto de uma lâmpada manter o
filamento a temperaturas tão altas, enquanto consistentes com uma vida satisfatória. Por
exemplo, ferro não é um bom material para filamento porque derrete em temperaturas
relativamente baixas (1527° C) para produção de luz eficiente. Vários materiais tem sido
testados para o tipo certo de filamento. Propriedades adequadas dos materiais do
filamento são: alto ponto de fusão, pressão baixa de vaporização, alta resistência, alta
ductilidade, e características adequadas de radiação e resistência elétrica.

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Tungstênio para filamentos. Lâmpadas incandescentes antigas usavam filamentos de


carbono, ósmio, e tântalo, mas o tungstênio possui propriedades desejáveis para ser usado
como fonte de luz incandescente. Sua pressão de vaporização e alto ponto de fusão,
3382° C (6120°F), permitem operações a altas temperaturas e por tanto de alta eficiência.
Fio de tungstênio tem alta resistência e ductilidade, permitindo a uniformidade necessária
para as lâmpadas atuais. Misturas de tungstênio com outros metais tais como o rênio são
úteis em alguns projetos de lâmpadas. Fio de tungstênio com tório é usado em filamentos
para aplicações mais severas.

As características de radiação do tungstênio. A razão de exitância de um radiador


térmico em relação a de um radiador de corpo negro é chamado emissividade, e por tanto
a emissividade de um corpo negro é de 1.0 para todos os comprimentos de onda.
Tungstênio é um radiador seletivo porque sua emissividade é uma função do
comprimento de onda. A Figura 6-5 ilustra as características de radiação do tungstênio e
do corpo negro e mostra que para uma mesma quantidade de radiação visível, o
tungstênio irradia apenas uma porcentagem do total de radiação do corpo negro à mesma
temperatura. ( A intensidade da curva B é aproximadamente 76% da curva A).

Figura 6.5. Características de radiação do tungstênio. Curva A: fluxo de radiação de um


centímetro quadrado de um corpo negro a 3000K. Curva B: fluxo radiante de um
centímetro quadrado de tungstênio a 3000K. Curva B’:fluxo radiante de 2,27 centímetros
quadrados de tungstênio a 3000K (igual à curva A na região visível). (A lâmpada de uso
geral de 500W e 120V opera a 3000K).

Apenas uma pequena porcentagem da radiação total de uma fonte incandescente está na
região visível do espectro.À medida que a temperatura de um filamento de tungstênio é
aumentada, a radiação na região visível aumenta. (Figura 6-6), e assim e eficiência
luminosa aumenta. A eficiência luminosa de um fio de tungstênio não bobinado no seu
ponto de derretimento é de 53 lm/W. A fim de se obter uma vida útil longa, é necessário

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operar um filamento à temperatura bem abaixo do ponto de fusão, resultando numa perda
de eficiência.

Figura 6-6. Distribuição de energia espectral na região visível de filamentos de tungstênio


de igual potência, mas de diferentes temperaturas.

Características de Resistência do tungstênio. O tungstênio tem uma característica de


resistência positiva, de tal forma que sua resistência à altas temperaturas é bem maior do
que sua resistência fria. Nas lâmpadas de uso em geral, a resistência quente é 12 a 16
vezes maior que a fria. A Figura 6-7 ilustra a mudança na resistência do filamento de
tungstênio com a temperatura para varias lâmpadas. A baixa resistência dos filamentos de
tungstênio resulta num surto de corrente inicial que, devido à característica de
impedância reativa do circuito, não alcança o valor teórico indicado pela razão de
resistência quente para fria. A Figura 6-8 mostra o efeito da mudança na resistência na
corrente nas lâmpadas de filamento incandescente. O surto de corrente que ocorre devido
às cargas de filamento incandescente é importante no projeto e ajuste dos interruptores do
circuito, no projeto dos contatos dos circuitos de iluminação e nos projetos de reguladores
de luz (dimmers).

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Figura 6-7. Variação do filamento de tungstênio de resistência quente com a temperatura.

Figura 6-8. Efeito da resistência quente para frio para a corrente de surto num filamento
incandescente (condições de laboratório).

Temperatura da cor. Freqüentemente é importante saber a temperatura da cor aparente


de uma lâmpada incandescente. A Figura 6-9 expressa a relação aproximada entre a
temperatura da cor e a eficiência luminosa para uma variedade de lâmpadas com gás. O
valor da eficiência geralmente pode ser encontrado na literatura ou pode ser calculado a

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partir do lúmen publicado e dos dados da wattagem. A partir desse valor é possível
estimar a temperatura média da cor do filamento.

Figura 6-9.Variação da temperatura da cor com a eficiência da lâmpada.

Construção e montagem. A Figura 6-10 mostra as partes e os passos básicos na


montagem de uma lâmpada de filamento de uso geral tipicamente incandescente. Em
lâmpadas miniaturas três métodos de construção são tipicamente usados: selo de falange,
selo de fundo e selo de prensa. (Figura 6-11)

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Figura 6-10 As etapas da fabricação de uma lâmpada típica de filamento incandescente.

Figura 6-11. Tipo primário de construção de bulbo: a) cápsulas halogenas de vidro com
selo de prensa; b) selo de prensa com terminais de fio de entrada; c) selo de fundo; d) selo
na flange; e) selo de prensa da fita de molibdênio.

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O selo de flange geralmente é usado com lâmpadas de 20 mm (0.79in.) e bulbos de
diâmetros maiores. Essa construção possui uma haste de vidro com uma flange no fundo
que é vedada até a parte superior do bulbo. Quando usado com bases em forma de
baioneta, o plano do filamento e dos fios de entrada está num plano de ângulo reto com o
plano dos pinos da base, mas a tolerância de 15° geralmente é permitida. As vantagens
dessa construção são: (1) os fios de entrada pesados podem ser usados para lâmpadas
com correntes até 12 A, (2) o filamento pode ser corretamente posicionado e (3) a
construção da haste robusta resiste a deslocamentos e estragos devido à choques e
vibrações.

O selo de fundo é construído da seguinte maneira: um montante que consiste de fios de


entrada, perolas e filamento é colocado no fundo aberto do bulbo. Os fios de entrada são
dobrados para situar o filamento à uma distancia desejada do fundo do bulbo. Um tubo de
escape é então colocado no fundo e vedado contra os fios de entrada e o bulbo de vidro
bem antes da vedação e escape. A base, colocada posteriormente, junto com uma base de
cimento, deve propiciar tanto os contactos da lâmpada, como proteger a delicada
vedação. Devido às limitações da vedação, as lâmpadas com selo de fundo são restritas à
tamanhos pequenos de fios com uma corrente limite de 1.0 A. A posição do filamento
varia consideravelmente mais do que nas lâmpadas com selo na flange, pois não há uma
relação definida entre os planos do filamento e a base dos pinos. Às vezes as lâmpadas de
selo de fundo são usadas sem a base; então essas lâmpadas devem ser manipuladas com
cuidado. Quando usadas com a base, as vantagens da construção de fundo são: (1) baixo
custo e (2) pequeno tamanho (geralmente 20 mm (0.79in.) ou menos).

O selo de prensagem é assim chamado porque o vidro é prensado, ou formado, em volta


dos fios de entrada. Duas formas são usadas: terminais de fios e uma construção de base
em forma de cunha. Para as lâmpadas de menor brilho, o bulbo é exausto e virado no lado
oposto dos fios de chumbo. Com as novas lâmpadas de base em forma de cunha, o ponto
de exaustão fica na parte inferior ao invés da parte superior. A construção do selo de
prensagem elimina a necessidade de uma base convencional. As vantagens são: (1)baixo
custo; (2) tamanho pequeno; (3) com lâmpadas de filamento, a eliminação da solda e
cimento, que permite operações até 300° C ; e (4) pouco espaço é necessário para
lâmpadas de base em forma de cunha.

O selo de molibdênio é usado em algumas lâmpadas de tungstênio halogenas, aonde os


selos com fios não podem ser empregados devido à sua expansão térmica combinado
com o material envoltório de sílica fundida. O selo de molibdênio consiste de fitas finas
ou chapas finas de molibdênio que são prensadas na base das lâmpadas para propiciar a
entrada elétrica necessária. As fitas propiciam um selo confiável enquanto a temperatura
da base for mantida abaixo da temperatura de oxidação do molibdênio de 350° C(662° F).

Formas dos filamentos e designações. O projeto do filamento envolve uma ponderação


cuidadosa entre a emissão de luz e a vida. As formas dos filamentos, tamanhos, e
construções de suporte variam muito nos diversos tipos de lâmpadas. (Figura 6-12). Seus
projetos são basicamente determinados pelas exigências dos serviços. As formas dos
filamentos são designadas por letras ou letras seguidas por números arbitrários. As letras

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mais comuns são: S (reto), significando que o fio não é espiralado; C (espiralado),
significando que o fio foi espiralado numa bobina helicoidal; e CC(duplamente
espiralado), significando que a própria bobina foi espiralada numa bobina helicoidal.
Espiralar o filamento aumenta sua eficiência luminosa; formar uma bobina duplamente
espiralada aumenta ainda mais a sua eficiência. Mais suportes de filamentos são
necessários em lâmpadas projetadas para aplicações mais exigentes e onde ocorre
vibrações do que para lâmpadas de aplicação em serviços gerais.

Figura 6-12. Construções típicas de filamento de lâmpada (não em escala).

Bulbos

Tipos de vidros. A maioria dos bulbos é feita de vidro chumbo ou de vidro soda (mole),
mas alguns são feitos de vidro borosilicato (duro) resistente ao calor. Esses últimos
agüentam temperaturas mais altas e são usados para lâmpadas altamente carregadas. Elas
geralmente agüentam exposições à umidade ou partes das luminárias que tocam o bulbo.
Três formas de vidro especiais são também usadas como envelopes das lâmpadas: vidro
de sílica fundida (quartzo), de sílica de alta qualidade e de silicato de alumínio. Esses
materiais podem agüentar temperaturas até mais altas.

Acabamentos dos bulbos e cores. Uma cobertura fosca é aplicada na parte interna de
muitos tipos e tamanhos de bulbos. Ela produz uma difusão moderada da luz com pouca
redução da eficiência. A alta luminância do filamento de lâmpadas claras é reduzida e
estrias e sombras são na maioria eliminadas. Lâmpadas brancas que tem uma cobertura
interna de pó de sílica branca propiciam uma difusão melhor com pouca absorção da luz.

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Lâmpadas “luz do dia“ têm bulbos de vidro azulado que absorve parte do comprimento
de ondas produzido pelo filamento. A luz transmitida é de uma temperatura de cor
correlata maior. Essa cor, obtida através da redução de 35% da eficiência da luz através
da absorção, e varia entre 3500 e 4000 K. Esse é basicamente o meio do caminho entre a
luz do filamento de tungstênio e “luz do dia”.

Lâmpadas coloridas incandescentes de uso geral são disponíveis com um revestimento de


cobertura externo e interno, com um revestimento de plástico transparente, cerâmico
externo e de bulbos com cores naturais. As lâmpadas com revestimento de cobertura
externa geralmente são usadas em ambientes internos e não são expostas ao clima. Suas
superfícies colecionam sujeira e não são de fácil limpeza. Os bulbos revestidos
internamente têm superfícies externas lisas que são facilmente limpas e por tanto os
pigmentos são mais duráveis. Os bulbos revestidos com cerâmica possuem os pigmentos
fundidos no vidro, propiciando um acabamento permanente. Eles são adequados para uso
em ambientes internos e externos, assim como são os bulbos de revestimento de plástico
transparente. O revestimento permite ver os filamentos diretamente. Os bulbos de cor
natural são feitos de vidros coloridos. As lâmpadas refletoras coloridas usam bulbos
revestidos de cerâmica, bulbos coloridos, bulbos com revestimento de plástico, e filtros
dicróicos para obter as características de cor desejadas.

Bases. A Figura 6-13 mostra as bases de lâmpadas mais comuns. A maioria das
lâmpadas de uso geral emprega uma das bases de rosquear. Quando é importante um alto
grau de precisão no posicionamento das fontes de luz em relação aos elementos óticos,
como no caso dos sistemas de projeção, bases bipino e prefocada asseguram um
posicionamento adequado do filamento. A wattagem da lâmpada é também um fator
determinante do tipo de base.

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Figura 6-13. Bases comuns de lâmpadas (sem escala). Estão mostradas as designações
ANSI, quando disponíveis.

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A maioria das bases são presas ao bulbo por cimento e são curadas pelo calor quando a
lâmpada é fabricada. Como o cimento se torna mais fraco com o passar do tempo,
principalmente se exposto à calor excessivo, as lâmpadas destinadas a usos para altas
temperaturas usam um base de cimento que tolera altas temperaturas ou bases que são
mecanicamente atadas sem uso de cimento.

Enchimento com gás. Por volta de 1911, varias tentativas foram realizadas a fim de
reduzir a evaporação do filamento usando-se bulbos preenchidos com gás. Nitrogênio foi
um dos primeiros gases. Embora o preenchimento com gás reduzisse o escurecimento das
paredes do bulbo, ele aumentava a perda de calor, levando a uma ainda maior perda de
luz.Um filamento incandescente operando com gás inerte é rodeado de um revestimento
fino de gás aquecido, ao qual parte da energia é perdida; a proporção de perda diminui à
medida que o diâmetro do filamento é aumentado. Quando o filamento é bobinado numa
hélice firme, o revestimento fino rodeia toda a bobina e então a perda de calor não é mais
determinada pelo diâmetro do fio, mas sim pelo diâmetro da bobina, reduzindo assim a
perda de energia. Um filamento duplamente espiralado tem ate um comprimento menor
para uma dada energia, reduzindo mais ainda a área disponível para esfriamento de
convecção. O uso dos filamentos duplamente espiralado e dos bulbos enchidos com gás
tem levado a grande desenvolvimento na eficiência das lâmpadas incandescentes. No
entanto, lâmpadas de 120V de uso geral abaixo de 25W são geralmente do tipo vácuo
pois o enchimento de gás não melhora a eficiência luminosa nessa gama de wattagem.

Gases inertes são agora preferidos porque eles não reagem com as partes internas das
lâmpadas e porque eles conduzem menos calor do que o nitrogênio. Levou algum tempo
até dispor de uma quantidade suficiente de argônio puro a um custo razoável. A maioria
das lâmpadas é agora enchida com argônio e uma pequena quantidade de nitrogênio;
certa quantidade de nitrogênio é necessária para suprimir o centelhamento entre os fios de
entrada.

A proporção de argônio e nitrogênio depende da tensão, da construção e temperatura do


filamento e do espaçamento da ponta de entrada. Quantidades típicas de argônio são:
99,6% para lâmpadas de 6V, 95% para lâmpadas de serviço geral duplamente espiraladas
de 120V, 90% para lâmpadas que tenham fios fusíveis de entrada em 230V, 50% ou
menos quando não são usados fusíveis na entrada em lâmpadas de 230V. Algumas
lâmpadas de projeção são preenchidas com 100% de nitrogênio.

Criptônio, embora caro, é usado em lâmpadas aonde um aumento no custo se justifica


pelo aumento da eficiência ou aumento de vida. O gás criptônio tem mais baixa condução
de calor do que o argônio. Além disso, a molécula de criptônio é maior do que a do
argônio e por tanto retarda mais a evaporação do filamento. Dependendo da forma do
filamento, do tamanho do bulbo, e da mistura d nitrogênio e argônio, o enchimento de
criptônio pode aumentar a eficiência por 7 a 20%. O criptônio é usado em algumas
lâmpadas especiais tais como na sinalização marinha e nos capacetes em minas por causa
da sua alta eficiência.

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Um gás ainda mais caro é o xenônio e é usado em situações especificas. O xenônio tem
mais baixa condutividade de calor e tamanho molecular maior do que a do criptônio e por
tanto permite maior eficiência. Mas como custa mais caro do que o criptônio é usado
apenas em aplicações especificas.

O hidrogênio possui alta condutividade de calor e é por tanto usado para lâmpadas de
sinalização aonde um acendimento rápido é necessário.

Lâmpadas de tungstênio- halogenas . O mecanismo de geração de luz das


lâmpadas de tungstênio- halógenas é o mesmo das lâmpadas de filamento incandescente
comum, exceto pelo ciclo de regeneração do halogeno. Halogeno é o nome dado à família
de elementos eletronegativos, incluindo bromo, cloro, fluor e iodo. Embora o ciclo
regenerativo de tungstênio- halogeno ter sido estudado por muitos anos , nenhum método
pratico de seu uso foi estabelecido, até o desenvolvimento de envelopes de quartzo
fundido de pequeno diâmetro para lâmpadas de filamento propiciarem parâmetros
adequados de temperatura.

O ciclo regenerativo começa com o filamento de tungstênio operando na incandescência,


evaporando tungstênio do filamento. Normalmente as partículas de tungstênio ficam nas
paredes dos bulbos (Figura 6-14 a), resultando num escurecimento do bulbo, fator esse
comum nas lâmpadas incandescentes e mais evidente no fim das suas vidas. Porem nas
lâmpadas halogenas a temperatura do bulbo é muito alta e então o tungstênio combina
com o halogeno. A temperatura mínima correlata do bulbo deve estar aproximadamente
de 260°C.

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Figura 6-14. Ciclo de tungstênio na a) incandescente padrão, b) na de tungstênio-
halogena.

O composto resultante de tungstênio–halogeno também é gasoso e continua a circular


dentro da lâmpada até entrar em contato com o filamento incandescente. Aqui, o calor é
suficiente para quebrar o composto de tungstênio, que é re-depositado no filamento, e o
halogeno é libertado para continuar seu papel no ciclo regenerativo (Figura 6-14b). Mas

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como o tungstênio não se re-deposita exatamente de onde ele veio, a lâmpada de
tungstênio-halogena tem uma vida finita. As lâmpadas com luz “dismerizada” de
tungstênio halogenas deveriam periodicamente operar com energia total, induzindo o
ciclo tungstênio-halogeno para limpar o tungstênio depositado nas paredes do bulbo, e
assim manter a eficiência da lâmpada por mais tempo.

A exigência de uma temperatura alta da parede do bulbo para o ciclo regenerativo


halogeno resultou numa produção de lâmpadas menores. Isso levou primeiro, ao
desenvolvimento de lâmpadas refletoras de baixa voltagem e, segundo, na incorporação
de cápsulas de halogeno em vários envelopes PAR. Esses envelopes PAR substituíram
tanto as incandescentes PAR como as do tipo BR.

Parâmetros de desempenho

Características de Energia. A maneira pela qual a entrada de energia numa lâmpada é


dissipada pode ser vista na Figura 6-15 para lâmpadas típicas de uso geral. A radiação no
espectro visível (coluna 2) é a porcentagem da potência de entrada convertida em
radiação visível. A perda de gás (coluna 4) indica a quantidade de calor perdida pelo
filamento devido a condução através do gás e a propagação pelo gás circundante em
lâmpadas preenchidas com gás. A perda final (coluna 6) é a perda do calor do filamento
pelos fios de entrada e hastas de suporte que conduzem calor do filamento. A coluna 3
mostra a radiação total além do bulbo, que é menor do que a radiação real do filamento
devido à absorção pelo vidro do bulbo e pela base da lâmpada.

Figura 6-15. Características térmicas e luminosas de lâmpadas típicas de filamento


incandescente

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Lâmpadas incandescentes que operam abaixo de 25 Hz vão produzir uma luz tremula
perceptível e podem criar efeito estroboscópico. Essa luz tremula pode ser menor numa
fonte incandescente se tiver um filamento maior e operar numa wattagem e freqüência de
rede maior. As fontes de luz incandescentes modernas que operam a 60 Hz não produzem
essa luz tremula, nem o efeito estroboscópico, para o olho humano. O índice do
tremeluzir de diversas lâmpadas incandescentes de 25 Hz e 60Hz é mostrado na Figura 6-
16.

Figura 6-16. Características do tremeluzir de lâmpadas de filamento incandescente.

*vácuo; + filamento bobinado; #preenchido com gás.

Temperaturas do soquete e do bulbo. As temperaturas nas quais operam as lâmpadas


de filamento incandescente são importantes por varias razões. Temperaturas excessivas
da lâmpada podem afetar a vida, a vida da luminária e a vida do circuito elétrico. Altas
temperaturas podem pôr fogo em matérias combustíveis que formam parte da luminária
ou próximas as luminárias. Sob certas condições de pó ou atmosfera, temperaturas altas
do bulbo (acima de 160°C) podem levar à explosão ou fogo. Temperaturas do soquete do
bulbo para uma lâmpada de 100W A19 e 5OOW OS-35 para diferentes posições de
operação são mostradas nas Figura 6-17.

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Figura 6-17. Temperaturas de lâmpadas de filamento incandescente operando em ar
parado num ambiente de 25°C :(a) lâmpada)100W CC8, A-19; (b) lâmpada 500W CC-8,
PS-35. Todas as temperaturas são expressas em graus Celsius.

Bulbos de lâmpadas de filamento incandescente de uso geral são feitas de vidro chumbo
ou vidro soda mole, com uma temperatura máxima segura de 370°C. Algumas lâmpadas
de aplicações especificas, como as lâmpadas para projetores externos, possuem bulbos
com vidro duro que possuem temperaturas seguras de até 470°C. Lâmpadas com bulbos
de vidro ainda mais duros podem operar até 520°C.

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A temperatura de base máxima segura para lâmpadas de uso geral é 170°C., medida na
junção da base com o bulbo. Em todos os casos a temperatura excessiva pode causar
falhas no cimento da base, assim como no amolecimento da solda usada para conectar os
fios de entrada à base. Cimento de silicone e solda de alto ponto de fusão permitem que
temperaturas das bases alcancem 260°C. Bases bipino carregam suficiente calor aos
soquetes através dos pinos das bases, e as partes dos soquetes em contato com os pinos
devem ser capazes de agüentar temperaturas até 290°C. Lâmpadas de tungstênio-
halogenas e tubulares infravermelhas de quartzo fundido geralmente têm uma
temperatura máxima no selo de 350°C para evitar oxidação.

Alguns dos fatores que afetam a temperatura da base são os tipos de filamentos, o
comprimento do centro da luz, proteção do calor, forma e tamanho do bulbo e o
enchimento de gás. A temperatura da base não está necessariamente relacionada à
wattagem; isto é, lâmpadas de baixa wattagem não necessariamente têm temperaturas de
base mais baixas. Luminárias de base média deveriam ser capazes de aceitar temperaturas
de base da ordem de 135-150°C. Esses limites são consistentes com os padrões para
temperaturas de base para lâmpadas tipo A conforme a Associação Canadense de
Padronização (CSA), com o Instituto Nacional Americano de Padronização (ANSI), e a
Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC). As medidas devem ser feitas de acordo com
ANSI C78.25, ” Medidas do método de elevação da temperatura de base das lâmpadas”.

Se a luminária aceitar lâmpadas R e PAR, então a capacidade de temperatura da


luminária deveria ser de 170- 185°C, se for desejada uma razoável vida de isolamento
elétrico para a luminária. Lâmpadas com refletor dicróico para transmissão de calor
deveriam ser colocadas apenas em luminárias especificamente projetadas para elas; isso
deve vir indicado na luminária.

Para operação com base para cima, e onde apenas um pequeno espaço é propiciado pela
luminária para a lâmpada, a temperatura da base é o maior fator que afeta a temperatura
da luminária, sendo que a wattagem da lâmpada não é muito levada em consideração. Ã
medida que a luminária propicia um maior volume para a lâmpada, a temperatura da base
tem menos efeito e a wattagem assume maior importância.

Altas temperaturas reduzem a vida de isolamento elétrico para a lâmpada e para as partes
da luminária. A Figura 6-18 mostra como a posição do filamento afeta a temperatura do
bulbo. Essa variação da temperatura em relação à posição é suficientemente grande para
afetar a vida do isolamento do fio e dos outros componentes da luminária.

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Figura 6-18. Os perfis das temperaturas variam com a rotação do filamento da lâmpada;
três tipos são mostrados.

CARACTERISTICAS DAS LAMPADAS

Vida, eficiência, temperatura da cor, e relações de voltagem. Se a voltagem aplicada à


uma lâmpada de filamento incandescente é mudada, vai resultar numa mudança da
resistência do filamento e temperatura, corrente, energia, emissão da luz, eficiência e
vida. Essas características são interligadas e nenhuma delas pode ser modificada sem
alterar as outras. As seguintes equações podem ser usadas para calcular o efeito da
mudança no desempenho da lâmpada (letras maiúsculas representam valores normais e as
minúsculas representam valores mudados):

23
Para aproximações, os seguintes expoentes podem ser usados nas equações acima: d=13,
g=1.9, k=3.4, n=1.6 e m=0.42. Para maior precisão, os expoentes devem ser
determinados [por cada fabricante de lâmpadas a partir de uma comparação de voltagem
normal e testes de corrente superior ou inferior de diversos tipos de grupos de lâmpadas.
Os expoentes diferem para diferentes tipos de lâmpadas, wattagens de lâmpadas, e faixas
de porcentagem da variação de corrente. Os valores dados acima são dificilmente
aplicáveis em lâmpadas à vácuo de aproximadamente 10 lm/W e para lâmpadas à gás de
aproximadamente 16 lm/W numa faixa de corrente de 90 a 100% da corrente padrão.
Para mais dados sobre o que ocorre fora dessa faixa ver Figura 6-19.

Figura 6-19. Efeito da variação da tensão e da corrente nas características de operação de:
a) lâmpadas de filamentos incandescentes em iluminação em geral (múltiplos circuitos);
b) lâmpadas de tungstênio-halogenas em circuitos em serie em iluminação de ruas.

24
As curvas da Figura 6-19a mostram o efeito da variação da voltagem em lâmpadas de
(múltiplos) circuitos de iluminação em geral. O efeito da variação de voltagem nas
características das lâmpadas de tungstênio- halogenas não pode ser previsto com precisão
para uma faixa de voltagem externa a 90 a 100% da voltagem padrão.

Entalhe de filamento. Normalmente, para operações de testes em laboratórios, a


evaporação do filamento de tungstênio normal determina a vida da lâmpada
incandescente. Sob tais condições as lâmpadas devem alcançar sua vida prevista. Outro
fator que influencia a vida do filamento é o entalhe do filamento. O entalhe do filamento
é o aparecimento de irregularidades parecidas com degraus ou dentes de uma serra em
todo ou parte da superfície do filamento de tungstênio após longo uso. Esses entalhes
reduzem o diâmetro do fio do filamento em pontos randômicos. Em alguns casos,
especialmente para fios finos de filamentos, o entalhe é tão profundo que pode partir o
fio. Uma evaporação maior devido à alta temperatura nesse entalhe e à redução da
resistência do filamento se tornam fatores importantes na vida da lâmpada. A previsão da
vida da lâmpada pode ser reduzida até pela metade devido á esse fator.

O entalhe do filamento é associado com pelo menos três fatores: (que ocorrem
principalmente em lâmpadas de filamentos com fios finos): (1) operação do filamento em
baixa temperatura, como nas lâmpadas de vida longa com 10.000 a 1000.000-h; (2)
tamanhos de fios de filamentos pequenos, tipicamente com menos de 0.025mm de
diâmetro; (3) operação de corrente direta.

Depreciação durante a vida. Após certo tempo, os filamentos incandescentes se


evaporam e se tornam menores, o que aumenta sua resistência. Em circuitos múltiplos, o
aumento na resistência do filamento reduz a corrente, energia e luz. Uma redução
posterior na emissão de luz é causada pela absorção da luz pelo deposito das partículas de
tungstênio evaporadas no bulbo.

Nos circuitos em serie, por terem reguladores de correntes constantes, o aumento na


resistência do filamento durante a vida causa um aumento na voltagem através da
lâmpada e um conseqüente aumento na wattagem e lumens gerados. Esse aumento em
lumens é compensado pela absorção da luz pelo tungstênio depositado no bulbo. Em
lâmpadas de baixa corrente a depreciação bruta da emissão de luz durante a vida é muito
pequena, ou em dimensões menores pode até haver um aumento real. Em lâmpadas de 15
a 20 A, o escurecimento do bulbo é bem maior, e ao longo da vida compensa o aumento
de lumens devido à maior potência.

O escurecimento de lâmpadas à vácuo é uniforme em todo o bulbo. Em lâmpadas


preenchidas com gás, as partículas de tungstênio evaporadas são carregadas pelas
correntes de transmissão para a parte superior do bulbo. Quando as lâmpadas à gás são
queimadas da base para cima, a maior parte do escurecimento ocorre na parte superior do
bulbo,aonde parte da luz é normalmente interceptada pela base. Assim sendo, a
manutenção do lúmen para a base que opera para cima é melhor do que para as lâmpadas
à gás que operam na horizontal com a base para baixo.

25
Numa lâmpada que opera com a base para cima, uma considerável redução da
depreciação dos lumens da lâmpada (LLD) pode ser obtida através do uso do filamento
duplamente espiralado situado em cima ou paralelamente ao eixo do bulbo.

Para reduzir o escurecimento dos traços de oxigênio ou vapor de água no gás, uma
substância química ativa, chamada “getter”, é usada dentro do bulbo para combinar com
e absorver as impurezas remanescentes no bulbo.

As lâmpadas do ciclo tungstênio-halogeno geralmente possuem uma depreciação menos


significativa durante a vida devido ao ciclo regenerativo, que remove o tungstênio
evaporado do bulbo e re-deposita ele no filamento. Figura 6-20 mostra a mudança na
emissão e eficiência para lâmpadas de tungstênio halogenas incandescentes típicas.

Figura 6-20. Características típicas de funcionamento de lâmpadas em função do tempo


de operação: (a) lâmpadas de uso geral;(b) lâmpadas de tungstênio- halogenas. (observe a
diferença na escala).

Mortalidade da lâmpada. Muitos fatores inerentes aos processos de fabricação tornam


impossível fazer com que cada lâmpada atinja a vida para qual foi projetada. Por causa
disso, a vida de uma lâmpada é definida pela média de um grupo maior. Uma variação
das curvas de mortalidade típica representando o desempenho de lâmpadas de alta
qualidade é ilustrada na Figura 6-21.

26
Figura 6.21. Faixa de variação das curvas de mortalidade típica (média para um grupo
estatisticamente grande de lâmpadas de filamento incandescente).

Reguladores de luz para lâmpadas incandescentes e de tugstênio halogenas.


Reguladores de luz possuem hoje em dias dois objetivos: conservação de energia e
efeitos de iluminação estéticos. As lâmpadas incandescentes podem ser reguladas
simplesmente por reduzir a voltagem através do filamento da lâmpada. Quando a
voltagem é reduzida, menos energia é dissipada e menos luz é produzida com uma
temperatura de cor menor. Outro beneficio é um aumento na vida desse tipo de lâmpada.
Por exemplo, quando uma lâmpada incandescente é operada à 80% da voltagem usando-
se um regulador de luz, sua vida aumenta por um fator próximo de 20. Numa lâmpada de
tungstênio halogena, a vida do filamento depende da voltagem como ocorre nas lâmpadas
incandescentes. No entanto, como o ciclo halogeno regenerativo para quando a
temperatura da parede do bulbo cai abaixo de 260°C , a lâmpada de tungstênio halogena
escurece e sua vida útil não é a mesma que a da outra lâmpada. Isso pode ser
parcialmente compensado por fazer a lâmpada operar periodicamente quase com a
capacidade de emissão total, o que auxilia na limpeza dos tungstênios depositados.

Nos anos 1950, foram usados reostatos para regular a corrente nas lâmpadas
incandescentes. Eles eram grandes e ineficientes. Hoje em dia a maioria dos reguladores
é eletrônica, usando tiristores e transistores que tem baixa dissipação de potência. Os
reguladores modernos são eficientes e reduzem a energia à medida que a fonte é
regulada. Tiristores operam como interruptores de alta velocidade que rapidamente ligam
e desligam a voltagem à lâmpada. Essa mudança de ligar e desligar pode causar uma
interferência eletromagnética com outros equipamentos elétricos como também um
zumbido no filamento da lâmpada. Bobinas magnéticas conhecidas como “choques” são
utilizadas usualmente como filtros para reduzir estes efeitos. Com muitas caixas

27
reguladoras de luz de parede, o zumbido não pode ser completamente eliminado porque
há necessidade de um maior espaço para acomodar um “choque”maior. Por essas razões,
bobinas anti- ruído, remotamente montadas, são recomendadas.

Classificação de lâmpadas incandescentes e de tungstênio- halogenas

As lâmpadas de filamento incandescente eram historicamente divididas em três grandes


grupos: lâmpadas grandes, lâmpadas miniatura e lâmpadas especiais. Elas eram também
catalogadas separadamente pelos fabricantes. Não há uma divisão bem distinta entre os
grupos, e elas são geralmente incluídas no mesmo catalogo pelo fabricante. A discussão
que se segue classifica as lâmpadas em quatro categorias com fins ilustrativos de suas
aplicações: lâmpadas de uso geral, lâmpadas de aplicação dedicada, lâmpadas miniatura
de baixa voltagem, de facho selado, lâmpadas fotográficas e foto-óticas. A seguir vamos
fornecer uma breve descrição de alguns dos tipos de lâmpadas que são regularmente
fabricadas. Mais detalhes podem ser obtidos dos catálogos dos fabricantes.

Lâmpadas de aplicação geral (lâmpadas usadas em diversas aplicações)

Uso geral. Essas são lâmpadas grandes feitas para iluminação geral em circuitos de 127
ou 220V. Essas lâmpadas variam de 10 a 1500W e satisfazem a maioria de aplicações de
iluminação incandescente. Todos os tamanhos são fabricados tanto em bulbos claros
como fosco. Abaixo de 200W, encontra-se também lâmpadas com acabamento interior
branco.

Alta voltagem. Essa classe de voltagem se refere àquelas lâmpadas que operam
diretamente em circuitos de 220 a 300V e representa uma porção muito pequena do
mercado na America do Norte. Os suportes das lâmpadas devem ser aprovados por CSA
ou Laboratórios Responsáveis (UL) para um nível apropriado de voltagem de acordo
com a voltagem das lâmpadas que estão sendo usadas, isto é, lâmpadas 250V para
lâmpadas com até 250V, 600V para lâmpadas acima de 250V. No Brasil produtos
recebem etiquetagem através de laboratórios acreditados pelo Inmetro e Procel.

Lâmpadas de alta voltagem têm filamentos de pequeno diâmetro e comprimento maior e


requerem mais suportes do que as lâmpadas correspondentes de 120V. Por tanto, elas são
menos ásperas e são 25 a 30% menos eficientes devido à maior perda de calor. Por causa
da voltagem de operação ser maior, essas lâmpadas requerem menos corrente para a
mesma carga de energia, permitindo certa economia nos cabeamentos.

Lâmpadas de vida longa. Lâmpadas de vida longa tem como objetivo aplicações nas
quais a falha da lâmpada causa bastante inconveniência ou risco, ou nas quais o custo da
substituição é alto ou o custo de energia é muito baixo. Para tais aplicações, aonde uma
vida longa é importante e a redução da emissão de luz é aceitável, lâmpadas com 2500h

28
ou mais são disponíveis. Uma vida mais longa é obtida ao operar o filamento à uma
temperatura mais baixa do que a normal. Isso, no entanto, diminui a eficiência luminosa.
Na maioria das aplicações de uso geral o custo de energia usada durante a vida da
lâmpada é muitas vezes o custo de vida da lâmpada, e por tanto a eficiência é importante.
Naquelas aplicações que a substituição de lâmpadas queimadas é uma operação fácil,
como em usos residenciais, lâmpadas de vida longa geralmente não são recomendadas.
Para tais usos, lâmpadas incandescentes com 700 ou 1000h de vida propiciam um custo
menor de luz do que as lâmpadas de vida longa.

Lâmpadas de tungstênio halogenas de iluminação geral. Essas lâmpadas melhoram as


fontes incandescentes de diversas maneiras. Suas vantagens incluem baixo LLD e o fato
de serem compactas. Elas também propiciam uma luz mais branca (temperatura de cor
mais alta) e uma vida mais longa para uma dada emissão de luz.

Lâmpadas halogenas são encontradas nas voltagens da rede. Os produtos de voltagem da


rede são encontrados com contato único, duplo contato e PARs. Os tipos de baixa tensão
são geralmente tipo cápsulas ou pequenos refletores. Para aplicações específicas, outras
voltagens são disponíveis.

Lâmpadas halogenas de baixa voltagem operam numa gama de voltagem de 5 à 30V.


Essa voltagem é fornecida através de um transformador redutor de tensão. As vantagens
das lâmpadas de baixa voltagem são: maior resistência à vibração e choque devido ao
maior diâmetro do fio do filamento, da forma compactada do filamento que permite
melhor controle do facho de luz e maior eficiência do que das lâmpadas na tensão da
rede.

Há maior radiação ultravioleta gerada pelas lâmpadas de tungstênio halogenas do que


daquela gerada pelas lâmpadas incandescentes regulares, devido à temperatura maior do
filamento. A quantidade de radiação ultravioleta emitida é determinada pelo material do
envoltório. Quartzo fundido e maioria do vidro de alta sílica transmitem a maior parte do
UV radiado pelo filamento, enquanto que outros tipos de vidro de alta sílica e vidro de
alumínio silicato absorvem a radiação UV. Em aplicações de iluminação de uso geral,
luminárias para lâmpadas de tungstênio halogenas deveriam ter um vidro de lentes ou de
envoltório que devem propiciar além de uma proteção caso a lâmpada quebre, funcione
como um filtro a mais da radiação UV. Cuidado deve-se ter quando se usar lâmpadas
operando em temperaturas de cor superiores à 3100k, já que tanto os comprimentos de
onda curtos como o ultravioleta aumentam com a temperatura da cor, criando risco para
as pessoas e os objetos.

O ciclo regenerativo halogeno é sensível à temperatura. Lâmpadas operando em tensões


acima ou abaixo das recomendações do fabricante podem ter efeitos adversos nos
processos químicos internos. É também importante seguir as recomendações do
fabricante quanto às posições de operação, da manipulação do bulbo e temperaturas das
luminárias.

29
Como as lâmpadas de tungstênio halogenas são de alta pressão, elas podem ser projetadas
para maior eficiência e vida do que as lâmpadas incandescentes normais com a mesma
wattagem. Por exemplo, a lâmpada de ciclo não regenerativo de 500- W é calculada para
10.600 lm para 1000h, enquanto que a lâmpada de tungstênio halogena 500-WT-3 é
calculada para 10.950 lm para 2000h.

O desenvolvimento de tubos de vidro de alto desempenho levou ao uso de cápsulas de


vidro com halogeno em lâmpadas PAR, incluindo PAR 16, PAR 20, PAR 30, e PAR 38.

Revestimentos refletivos infravermelhos multicamadas podem ser aplicados tanto aos


bulbos de quartzo como aos de vidro halogeno. Esses revestimentos transmitem luz e
refletem a energia infravermelha de volta ao filamento. O filamento reduz a energia de
entrada necessária para alcançar uma dada temperatura. Eficiências luminosas de 27.0 a
35.6 lm/W são obtidas com essa técnica sem reduzir a vida.

Refletor. Lâmpadas refletoras incluem aquelas feitas em formatos de bulbos padrões e


especiais e possuem um revestimento refletivo aplicado diretamente à parte da superfície
do bulbo. Tanto revestimentos de prata como de alumino são usadas. Os revestimentos de
pratas podem ser aplicados tanto internamente como externamente, e nesse ultimo caso o
revestimento é protegido por um revestimento de cobre aplicado eletroliticamente e
posteriormente dado um acabamento com spray de alumínio. Os revestimentos de
alumínio são aplicados internamente através da condensação de vapor de alumínio na
superfície do bulbo. As seguintes lâmpadas refletoras estão disponíveis no mercado:
lâmpadas refletoras em forma de concha, lâmpadas refletoras de pescoço comprido,
lâmpadas spots refletoras e lâmpadas refletoras de facho aberto em bulbos do tipo R
(certos tamanhos das tamanhas refletoras são disponibilizadas com bulbos de vidro de
alta resistência térmica), e lâmpadas refletoras em forma de elipse ( tipo ER), que
permitem aumento de eficiência em luminárias downlight bem protegidas. Lâmpadas de
facho fechado e aberto PAR usam bulbos PAR, tipicamente construídos de duas partes de
vidro moldadas, o refletor e as lentes, que são fundidos juntos. Como o próprio nome
sugere, diversos projetos de lâmpadas com diferentes distribuições de intensidade da luz
e cor são encontrados. Lâmpadas PAR de facho frio com refletores dicróicos que
transmitem menos calor também são disponíveis para aquelas aplicações nas quais se
deseja reduzir a energia infravermelha no facho. As lâmpadas PAR -30 halogenas de
pescoço longo são disponibilizadas para substituir nas luminárias as R-30 sem o uso de
extensores de soquetes. Lâmpadas refletoras com vidro multi facetado prensado com
cápsulas de tungstênio halogeno e refletores dicróicos transmissores de infravermelho
conhecidos como MR-11 e MR-16, tem sido adaptados de lâmpadas de projeção para
aplicações de iluminação de exposição.

Aplicações em ambientes irregulares. A fim de propiciar resistência à quebra do


filamento, lâmpadas de aplicações para ambientes de trabalho pesado empregam uma
construção especial que dá suporte aos filamentos múltiplos. (C-22 na Figura 6-12.)
Devido ao grande numero de suportes, a perda de calor é maior e a eficiência é menor do
que para lâmpadas de uso geral.

30
.

Figura 6-22. O angulo do facho é o angulo no qual a lâmpada produz 50% da sua
intensidade máxima.

31
Ao usar lâmpadas miniaturas em ambientes rústicos, bases em forma de baioneta e cunha
deveriam ser escolhidas em vez de bases de rosca. As lâmpadas com bases em formato de
baioneta e cunha encaixam-se firmemente nos soquetes, enquanto que as lâmpadas com
base de rosca trabalham mais folgado.

Incandescentes lineares. As lâmpadas incandescentes lineares possuem um bulbo


tubular com diâmetro de 26 mm e duas bases de discos de metal, cada uma numa
extremidade do bulbo, com o filamento conectado entre elas. Muitas possuem alças
ajustáveis fixadas às bases , o que simplifica a sua inserção nos soquetes. O filamento, em
forma de uma bobina esticada, é fixado num vidro isolante junto com um pequeno canal
de metal dentro do bulbo. Os tamanhos 30 e 60-W são encontrados no comprimento de
450 mm. A lâmpada de 40 W é feita num comprimento de 300 mm. Todos os tamanhos
estão disponíveis em tubos claros ou foscos por dentro, assim como em branco opalino e
varias cores de acabamentos.

Outros estilos da lâmpada incandescente linear, usando a base S14, existem. As versões
incluem 35, 60 e 150 W.

Decorativas. Encontra-se uma grande variedade de lâmpadas para aplicações


decorativas. Diferentes formatos dos bulbos, junto com numerosas cores e acabamentos
são usados para se obter a aparência desejada. Os catálogos dos fabricantes devem ser
consultados para esse tipo de lâmpadas.

Três níveis de luz. Essas lâmpadas empregam dois filamentos que operam
separadamente e em conjunto, proporcionando três níveis de luz. O fio de entrada
comum é conectado à concha da base, a outra extremidade do filamento é conectada ao
anel de contato e a extremidade do outro filamento ao contato central. Assim, cada
filamento, ou ambos juntos, podem ser usados com a seleção feita no soquete. As
lâmpadas de três níveis são encontradas em diversas combinações de wattagem.

Conservação de energia. A maioria das lâmpadas de uso geral e de longa vida pode
ser agora encontrada em wattagens reduzidas, que possuem uma emissão de lúmen
menor. O uso das lâmpadas refletoras para melhorar a iluminação direcional também se
tornou popular para aplicações de conservação de energia. Um controle ótico melhor com
limites mais precisos coloca a mesma iluminância numa determinada área com menos
watts. Estão disponíveis atualmente uma grande variedade de lâmpadas refletoras,
incluindo as BR30 e BR40. A mais significativa melhora energética ocorreu na família
das halogenas PAR e produtos IR PAR, que usam significativamente menos energia e
proporcionam iluminância igual ou superior à das incandescentes do tipo PAR e BR. Nos
sinais de trânsito, encontra-se no mercado lâmpadas com um anel de espelho que captura
luz perdida e a re-direciona através de lentes.

Lâmpadas de aplicação específica. Essas lâmpadas são projetadas para uma só


aplicação.

32
Spotlight e floodlight. Lâmpadas usadas em projetores fechados e abertos, em outras
luminárias específicas para palcos de teatros, estúdios de cinema, e estúdios de televisão,
tem filamentos concentrados precisamente posicionados em relação à base. Quando o
filamento é colocado num ponto focal de um sistema de lentes ou refletor, um facho
controlado bem preciso é obtido. Essas lâmpadas são usadas com sistemas de refletores
externos. Devido a sua construção, essas lâmpadas devem ser operadas nas posições para
as quis foram projetadas para se evitar falhas prematuras.

Lâmpadas para aparelhos domésticos. Tipos de alta temperatura que podem agüentar
temperaturas até 315°C são disponíveis para fornos. Outras são projetadas para
geladeiras, e aspiradores de pó.

Aplicações em locais com vibrações. A maioria das lâmpadas possuem espirais feitas de
tungstênio com alta maleabilidade de resistência. Lâmpadas para locais com vibração,
projetadas para serem usadas onde vibrações podem causar falhas prematuras, são
fabricadas com um filamento de tungstênio mais maleável. A maleabilidade do fio
permite à espiral se estender ao ocorrer a vibração, e assim prevenir curto circuitos entre
espirais.

Para agüentar vibração e choque, lâmpadas de painel de radio miniaturas de baixa tensão
(6.3-V ou menos) incorporam bases cuja freqüência ressoante tem sido sincronizada com
a do filamento da espiral.

Às vezes apenas o método de tentativa e erro vai determinar a melhor lâmpada para
resistir à vibração ou choque. Soquetes ou equipamento resistentes à vibração que usam
uma mola ou de outro material flexível para eliminar a vibração tem sido utilizados
quando lâmpadas de uso geral são empregadas em condições de severa vibração.

Mostruário. Mostruários em aplicações no varejo usam geralmente bulbos tubulares com


bases de rosca convencionais. As lâmpadas mais longas possuem filamentos com
suportes similares aos das lâmpadas incandescentes. O tamanho comum é de 25 e 40 W,
mas tamanhos até 75 W podem ser encontrados.

Sinalização. Enquanto muitas lâmpadas preenchidas à gas são usadas em luminárias


fechadas e outros tipos de sinalização elétrica, aquelas lâmpadas utilizadas
particularmente na sinalização, são em geral do tipo a vácuo. Estas lâmpadas são mais
adaptadas para a sinalização exposta ao tempo e à eventos externos, porque a menor
temperatura do bulbo a vácuo minimiza a ocorrência de fissuras térmicas resultantes da
chuva e da neve. Algumas lâmpadas de baixa wattagem, no entanto, são preenchidas à
gás para serem utilizadas na sinalização de alerta. As temperaturas dos bulbos das
lâmpadas de baixa wattagem com gás no seu interior são suficientemente baixas para
permitir sua exposição em aplicações externas em circuitos de acendimento em alta
freqüência.

Lâmpadas de sinais de transito. Lâmpadas usadas em sinais de transito estão sujeitas à


requisitos de aplicações ainda mais severas do que na maioria das aplicações de lâmpadas

33
incandescentes. Esse tipo de lâmpada tem que ser compatível com os requisitos do
projeto dos sinais de transito padrão.

Lâmpadas de filamento em formato de fitas. Lâmpadas incandescentes feitas com fitas ou


de tungstênio para os filamentos tem sido utilizadas em aplicações específicas aonde
exige-se ter uma área de luminância bastante uniforme. As dimensões das fitas variam de
0.7 a 4 mm em largura e até 50 mm em comprimento. As lâmpadas de filamento em
formato de fita 5-20-A são empregadas em gravadores, instrumentos, oscilógrafos e
iluminadores de microscópio. As lâmpadas 30 a 75 A são usadas para as normas de
calibração de pirômetros e para trabalho de espectrografia. A Figura 6-23 mostra
lâmpadas típicas.

Figura 6 -23. Lâmpadas de filamento de fita típicas: (a) 6-volt, 18-ampere, T-10, 2-mm.,
iluminador de microscópio de 3000-K; (b) 6-volt, 9-ampère, T-8 ½, 1-mm., 3000-K fonte
óptica; e (c) 3.5-volt, 30-ampère, T-24 com janela de quartzo, 3-mm., filamento
amoldado em forma de U, pirômetro de 2300-K e fonte de espectroscópio.

Lâmpadas de aquecimento infravermelho. Lâmpadas de filamento incandescente são


geradores eficazes de radiação infravermelha (IR). A maior parte da potencia das
lâmpadas do filamento é radiada como energia de IR. Comprimentos de onda mais longo
que 5000 nm são absorvidos em grande extensão pelo vidro ou envelope de quartzo
fundido. Lâmpadas para aplicações de aquecimento são projetadas para baixa produção
de luz e vida longa. Lâmpadas de quartzo fundido tubulares também estão disponíveis
com um refletor cerâmico que aumenta o calor em aproximadamente 50% diretamente
debaixo da linha de centro da lâmpada..

As lâmpadas IR com filamentos de tungstênio são encontradas com potências de até 5000
W. Geralmente falando, as lâmpadas de filamento de tungstênio para uso industrial,

34
comercial e residencial operam numa temperatura de cor de 2500K. Nessa baixa
temperatura de operação elas chegam a ter uma vida de mais de 5000h. Freqüentemente
as lâmpadas que usam filamento de tungstênio propiciam muitos anos de uso porque a
vida é geralmente determinada pela quebra mecânica ou ruptura do filamento devido à
vibração ou manuseio, e não tanto pela taxa de evaporação do tungstênio, como ocorre
nas lâmpadas usadas para iluminar. As lâmpadas que possuem bulbos de vidro resistente
ao calor ou envelopes de quartzo fundido tubular são recomendadas naqueles casos que
os líquidos podem vir a entrar em contato com o bulbo.

A distribuição de energia radiada por varias fontes infravermelhas é mostrada na Figura


6-24.

Figura 6-24. Distribuição de energia espectral de várias fontes infravermelhas.

Lâmpadas miniatura de baixa voltagem e de bulbo selado. O termo "miniatura"


aplicada a fontes luminosas é a designação de um fabricante de lâmpada definida pelos
canais de comércio pelos quais estas lâmpadas são distribuídas, e não pelo tamanho ou
características das lâmpadas. Porém, em geral, a maioria das lâmpadas miniatura é
pequena e requer relativamente pouca energia.. As exceções mais notáveis para esta
generalização são as lâmpadas de bulbos selados, tais como a dos faróis de automóvel e
de pouso de aeronave que são classificados como miniatura embora elas possam ser tão
grandes quanto 200mm de diâmetro e dissipar até 1000W.

A maioria das lâmpadas miniatura é do tipo lâmpadas de filamento incandescente ou


luminescentes. As lâmpadas eletroluminescentes e diodos emissores de luz são também
incluídas na família de lâmpadas miniatura. Lâmpadas incandescentes miniatura e de
brilho são especificadas por números padronizados pela ANSI.

Com exceção das lâmpadas múltiplas utilizadas em festividades, as lâmpadas tipo


miniatura incandescentes são designadas a operar abaixo de 50 V. Essa tensão é

35
geralmente obtida de baterias ou geradores. Essas lâmpadas miniatura podem ser
operadas em circuitos de 120 V quando transformadores redutores, circuitos em serie,
retificadores ou resistores são usados para reduzir a tensão. As lâmpadas miniatura são
principalmente usadas quando as condições requerem uma fonte pequena de luz ou pouca
energia. Para ter certeza que a lâmpada é a menor possível, os tamanhos das bases são
relacionados ao bulbo e às aplicações. Elas possuem muitos usos, principalmente nos
carros, aviões, decoração e como lâmpadas luminescentes em circuitos eletrônicos. Tanto
produtos de vida longa como de aplicações em condições críticas são substitutos das
lâmpadas miniaturas padrão no setor automotivo. As lâmpadas miniatura halogenas são
geralmente usadas para substituir lâmpadas miniatura incandescentes. Essas lâmpadas
halogenas distribuem uma luz mais branca e mais brilhante do que as lâmpadas
incandescentes que elas substituem.

Lâmpadas sub miniaturas têm aumentado em popularidade. Elas variam em tamanho de


T-2 a T-1/8. As T-1-3/4 e T-1 são bastante usadas para instrumentos e indicadores. A T-
5/8 e tamanhos menores até T-1/8 são principalmente usadas em aplicações tais como
jóias, lanternas e instrumentos médicos.

Trens e locomotivas. Lâmpadas designadas para aplicações em trens e locomotivas são


projetadas para diversas classes de aplicações de baixa tensão (75-V ou menos). A
energia é propiciada por geradores, com uma bateria conectada em paralelo, sendo que
ambos fornecem energia às lâmpadas. Lâmpadas de baixa tensão possuem filamentos
mais curtos e pesados do que as lâmpadas de 120-V da mesma wattagem; portanto elas
são mais fortes e tem maior eficiência.

Serie DC. Tensões aplicadas ao sistema de trânsito e algumas tensões nos edifícios e
pátios de estação de trem variam de 525 a 625 V. Lâmpadas para tais aplicações são
operadas com 5 a 20 lâmpadas em série. O projeto de tensão para lâmpadas individuais
de uma serie de cinco são nominalmente 115,120 e 125V. As lâmpadas de serie DC são
medidas em wattagens incomuns (36, 56, 94 ou 101 W).

Lâmpadas de 30-V preenchidas com gás são usadas para iluminação de carros. A tensão
do trilho dividida por 30 determina o numero de lâmpadas conectadas em serie. Essas
lâmpadas são equipadas com disjuntores de curto- circuitos que curto-circuitam as
lâmpadas ao queimarem e assim previnem formar um arco voltaico e deixam as outras
lâmpadas do circuito funcionando adequadamente. Essas lâmpadas de 30-V são
nominadas em amperes, em lugar de watts.

Aviação. A iluminação para aviação é dividida em duas classes: iluminação do aeroporto


e ao redor dele, e a iluminação da aeronave. Na iluminação de aeroportos, tanto lâmpadas
múltiplas quanto em série são usadas. A maioria dos sistemas usa lâmpadas em serie de
6.6 e 20 A em projetos de iluminação das redondezas dos aeroportos e das pistas. As
lâmpadas múltiplas são usadas para obstrução, sinais de alerta e iluminação de
identificação de advertência do aeroporto. Na aeronave são usadas lâmpadas miniatura e
pequenas tanto para a iluminação interna com para a externa. A maioria das lâmpadas
usadas na iluminação de aeroportos é projetada para produzir um facho de luz controlado

36
que está de acordo com as normas exigidas pelas autoridades federais americanas (FAA)
e canadense.

Luzes de advertência de risco e de identificação de alerta no aeroporto, sinalizando a


presença de altas obstruções ou algo referente ao aeroporto, usam lâmpadas que variam
de 500 a 1200 W. Lâmpadas usadas no aeroporto variam de 10 a 500 W. As lâmpadas
usadas para iluminação da aeronave são de classificação de miniaturas, com exceção das
lâmpadas de pouso, que podem ser de até 1000 W.

As lâmpadas de tungstênio- halogenas são freqüentemente fornecidas para substituir


muitas das do tipo incandescente regular devido à sua melhor manutenção dos lúmens e
vida útil mais longa.

Lâmpadas de sinalização e lâmpadas de outras aplicações. Lâmpadas para


sinalização, rádio e televisão são geralmente operadas por transformadores de baixa
tensão.

Lâmpadas intermitentes. Lâmpadas incandescentes que piscam intermitentemente


automaticamente (Figura 6-25) devido à existência de uma tira bimetal interna, similar
àquela usada em termostatos, são encontradas em diversos tamanhos. Quando a lâmpada
está acesa, o calor do filamento faz com que essa tira bimetal se curve longe do fio de
entrada. Isso abre o circuito e a lâmpada se apaga. Quando essa tira bimetal esfria, ela
volta à posição original contra o fio de entrada e a lâmpada se acende. Esse resfriamento
e aquecimento intermitentes mantêm a lâmpada piscando. Uma exceção à isso se
encontra num certo tipo de lâmpada miniatura com base de rosca chamada de tipo breve.
O bimetal nesse tipo de lâmpada é montado de tal maneira que encurta o fio de entrada
quando quente. Se essas lâmpadas, que dificilmente se distinguem das do outro tipo, são
inseridas em soquetes destinados à lâmpadas intermitentes normais,elas consomem as
baterias, elas queimam os fusíveis, super aquecem ou estragam transformadores.

37
Figura 6-25 Tira bimetal mostrando uma luz intermitente típica

Usos típicos. Lâmpadas sinalizadoras propiciam uma sinalização visual das condições do
circuito. Elas são bastante utilizadas em sistemas de sinalização de fogo e polícia,
quadros de distribuição em usinas de energia, máquinas de produção, fornos, e outros
equipamentos que requerem luzes de advertência ou luzes piloto.

As lâmpadas sinalizadoras podem ter fiação com elementos movidos a calor ou a motor
e podem ser usados para indicar que a corrente está fluindo em certo aparelho ou que está
funcionando propriamente. Elas são geralmente usadas em outras instrumentações e com
fotocélulas e reles. Lanternas, rádios, relógios, bicicletas e brinquedos são as que mais as
usam. Outras aplicações incluem o uso das lâmpadas miniatura para festas ou outras
ocasiões festivas, e para iluminação de jardins e pátios coloridos. Para iluminação de
jardins existe equipamento miniatura de baixa tensão.

Lanternas, lanternas de mão e bicicletas. Essas lâmpadas são geralmente operadas por
baterias de células secas e possuem um circuito aberto com uma tensão de 1.5 V por
célula para baterias novas, caindo para 0.9 V para células no fim da vida da bateria. Essa
queda na tensão resulta numa redução na emissão da luz de uma maneira semelhante à
descrita na Figura 6-19 a.

Carros. Lâmpadas para a maioria de carros de passageiros, caminhões e ônibus operam a


12 V. A fonte de luz é um sistema alternador retificado de deposito de bateria. As
lâmpadas dos faróis incluem feixes selados e cápsulas halogenas.

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Lâmpadas tipo “facho selado” de tungstênio e de tungstênio- halógenas com epoxi.
Essas lâmpadas contem filamentos, lentes e refletores num pacote ótico preciso
disponível em vários tamanhos e tensões variando de 6 a 28 V. As lentes dessas lâmpadas
são feitas de vidro duro de silicato de boro. O refletor é alumínio vaporizado no vidro e
nas versões incandescentes é hermeticamente selado à cobertura das lentes. As vantagens
consistem em obter-se um contorno preciso do refletor para um controle preciso do facho,
um posicionamento preciso do filamento nos suportes, alta eficiência e excelente
manutenção de lúmen. Alumínio vaporizado no vidro é um excelente refletor, não
deteriora e o escurecimento normal do bulbo tem pouco efeito na emissão ao longo da
vida da lâmpada. Esse tipo de lâmpada é particularmente adequada naquelas aplicações
aonde se exige uma grande concentração de luz em baixa tensão, como nos faróis dos
carros. As lâmpadas tipo “facho selado” de tungstênio-halogenas seladas com epóxi
contem um pequeno bulbo de vidro de silicato de alumínio envolvendo o filamento. O
bulbo também contém uma atmosfera com gás raro de alta pressão com pequenas adições
de compostos de halogeno necessários para a operação do ciclo tungstênio-halogeno.

Lâmpadas de faróis de carro halogenas substituíveis. Mudanças nos estilos dos carros
têm levado à criação de cápsulas halogenas substituíveis. Essas lâmpadas estão de acordo
com as normas da Sociedade dos Engenheiros Automotivos (SAE) permitindo aos
projetistas o uso adicional de formatos diferentes para as lâmpadas dos faróis. Bases
especiais para os automóveis possuem a vantagem de que só a fonte de luz, e não todo o
conjunto pode ser substituído quando necessário.

As lâmpadas do tipo “facho selado” são feitas em versões retangulares e redondas para
permitir flexibilidade no projeto automotivo. Elas também são encontradas tanto com
filamento único como com duplo.

Aplicações foto-ópticas e fotográficas

As lâmpadas foto-ópticas. As lâmpadas projetadas especificamente para aplicações foto-


óticas requerem tipicamente tolerâncias mais apertadas no posicionamento do filamento e
frequentemente tem bases com pré- foco especial para assegurar o alinhamento adequado
na aplicação. Numa aplicação típica desse tipo, o principal objetivo é coletar e dirigir a
emissão da lâmpada através de uma abertura ou porta do filme. Em algumas aplicações,
tais como projeção de vídeo e iluminadores de fibra ótica, a colimação da luz também é
necessária. Em muitos casos filamentos de baixa tensão são usados para fornecer a
menor, mas também a mais brilhante fonte de luz possível, tendo por resultado a maior
eficiência ótica. A vida da lâmpada é às vezes sacrificada por maior eficiência e fonte
flexível. As aplicações típicas são filme, slide, projetores de vídeo e transparências,
visores de microfilmes e iluminadores de microscópios e de fibra ótica.

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Lâmpadas de tungstênio halogenas têm quase substituído as lâmpadas incandescentes
convencionais para a maioria das aplicações foto-ópticas.. Seus tamanhos reduzidos
permitem controles óticos mais eficientes.

Um dos desenvolvimentos principais foi a adoção de tipos de lâmpadas halogenas com


espelhos dicróicos externos integrados. Ao posicionar com cuidado o filamento da
lâmpada em refletores dicróicos parabólicos ou elipsoidais, consegue-se obter um bom
controle do facho. Isso previne o uso de condensadores e refletores externos caros e
volumosos. O espelho dicróico é construído para transmitir a maior parte da radiação
infravermelha e para refletir a luz através do plano do filme. Isso resulta numa
temperatura menor da porta do filme ou da abertura, levando à uma vida mais longa do
componente ótico e do filme.

Fotografia. As lâmpadas usadas especificamente para o serviço fotográfico são


adaptadas à resposta ou sensibilidade de diversas classes de emulsão de filme. Algumas
lâmpadas são especificadas em termos da temperatura da cor, que serve como uma
avaliação básica para os dados sobre a exposição do filme. A vida da lâmpada não é tão
importante. As lâmpadas de vários tamanhos são combinadas pela temperatura da cor, e a
vida nominal varia conforme a necessidade com a wattagem para obter a temperatura da
cor especificada. A avaliação da temperatura da cor de lâmpadas típicas de construção
convencional pode cair até 100 K durante sua vida. Há uma mudança insignificante na
temperatura da cor de lâmpadas de tungstênio-halogenas durante suas vidas.

“Fotoflood”(lâmpadas de foto de facho aberto). Essas são fontes de elevada eficiência


similares às outras lâmpadas de filamento incandescente para tirar fotos, com
temperaturas da cor variando entre 3200 a 3400 K. Devido a sua alta temperatura do
filamento, essas lâmpadas produzem geralmente aproximadamente duas vezes o fluxo
luminoso e três vezes a eficácia fotográfica de wattagens similares de lâmpadas de uso
geral. São empregados tamanhos relativamente pequenos de bulbos. A fotoflood no.1 de
250-W , por exemplo, é do mesmo tamanho da lâmpada de uso geral de 60-W. Estas
lâmpadas podem ser bem usadas em equipamentos refletores menos volumosos ou para
certos efeitos em luminárias comerciais comuns.

A família das “fotoflood” inclui as lâmpadas refletoras e projetores (PAR) com várias
aberturas de facho. Algumas possuem fontes de tungstênio-halogeno; outras têm filtros
da luz do dia integrais de 5000K.

LÂMPADAS FLUORESCENTES

A lâmpada fluorescente é uma fonte de descarga de gás em baixa pressão, na qual a luz é
produzida predominantemente pelos pós fluorescentes ativados pela energia UV gerada

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por uma descarga com mercúrio. A lâmpada, geralmente em formato de um bulbo longo
tubular com um elétrodo montado em cada extremidade, contem vapor de mercúrio de
baixa pressão com um pouco de gás inerte para acender. As paredes internas do bulbo são
revestidas com pós fluorescentes comumente chamados de fósforos. Quando a tensão
apropriada é aplicada, uma descarga é produzida pela corrente que flui entre os elétrodos
através do vapor de mercúrio. Essa descarga gera uma radiação visível, mas na maior
parte uma radiação UV que é invisível, sendo que as principais linhas são de
aproximadamente 254, 313, 365, 405, 436, 546, e 578 nm. A radiação UV estimula por
sua vez os fósforos para a emissão de luz. Os fósforos são geralmente selecionados e
misturados para responder mais eficientemente a radiação 254 nm, o comprimento de
onda primário gerado numa descarga de mercúrio de baixa pressão. Ver Figura 6-26.

Figura 6-26. Vista parcial de algumas lâmpadas fluorescentes: (a) Uma lâmpada
fluorescente típica de partida rápida e a produção de luz; (b) construção do eletrodo da
lâmpada; (c) detalhe do eletrodo; (d) uma lâmpada fluorescente compacta com rosca e
reator embutido; (e) lâmpada fluorescente compacta com 2 pinos com starter
incorporado.

Como na maioria das lâmpadas de descarga à gás, as lâmpadas fluorescentes devem ser
operadas em série com um dispositivo que limita a corrente. Este auxiliar, comumente
chamado de reator, limita a corrente para o valor que cada lâmpada foi projetada. Ele

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também fornece as tensões necessárias para acendimento e também pode fornecer o
controle de regulação da luz. (dimming).

CONSTRUÇÃO DA LÂMPADA

Bulbos. As lâmpadas fluorescentes lineares são geralmente feitas com bulbos tubulares
retos variando em diâmetro de 6mm (na T-2) a 54mm (na T-17) e em comprimento de
100 a 2440mm. O bulbo é historicamente designado por uma letra que indica forma,
seguido por um numero que indica o diâmetro em oitavos de uma polegada. Assim, T-8
indica um bulbo tubular 8/8 polegadas, ou uma polegada (26mm) de diâmetro. O
comprimento nominal da lâmpada inclui a espessura dos suportes da lâmpada padrão e é
a dimensão das faces externas dos suportes da lâmpada.

As lâmpadas fluorescentes apresentam outras formas além da de tubos retos. Tubos em


forma de U são formados ao dobrar os tubos na metade. Essas lâmpadas são geralmente
usadas em luminárias de 0.61m quadrados. As lâmpadas circulares são tubos dobrados
em circulo com as duas extremidades adjacentes uma à outra. Com o uso cada vez mais
crescente encontramos as lâmpadas fluorescentes compactas, de diâmetro menor, com
uma só extremidade, que consistem de tubos de múltiplas formas juntados para formar
um caminho de descarga continuo (Figura 6-26). Elas são projetadas para se aproximar
do tamanho das lâmpadas incandescentes.

As designações mais comuns para essas lâmpadas é mostrado na Figura 6-27. A lâmpada
T-8 de 32 W é usada como exemplo, mas as designações das outras lâmpadas segue o
mesmo principio.

Nomenclatura das Lâmpadas fluorescentes. As lâmpadas fluorescentes podem ser


designadas como ilustrado na Figura 6-27. Isso é apenas um exemplo, e os fabricantes
geralmente adotam variações. O especificador do projeto deve consultar o fabricante para
se assegurar de usar a nomenclatura certa.

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Figura 6-27. Nomenclatura das lâmpadas fluorescentes

Eletrodos. Dois eletrodos estão hermeticamente selados no bulbo, um em cada


extremidade. Esses eletrodos são projetados para operar tanto como catodos quentes
como com frios, mais corretamente chamados de luminescentes ou modos de operação
por descarga.

Eletrodos para uma operação luminescente (catodo frio) podem consistir de cilindros de
metal com extremidade fechada, geralmente com acabamento interior de um material
emissivo. Lâmpadas de catodo frio operam com poucas centenas de miliamperes, com
um alto valor de queda de catodo (a tensão necessária para criar uma corrente de íons e
elétrons) em excesso de 50 V.

O elétrodo da modalidade arco ou descarga (cátodo quente) geralmente é construído de


um único fio de tungstênio, ou de um fio de tungstênio em torno do qual outro fio de
tungstênio muito fino tem sido uniformemente bobinado. O fio de tungstênio maior é
bobinado, produzindo um elétrodo triplamente bobinado. Quando o fino fio é ausente, o
elétrodo é chamado de elétrodo duplamente bobinado. O fio de tungstênio duplamente ou
triplamente bobinado é revestido com uma mistura de óxidos de terras alcalinas para
aumentar a emissão dos elétrons. Durante a operação da lâmpada, a bobina o
revestimento alcançam temperaturas de aproximadamente 1100°C, ponto esse que faz
com que a combinação térmica bobina e revestimento emita altas quantidades de elétrons
numa baixa queda do catodo, que varia de 10 a 12 V. A corrente normal de operação das
lâmpadas tipo arco é de aproximadamente 1.5 A ou menos. Em conseqüência da menor
queda do catodo associado ao catodo quente, obtem-se uma operação mais eficiente da
lâmpada, e por tanto a maioria das lâmpadas fluorescentes são projetadas para tal
operação.

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Enchimento de gás. O funcionamento da lâmpada fluorescente depende do
desenvolvimento de uma descarga entre os dois elétrodos selados nas extremidades do
bulbo da lâmpada. Essa descarga é desenvolvida pela ionização do gás do mercúrio
contido no bulbo. O gás do mercúrio é tipicamente mantido em uma pressão de
aproximadamente 1.07 Pa (0.00016 lb/in.2), que é a pressão do vapor do mercúrio
líquido à 40°C, a temperatura ideal da parede do bulbo de operações para as quais a
maioria das lâmpadas são projetadas. Além do mercúrio, um gás raro ou a combinação de
gases a baixa pressão, de 100 a 400 Pascais ((0.015 to 0.058 lb/in.2), são adicionados à
lâmpada para facilitar a ignição da descarga. As lâmpadas padrão empregam o gás de
argônio; outras, uma combinação de néonio e argônio, ou de néonio, xenonio e argônio.

Fósforos. A cor da luz produzida por uma lâmpada fluorescente depende da mistura de
fósforos usados para revestir a parede do tubo. Há muitas lâmpadas fluorescentes brancas
e coloridas disponíveis, cada uma tendo sua própria distribuição de energia espectral
característica (Figura 6-28). Esses tipos têm uma combinação de espectro continuo e
linear.

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45
Figura 6-28 a e b. Tabelas da distribuição de energia espectral aproximada para
vários tipos de lâmpadas fluorescentes.

Figura 6-28c. Tabelas da distribuição de energia espectral aproximada para vários tipos
de lâmpadas HID.

Lâmpadas fluorescentes populares usam três bandas estreitas bastante eficientes, fósforos
ativados de terras- raras com picos de emissão em regiões do espectro visível de
comprimentos de onda curto, médio e longo. Essas lâmpadas com três fósforos podem ser
obtidas com altos índices de reprodução de cor, manutenção melhorada de lúmens e boa
eficiência, temperaturas de cor correlatas variando entre 2500 e 6000K função dos
halofosfatos.

Já que os fósforos de terra- rara são caros, as lâmpadas de três fósforos longas T-5, T-8,
T-10 e T-12 empregam um sistema duplo de revestimento que consiste de um halofosfato
barato aplicado com terras-raras. O fósforo ativado por terras-raras é semelhante à
descarga de mercúrio e, por tanto, a distribuição de energia espectral da lâmpada é mais
influenciada por esses fósforos. Os tipos comerciais mais comuns têm temperaturas de
cor correlatas de 3000, 3500 e 4100K.

Existem vários tipos de lâmpadas que irradiam em particular em certas regiões de


comprimento de onda para objetivos específicos, tais como crescimento de plantas, realce
de mercadorias, e terapia médica. Varias lâmpadas coloridas tais como azul, verde e
dourado são obtidas através da seleção e filtragem do fósforo por meio de seus
pigmentos.

Bases. Para um desempenho satisfatório, uma lâmpada fluorescente deve ser conectada a
um circuito elétrico com reator de tensão e corrente próprias do seu tipo. Diversos
projetos de bases de lâmpadas fluorescentes são usados. As bases suportam fisicamente
as lâmpadas na maioria dos casos e propiciam meios de conexão elétrica. (Figura 6-26).

Lâmpadas com tubos retos projetadas para uma operação com partida instantânea
geralmente possuem apenas uma conexão em cada extremidade. Portanto apenas uma
base com um pino é necessário.

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Lâmpadas pré-aquecidas e com partida rápida possuem quatro conexões elétricas, duas
em cada extremidade do tubo e, portanto, requerem bases com dois contatos. A lâmpada
circular exige apenas um conector com quatro pinos. Muitas bases de lâmpadas
fluorescentes compactas possuem projetos únicos para assegurar seu uso com o reator
correto.

As lâmpadas fluorescentes compactas com uma extremidade e starters integrados


possuem bases de plástico que contêm um interruptor luminiscente e um filtro capacitor
para redução de ruído. Essas bases possuem dois pinos de conexão. Algumas wattagens
de lâmpadas são disponíveis sem os starters montados nas bases e têm quatro pinos de
conexão. (Figura 6-29). Apenas as lâmpadas com quatro pinos podem ter redução de luz.
(dimmers). Para aplicações de troca de lâmpadas incandescentes, as lâmpadas
fluorescentes compactas com reator integrado têm bases compatíveis.

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Figura 6-29. Bases típicas para lâmpadas fluorescentes compactas e lineares.
Designações da ANSI são mostradas.

AS FAMILIAS DAS LÂMPADAS FLUORESCENTES COMUNS

Lâmpadas Fluorescentes T-12. Até o Ato de Política Energética Nacional de 1992


(EPACT), as lâmpadas fluorescentes mais comuns nos E.U.A. e Canadá eram as T-12,
40-W, 1,22m, de partida rápida com fósforo branco morno ou branco frio .EPACT baniu
a produção desse tipo de lâmpadas após 1995. EPACT também restringiu as T-12, 2,44m.
Quanto às lâmpadas de 4 pés , apenas aquelas com wattagem reduzida ou reprodução de
cor melhorada são produzidas atualmente para consumo nos E.U.A. Para muitas
instalações novas, as lâmpadas T-8, muito mais eficientes, são especificadas.

Legislação similar à EPACT existe no Canadá , aonde as normas de eficiência energética


para reatores de lâmpadas fluorescentes, lâmpadas fluorescentes e lâmpadas refletoras
incandescentes foram estabelecidas no Ato de Eficiência de Energética. Produtos
regulados não podem ser importados no Canadá ou negociados entre suas províncias, a
menos que preenchem os requisitos regulatórios.

Lâmpadas fluorescentes conservadoras de energia. Em resposta à crise energética dos


anos 1970, os fabricantes de lâmpadas introduziram as lâmpadas de halofosfato T-12,
preenchidas com uma mistura de gás de argônio-criptônio, e não somente com argônio.
As lâmpadas de 1,22m podem ser adequadamente operadas com um reator projetado para
lâmpadas de 40W e 1,22m , mas devido à mistura diferente de gás, elas consomem
aproximadamente 34W por lâmpada. Qualquer reator de conservador de energia que
opera lâmpadas padrões com emissão de luz total pode ser usado, contanto que o reator
seja adequado a ser usado com a lâmpada; essa informação é mencionada na etiqueta do
reator. Essas lâmpadas não podem ser usadas com nenhum reator que fornece wattagem
reduzida e consequentemente emissão de luz reduzida numa lâmpada padrão, nem com
nenhum reator que não mencionar a lâmpada na sua etiqueta. Um revestimento condutor
transparente é aplicado à essas lâmpadas, resultando numa tensão requerida de partida
menor e menor emissão de luz. Ao usar essas lâmpadas como substituição em espaços
muito iluminados, pode-se alcançar uma economia de 5 a 6 W por lâmpada.

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Se operadas em reatores padrão, ou com reatores magnéticos de eficientes
energeticamente, as lâmpadas fluorescentes conservadoras de energia radiam
aproximadamente 87% de luz gerada por uma lâmpada padrão (40W T-12) à 25°C. Esse
sistema lâmpada-reator é menos eficiente do que o sistema reator-lâmpada de gás de
argônio, pois gera menos lumens por watt. Isso se deve às maiores perdas do reator. Além
disso, essas lâmpadas não podem ser reguladas (dimmed) tão facilmente quanto as
lâmpadas T-12 padrão, e elas são mais sensíveis à temperatura, especialmente com
respeito à partida, e não devem ser ignitadas ou operadas à baixas temperaturas.

Lâmpadas Fluorescentes T-8. As lâmpadas fluorescentes T-8 são da família das


lâmpadas de tubo reto de 25,4mm, fabricadas em alguns dos comprimentos similares aos
das lâmpadas T-12. A versão da lâmpada de 4 pés é projetada para consumir
aproximadamente 32W. Ela também se encontra nas versões 0,16; 0,91; 1,52 e 2,44 m
de comprimento. O diâmetro menor a torna mais econômica para usar os fósforos de
terras- raras mais caros e mais eficientes. Embora as lâmpadas T-8 e T-12 sejam
fisicamente alternáveis, não podem operar com o mesmo reator. As lâmpadas T-8 são
projetadas para operar em sistemas de reatores de partida rápida na freqüência da rede
com aproximadamente 265 mA, ou em reatores eletrônicos de alta freqüência numa
corrente ligeiramente menor. Devido às maiores eficiências que podem ser atingidas com
os sistemas T-8, elas tem substituído as lâmpadas convencionais T-12 em muitas
aplicações.

Lâmpadas fluorescentes T-5. As lâmpadas fluorescentes T-5 são uma família de


lâmpadas de tubo reto de diâmetro menor que empregam tecnologia de três fósforos. Elas
estão disponíveis apenas em comprimentos métricos e mini bases com dois pinos, e
fornecem não só uma fonte de luz mais brilhante do que as lâmpadas T-8, mas como
também um controle ótico melhor. As lâmpadas fornecem uma emissão de luz ótima
numa temperatura ambiente de 35°C, ao invés da mais típica de 25°C, permitindo o
projeto de luminárias mais compactas. Também se encontram disponíveis versões de
emissão mais alta fornecendo aproximadamente duas vezes mais lumens no mesmo
comprimento do que as versões padrão. As lâmpadas T-5 são projetadas para operarem
apenas em reatores eletrônicos. Seu comprimento específico, suporte de lâmpada especial
e exigências do reator as tornam inadequadas para a maioria de aplicações de
substituição. Essas lâmpadas são usadas em luminárias mais rasas do que das lâmpadas
T-8, e que são de maior rendimento do que todas as luminárias para lâmpadas T-8.

Lâmpadas fluorescentes compactas. O fósforo ativado por terras-raras levou ao


desenvolvimento de uma variedade crescente de lâmpadas de uma só extremidade com
muitos tubos ou muitas curvaturas, conhecidas como lâmpadas fluorescentes compactas.
(CFL). As lâmpadas foram originalmente projetadas para serem usadas alternadamente
com as lâmpadas incandescentes convencionais 25 a 100 W, mas atualmente esse tipo de
lâmpada inclui tamanhos que substituem as lâmpadas fluorescentes convencionais em
luminárias de menor dimensão.

Os tubos T-4 e T-5 são tipicamente usados em lâmpadas fluorescentes compactas.


Existem varias técnicas de adicionar, dobrar e conectar os tubos para se obter o tamanho

49
físico e a emissão de luz desejada. A porção do tubo da lâmpada é à vezes cercada de
uma jaqueta translúcida externa esférica ou cilíndrica feita de vidro ou plástico. Algumas
lâmpadas contem starters, enquanto outras contem os dois, o starter e o reator, que pode
ser em forma de um simples reator magnético ou um reator eletrônico.

As wattagens das lâmpadas compactas atuais variam de 5 a 55 W, e a emissão de lúmen


varia de 250 a 4800 lm. O comprimento total da lâmpada varia de 100 a 570 mm,
dependendo da wattagem da lâmpada e da sua construção. Alguns projetos com reatores
integrados são equipados com bases de rosca tipo Edison para uso em soquetes de
lâmpadas incandescentes (Figura6-26 d), enquanto outros projetos usam bases especiais
tipo pino para uso com soquetes de acoplamento projetadas para uma wattagem especial
(Figura 6-26 e). Devido à alta densidade de energia nessas lâmpadas, os fósforos de alto
desempenho são usados extensivamente a fim de realçar o brilho, a manutenção dos
lúmens e a capacidade de reprodução da cor. Os amálgamas podem ser adicionados à
algumas versões para reforçar o desempenho sob uma variedade de temperaturas.

LÂMPADAS FLUORESCENTES ESPECIAIS: SUBMINIATURA, REFLETOR,


CATODO FRIO E SEM ELETRODO. Além das lâmpadas descritas acima, quatro
famílias de lâmpadas fluorescentes são projetadas e construídas para aplicações
especificas: subminiatura, refletoras, de catodo fluorescente frio, e lâmpadas
fluorescentes sem eletrodos.

As lâmpadas fluorescentes subminiatura são extremamente pequenas. Elas foram


primeiramente usadas na iluminação de fundo de displays de cristal liquido. Elas são de
dois tipos: catodo frio e catodo quente. Todas as lâmpadas têm bulbos de 7 mm de
diâmetro.

As series de catodo frio variam de 1 a 3 W, tendo uma emissão de luz de 15 a 130 lm,
respectivamente. Comprimentos destas lâmpadas padrão variam de 10 a 50 mm. Essas
fontes de luz de baixa potência têm uma baixa temperatura da parede do bulbo, o que é
importante quando displays com iluminação de fundo possuem um espaço limitado e os
componentes devem ser mantidos frios. As lâmpadas têm uma vida de 20.000 h.

A família das lâmpadas fluorescentes de catodo quente subminiatura varia de 4 a 13 W,


com pacotes de emissão de lúmens variando de 95 a 860 lm, respectivamente. A emissão
de lúmens é similar àquela das lâmpadas fluorescentes pré-aquecidas T-5 com
comprimento comparável. As lâmpadas com catodo quente têm uma vida de 10.000h. A
sua alta emissão de luz as leva a uma grande variação de aplicações, tais como
iluminação de expositores, iluminação de sanefas, iluminação de mobílias e outras
aplicações que requerem fontes de luz lineares de pequeno diâmetro.

As combinações de três fósforos tanto nos produtos de catodo frio como nos produtos de
catodo quente propiciam uma melhor eficiência em wattagens mais altas e boa
reprodução de cor. (CRI de quase 80).

50
Lâmpadas fluorescentes refletoras são projetadas para aquelas aplicações que requerem
padrões de distribuição da emissão de luz direcional. Elas possuem uma camada refletora
de pó branco entre o fósforo e o bulbo que cobre uma grande porção da parede que
envolve o bulbo. A maior porção da luz é emitida através da área coberta com apenas o
fósforo fluorescente. Um diagrama polar e uma distribuição de intensidade relativa para
uma lâmpada refletora com abertura a 235°C são mostrados na Figura 6-30. Lâmpadas
refletoras com outras aberturas angulares são disponíveis no mercado. Como
conseqüência da camada refletora, a absorção da luz criada é maior do que das lâmpadas
padrão, produzindo uma emissão de luz total reduzida.

Figura 6-30. Diagramas polares e curvas de distribuição de intensidade relativa para uma
lâmpada refletora com abertura a 235 graus.

As lâmpadas de catodo frio são freqüentemente usadas na iluminação decorativa,


sinalizações, e outras aplicações na área da arquitetura. Devido às suas elevadas perdas
de energia associadas à operação do eletrodo, elas não são tão eficientes quanto às
lâmpadas mais difundidas de catodo quente para comprimentos de 2,44m. As lâmpadas
podem ser feitas sob encomenda em formatos e tamanhos especiais. Elas são
freqüentemente fabricadas com tubos de pequeno diâmetro para poderem ser dobradas
em vários formatos e tamanhos. As lâmpadas de catodo frio com fósforo colorido podem
substituir os tubos de neon em muitas aplicações aonde fontes expostas são aceitas.
Outras vantagens das lâmpadas de catodo frio incluem partida imediata, mesmo em
condições frias, e uma vida longa que não é afetada pelo numero de partidas.

Lâmpadas de neon são lâmpadas de catodo frio que não possuem um revestimento de
fósforo. A cor das lâmpadas de neon não fluorescentes é determinada primariamente pelo
enchimento de gás. O neon emite o vermelho, enquanto o argônio misturado ao vapor de
mercúrio emite o azul. Combinado com o vidro colorido, esses e outros gases criam cores
adicionais.

Existem outras lâmpadas especiais para temperaturas extremas do ambiente. Uma


família, projetada para temperaturas baixas, incorpora um envelope para conservar o
calor. Outra, para temperaturas altas, incorpora uma amalgama de mercúrio. Em ambos
os casos, essas lâmpadas são projetadas para otimizar as pressões do vapor de mercúrio
para temperaturas não usuais.

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Lâmpadas sem eletrodos. As lâmpadas sem eletrodos começaram a aparecer no
mercado de iluminação em geral devido aos avanços na industria eletrônica e mudanças
nos padrões de interferência eletromagnética (EMI) nos últimos 30 anos.

As lâmpadas sem eletrodos usam um campo eletromagnético (EM) em lugar de uma


corrente elétrica que passa entre os eletrodos, para estimular o gás do bulbo. As lâmpadas
sem eletrodos podem ser categorizadas de acordo com o método pelo qual elas produzem
os campos eletromagnéticos: de descarga indutiva ou descarga por microondas.

Lâmpadas de descarga indutiva (Figura 6-31), também conhecidas como lâmpadas de


indução, operam usando o principio da indução. Elas também são chamadas de lâmpadas
fluorescentes sem eletrodos porque seus campos eletromagnéticos produzem luz ao
estimular os mesmos fósforos encontrados nas lâmpadas fluorescentes convencionais.
Elas operam da seguinte forma:

Figura 6-31. Diagrama de uma lâmpada de indução.

1. Um sinal de radio freqüência na rede de suprimento de energia envia uma corrente para
uma bobina de indução (um fio enrolado em volta de um núcleo de plástico ou metal).

2. A corrente que passa através da bobina de indução gera um campo eletromagnético.

3.O campo eletromagnético estimula o mercúrio do enchimento de gás , que provoca a


emissão de energia ultravioleta .

4. A energia ultravioleta radiada estimula o revestimento interno de fósforo do bulbo de


vidro, produzindo luz.

As lâmpadas de descarga de microonda (Figura 6-32) geram microondas, que estimulam


o plasma. Elas operam da seguinte forma:

52
Figura 6-32. Operação da lâmpada de descarga de microonda

1-Um magnetron gera um campo de microondas.

2- As microondas viajam através de um guia de ondas numa cavidade.

3-Na cavidade, um vidro oco ou bola de quartzo gira em alta velocidade para estabilizar
o enchimento da bola ( necessário para uma distribuição uniforme de luz).

4- Esse enchimento forma um plasma que emite luz.

As eficiências das lâmpadas sem eletrodo são parecidas àquelas das lâmpadas CFL e HID
de similar emissão de luz. As lâmpadas sem eletrodos usam fósforos terra-rara, atribuindo
lhes propriedades de cor similares à das lâmpadas fluorescentes de alto desempenho.

As lâmpadas sem eletrodos são dispositivos eletrônicos, e como todos os dispositivos


eletrônicos geram ondas eletromagnéticas. Interferência eletromagnética ocorre quando
sinais eletromagnéticos indesejáveis, que podem viajar através da fiação ou radiar através
do ar, interferem com sinais desejáveis de outros dispositivos. Nos Estados Unidos, a
Comissão Federal de Comunicações (FCC) regula emissões eletromagnéticas nas
freqüências de comunicação de 450 kHz até 960 MHz. O Canadá também regula as
emissões eletromagnéticas dessas freqüências através da Indústria do Canadá. Os
fabricantes devem obedecer aos regulamentos da FCC para vender produtos nos Estados
Unidos. No entanto, seguir os regulamentos não assegura que a interferência
eletromagnética não ocorrerá em freqüências não reguladas. A comissão Especial
Internacional de Radio Interferência desenvolve normas para interferências
eletromagnéticas de dispositivos de iluminação, que são aceitos pela Comunidade
Européia.

Dentro das lâmpadas de indução disponíveis, uma opera a 13,56 MHz e preenche os
requisitos da FCC sem blindagem. É aprovada para o uso comercial e residencial. Outras
operam a 2,65 MHz, que preenchem as exigências das normas da Comunidade Européia
para uso comercial, mas não para uso residencial, a menos que a luminária ofereça a
blindagem adequada. A Figura 6-33 propicia algumas características de desempenho de
lâmpadas típicas sem eletrodos comparadas com outras lâmpadas.

53
Figura 6-33. Características do desempenho das lâmpadas típicas sem eletrodos

A lâmpada microonda opera a 2,45 GHz por razões econômicas e regulatórias. Essa
freqüência é aprovada para equipamentos eletrônicos; por exemplo, fornos de microondas
operam a 2,45 GHz. Devido à popularidade dos fornos de microondas, as partes
magnetron são produzidas em grandes quantidades e são relativamente baratas.

PARÂMETROS DE DESEMPENHO

Eficiência luminosa: Emissão de luz. Três conversões principais de energia ocorrem


numa lâmpada fluorescente. Inicialmente, a energia elétrica é convertida em energia
cinética, ao acelerar as partículas carregadas. Essas, por sua vez, rendem sua energia
durante a colisão de partículas em radiação eletromagnética, particularmente ultravioleta.
A energia ultravioleta é convertida, por sua vez, em energia visível pelo fósforo da
lâmpada. Durante cada conversão alguma energia é perdida, de tal forma que somente
uma pequena porcentagem do que é aplicado é convertida em radiação visível. A Figura
6-34 mostra a distribuição aproximada de energia numa lâmpada fluorescente típica fria
branca.

54
Figura 6-34. Distribuição de energia numa lâmpada fluorescente branca fria.

O projeto geométrico e as condições de operação de uma lâmpada influenciam sua


eficiência. As Figuras 6-35 e 6-36 mostram os efeitos do projeto do bulbo na operação
da lâmpada. A Figura 6-35 mostra que numa corrente constante, à medida que o diâmetro
da lâmpada aumenta, a eficiência aumenta, alcançando um máximo, e então diminui.
Duas são as razões desse fenômeno. Em lâmpadas de diâmetro menor uma quantidade de
energia excessiva é perdida pela recombinação dos elétrons com os íons na parede do
bulbo e a medida que o diâmetro do bulbo é aumentado, essa perda diminui, mas as
perdas devido ao aprisionamento da radiação tornam-se correspondentemente maiores.

Figura 6-35. Eficiência de lâmpadas fluorescentes típicas como função do diâmetro do


bulbo, mantendo a corrente do arco com a pressão do gás constante.

Como é mostrado na Figura 6-36, o comprimento de uma lâmpada também influi na sua
eficiência; quanto maior o comprimento, maior a eficiência. Isso se baseia em duas

55
perdas energéticas separadas dentro da lâmpada: a energia absorvida pelos eletrodos, que
não geram nenhuma luz apreciável, e as perdas de energia diretamente associadas com a
geração de luz. As perdas dos eletrodos são constantes, enquanto que a perda associada
com a geração de luz depende do comprimento da lâmpada. À medida que o
comprimento da lâmpada cresce, a perda dos eletrodos diminui em relação às perdas
totais.

Figura 6-36. Eficiência de uma lâmpada fluorescente com halo fosfato típica como
função do comprimento da lâmpada.

A tensão da lâmpada, tal como sua eficiência, é uma função do seu comprimento, como é
mostrado na Figura 6-37. A tensão do eletrodo cai para os catodos quentes e frios das
lâmpadas T-8, que são indicadas pela intersecção das curvas com os comprimentos dos
correspondentes arcos zero.

56
Figura 6-37. Tensão de operação de lâmpadas fluorescentes típicas de catodo quente e
frio de 26 mm (T-8) em função do comprimento do arco.

A vida da lâmpada. A vida de lâmpadas de catodo quente é determinada pela razão da


perda do revestimento emissor nos eletrodos (Figura 6-26 b e c). Parte do revestimento é
corroído pelos filamentos cada vez que se dá partida na lâmpada. Revestimento emissor
também é perdido pela evaporação durante a operação normal da lâmpada. O fim da vida
de uma lâmpada é atingido quando, ou o revestimento é completamente removido de um
ou ambos eletrodos, ou quando o revestimento que ficou se torna não emissor.

Como parte do revestimento emissor é perdida em cada partida da lâmpada, a freqüência


de acendimento de lâmpadas de catodo quente influi na vida de uma lâmpada. A vida
média de uma lâmpada fluorescente geralmente se baseia em três horas de operação por
partida (3h/partida). O efeito estimado dos ciclos de operação na vida de uma lâmpada
normalizada à 100% e 3h/partida é mostrado na Figura 6-38. As lâmpadas de catodo frio
não são significativamente afetadas pela freqüência de partida por causa do tipo de
eletrodo que elas usam.

57
Figura 6-38. O efeito de ciclos de operação na vida média dos tipos mais populares de
lâmpadas fluorescentes de partida rápida. Todas as lâmpadas fluorescentes seguem
funções similares dependendo da lâmpada especifica e do reator usados.

Alguns reatores eletrônicos foram projetados para partidas instantâneas de lâmpadas T-8
e T-12. Há uma redução típica de 25% na vida da lâmpada considerando-se 3h/partida.
Muitas outras condições afetam a vida de uma lâmpada. As características dos reatores e
os projetos dos starters são fatores importantes para circuitos pré-aquecidos. Reatores que
não propiciam exigências específicas de partida e nem operam lâmpadas a níveis
adequados de tensão podem afetar bastante a vida de uma lâmpada. Para circuitos pré-
aquecidos, os starters devem ser projetados para preencherem certos requisitos.

A corrente que aquece o eletrodo nas lâmpadas de partida rápida é crucial e é afetada não
somente pelos reatores, mas também pelo mau contato entre a lâmpada e o suporte da
lâmpada ou pela fiação imprópria do circuito. A posição incorreta de uma lâmpada no seu
suporte pode impedir o aquecimento do eletrodo. As lâmpadas que operam nessa
modalidade geralmente falham entre 50 a 500h. Outro fator que interfere na vida de uma
lâmpada é a tensão da rede. Se a tensão da rede for demasiadamente elevada, pode causar
partidas instantâneas das lâmpadas em circuitos pré-aquecidos e de partida rápida. Se for
baixa, pode resultar em partida lenta de lâmpadas de partida rápida ou partida
instantânea, ou o reciclo dos starters em circuitos pré-aquecidos. Todas essas
circunstâncias afetam adversamente a vida da lâmpada. Uma curva típica da mortalidade
para um grande grupo de lâmpadas fluorescentes é dada na Figura 6-39. Essa curva tem
sido validada, para interruptores de acendimento rápido.

58
Figura 6-39. Curva de mortalidade típica para um grupo estatisticamente grande de
lâmpadas fluorescentes ( em 3horas de operação por partida).

Podem-se encontrar reatores para lâmpadas de partida rápida com ignição em baixas
temperaturas. Lâmpadas que operam em altas temperaturas com esses reatores vão dar
partida antes que os eletrodos se aqueçam adequadamente e assim diminuindo a vida da
lâmpada. Existem relês que retardam o tempo, para assegurar o aquecimento adequado do
eletrodo antes da aplicação da voltagem de ignição à lâmpada.

A relação Rh/Rc é correlacionada com a vida da lâmpada fluorescente para reatores


eletrônicos de partida rápida. . Rc é a resistência à frio do eletrodo de uma lâmpada numa
temperatura ambiente de 25°C. Rh é a resistência à quente de um eletrodo de uma
lâmpada no final do período de pré-aquecimento, mas antes da luminescência para o arco
de transição. A temperatura média do eletrodo antes da luminescência para o arco de
transição (Th) pode ser calculada pela equação

onde Tc é de 25°C. Essa equação baseia-se na relação temperatura-resistência para os


fios de tungstênio. Os fabricantes de lâmpadas recomendam que aproximadamente 700°C
são necessários para assegurar a emissão de elétrons durante a partida da lâmpada. Essa
temperatura do eletrodo correlaciona-se com a razão Rh/Rc de aproximadamente 4,25.
Para valores menores que 4,25 a emissão de elétrons aumenta e a vida da lâmpada
diminui.

Em resumo, a razão Rh/Rc parece se correlacionar com a vida da lâmpada baseada na


partida da lâmpada. Uma razão Rh/Rc baixa indica que os eletrodos da lâmpada não foram
aquecidos suficientemente durante a partida da lâmpada, resultando numa diminuição na
vida da lâmpada. Os dados mostrados aqui dão suporte às recomendações anteriores, de
que para reatores eletrônicos de partida rápida, a razão Rh/Rc deveria ser igual ou superior
à 4,25, representando uma temperatura média do eletrodo de 700°C.

59
Depreciação do Lumen. A emissão de luz de lâmpadas fluorescentes diminui com o
tempo de uso por causa da degradação fotoquímica do revestimento de fósforo e tubo de
vidro, e acumulo de depósitos de absorção da luz dentro das lâmpadas. A razão da
degradação do fósforo aumenta com a energia do arco e diminui com aumento da
densidade de revestimento. As curvas de depreciação do lúmen da lâmpada (LLD) para
diferentes lâmpadas fluorescentes são mostradas na Figura 6-40. Usam-se às vezes
revestimentos protetores para reduzir a degradação do fósforo. O uso de três fósforos é
mais estável e permite níveis de carga mais altos, como, por exemplo, nas lâmpadas T-5,
T-8, compactas e subminiaturas.

Figura 6-40. Depreciação em lumens de lâmpada fluorescente (baseada no uso de um


reator adequado a 3h/partida)

O deposito do material do revestimento do eletrodo evaporado durante a operação da


lâmpada causa um escurecimento da extremidade. Isso reduz a radiação ultravioleta nos
fósforos, e assim reduz a emissão de luz perto das extremidades.

Distribuição de energia espectral e cromaticidade. A cromaticidade e distribuição de


energia espectral para diversas lâmpadas fluorescente são mostradas na Figura 6-28.

Efeito da Temperatura no funcionamento de uma lâmpada. O desempenho luminoso,


a emissão da luz, e a cor de uma lâmpada fluorescente dependem da pressão do vapor de
mercúrio dentro de uma lâmpada, que por sua vez depende da temperatura (Figura 6-41).

60
Figura 6-41.Características de temperatura da lâmpada fluorescente típica. A forma exata
das curvas vai depender do tipo da lâmpada e reator; no entanto, todas as lâmpadas
fluorescentes têm as mesmas formas gerais de curvas, já que isso depende da pressão do
vapor de mercúrio.

Uma lâmpada fluorescente contém uma maior quantidade de mercúrio liquido do que
aquele que é vaporizado de cada vez. O excesso de mercúrio líquido condensa no ponto
ou pontos mais frios na lâmpada. A pressão do mercúrio dentro da lâmpada depende da
temperatura do ponto ou pontos mais frios. A construção da lâmpada, o projeto, a
wattagem, bem como o desenho da luminária, a temperatura ambiente e as condições de
vento ou corrente de ar, afetam o ponto frio.

As lâmpadas que usam amálgamas de mercúrio estão disponíveis para estender as


temperaturas ambientais para valores mais altos. Um amálgama é uma liga de mercúrio e
outros metais. O amalgama estabiliza e controla a pressão do mercúrio. Colocado dentro
de uma lâmpada fluorescente, ele determina a pressão do vapor de mercúrio na descarga
ao absorver ou liberar mercúrio. Amalgamas geralmente são usados com lâmpadas
fluorescentes compactas aonde a parede do bulbo se tornam tão quente que as técnicas de
controle de temperatura são menos eficientes.

Um amálgama mantém a pressão de mercúrio na descarga próxima do seu valor ótimo à


medida que a temperatura da lâmpada muda. Como resultado, uma lâmpada de amálgama
pode produzir mais do que 90% de sua emissão de luz máxima numa determinada faixa
de variação de temperatura. Essas lâmpadas também tendem manter relativamente
constante a emissão de luz em lâmpadas em diferentes posições de operação, quando
comparadas com as lâmpadas sem amalgama. No entanto as lâmpadas com amálgama
podem demorar mais para alcançar sua emissão de luz total quando ligadas.

61
A temperatura interna de uma luminária pode ter um efeito adverso na vida de alguns
tipos de lâmpadas fluorescentes. Temperaturas ambientais altas não apenas diminuem a
emissão de lúmen de uma lâmpada, como também podem mudar as características
elétricas da lâmpada, trazer essas características para fora da variação do projeto do
reator, e conseqüentemente permitem que a corrente flua. A operação a longo prazo em
correntes mais altas encurta a vida da lâmpada.

Enquanto a temperatura do ponto frio muda, tanto a emissão da luz como a energia ativa
mudam. Tanto a energia ativa como a emissão da luz têm as melhores temperaturas . A
eficiência da lâmpada, definida como a emissão da luz dividida pela energia ativa, é
geralmente maximizada a aproximadamente 40°C (Figura 6-41). Como as temperaturas
dentro das luminárias estão geralmente acima das temperaturas ideais para as lâmpadas, e
como a perda de luz além da temperatura ideal é quase linear, uma regra simples pode ser
usada para estimar a perda de luz como função de altas temperaturas ambientais. Haverá
uma perda de 1% na emissão de luz para cada aumento de 1,1°C na temperatura
ambiental acima de 38°C.

As lâmpadas fluorescentes compactas são freqüentemente mais sensíveis à temperatura


ambiental do que as lâmpadas de tubo reto padrão. Em alguns casos a temperatura maior
dentro da luminária resulta na emissão mais baixa do que a emissão esperada. Além
disso, o desempenho de muitos tipos de lâmpadas fluorescentes compactas depende da
sua posição de operação. A Figura 6-42 mostra a influência da posição de operação das
lâmpadas compactas típicas. Algumas lâmpadas fluorescentes compactas empregam a
tecnologia do amalgama para reduzir a sensibilidade da lâmpada quanto à sua posição de
funcionamento e perda de lúmen devido a temperaturas altas e baixas. (Figura 6-43).

Figura 6-42. As características da emissão da luz para uma lâmpada fluorescente


compacta sem amalgama mostram que a zona fria projetada na geometria da lâmpada

62
para ajudar diminuir a temperatura mínima da parede do bulbo é mais eficiente quando a
lâmpada funciona com a base para cima.

Figura 6-43. Comparação da emissão relativa de luz e Temperatura ambiental para


dois projetos de lâmpadas fluorescentes compactas: uma com amalgama (curva (a)) e
uma sem amalgama (curva (b)) numa posição de base para cima.

A maioria das lâmpadas T-8 e T12, que são basicamente para uso em ambientes internos,
foram projetadas para que sua emissão de luz e eficiência luminosa alcancem os valores
mais altos numa temperatura da parede do bulbo mínima de 38°C. Nas luminárias bem
projetadas, essa temperatura é alcançada quando as lâmpadas operam na potência
nominal e abaixo da temperatura usual do ambiente interno.

Curvas para uma lâmpada fluorescente de alta emissão de 800 mA são mostradas na
Figura 6-44 (esquerda). Como essas curvas indicam, a emissão de luz cai para valores
muito baixos em temperaturas abaixo de zero. As lâmpadas projetadas para operação em
ambientes internos apresentam um desempenho de temperatura muito baixa, a menos que
elas estejam protegidas por envelopes apropriados. A Figura 6-44(direita) mostra a
relação entre temperatura ambiente e emissão de luz para um projetor para uso externo
que usa lâmpadas de emissão de luz de 800 mA. Enquanto que variações consideráveis
ocorrem com a mudança da temperatura, uma iluminação satisfatória é obtida para a
maioria das temperaturas de inverno.

63
Figura 6-44. Emissão da luz versus a temperatura ambiente. (esquerda): Lâmpada
fluorescente F96T12/HO. A emissão da luz cai para valores baixos nas temperaturas
abaixo de zero. A perda na luz em altas temperaturas ambientais é bem menor. (Direita):
Duas lâmpadas de F72T12/HO montadas num projetor típico. O desempenho das
lâmpadas projetadas para ambientes internos é bastante melhorado quando operado com
um envelope adequado.

Cada combinação luminária-lâmpada tem sua característica de emissão de luz em função


da temperatura ambiente. Em geral, a forma da curva é quase a mesma para todas as
luminárias, mas a temperatura alcançada por cada uma pode ser diferente.

Efeitos da temperatura na cor. A cor da luz de uma lâmpada fluorescente depende do


revestimento de fósforo e também da descarga do arco de mercúrio. Cada um desses
componentes reage diferentemente às mudanças de temperatura. A Figura 6-45 mostra
uma característica típica de mudança de uma lâmpada fluorescente de halo fosfato.

64
Figura 6-45.O diagrama da cromaticidade do CIE contem dados para quarto tipos
diferentes de lâmpadas fluorescentes de halo fosfato. Ele mostra que a cor que cada
lâmpada produz muda para azul/verde com o aumento da temperatura. O ponto mais
baixo em cada curva está em -20°C. Seguindo cada curva para cima e para esquerda à
medida que dobra, o ponto mais longe está à 120°C. Pontos intermediários estão distantes
de 20°C .As coordenadas da cromaticidade de qualquer ponto são obtidas da linha
central de x e y.

Mudança da cor pode se tornar uma preocupação, quando existem diferenças substanciais
nas temperaturas internas entre luminárias adjacentes. Isso pode ocorrer da proximidade
de certas luminárias dos difusores de ar ou janelas abertas; diferenças nas condições das
cavidades do teto ou do material do teto com a superfície e equipamento encaixado;
diferenças na hermeticidade dos envelopes com os equipamentos incluídos; diferenças
nas cargas das lâmpadas ou do numero de lâmpadas em luminárias idênticas; e no uso de
certas luminárias como difusoras de ar no sistema de ar condicionado.

Operação de alta freqüência das lâmpadas fluorescentes. Reatores eletrônicos de alta


freqüência geralmente fornecem energia para as lâmpadas fluorescentes na variação de
50 a 60 Hz de fornecimento de energia. A vantagem básica desses reatores eletrônicos de
alta freqüência para os sistemas de lâmpadas fluorescentes é a maior eficiência em
relação aos sistemas de reatores magnéticos de 60 Hz.

Como mostrado na Figura 6-46, a eficiência aumenta rapidamente com operação de alta
freqüência até 20kHz; sendo que na variação de 20 até 100kHz a eficiência é constante.
O melhor desempenho da lâmpada fluorescente em altas freqüências têm sido atribuída à
dois fatores. Primeiro, uma redução nas perdas nas extremidades devido à eliminação da
oscilação no ânodo na metade do ciclo de operação. Segundo, um aumento na eficiência
da coluna positiva da lâmpada (porção principal do arco) é obtido por operar em
wattagem mais baixa. Para conservar energia, as lâmpadas fluorescentes são geralmente
operadas em wattagens mais baixas do que as wattagens especificadas, com reatores
eletrônicos de alta freqüência, mantendo a emissão de lúmen especificada para a
lâmpada.

65
Figura 6-46. O ganho de eficiência de uma lâmpada numa emissão constante de lúmen
contra a freqüência de operação de uma lâmpada T-12 de partida rápida de 40 Watts.

Para evitar o ruído audível, a maioria dos reatores eletrônicos opera a lâmpada acima de
20 a 30 kHz. Outra consideração a ser levada em conta com lâmpadas fluorescentes que
operam em alta freqüência é o ruído que é radiado e conduzido pela radio freqüência. O
reator eletrônico deve possuir um filtro no circuito para deter a radio freqüência
conduzida, seguindo as normas governamentais. Além disso, a forma da onda da corrente
da lâmpada deve ser escolhida para limitar a intensidade da radio freqüência.

Radio interferência. O arco de mercúrio numa lâmpada fluorescente emite radiação


eletromagnética. Essa radiação pode ser recebida por rádios próximos, causando ruído
audível. O ruído do radio pode alcançar o receptor ou através da radiação para a antena,
ou por condução pelas linhas de energia. Por causa das freqüências geradas pelas
lâmpadas fluorescentes, a interferência radiada se limita à faixa de transmissão AM e
bandas de comunicação de algum amador que estiver perto. A interferência radiada pode
ser eliminada ao mover a antena longe da lâmpada. A distância de 3m é geralmente o
suficiente. Quando isso não é possível, algum meio de proteção, tal como o vidro
condutor de eletricidade ou certos materiais como colméias, podem eliminar o ruído
abaixo do nível de interferência. A FM, a televisão e freqüências mais altas raramente
são afetadas pela interferência radiada, mas podem ser afetadas pela interferência
conduzida. A interferência conduzida pode ser eliminada por um filtro elétrico em linha
na luminária. A Figura 6-47 mostra um projeto típico. Luminárias com esses tipos de
filtro e material adequado de proteção têm sido qualificadas para usos militares em áreas
sensíveis. A maioria dos reatores de partida instantânea e starters para circuitos pré-
aquecidos têm capacitores para reduzir a radio interferência.

Figure 6-47. Filtro típico de radio interferência

Interferência infravermelha com lâmpadas fluorescentes compactas. O uso da


radiação infravermelha para transmitir dados e sinais de controle tem aumentado em
popularidade nos equipamentos tais como televisão, gravadores, computadores e
dispositivos médicos. Tais equipamentos geralmente usam receptores de radiação
infravermelha, que na America do Norte, operam em freqüências de 33 a 40 kHz, e
algumas em 56 kHz. Com o aumento do uso das lâmpadas fluorescentes compactas
operadas em reatores eletrônicos, foram relatados mais problemas de interferência. Se a
freqüência de operação do reator da fluorescente compacta ou de sua segunda harmônica,
que é a freqüência da fonte de alimentação, estiver dentro da faixa de freqüência do

66
receptor de infravermelho do equipamento, a interferência pode ocorrer. Para reduzir ou
eliminar essa interferência, deve-se mudar a lâmpada para uma nova posição ou usar
outras combinações de lâmpada e reator, aonde a combinação de freqüência não ocorre.
Os projetos atuais dos reatores eletrônicos levam em consideração essa possibilidade de
interferência ao usar freqüências de operação que minimizam essa interação. Além disso,
receptores de infravermelho contêm agora códigos que são menos sensíveis a radiação
infravermelha dispersa.

Tremeluzir. A emissão de luz de uma lâmpada fluorescente varia com a entrada de


potência instantânea. Ao operar com um reator magnético com uma entrada de 60-Hz de
energia, a variação resultante de 120-Hz acoplada à persistência do fósforo faz a emissão
de luz flutuar demasiadamente rápido para a maioria das pessoas enxergarem. Isso
presume, no entanto, que a entrada de energia esteja livre do ruído elétrico. A presença do
ruído elétrico de outro equipamento pode resultar em freqüências que se manifestam
como luz tremeluzente visível. Em condições de operação sem ruído, o índice de
tremeluzir típico de lâmpadas fluorescentes que operam com reatores eletromagnéticos
varia de 0,01 à aproximadamente 0,1, e é bem menor quando operado com reatores
eletrônicos de alta freqüência.

Operação da lâmpada e equipamento auxiliar

Geral. Tal como a maioria das lâmpadas de descarga, as lâmpadas fluorescentes tem uma
característica volt-ampere negativa, e portanto requerem o uso de equipamento auxiliar
para limitar a corrente. Esse equipamento, chamado reator, pode também prover a tensão
adequada à ignição da descarga. Essa tensão pode estar entre 1,5 a 4 vezes a tensão
normal de operação da lâmpada. As taxas da vida e da emissão de luz de lâmpadas
fluorescentes se baseiam no seu uso com reatores proporcionando características
operacionais adequadas, que têm sido estabelecidas pelas normas da ANSI para
características dimensionais e elétricas de lâmpadas fluorescentes (Series C780). Reatores
que não fornecem valores elétricos adequados podem reduzir a vida da lâmpada ou a
emissão de luz, ou ambos. Esse equipamento auxiliar requer energia elétrica e por tanto
reduz a eficiência do sistema abaixo daquele que é baseado nos requisitos de energia da
lâmpada.

Partida da lâmpada. A partida da lâmpada ocorre em dois estágios. Primeiro, os


eletrodos devem ser aquecidos para suas temperaturas de emissão. Segundo, deve existir
uma tensão suficiente ao longo da lâmpada para ionizar o gás da lâmpada e desenvolver o
arco. Em alguns sistemas de partida, a tensão é aplicada entre um dos eletrodos e a terra
para ajudar a ionização.

À medida que a temperatura ambiente é reduzida, torna-se mais difícil dar partida em
lâmpadas fluorescentes. Tensões mais altas são necessárias para dar partida mais segura à

67
lâmpada em temperatura baixa. Para operações eficientes de lâmpada e reator, existem
geralmente reatores específicos para cada tipo de variação de temperatura: acima de 10°C
para aplicações em ambientes internos, acima de 18°C para aplicações em temperaturas
externas e acima de -29°C para aplicações em temperaturas externas.

Foram desenvolvidos três diferentes meios de dar partida com reatores magnéticos. A
partida com pré-aquecimento requer um interruptor de partida manual ou automático.
Partida instantânea requer uma alta tensão de reator de circuito aberto. Partida rápida, a
partida mais comum, esquenta continuamente os eletrodos, removendo altas tensões e
interruptores de partida. Vários circuitos magnéticos são mostrados na Figura-6-48. Em
geral, para operações em reatores magnéticos, há diferenças entre os projetos das
lâmpadas para os diversos métodos de partida; por tanto, é importante combinar a
lâmpada ao circuito de partida. A descrição da lâmpada geralmente identifica o circuito
próprio, isto é, de partida pré-aquecida, rápida ou instantânea.

Figura 6-48.Circuitos de lâmpadas fluorescentes típicas

Para reatores eletrônicos, novas técnicas para partidas das lâmpadas fluorescentes têm
sido desenvolvidas. Os reatores eletrônicos foram introduzidos para que ocorram
partidas instantâneas na maioria das lâmpadas fluorescentes de partida rápida. Alem
disso, existem métodos híbridos de partida eletrônica, que combinam características de
partidas rápidas e pré-aquecidas. Os reatores eletrônicos estão também disponíveis com

68
uma seqüência de partida suave, que é indicada a minimizar o estrago aos eletrodos
durante a partida e por tanto aumentar a vida da lâmpada.

Operação da lâmpada pré-aquecida e reator. Nos circuitos pré-aquecidos, os eletrodos


das lâmpadas são aquecidos antes da aplicação de alta tensão na lâmpada. As lâmpadas
projetadas para tais aplicações têm bases com dois pinos para facilitar o aquecimento do
eletrodo. Muitas lâmpadas fluorescentes compactas com partida pré-aquecida possuem os
dispositivos de partida encaixados na base da lâmpada.

O pré-aquecimento requer apenas poucos segundos e o necessário retardo geralmente é


efetuado por um interruptor automático que coloca os eletrodos em serie do outro lado da
emissão do reator. A corrente corre através dos dois filamentos do eletrodo, esquentando-
os. Então um interruptor se abre, aplicando a tensão na lâmpada. Devido à abertura do
interruptor quando carregado, uma tensão transitória (um pico indutivo ) se desenvolve
no circuito, o que ajuda na ignição da lâmpada. Se a lâmpada não acende, o interruptor se
fecha e reaquece os filamentos. Em alguns sistemas, o pré-aquecimento é feito por um
interruptor manual.

O interruptor automático é chamado de starter. Ele pode incorporar um pequeno capacitor


( 0,006 uF) do outro lado dos contatos do interruptor a fim de desviar oscilações de alta
freqüência que possam causar radio interferência.

Os reatores estão disponíveis para operar algumas lâmpadas pré-aquecidas sem o uso de
starters. Esses reatores usam o principio da partida rápida e popularmente são chamados
de reatores de acionamento de partida.

Starters para circuitos pré-aquecidos. A operação de um circuito pré-aquecido requer o


aquecimento dos eletrodos anterior à aplicação da tensão na lâmpada. O preaquecimento
pode ser realizado por um interruptor manual ou um interruptor que é ativado pela
aplicação de tensão ao circuito do reator. Encontram-se no mercado vários projetos de
interruptores automáticos. Diagramas para dois projetos são ilustrados na Figura-6-49.

Figura 6-49. Interruptores (starter) de partida para circuitos de catodos pré-


aquecidos :(a) tipo térmico; (b) tipo interruptor luminescente.

69
Starter de interruptor térmico. Um diagrama de um starter de um interruptor térmico é
apresentado na Figura 6-49 a. Inicialmente o contato do carbono-prata do starter térmico
é fechado, colocando os eletrodos em série com a combinação em paralelo bimetal como
resistor de carbono. Ao fechar o circuito de alimentação do reator, a tensão de saída do
reator é aplicada ao circuito série-paralelo. A corrente aquece a tira bimetálica no starter,
fazendo com que se abra o contato carbono-prata. O tempo da abertura é suficiente para
aumentar a temperatura dos eletrodos para aproximadamente seu valor de operação
normal. Ao abrir o circuito, a tensão de abertura do reator em série com um surto de
tensão indutivo é aplicado à lâmpada. Se a lâmpada acende, sua tensão normal de
operação mantém uma corrente baixa através do resistor de carbono, desenvolvendo e
transferindo calor suficiente ao bimetal para manter seu contato aberto.

Se a lâmpada falhar ao dar partida na primeira tentativa, a tensão de circuito aberto do


reator aplicado ao resistor de carbono esquenta o bimetal suficientemente para causar o
contato de prata para acionar o terceiro contato. Esse resistor causa curto-circuito ao
resistor de carbono, permitindo à corrente pré-aquecida passar pelos eletrodos. Enquanto
o bimetal esfria, o circuito através do terceiro contato é aberto, resultando na nova
aplicação da tensão do circuito à lâmpada. Essa produção e quebra de circuito através do
terceiro contato continua até que a lâmpada se acenda. Como foi mencionado antes, o
circuito bimetal continua aberto. O circuito de contato de carbono funciona apenas
quando a tensão é inicialmente aplicada ao reator.

Starters de interruptores térmicos requerem alguma energia (0,5 a 1,5W) durante a


operação da lâmpada, mas seus projetos asseguram partida positiva ao propiciar um
período de pré-aquecimento adequado, uma alta tensão de partida induzida, e
características inerentes menos suscetíveis às variações de tensão. Por estas razões eles
fornecem um bom desempenho mesmo em condições adversas, tais como a operação de
corrente direta, temperatura ambiente baixa e tensão variada.

Starter com interruptor de brilho. O circuito para esse starter é apresentado na Figura
6-49 b. O bulbo é preenchido com um gás inerte escolhido conforme as características
desejadas da sua tensão. Para a partida, o interruptor de rede está fechado. Não há
praticamente queda de tensão no reator, e a tensão no starter é suficiente para produzir
uma descarga luminescente entre os contatos. O calor da luminescência torce a tira
bimetálica, os contatos se fecham e o pré-aquecimento do eletrodo começa. Isso causa
um curto- circuito na descarga luminescente, de modo que o bimetal esfria, e em pouco
tempo os contatos se abrem. A tensão de circuito aberto em série com um surto de tensão
indutivo é aplicado à lâmpada. Se a lâmpada falha para acender, a tensão do circuito
aberto do reator novamente desenvolve uma luminescência no bulbo, e a seqüência se
repete até que a lâmpada se acende. Durante uma operação normal, não há suficiente
tensão na lâmpada para produzir outra partida de luminescência, por tanto os contatos
permanecem abertos e o starter não requer energia.

Starter disjuntor. Esse starter se restaura manualmente ou automaticamente. Ele é


projetado para impedir piscadas repetidas ou tentativas de dar partida numa lâmpada
desativada. Esse tipo de starter deve ser bom para pelo menos dez ou mais renovações.

70
Falha da lâmpada em circuito pré-aquecido. Starters que não fornecem meios para
desativação quando uma lâmpada falha, vão continuar a tentar dar partida na lâmpada. A
lâmpada pode piscar repetidamente e o reator ou o starter vão no final falhar. Portanto é
importante remover rapidamente uma lâmpada pré-aquecida que está falhando.

Lâmpada de partida instantânea e operação do reator. A iniciação do arco numa


lâmpada de partida instantânea depende apenas da aplicação de alta tensão na lâmpada.
Essa tensão (400 à 1000 V) lança elétrons dos eletrodos através da emissão de campo.
Esses elétrons passam através do tubo, ionizando o gás e iniciando o arco de descarga.
Depois, a corrente do arco fornece o aquecimento do eletrodo. As lâmpadas de partida
instantânea necessitam apenas de um só contato em cada extremidade. Um só pino é
usado na maioria das lâmpadas de partida instantânea. Essas são comumente chamadas
de lâmpadas slimline. Algumas poucas lâmpadas de partida instantânea usam bases com
dois pinos com os pinos conectados internamente. No caso das lâmpadas projetadas para
partidas instantâneas em circuito aberto de 400 à 1000V, é necessário fornecer alguns
meios de atuar contra o efeito da umidade na corrente capacitiva lâmpada-terra que inicia
a descarga de luminescente necessária. A maioria dos fabricantes reveste a parte externa
do bulbo desse tipo de lâmpada com um material transparente à prova de água; outros
aplicam uma tira estreita condutora ao longo do bulbo. Uma chapa condutora aterrada,
tal como um refletor de metal próximo à lâmpada, conhecido como um auxiliar de
partida, é necessário para se obter a tensão mais baixa de partida da lâmpada.

Lâmpadas de partida rápida e operação do reator. As lâmpadas projetadas para


operação de partida rápida típicas têm catodos de baixa resistência. Normalmente os
catodos são aquecidos continuamente pela aplicação de tensão do catodo enquanto as
lâmpadas estiverem em funcionamento. Em alguns circuitos de conservação de energia,
a tensão do catodo é reduzida ou desconectada após a partida das lâmpadas. O
aquecimento é realizado através dos enrolamentos de baixa tensão construídos no reator
ou através de transformadores separados de baixa tensão projetados para essa finalidade.
Isto resulta numa exigência de tensão de partida similar àquela das lâmpadas pré-
aquecidas. As lâmpadas dão partida em aproximadamente um segundo, que é o tempo
necessário para aquecer os filamentos para suas adequadas temperaturas. Um auxiliar de
partida, que consiste de uma chapa condutora aterrada, é necessário para se obter uma
partida confiável. Para lâmpadas que operam à 500 mA ou menos, a distância nominal
entre a lâmpada e a chapa condutora de 25 mm de largura é de 13mm; para lâmpadas que
operam em correntes maiores que 500mA, a distancia nominal até a tira condutora é de
25mm.

As lâmpadas de partida rápida são revestidas com material à prova de água para inibir os
efeitos adversos da umidade na partida da lâmpada. Todas as lâmpadas 800 mA e a
maioria das lâmpadas 1500mA operam no princípio de partida rápida. Lâmpadas
circulares e de quarenta watts projetadas para usos em partidas rápidas também podem
ser usadas em circuitos pré-aquecidos.

Partidas de reatores eletrônicos. Os três métodos de partida se aplicam aos reatores


eletrônicos. Quando usadas com reatores eletrônicos, as diferenças entre partidas pré-

71
aquecidas e partidas rápidas são pouco significativas. O projeto de reatores com pré-
aquecimento usam componentes internos de tempo que postergam a tensão total de
circuito aberto quando se aplica energia aos eletrodos para o pré-aquecimento.Após a
partida, a energia aos eletrodos é reduzida para quase zero. A maioria dos sistemas de
partida rápida não depende de uma diferença de potencial para auxilio de partida como
ocorre com o reator magnético. O método de partida é similar ao da técnica de pré-
aquecimento, com exceção de que a tensão no eletrodo geralmente permanece depois que
a lâmpada se acende. Geralmente há uma redução na expectativa da vida da lâmpada
quando for operada dessa maneira.

REATORES

Reatores magnéticos. A construção de um reator magnético típico de partida rápida com


proteção térmica é mostrado na Figura 6-50. Os componentes incluem um transformador
tipo núcleo e bobina. Um capacitor pode ser incluído. Esses componentes são os
elementos principais do reator, fornecendo a tensão suficiente para o acendimento da
lâmpada e a regulação da corrente da lâmpada através de sua reatância.

Figura 6-50. Componentes de um reator magnético (a) e um reator eletrônico de


alta freqüência (b) para uma lâmpada fluorescente linear.

72
O conjunto núcleo-bobina á feito de um núcleo laminado ferro magnético enrolado com
uma bobina de cobre ou alumínio. O conjunto é impregnado com um isolamento não
condutor elétrico para auxiliar na dissipação do calor e, com cabos ligados, é colocado
dentro de uma caixa. A caixa é preenchida com um material termofixo, contendo em seu
enchimento eventualmente sílica. Esse composto enche completamente a caixa,
encapsulando o núcleo com a bobina e o capacitor. A base é então anexada.

A vida media de um reator num ciclo de 50% de funcionamento e numa operação de


temperatura de reator adequada é geralmente estimada em 12 anos. A vida de um reator é
reduzida por temperaturas mais elevadas ou por ciclos de funcionamento mais longos.

A maioria dos reatores de lâmpadas fluorescentes usadas em ambientes internos deveria


ter um equipamento de proteção térmica interna. Isto iria prevenir contra maus usos dos
reatores em aplicações em altas temperaturas e proteger contra falha e condições
indesejáveis que podem ocorrer no final da vida de um reator. Nos Estados Unidos o
reator protegido térmico é aprovado pelos Underwriters Laboratories e é conhecido e
comercializado como “Classe P”.

Devido à existência de componentes magnéticos na maioria dos reatores, incluindo


alguns dos reatores eletrônicos, as vibrações podem causar ruídos audíveis. O ruído
depende de diversos fatores, incluindo a construção, a montagem, o numero e o
espaçamento dos reatores e luminárias, das características acústicas e uso da sala.

Os fabricantes de reatores publicam as taxas de ruído que indicam o potencial relativo de


produção de ruído de seus diferentes modelos. Essas taxas são baseadas na experiência do
modelo em diferentes condições ambientais, operando em lugares que variam de salas de
aulas silenciosas, igrejas ou escritórios, até escritórios comerciais ruidosos, lojas ou
fabricas. Uma taxa A significa que o ruído do reator/luminária não será ouvido em
lugares silenciosos. A taxa B é limítrofe em aplicações silenciosas, mas não será um
problema em lugares mais barulhentos. A taxa C deve ser usada apenas em lugares
ruidosos como fabricas.

Reatores eletrônicos. A freqüência de operação de reatores eletrônicos é escolhida para


ser suficientemente alta para aumentar a eficiência da lâmpada e para tornar o ruído do
reator inaudível, mas não tão alta para causar interferência eletromagnética. Os reatores
eletrônicos também fornecem um nível de regulação de emissão de luz que não está
disponível nos reatores magnéticos, totalmente passivos. Existem projetos tanto para
lâmpadas com partidas rápidas, como para lâmpadas com partidas instantâneas. Alguns
reatores eletrônicos são projetados para operar para até quatro lâmpadas cada. Muitos são
feitos do mesmo tamanho e formato dos reatores magnéticos a fim de auxiliar nas suas
substituições. Alguns projetos possuem circuitos que mantém a distorção harmônica de
corrente de rede abaixo de 20% e fornecem um fator de potência superior à 90%. Alguns
reatores também empregam circuitos para limitar a corrente de surto (in-rush) quando a
energia é aplicada ao reator. Essa corrente de surto, que é resultante da carga dos
capacitores eletrolíticos de um reator eletrônico, tem sido às vezes relatada como um
problema para os interruptores e reles, usados para ligar e desligar a energia aos reatores.

73
Os reatores eletrônicos podem também serem projetados para operarem com sistemas dc
e baixa tensão em aplicações em ônibus, aeronaves, trailers, e sistemas emergenciais
operados à bateria.

Além disso, tem sido relatado que algumas T-5 e lâmpadas fluorescentes menores
apresentam problemas no final da vida em aplicações de campo. Quando uma lâmpada
fluorescente falha, tipicamente um dos eletrodos se torna um circuito aberto. Isso pode
criar uma condição de operação de corrente de lâmpada assimétrica, que pode produzir
calor alto local, e que por sua vez pode rachar o bulbo da lâmpada ou super aquecer e
deformar a base da lâmpada. Especificações da ANSI para reatores magnéticos têm sido
revistos para abordar a operação fim- de- vida dessas lâmpadas.

Reatores com wattagem reduzida. Existem reatores que operam lâmpadas padrão com
50% a 80% de sua wattagem. Lâmpadas conservadoras de energia não devem ser usadas
em combinação com esses reatores, pois o arco tende a oscilar.

Reatores conservadores de energia. Reatores conservadores de energia têm menor


perda de energia do que os reatores magnéticos mais comuns. Eles são certificados pelo
Certified Ballast Manufacturers e são usados tanto com lâmpadas comuns como com
lâmpadas de wattagem reduzida. Por exemplo, a perda de energia em duas lâmpadas de
40 W com reator de partida rápida tem uma redução de 4 a 5 W por lâmpada quando
comparada com uma que usa reator magnético comum. Uma unidade com duas lâmpadas
de 40 W com um reator de conservador de energia com pouca perda, dissipa
aproximadamente 86W, comparado com 95W para a maioria de reatores magnéticos.

Sistemas de conservação de energia. Combinações de lâmpadas especiais e reatores


estão disponíveis para se obter conservação de energia. Essas incluem uma lâmpada de
32W T8 com um reator de alto rendimento e uma lâmpada de 28W T-12, também com
um reator de alto rendimento, que possuem interruptores internos de estado- sólidos que
desligam a tensão aquecedora do catodo usual de partida rápida. Esses reatores podem
também operar uma lâmpada de 34W com wattagem reduzida. Redutores de energia
também são encontrados para conservação de energia. Esses equipamentos eletrônicos de
estado sólido são ligados em serie com o reator da lâmpada para reduzir a wattagem em
uso. Observa-se que conseqüentemente ocorre uma redução na emissão da luz.

Fator de potência do reator. O fator de potencia é definido como a razão entre a


potencia de entrada pelo produto da raiz quadrada da tensão (rms) e a corrente (rms) . Ele
representa a quantidade de corrente e de tensão que o cliente está usando realmente como
uma fração do que a companhia de energia deve fornecer. Um fator de potencia alto é
definido como sendo acima de 90%. Um reator com fator de potencia baixo extrai mais
corrente da fonte energética e por tanto são necessários condutores de fonte maiores.
Reatores com fatores de potencia baixos são mais comuns com o sistema de lâmpadas
fluorescentes compactas do que com os sistemas fluorescentes de 4 e 8 pés. Algumas
companhias de energia de serviço público estabeleceram clausulas de penalidades nas
suas taxas para instalações com fator de potencia baixo. Algumas empresas públicas
requerem equipamento de fator de potencia alto.

74
Fator de fluxo luminoso do reator e fator de eficácia do reator. O fator de fluxo
luminoso do reator é definido pela ANSI (ANSI C82.2-1984) como a relação entre a
emissão da luz da lâmpada operada no reator com respeito à mesma lâmpada operada
num reator de referencia, geralmente expressa em porcentagem. Os reatores de referência
são discutidos em detalhe para cada tipo de lâmpada fluorescente na norma ANSI de
lâmpadas específicas. O fator de eficácia do reator é definido como o fator de fluxo
luminoso do reator em percentual, dividido pela potência total de entrada em watts. Nos
Estados Unidos, a legislação Federal estabelece limites para o fator de eficácia do reator
para lâmpadas fluorescentes com 1,22m e 2,44m, que estão sumarizados na seguinte
tabela:

Figura 6-51. Características gerais dos reatores mais comuns.

Figura 6-52.Características elétricas da lâmpada fluorescente

75
Além dos reguladores federais, alguns estados podem impor restrições adicionais. Estão
excluídos os reatores que reduzem a luz (dimmers), reatores fabricados para temperaturas
ambientais de -17,8°C ou mais baixas e reatores com fator de potencia menor de 90% que
são projetados para uso residencial (em prédios de até três andares). Além disso, algumas
companhias de energia têm especificado BEF mínimo e o fator de fluxo luminoso nos
seus programas de economia de energia. Elas geralmente se referem às mesmas lâmpadas
das normas federais norte- americanas.

Harmônicas. Harmônicas da corrente da rede são aqueles componentes da corrente da


rede que oscilam em números inteiros múltiplos da freqüência fundamental da fonte de
energia. Por exemplo, nos Estados Unidos, a freqüência fundamental é de 60 Hz, a
segunda harmônica é 120 Hz, a terceira harmônica é 180 Hz, e assim por diante.
Comutação nos modernos reatores eletrônicos de estado- sólido pode causar
significativas correntes harmônicas na rede quando não há implementação de correções
no reator. Isso pode ser especialmente prejudicial em instalações trifásicas se a corrente
da terceira harmônica for grande. A terceira harmônica e seus múltiplos se adicionam no
fio neutro, enquanto as correntes fundamentais tendem a se cancelar uma à a outra. Se a
terceira harmônica for de 33% da fundamental, então a terceira harmônica total no cabo
neutro é igual ao fundamental nos cabos de fase. Isso pode causar problemas, inclusive
um super aquecimento, se o cabo neutro não for adequadamente dimensionado.

Por causa disso, ANSI C82 estabelece limites no conteúdo harmônico na corrente da rede
para reatores eletrônicos usados em aplicações comerciais e residenciais. Nos Estados
Unidos, diversas companhias de energia incluíram as harmônicas como um tópico nos
seus programas de conservação dirigida àqueles clientes que procuram equipamento com
eficácia de energia, Os primeiros reatores eletrônicos apresentavam alta distorção total
harmônica (THD) que levou ao desenvolvimento dessas normas. Figuras 6-51 e 6-52
listam as características elétricas e de THD de lâmpadas fluorescentes.

Suportes das lâmpadas fluorescentes. Os suportes das lâmpadas foram projetados para
cada estilo de base de lâmpada. Existem várias versões de cada tipo para permitir vários
espaçamentos e métodos de montagens nas luminárias (Figura 6-53). Um espaçamento
adequado deve ser mantido entre os suportes das lâmpadas nas luminárias para assegurar
um contato elétrico satisfatório. Os catálogos dos fabricantes devem ser consultados para
informações sobre espaçamento e dimensão para cada tipo de suporte de lâmpada.

76
Figura 6-53. Projetos de suportes de lâmpadas típicos.

Quando as lâmpadas fluorescentes são usadas em circuitos que fornecem uma tensão de
circuito aberto com mais de 300 V, ou em circuitos que permitem que a lâmpada se
ionize e conduza a corrente com apenas uma extremidade inserida no suporte da lâmpada,
normas elétricas geralmente requerem algum meio automático para abrir o circuito para
quando a lâmpada fosse removida. Isto geralmente é realizado pela porta lâmpada de tal
forma que quando a lâmpada é removida, o circuito primário do reator é aberto. O
contato das bases suspensas das lâmpadas fluorescentes em 800 e 1500 mA elimina a
necessidade dessa característica de desconexão nos suportes das lâmpadas para essas
lâmpadas.

As bases para muitas lâmpadas fluorescentes compactas são construídas com sistemas
exclusivos de pino-e-chave para prevenir a instalação da lâmpada errada. Suportes de
lâmpadas universais que permitem o uso de lâmpadas de qualquer wattagem devem ser
evitados.

Lâmpadas fluorescentes dimerizáveis (de fluxo luminoso regulável). Muitos tipos de


lâmpadas fluorescentes são adequados para serem dimerizados. Dimerizar as lâmpadas
fluorescentes é diferente de dimerizar as lâmpadas incandescentes de duas maneiras:
primeiro, os dimmers das fluorescentes não regulam luz até zero, como fazem os
dimmers das incandescentes. No entanto, os produtos conseguem regular de 0.5 a 25% da
emissão de luz máxima. Segundo, quando se dimeriza as lâmpadas fluorescentes , a

77
temperatura da cor correlata varia substancialmente menos na escala de variação da
dimerização do que nas lâmpadas incandescentes.

A dimerização (regulagem) é obtida através da redução da corrente efetiva da lâmpada.


Ao fazer isso, é necessário fornecer a tensão de partida total e manter a tensão necessária
a cada meio ciclo de 60 Hz . Isso é especialmente verdadeiro quando operando a lâmpada
numa emissão de luz reduzida. É também necessário fornecer o aquecimento do
filamento para todas, menos para as lâmpadas de catodo frio a fim de manter as emissões
de elétron exigida dos eletrodos em todas as intensidades.

Os primeiros reatores dimerizáveis conseguiam realizar a dimerização através da


diminuição da tensão primária ao transformador do reator. Esse tipo de dimerização pode
ser usado com lâmpadas fluorescentes de catodo frio com dois pinos num circuito em
serie como é mostrado na Figura 6-54. Desse jeito é possível reduzir a intensidade
luminosa à aproximadamente 10% da emissão total de luz. O desempenho dos reatores
dimerizaveis magnéticos pode ser aumentado ao acrescentar mais outras características:
transformadores de filamento para propiciar o aquecimento do filamento, circuito com
pulso para propiciar a tensão de reignição necessária em baixas intensidades, e manter a
corrente em alta freqüência quando a rede é interrompida durante parte do ciclo de 60Hz.
Esses componentes podem ser incorporados no reator magnético ou instalados
separadamente nas luminárias como adaptadores dimerizadores.

Figura 6-54. Circuito dimerizador típico para lâmpadas de catodo frio conectadas em
serie.

Controles para reatores dimerizaveis magnéticos são encontrados em configurações de


dois fios e de três fios. Os sistemas de dois fios possuem uma variação limitada de
dimerização, tipicamente 25% de emissão de luz na extremidade baixa, mas pode ser
substituída com os fios existentes na maioria dos casos. As configurações de três fios
trazem o fio controle a um controle externo, tal como uma central de parede.

Para os reatores dimerizaveis eletrônicos, existem diversos esquemas de controle


disponíveis. Alguns fabricantes usam o esquema de três fios como descrito acima, para
que os reatores dimerizaveis eletrônicos possam substituir diretamente os reatores
dimerizaveis magnéticos, sem afetar a unidade de controle. Outras implementações de
três fios requerem que o controle seja mudado. Outros fabricantes ainda usam sistemas
com quatro fios, aonde dois dos fios são usados para o sinal de dimerização e os outros
dois para carregar a corrente da lâmpada.

78
A maioria dos sistemas de dimerização de lâmpadas fluorescentes disponíveis incorpora
reatores eletrônicos, que usam interruptores de alta freqüência (tipicamente de 20 a
50kHz). Eles são projetados para serem usados com lâmpadas fluorescentes compactas de
partida rápida com quatro pinos, e são encontrados em diversos diâmetros e
comprimentos. Os reatores dimerizaveis eletrônicos são geralmente mais eficientes e
menores do que seus predecessores autotransformadores. Além disso, o tremeluzir das
lâmpadas pode ser substancialmente reduzido com os reatores dimerizaveis eletrônicos.

A maioria dor reatores eletrônicos oferecem uma economia de energia proporcional à


redução da emissão da luz (Figura 6-55). Isto ocorre principalmente com reguladores
(dimmers) que reduzem 25 a 50% da emissão luminosa. Além disso, a construção com
quatro pinos permite o aquecimento do catodo quando há a dimerização. Isso é
importante já que estende a vida da lâmpada e elimina o tremeluzir quando
adequadamente implementado. É também aconselhável selecionar os soquetes de lamina
com qualidade superior do que os contatos limitados. Isto assegura que o aquecimento do
catodo é adequadamente realizado. Finalmente, os reguladores (dimmers) em estado
sólido são bem mais silenciosos do que os magnéticos.

Figura 6-55.Emissão da luz vs. Entrada de energia para um sistema de regulagem


(dimerização) fluorescente com partida rápida para uma lâmpada típica de 40Watt
e120volts.

O desempenho de um sistema de dimerização fluorescente pode não ser satisfatório se a


lâmpada não estiver corretamente combinada com o reator regulável (dimerizavel) e o
controlador. Em particular, com wattagem reduzida, lâmpadas retrofit de conservação de
energia não deveriam ser usadas em sistemas de dimerização, a menos que recomendadas
pelo fabricante. Ao fazer isso, a vida da lâmpada e do reator pode ser reduzida.

79
Lâmpadas fluorescentes de luz intermitente. Lâmpadas fluorescentes com catodo
quente e partida pré-aquecida ou com partida rápida e catodo frio podem ser conectadas
de forma a apresentar luz intermitente e mesmo assim manter bom desempenho. As
lâmpadas de catodo frio podem apresentar essa luz intermitente através de controle ou do
transformador primário como através da tensão secundaria. Lâmpadas com catodo quente
podem apresentar luz intermitente através de um reator especial que liga e desliga a
corrente, mas mantém o catodo quente. Um equipamento externo de intermitência é
necessário nos dois sistemas. Essa unidade deve ser medida para a tensão e corrente
envolvida, e recomenda-se que haja contatos separados para cada reator com o objetivo
de prevenir correntes circulando entre os reatores. Esse tipo de lâmpada é geralmente
utilizado em propaganda.

LÂMPADAS DE DESCARGA DE ALTA


INTENSIDADE
Lâmpadas de descarga de alta intensidade (HID) incluem os grupos de lâmpadas
conhecidos como mercúrio, metal halide, e sódio de alta pressão.A luz produzida por
essas lâmpadas é um arco de descarga estabilizado dentro de um envelope refratário (tubo
do arco) com uma carga de parede em excesso de 3W/cm2 .

Construção e operação da lâmpada

Todas as lâmpadas de descarga de alta intensidade produzem luz por meio de uma
descarga de um arco elétrico no tubo do arco localizado dentro do bulbo. O tubo do arco
contém eletrodos de tungstênio que levam a descarga do arco a cada extremidade do tubo
do arco. O tubo do arco também contém um gás de partida que é relativamente fácil de
ionizar em baixa pressão em temperatura ambiente normal. Esse gás de partida é
usualmente o argônio ou xenônio ou uma mistura de argônio, neon ou xenônio,
dependendo do tipo de lâmpada HID. O tubo do arco também contém metais ou
compostos de metais que, quando evaporados na descarga do arco, produzem linhas de
energia radiante características. Cada tipo de lâmpada HID produz luz relacionada ao tipo
de metal que é contido no arco. Lâmpadas de vapor de mercúrio produzem luz ao
estimular os átomos de mercúrio; lâmpadas de sódio de alta pressão produzem luz ao
estimular os átomos de sódio; e as lâmpadas de halide de metal produzem luz ao
estimular diversos átomos e moléculas diferentes, primariamente sódio, escândio, túlio,
hólmio e disprósio.

O tubo do arco fica dentro de um bulbo de vidro externo duro ou mole para proteger o
tubo do arco e as conexões elétricas internas do meio ambiente. A parte externa do bulbo
absorve a maioria dos raios ultravioletas radiados pelo tubo do arco enquanto permite a
passagem da luz. O vidro externo do bulbo pode ser revestido com um material difuso
para reduzir o brilho da lâmpada. Nas lâmpadas de vapor de mercúrio e nas de halide de
metal, esse revestimento difusor pode ser um fósforo corretor de cor que usa energia

80
ultravioleta radiada pelo tubo do arco para melhorar a reprodução total de cor da
lâmpada.

Dentro do bulbo externo existem fios adequados para altas temperaturas para conduzirem
a eletricidade ao tubo do arco e componentes estruturais para dar suporte ao tubo do
arco. Podem existir outros componentes, incluindo resistores ou diodos usados para
auxiliar a partida da descarga do arco, e getters para purificarem a atmosfera no bulbo
externo. A atmosfera na parte externa do tubo pode ser um gás em baixa pressão
(geralmente nitrogênio), ou, em muitos casos, o vácuo.

Lâmpadas HID têm bases de rôsca (media ou mogul) feitas de latão, níquel, ou alguma
liga especial para minimizar a corrosão. Algumas lâmpadas HID possuem bases de pinos
especiais ou pares de contatos únicos em cada extremidade da lâmpada para propiciar
conexões elétricas (Figura 6-56).

Figura 6-56. Bases de lâmpadas HID comuns. São mostradas as designações da ANSI.

Se o bulbo externo se quebrar e o tubo do arco continuar operando, a lâmpada emite uma
quantidade significativa de energia ultravioleta. Pessoas expostas à essa situação por 15
minutos podem sofrer graves efeitos na pele (vermelhidão) ou danos à vista. Lâmpadas
que se apagam sozinhas geralmente contem um filamento de tungstênio em lugar de uma
porção do filamento de níquel, que vai oxidar rapidamente, separando, apagando o arco
elétrico e desligando a lâmpada. A lâmpada precisa então ser trocada.

Lâmpadas de mercúrio. Nas lâmpadas de mercúrio, a luz é produzida pela passagem de


uma corrente elétrica através do vapor de mercúrio. Como o mercúrio tem uma baixa

81
pressão de vapor na temperatura ambiente, e ainda mais baixa quando está frio, uma
pequena quantidade do gás de argônio ionizado é introduzido para facilitar a partida. O
arco original é atingido pela ionização desse argônio. Quando o arco se inicia, seu calor
começa a vaporizar o mercúrio, e esse processo continua até que todo o mercúrio é
vaporizado. A quantidade de mercúrio na lâmpada essencialmente determina a pressão
final de operação, que é 200 a 400 kPa (29 a 58 lb/in2 ) na maioria das lâmpadas.

Os eletrodos das lâmpadas de mercúrio geralmente são feitos de tungstênio, no qual o


material de emissão, composto de diversos óxidos metálicos, é inserido dentro dos aneis
da bobina de tungstênio protegido por uma bobina de tungstênio externa.Os eletrodos são
aquecidos até a temperatura de emissão de elétrons adequada através do bombardeamento
de energia recebida pelo arco.

A maioria das lâmpadas de mercúrio é construída com dois envelopes: um envelope


interno (tubo do arco) que contém o arco, e um envelope externo que (1) abriga o tubo do
arco das correntes de ar e mudanças de temperaturas ;(2) geralmente contém um gás em
baixa pressão estável (geralmente nitrogênio) que previne a oxidação dos componentes
internos e também aumenta a queda de tensão nas partes externas do bulbo; (3) propicia
uma superfície interna que vai aceitar revestimentos de fósforo;(4) normalmente age
como um filtro, removendo a maior parte da radiação ultravioleta produzida pelo arco. Os
fósforos colocados dentro do envelope externo podem converter parte dessa energia
ultravioleta em luz, como nas lâmpadas fluorescentes.

Geralmente o envelope interno da lâmpada de mercúrio (tubo do arco) é feito de sílica


fundida com fitas finas de molibdênio selados nas extremidades como condutores
elétricos. O envelope externo (bulbo) é geralmente feito de vidro duro (borosilicato), mas
pode também ser feito de outros vidros para transmissões especiais ou aonde a poluição e
o choque térmico não representam problemas.

Os detalhes essenciais de construção mostrados na Figura 6-57 são típicos de lâmpadas


com tubos de arcos internos de sílica fundida (quartzo) dentro do envelope externo.
Outras lâmpadas, tais como aquelas usadas em aplicações fotoquímicas e tipos com
reatância interna, possuem diferentes construções.

82
Figura 6-57. Construção de lâmpada de vapor de mercúrio.

A pressão pela qual a lâmpada de mercúrio opera é responsável em parte por sua
distribuição de energia espectral. Em geral, pressões de operações altas tendem a alterar
uma proporção maior da radiação emitida para os comprimentos de onda mais longos. À
uma pressão extremamente alta há a tendência de espalhar a linha do espectro em bandas
mais largas. Dentro da região visível o espectro de mercúrio consiste de cinco linhas
principais (404,7, 435,8,546,1,577 e 579 nm), que resultam em luz azul esverdeada com
eficiências de 30 a 60 lm/W, excluindo as perdas dos reatores. Como a fonte de luz
parece ser ela mesma branca- azulada, há uma deficiência da radiação do comprimento de
onda longo, especialmente em lâmpadas de pressão baixa e média, e a maioria dos
objetos parece ter uma cor distorcida. Azul, verde, e amarelo são realçados; laranja e
vermelho parecem marrom. Lâmpadas de mercúrio claras geralmente possuem um valor
de CRI de aproximadamente 15, e não são adequadas para aplicações nas quais pessoas
estarão presentes. Elas são, porém, adequadas para paisagens.

Uma parte significativa da energia radiada pelo arco de mercúrio está na região
ultravioleta. Através do uso de revestimento de fósforo na superfície interna do envelope
externo, parte dessa energia ultravioleta é convertida em radiação visível. As lâmpadas
mais comuns desse tipo são revestidas com fósforo vanadato (4000K, designação DX)
que emite radiação de comprimento de onda longo (vermelho-laranja); isso aumenta a
eficiência e o índice de reprodução da cor. Esse fósforo também é misturado com outros
para produzir cores mais quentes ou mornas. A Figura 6-28 mostra distribuições de
energia espectral de uma lâmpada clara e de uma usando esses fósforos.

83
Lâmpadas à vapor metálico. As lâmpadas à vapor metálico são similares à construção
das lâmpadas de mercúrio, sendo que a maior diferença consiste no fato de que o tubo do
arco da lâmpada à vapor metálico contém vários vapores metálicos além do mercúrio e
do argônio. Quando a lâmpada atinge a temperatura de operação máxima, os vapores
metálicos no tubo do arco estão parcialmente vaporizados. Quando os vapores metálicos
se aproximam do centro de alta temperatura da descarga, eles são dissociados em
halógeno e nos metais, com os metais radiando seus espectros. À medida que os átomos
de halógeno e de metal se movem perto da parede do arco que é mais fria através de
difusão e convecção, eles se recombinam, e o ciclo se repete.

O uso de haletos metálicos dentro do tubo do arco apresenta duas vantagens. A primeira,
os vapores metálicos são mais voláteis nas temperaturas de operação do tubo do arco do
que metais puros. Isto permite a introdução de metais com propriedades de emissão
desejáveis dentro do arco em temperaturas normais do tubo do arco. A segunda, esses
metais que reagem quimicamente com o tubo do arco podem ser usados em forma de um
haleto metálico, que não reage diretamente com sílica fundida.

A eficiência das lâmpadas à vapor metálico é bem maior do que a das lâmpadas de
mercúrio. As lâmpadas à vapor metálico encontradas no mercado têm eficiência de 75 à
125 lumens/watts (excluindo as perdas do reator). Quase todos os tipos das lâmpadas à
vapor metálico de luz branca têm propriedades de reprodução de cor tão boas ou até
superiores à das lâmpadas de mercúrio revestidas com fósforo.

Os metais radiantes introduzidos como halides nessas lâmpadas têm emissões


características que são espectralmente seletivas. Alguns metais produzem radiação visível
num único comprimento de onda, enquanto outros produzem uma multidão de discretos
comprimentos de onda. E ainda outros proporcionam um espectro contínuo de radiação.
A fim de se obter um espectro desejado, usa-se uma mistura de vapores metálicos. Duas
combinações típicas de vapores são o escândio com o iodeto de sódio, o disprósio,
hólmio, e iodetos de túlio. Suas distribuições de energia espectral são mostradas na
Figura 6-28. Outros metais tais como o estanho, quando introduzido como haleto, radia
como moléculas, propiciando uma banda espectral contínua através do espectro visível. O
sistema sódio-escândio, por exemplo, pode produzir CCTs entre 2500 e 5000 K variando
a razão da mistura e a temperatura da operação do tubo do arco. O sistema terra-rara, por
outro lado tem uma característica CCT de aproximadamente 5400K, que, quando
aumentada pela inclusão do iodeto de sódio, pode ser reduzida à 4300K. O sistema terra-
rara aumentado com iodetos de sódio e césio pode alcançar um CCT de 3000K. O
sistema terra-rara fornece um índice de reprodução de cor maior do que do sistema sódio-
escândio; adições de iodetos de lítio parecem promissores para o aumento das
propriedades de reprodução de cor do sistema sódio-escândio.

Cores selecionadas também podem ser produzidas usando elementos individuais no tubo
do arco: sódio para o laranja, tálio para o verde, índio para o azul e ferro para ultravioleta.
A eficiência luminosa e a vida da lâmpada tendem a ser maiores para lâmpadas de sódio-
escândio, mas o tálio pode ser usado para aumentar a eficiência das lâmpadas RE. Esses
intercâmbios deveriam ser considerados ao selecionar um tipo de lâmpada para uma

84
determinada aplicação. As lâmpadas à vapor metálico também podem ser encontradas
com revestimentos de fósforo na parte externa dos envelopes. Esses fósforos reduzem o
CCT das lâmpadas em aproximadamente 300 K. O principal uso do revestimento de
fósforo é criar uma fonte de luz mais difusa.

A construção das lâmpadas à vapor metálico é similar ao das lâmpadas de mercúrio


(Figura 6-58). Uma característica significativa do projeto da lâmpada à vapor metálico é
que seus tubos de arco são geralmente menores para wattagens equivalentes. O tubo do
arco do vapor metálico possui um revestimento branco aplicado às suas extremidades
para aumentar a vaporização dos vapores metálicos.

Figura 6-58. A construção de uma lâmpada à vapor metálico.

Outra característica das lâmpadas à vapor metálicas é que os tubos do arco são
freqüentemente personalizados conforme as necessidades da aplicação. A maioria dessas
lâmpadas é classificada quanto à sua vida e produção de lumens na posição de operação
vertical. Por exemplo, uma lâmpada de operação universal possui seu melhor
desempenho na posição vertical. Quando uma lâmpada universal é operada
horizontalmente, o arco se inclina para cima devido às correntes de convecção. Ao
mesmo tempo, o vapor metálico move-se para o centro do tubo do arco. O arco abaulado
move para mais longe dos vapores metálicos do que quando a lâmpada está na vertical,
causando seu esfriamento. Isso reduz a pressão de vapor das substâncias químicas dos
vapores metálicos e diminui a concentração de metais no arco com uma conseqüente
perda de luz. Além disso, o arco abaulado move-se mais perto da parte superior da
parede do tubo do arco, causando um aumento na sua temperatura. Um aumento na carga

85
da parede no material do tubo do arco resulta em uma diminuição na vida da lâmpada de
aproximadamente 25%.

Como muitas aplicações requerem orientações horizontais das lâmpadas, foi


desenvolvida uma série de projetos do tubo do arco. Existem duas configurações comuns
para altas emissões dos tubos de arco horizontal conforme mostrado na Figura 6-59. Uma
primeira configuração consiste num tubo de arco abaulado modelado para seguir a
abaulamento natural do arco horizontal. Nesse desenho as substâncias químicas são
confinadas nas extremidades do tubo do arco sendo que o formato impede a migração dos
mesmos. Uma segunda configuração consiste num tubo de arco assimétrico com os
eletrodos mais baixos no corpo do tubo do arco, de tal maneira que o arco se inclina para
a linha central do tubo. Ambas configurações fornecem um aumento de luz
(aproximadamente de 25%) e uma vida mais longa (aproximadamente 33%) em relação
as lâmpadas universais operadas horizontalmente.

Figura 6-59. Configurações comuns de lâmpadas a vapor metálicas na posição horizontal.

Uma vez que os tubos do arco horizontais de alta emissão de luz são concebidos para
acomodarem o abaulamento para cima de um arco operado horizontalmente, os tubos do
arco devem ser operados horizontalmente para prevenirem o super aquecimento das
paredes dos tubos do arco, o que diminuiria drasticamente a vida da lâmpada e
aumentaria a probabilidade de uma violenta falha. Uma base e um soquete especiais são
sempre usados com as lâmpadas horizontais de alta emissão para assegurar a orientação
do tubo (Figura 6-60). A posição de operação da lâmpada é menos importante no caso
das lâmpadas de mercúrio e das lâmpadas de sódio em alta pressão.

86
Figura 6-60. Configuração da base e do soquete para algumas lâmpadas horizontais de
vapor metálico com alta emissão de luz.

Alguns tubos de arco foram concebidos com formas ovóides (Figura 6-61a). Na
realidade, esses tubos de arco são formados em um molde usando gás de alta pressão.
Esses são comumente denominados de tubos de arco de corpo moldado. As pessoas
referem-se ao estilo mais antigo de tubos de arco como tubos de arco de corpo prensado
(Figura 6-61 b). O processo de moldagem garante uma forma altamente reprodutível e
precisa para cada tubo de arco. O contorno e a forma do tubo de arco oferecem ótimos
benefícios ao seu desempenho. Os contornos das paredes do tubo do arco são bem
delineados para melhor acompanhar a forma do arco, e assim permitir uma maior
uniformidade do perfil térmico para o tubo do arco. Esta forma também permite que as
substâncias químicas do vapor metálico esquentem mais rapidamente do que aquelas do
tubo do arco de corpo prensado convencional. Em média, os tubos de arco de corpo
moldado aquecem três vezes mais rápido do que os tubos de arco de corpo prensado com
a mesma wattagem. Os tubos de arco de corpo moldado têm áreas de vedação prensada
bem menores. Essas áreas servem para resfriar as câmeras nas extremidades do tubo do
arco e conseqüentemente reduzem a eficiência da lâmpada ao diminuir a temperatura do
composto de vapor metálico. Esse esfriamento indesejável é um problema maior em
lâmpadas de baixa wattagem nas quais a área de vedação da prensagem compreende a
maior parte da massa térmica total do tubo do arco do que para as lâmpadas de wattagem
superior.

87
Figura 6.61. Tubos de arco comuns: (a) ovóides (b) de corpo prensado.

A pequena área selada prensada influi na partida da lâmpada. Os projetos mais antigos de
selo prensado usam um eletrodo de partida secundário que auxilia na iniciação da
descarga dos gases do tubo do arco. Nos tubos de arco de corpo moldado não há espaço
para um eletrodo secundário. Conseqüentemente o arco é iniciado por um surto de alta
voltagem (tipicamente 3000 V no mínimo) aplicado diretamente aos eletrodos principais.
Os equipamentos chamados de ignição são usados para propiciar esses surtos de partida.
A partida por ignição possui características de desempenho adicionais. Em geral, as
lâmpadas dão partidas mais rápidas quando um ignitor é usado. Há maior precisão na
partida, e a pressão de preenchimento dentro do tubo do arco pode ser aumentada em
relação aos sistemas de eletrodos com partida padrão. Esse aumento na pressão ajuda a
retardar a evaporação do tungstênio do eletrodo, que causa depreciação do lúmens devido
ao escurecimento da parede do tubo do arco.

As lâmpadas clássicas à vapor de metais com corpo prensado que usam um eletrodo de
partida devem também conter um sistema que prove o curto circuitar do eletrodo de
partida ao eletrodo principal, ou a abertura do circuito do eletrodo de partida depois que a
lâmpada acendeu. Isto é exigido para prevenir eletrólise na sílica fundida entre os
eletrodos de partida e de operação, especialmente quando um vapor tal como o iodeto de
sódio é usado na lâmpada. Falha em curto circuitar ou abrir o circuito do eletrodo de
partida vai resultar em vida muito reduzida das lâmpadas. Esses circuitos de partida
geralmente usam um interruptor de dois metais. A posição e o tipo de interruptor podem

88
restringir a posição de operação da lâmpada, pois os dois metais devem atingir uma certa
temperatura para poderem funcionar.

Em algumas lâmpadas à vapor metálico halide a conexão elétrica ao eletrodo no domo


das lâmpadas é feito através de um pequeno fio não magnético distante do tubo do arco.
Isso previne a difusão do sódio através do tubo do arco pela eletrolise causada pelo efeito
fotoelétrico quando a corrente está perto do tubo do arco. A maioria das lâmpadas à vapor
metálico de mais do que 150W requer uma tensão de circuito aberto mais alta do que das
lâmpadas de mercúrio de wattagem correspondente. Por tanto, elas precisam de reatores
específicos. No entanto, alguns projetos de lâmpadas de vapor metálico halide podem ser
operadas em alguns tipos de reatores de mercúrio em situações de substituição. (retrofit).

A maiorias das lâmpadas à vapor metálicas halide usam getters( substâncias usadas para
absorverem gases) para superar as impurezas que, se presentes na jaqueta externa de
uma lâmpada à vapor metálica em concentrações suficientes, podem comprometer seu
desempenho. Os problemas predominantes surgem da contaminação de hidrogênio e
carbono.

Encontram-se lâmpadas à vapor metálicas especiais que automaticamente extinguem o


arco se o envelope externo quebrar ou perfurar. Elas podem ser usadas em tais lugares
aonde a exposição à radiação ultravioleta deve ser evitada.

Lâmpadas à vapor metálicas de baixa potência (abaixo de 175W) apresentam-se em


muitas variedades para diferentes usos, tais como em exibidores, iluminação embutida ou
iluminação em trilhos. Elas produzem uma luz branca brilhante numa cápsula de arco
pequena anexada numa pequena jaqueta externa. Tais lâmpadas incluem lâmpadas com
uma só extremidade com bases média ou E27 (32 a 175 W), lâmpadas com uma só
extremidade com bases com dois pinos (35 a 150W), e lâmpadas com duas extremidades
com bases de contato único embutido (70 a 150W).

Algumas lâmpadas com uma extremidade única usam uma capa transparente em torno do
tubo do arco chamado envelope. Um envelope de parede fina é útil como um escudo
térmico porque ajuda a se obter uma temperatura de tubo do arco mais uniforme; ele
também retarda a perda de sódio. Um envelope mais pesado é usado em lâmpadas para
luminárias abertas. Esses envelopes impedem que a jaqueta externa da lâmpada se quebre
caso o tubo do arco sofrer uma falha violenta. Quando colocar uma nova lâmpada numa
luminária aberta é importante usar apenas aquelas lâmpadas indicadas para luminárias
abertas. Para evitar o mau uso, os fabricantes desenvolveram soquetes e combinações de
bases exclusivas tanto para lâmpadas com base mogul como para base média.

Algumas lâmpadas à vapor metálicas devem operar em luminárias fechadas projetadas


para conter qualquer fragmentos de quartzo quente que possam resultar de uma ruptura
do tubo do arco. Em alguns projetos com vapor metálico, a luminária deve ter uma
proteção de vidro para filtrar a radiação ultravioleta. Essas lâmpadas podem ter ou não
uma jaqueta externa.

89
Lâmpadas de sódio em alta pressão. Nas lâmpadas de sódio em alta pressão, a luz é
produzida pela corrente elétrica que passa pelo vapor de sódio. Essas lâmpadas são
construídas com dois envelopes, sendo que o tubo do arco interno é de alumina poli
cristalina, que é resistente ao ataque de sódio em altas temperaturas e tem um alto ponto
de derretimento. Embora translúcido, esse material fornece uma boa transmissão de luz
(mais do que 90%). A construção de uma lâmpada típica de sódio de alta pressão é
mostrada na Figura 6-62.

Figura 6-62. Construção de uma lâmpada de sódio de alta pressão.

A alumina poli cristalina não pode ser fundida ao metal pelo derretimento da alumina
sem causar rachadura no material. Portanto, é usado um selo intermediário. Podem ser
usados solda, vidro ou metal. Fechamentos de cerâmica também podem ser usados para
formar o selo intermediário. O tubo do arco contém tanto xenônio como gás de partida
como uma pequena quantidade de amalgama de mercúrio-sódio, que é parcialmente
vaporizada quando a lâmpada atinge temperatura de funcionamento. O mercúrio atua
como um gás auxiliar para elevar a pressão do gás e a tensão de funcionamento da
lâmpada.

O envelope externo de vidro de borosilicato é evacuado e serve para prevenir ataque


químico das partes de metal do tubo do arco. Ele também ajuda a manter a temperatura
do tubo do arco através do isolamento do metal dos efeitos da temperatura ambiente e
correntes de ar.

A maioria das lâmpadas de sódio de alta pressão pode operar em qualquer posição. A
posição de operação não possui efeito significativo na emissão da luz. As lâmpadas
também podem ser encontradas com revestimentos difusos no interior do bulbo externo
para aumentar o tamanho da fonte luminosa e reduzir a luminância da fonte.

90
As lâmpadas de sódio de alta pressão radiam energia através de todo espectro visível.
Isso é ao contrário das lâmpadas de sódio de baixa pressão, que radiam principalmente as
linhas pares D de sódio a 589nm. As lâmpadas de sódio de alta pressão padrão, com
pressões de sódio em 5 a 10 kPa (40 a 75Torr), exibem cores de temperaturas tipicamente
de 1900 a 2200K e têm um CRI de 22. À pressões mais elevadas, acima de
aproximadamente 27 kPa (200Torr), a radiação de sódio da linha D é auto-absorvida pelo
gás e é radiada como um espectro contínuo dos dois lados da linha D. Isto resulta na
região escura a 589 nm, como é mostrado no espectro típico na Figura-6-28. Aumentando
a pressão de sódio, aumenta o CRI até 65 pelo menos, à uma temperatura de cor correlata
superior; no entanto, a vida e a eficiência são reduzidos. Foram desenvolvidas lâmpadas
de sódio de alta pressão brancas com cores de temperatura correlata de 2700K à 2800K e
CRI entre 70 e 80. Uma operação com freqüência mais alta é um método de propiciar luz
branca numa pressão de sódio reduzida. As lâmpadas de sódio de alta pressão têm
eficiências de 45 a 150lm/W, dependendo da potência da lâmpada e das propriedades de
reprodução de cor desejadas.

Como o tubo do arco das lâmpadas de sódio de alta pressão possui um diâmetro menor,
não há um eletrodo de partida, tal como nas lâmpadas de mercúrio. Em vez disso, um
surto de alta tensão e alta freqüência é fornecido pelo ignitor para dar partida nessas
lâmpadas. Algumas lâmpadas de sódio de alta pressão especiais usam uma mistura
específica de gases de partida (uma combinação de argônio e neon que exigem uma
tensão de partida mais baixa do que um só gás) e um auxiliar de partida dentro do bulbo
externo. Essas lâmpadas podem dar partida e operar em muitos reatores de lâmpadas de
mercúrio.

Lâmpadas de sódio de alta pressão também podem ser encontradas com dois tubos de
arco idênticos contidos dentro do bulbo externo. Esses tubos do arco são conectados em
paralelo dentro da lâmpada, mas apenas um tubo de arco é iniciado com o surto de
ignição. Caso ocorre uma interrupção momentânea de energia, essa lâmpada com dois
tubos de arco recomeça imediatamente assim que a energia é restaurada. Em cerca de um
minuto a lâmpada retorna à sua emissão total de luz.

DESIGNAÇÕES DE LÂMPADAS

As designações atuais de identificação das lâmpadas de descarga de alta intensidade,


geralmente seguem um sistema que é autorizado e administrado pela ANSI. Todas as
designações começam com uma letra (H para mercúrio, M para vapor metálico, S para
sódio de alta pressão). Essa letra é seguida por um numero determinado pela ANSI que
identifica as características elétricas da lâmpada e do reator. Após o numero há duas
letras que identificam o tamanho, forma e acabamento do bulbo. Após essa seqüência, o
fabricante pode adicionar letras ou números para identificar informações não
mencionadas na seqüência padrão das designações, tais como potência ou cor.

91
Um exemplo de uma designação de uma lâmpada HID é:

PARTIDA DE UMA LÂMPADA

Lâmpadas de mercúrio. Algumas lâmpadas de mercúrio especiais com dois eletrodos


requerem uma alta tensão de circuito aberto para ionizar o gás de argônio e permitir ao
arco ignitar. Nas lâmpadas de três eletrodos mais comuns, coloca-se um eletrodo auxiliar
de partida perto de um dos eletrodos principais para tornar possível a partida da lâmpada
em baixa tensão. Aqui, um campo elétrico é primeiramente estabelecido entre o eletrodo
de partida, que é conectado ao eletrodo principal oposto através de um resistor limitador
de corrente, e o eletrodo principal adjacente. Isso causa uma emissão de elétrons, que
desenvolve uma luminescência local, e ioniza o gás de partida. O arco então dá partida
entre os principais eletrodos. O mercúrio gradualmente se vaporiza pelo calor do arco e
eleva a corrente. Durante esse processo o fluxo do arco muda da luminosidade azul do
arco de argônio ao verde–azulado do mercúrio, aumentando bastante a luminescência e se
concentrando ao longo do eixo do tubo. No instante em que o arco se acende, a tensão da
lâmpada é baixa. Valores normais de operação são alcançados após um aquecimento de
alguns minutos, durante os quais a tensão aumenta até que o arco atinja uma pressão de
vapor estável; o mercúrio está então totalmente evaporado.

Se o arco é extinto, a lâmpada não vai reacender até que ela esteja suficientemente fria
para baixar a pressão do vapor até um ponto tal que o arco se reacenda com a tensão
disponível. O tempo entre a partida inicial e a emissão total de luz numa temperatura
ambiente normal , sem unidades auxiliares, e também o tempo de re-acendimento ( o
tempo de resfriamento exigido antes da lâmpada reacender), varia entre 3 a 7 minutos,
dependendo do tipo de lâmpada.

Lâmpadas à vapor metálicas halide. O método para dar partida em lâmpadas à vapor
metálicas acima de 150W consiste em usar um eletrodo auxiliar de partida similar ao
usado nas lâmpadas de mercúrio. A presença dos vapores metálicos causa uma tensão de

92
partida maior do que a necessária para as lâmpadas de mercúrio. Portanto, lâmpadas de
vapor metálico de alta potência geralmente não são operadas em reatores para mercúrio.
Às vezes as pessoas operam as lâmpadas à vapor metálico de 400W em reatores padrões
de mercúrio. Essa não é uma boa prática pois lâmpadas mais velhas exigem tensões de
partida mais altas, isso se elas dão partida.

Os mais novos formatos de tubos de arco não possuem espaço para acomodar o eletrodo
de partida, como nas lâmpadas de tubo de arco de corpo prensado (Figura 6-61 b), e
portanto um método diferente é empregado. Essas lâmpadas usam um ignitor, um
equipamento que gera corrente de baixa tensão, como parte do circuito do reator externo.
A ignição fornece tensão suficiente através do eletrodo principal para iniciar um arco. A
maioria das lâmpadas abaixo de 150W usa um ignitor para dar partida.

Uma lâmpada à vapor metálica não atinge emissão total de luz imediatamente, mas em
vez disso deve se aquecer durante um período de vários minutos( o tempo para alcançar
emissão total de luz é maior para lâmpadas de maiores wattagens). Durante essa fase, a
cor da descarga muda à medida que os vapores metálicos se aquecem, evaporam e se
incorporam no arco. Após um aquecimento completo, a cor da lâmpada e as
características elétricas se estabilizam. Uma vez que o tubo do arco de uma lâmpada de
vapor metálico é menor do que aquele de uma lâmpada de mercúrio com wattagem
equivalente, ele opera à uma temperatura mais elevada. Assim, o tempo de resfriamento é
mais longo e o tempo para reacender é mais longo ainda. O tempo de re-acendimento
quente num tubo de arco de corpo prensado convencional pode ser de 15 min. ou mais.
As lâmpadas que usam ignitor de partida reacendem mais rapidamente do que aquelas
que possuem os desenhos de tubos de arco de corpo prensado convencionais com
eletrodos auxiliares de partida, devido às tensões de surtos mais altas.

Lâmpadas de sódio de alta pressão. Como a lâmpada de sódio não contém um eletrodo
de partida, usa-se um surto de alta tensão de alta freqüência para ionizar o gás de partida.
Uma vez iniciada a descarga, a lâmpada esquenta para atingir sua emissão de luz máxima
em aproximadamente 10 minutos, tempo esse durante o qual a cor muda.

Como a pressão de operação de uma lâmpada de sódio em alta pressão é inferior à da


lâmpada de mercúrio, o tempo de re-acendimento é mais curto. Ela geralmente reinicia
em um minuto e aquece em 3 a 4 minutos (veja Figura 6-63).

93
Figura 6-63. Os tempos de partida e de re-inicio em diferentes lâmpadas HID.

A VIDA DE UMA LÂMPADA E A DEPRECIAÇÃO DOS LUMENS

A vida média de uma lâmpada é definida como o tempo após o qual 50% de um grande
grupo de lâmpadas ainda estão operando. O procedimento prescreve ciclos de operação
para lâmpadas HID de 11 horas ligadas e uma hora desligadas. Para certos tipos de
lâmpadas e aplicações, outro critério que não seja falha em acender pode ser considerado,
tal como o ciclo rápido, mudança de cor drástica, e a redução significativa na emissão de
lumens. A vida de uma lâmpada é geralmente baseada no ciclo de operação prescrito. No
entanto, a vida das lâmpadas HID e a manutenção dos lúmens são afetadas por mudanças
no ciclo de operação. Como regra prática, se o período de operação é reduzido em 50%, a
vida diminui aproximadamente 25%. Os fabricantes das lâmpadas devem ser consultados
para mais informações sobre ciclos de operação mais curtos e vida de lâmpadas
reduzidas.

O fluxo das lâmpadas HID é geralmente declarado para lumens iniciais após 100h de
operação. A Figura 6-64 ilustra a perda de luz para três tipos de lâmpadas de 400 W após
algum tempo.

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Figura 6-64. Curvas típicas de manutenção para lâmpadas de descarga de alta
intensidade.

Lâmpadas de mercúrio. As lâmpadas de mercúrio de uso geral têm uma vida mediana
longa. Elas geralmente empregam um eletrodo com uma mistura de óxidos de metal
embutida nos anéis das bobinas de tungstênio do qual o eletrodo é montado. Durante a
vida da lâmpada, esse material das emissões é evaporado muito vagarosamente, ou
lançado, do eletrodo e é depositado na superfície interna do tubo do arco. Esse processo
primeiro resulta num depósito branco na superfície interna do tubo do arco, no final no
escurecimento do tubo do arco e finalmente na exaustão do material de emissão dos
eletrodos e no final da vida da lâmpada quando a tensão de partida excede a tensão de
circuito aberto.

Lâmpadas de vapor metálico. A reação química entre o iodeto na lâmpada de vapor


metálico e os materiais de emissão incluídos nos eletrodos da lâmpada de mercúrio
previne o uso de eletrodos de mercúrio na lâmpada de vapor metálico. Como os eletrodos
usados com as lâmpadas de vapor metálico evaporam mais rapidamente do que os
eletrodos das lâmpadas de mercúrio, eles têm uma vida mais curta.. Além disso, algumas
lâmpadas à vapor metálicas vivenciam fortes mudanças de cor quando se aproximam do
fim da vida. Quando a aparência da cor é importante, a vida útil das lâmpadas acaba
quando a mudança da cor começa a ser questionada.

Lâmpadas de sódio de alta pressão. Lâmpadas de sódio de alta pressão empregam


eletrodos muito similares aos usados nas lâmpadas de mercúrio. Esse fato, combinado
com um diâmetro menor do tubo do arco, fornece às lâmpadas de sódio de alta pressão
excelente manutenção de lúmen.

95
A vida de uma lâmpada de sódio de alta pressão é limitada por um ligeiro aumento na
tensão de operação que ocorre durante a vida de uma lâmpada. Esse aumento é causado
principalmente pelo escurecimento da extremidade do tubo do arco pelo expirar do
eletrodo. O escurecimento absorve radiação, que esquenta as extremidades do tubo do
arco e vaporiza amalgama de sódio adicional. Isso aumenta a pressão do tubo do arco e
conseqüentemente a tensão do arco. Outras razões para a tensão do tubo do arco
aumentar são a difusão do sódio através dos selos da extremidade do tubo do arco e a
remoção do sódio do feixe do arco através da combinação com impurezas no tubo do
arco. Quando o reator não pode mais fornecer tensão suficiente para reacender o arco
durante cada metade de ciclo elétrico, a lâmpada se apaga. Quando ela se resfria, a
lâmpada vai acender novamente e esquentar até que a tensão do arco aumentar para que o
reator não possa agüentar o arco. Esse processo cíclico ocorre até que a lâmpada seja
substituída.

O EFEITO DA TEMPERATURA AMBIENTE

A emissão de luz de um tubo de arco típico HID com dois envelopes é pouco afetada pela
temperatura ambiente. Essas lâmpadas trabalham geralmente satisfatoriamente para
temperaturas baixas de até -29°C ou menos. Por outro lado, lâmpadas com um só
envelope, destinadas primeiramente para serem usadas como fontes de ultravioleta, são
bastante afetadas por temperaturas baixas, particularmente se o ar em volta delas se
movimentar. Elas não são adequadas para uso abaixo de 0°C sem uma proteção especial,
não fornecendo emissão de luz total. A temperatura ambiental afeta a tensão de partida de
todas as lâmpadas de descarga e em alguns casos tensões de partida mais altas de uso
para interiores são recomendadas para estradas e iluminações de floodlights em climas
frios. Reatores para serviços de iluminação de estradas e outras aplicações de baixas
temperaturas foram projetados para fornecer a tensão necessária para dar partida e operar
cada lâmpada especial para temperaturas baixas como -29°C. ASNI desenvolveu
recomendações para tensões de partida.

Temperatura de operação da lâmpada

Temperaturas de bases e envelopes excessivas podem causar falhas ou desempenho


insatisfatório devido ao amolecimento do vidro, estrago no tubo do arco pela umidade
proveniente do envelope externo, amolecimento do cimento da base ou da solda, ou
corrosão da base, do soquete ou dos fios de entrada. As temperaturas máximas do bulbo e
da base são definidas por vários padrões de associação. O uso do equipamento refletivo
que concentra o calor e a energia dentro do tubo do arco interno ou no envelope externo
deve ser evitado. No caso das lâmpadas de vapor metálico e de sódio de alta pressão nas
quais todo o material não é vaporizado, o calor concentrado no tubo do arco pode afetar a
cor da iluminação bem como as características elétricas e a vida da lâmpada.

Efeito estroboscópico e de tremeluzir

A emissão de luz de todas as lâmpadas HID varia em certo grau com as mudanças
cíclicas da tensão da rede. Esse tremeluzir depende do tipo de lâmpada e circuito do

96
reator. O tremeluzir pode ser uma consideração importante para as lâmpadas HID. Em
muitas aplicações de iluminação o efeito estroboscópico das fontes HID não é um
problema. Ele pode, no entanto, irritar os espectadores em jogos tais como tênis de mesa
ou tênis. Também pode ser considerado irritante por operadores de maquinas. Para
diminuir esse efeito, sistemas com índice de tremelucência a 0,1 ou menos são sugeridos,
ou as luminárias podem ter a fiação ligada alternadamente em diferentes fases de um
sistema trifásico.

A Figura 6.65 ilustra a variação do índice de tremelucência para lâmpadas de sódio de


alta pressão, de vapor metálico e de mercúrio, para vários reatores operados a 60 Hz. O
índice de tremeluzir é consideravelmente mais alto em sistemas de energia de 50 Hz . O
efeito de tremelucência pode ser eliminado utilizando-se reatores eletrônicos que
possuem alta freqüência ou características de onda retangular.

Figura 6-65. Índice de tremelucência das lâmpadas HID operadas em diferentes tipos de
reatores

97
Além do já mencionado acima, algumas vezes pode-se ver algum tremeluzir
depreendendo da extremidade da lâmpada quando visualizado perifericamente pela
retina. Esse tremeluzir é resultado do arco sendo aceso em eletrodos alternados durante
meios ciclos positivos e negativos, e possui uma freqüência que é igual à freqüência da
rede. Ele também é eliminado na operação de alta freqüência.

EQUIPAMENTO AUXILIAR

As lâmpadas HID possuem características volt-ampere negativas, e por isso um


equipamento limitador de corrente, geralmente em forma de transformador e reator, deve
ser providenciado para prevenir correntes da rede e da lâmpada excessivas. As lâmpadas
podem ser operadas tanto em circuitos múltiplos como em série. A Figura 6-66 mostra
um diagrama esquemático de diversos tipos de reatores típicos. A Figura 6-67 resume as
características das combinações mais comuns de lâmpadas HID e reatores.

Figura 6-66. Circuitos típicos para lâmpadas de descarga de alta intensidade em


operação.

98
Figura 6-67. Características das combinações mais comuns de lâmpadas HID e reatores.

Uma distinção deve ser feita entre os reatores com circuito de retardo e os reatores com
circuito de avanço. O elemento de controle da corrente da lâmpada de um reator de
circuito de retardo consiste numa reatância indutiva em série com a lâmpada. O elemento
de controle da corrente em reatores com circuito de avanço consiste das duas reatâncias,
indutivas e capacitivas, em série com a lâmpada; no entanto, a reatância pura de tal
circuito é capacitiva nos reatores de mercúrio e de vapor metálico, e indutiva nos reatores
de sódio de alta pressão.

Existem vários reatores em uso para lâmpadas de mercúrio operantes. As perdas de


potência nos reatores são geralmente na ordem de 5 a 15% da wattagem da lâmpada.

Reator de retardo. O reator do circuito de retardo mais simples é o reator que consiste
de uma só bobina em torno de um núcleo de ferro colocado em série com a lâmpada. A
única função do reator é limitar a corrente enviada à lâmpada. Esse tipo de reator só pode
ser usado quando a tensão da rede estiver dentro variação da tensão de partida
especificada para aquela lâmpada. O fator de potência desse circuito é de
aproximadamente 50% de retardo; refere-se à isso como fator de potência baixo ou
natural. A corrente da rede sob condições de partida é de aproximadamente 50% maior
do que na corrente de operação normal; portanto, recomenda-se que a fiação fornecida
tenha dimensão adequada para aproximadamente o dobro da corrente normal de
operação.

99
Existem versões com fator de potência alto onde um capacitor é instalado no circuito para
aumentar a mais de 90% o fator potência o sistema. Esse é o sistema geralmente
preferido, pois ele também reduz a entrada da corrente em condições de partida e de
operação em quase 50% abaixo do sistema de fator de potência baixo, permitindo uso
total do circuito.

Como um reator de retardo apenas controla a função do controle da corrente, ele é o


menor reator, além de maior rendimento e mais econômico. No entanto possui limitações
que devem ser consideradas. O reator propicia pouca regulagem para flutuações na tensão
da rede; por exemplo, 3% de alteração na tensão da rede podem causar 6% de mudança
na wattagem da lâmpada. Portanto ele não é indicado para flutuações da rede maiores que
5%.

Autotransformador de alta reatância. Quando a tensão da rede está abaixo ou acima da


variação especificada de tensão de partida da lâmpada, usa-se um transformador junto
com um reator para propiciar a tensão de partida adequada. Isso geralmente é feito
combinando a bobina primaria e a secundária, formando um único autotransformador de
alta reatância. O fator de potência desse circuito é com aproximadamente 50% de retardo
e tem as mesmas vantagens e limitações do fator de potência normal de um circuito de
reator de retardo. As versões do alto fator de potência são encontradas naquelas situações
nas quais um capacitor é instalado no circuito para aumentar o fator de potência do
sistema para mais do que 90%. O efeito na entrada da corrente é o mesmo do reator de
fator de alta potência. O desempenho da lâmpada e a regulagem são as mesmas.

Autotransformador de potência constante (CWA). Esse tipo de reator de circuito de


avanço é o mais usado nos sistemas de iluminação com lâmpadas de mercúrio. Ele
consiste de um autotransformador de alta reatância com capacitor em série com a
lâmpada. O capacitor permite que a lâmpada opere com melhor estabilidade de potência,
quando a tensão no ramo do circuito flutua. Esse reator é usado quando se espera que a
tensão da rede varie mais do que 5%. Por exemplo, uma alteração de 10% na tensão da
rede vai resultar apenas 5% de mudança na potência da lâmpada. Outras vantagens com
os reatores CWA são: fator de potência alto, baixa tensão de desligamento da rede e
correntes de partida da rede que são mais baixos do que as correntes da rede normais. Os
reatores CWA permitem uma carga máxima nos circuitos de ramificação e fornecem um
sistema de iluminação com lâmpadas de mercúrio econômico e eficiente.

O capacitor usado com o reator CWA desempenha uma função de reator importante,
como em todos os circuitos de avanço. O capacitor usado no reator de alto fator de
potência do tipo retarda e reatores de autotransformadores com alto fator de potência é
simplesmente um componente de correção de fator de potência e não tem função de
reator.

Wattagem constante. Esse tipo de reator, também chamado de regulado ou estabilizado,


possui características de operação similares ao CWA. A emissão de luz e wattagem
variam muito menos do que 2% com até 13% de variação na tensão da rede. O reator
CW, tal como o reator CWA, usa um circuito de avanço; ele difere quanto ao fato de que

100
o circuito da lâmpada é completamente isolado do enrolamento primário. Ele possui as
mesmas vantagens do reator CWA, tal como alto fator de potência, baixa tensão de
extinção e baixas correntes de partidas da rede.

Circuito de retarda-avanço com duas lâmpadas. A abordagem de um projeto de reator


com retardo e avanço é comumente usada para operar duas lâmpadas de mercúrio ou de
vapor metálico de 250, 400 ou 1000 W em dois circuitos independentes. Um reator
limitador de corrente opera uma lâmpada, e uma combinação de reator e capacitor
conectados em série opera a segunda lâmpada. As lâmpadas operam independentemente,
portanto a falha de uma não afeta a outra. A corrente de entrada da combinação dos
capacitores e dos reatores é mais baixa do que a soma das duas correntes operando
individualmente. Esses elementos propiciam um fator de potência alto e reduzem o
tremeluzir. Esse circuito pode ser usado apenas quando a tensão da rede estiver dentro da
variação específica de tensão de partida da lâmpada. Esse é o sistema de duas lâmpadas
mais econômico com regulagem similar ao reator de fator de potência normal e reatores
de autotransformadores. Um reator de retardo pode ser usado numa luminária e o reator
de avanço na luminária próxima. Número igual de cada tipo de reator num ramo do
circuito vai resultar num alto fator de potência do circuito.

Wattagem constante de duas lâmpadas em série (isoladas). Esse circuito é essencialmente


o mesmo de uma lâmpada com wattagem constante, exceto que opera com duas
lâmpadas em série.O uso mais eficaz desse circuito é nas aplicações aonde a temperatura
ambiente é -18°C ou acima. Ele é mais popular para aplicações internas de 400 W.

Reguladores de séries de corrente constante. As lâmpadas de mercúrio também são


operadas em série em reguladores série de corrente constante. O método mais comum
emprega um transformador de corrente para cada lâmpada. Ele difere no design dos tipos
múltiplos mais comuns de reatores. O design comum consiste num transformador com
dois enrolamentos como ilustrado na Figura 6-66e. Como a reatância do regulador do
circuito em série limita a corrente no circuito, o transformador individual da corrente da
lâmpada não foi projetado para limitar a corrente, mas sim para transformar a corrente
secundária reguladora em corrente da lâmpada. Além disso, o transformador é feito para
limitar a tensão do circuito aberto secundário para que não ocorra a necessária
interrupção quando a lâmpada falha. Transformadores em série são disponíveis para as
lâmpadas mais populares para operarem em circuitos em serie 6,6-, 7.5- ou 20- A e
podem ser operados em todos os tipos de transformadores de corrente constante. Esses
circuitos geralmente são satisfatórios para lâmpadas à vapor metálico e lâmpadas de
sódio em alta pressão projetadas para operar em reatores de mercúrio.

Reatores de mercúrio de dois níveis. A operação em dois níveis das lâmpadas de


mercúrio pode ser realizada desligando capacitores nos reatores de circuito de avanço.
Tais reatores que operam lâmpadas de mercúrio em dois níveis de 125, 250 e 400 W
estão disponíveis no mercado. Por exemplo, uma lâmpada de 400 W pode ser operada em
300 ou 400 W mudando o fator de potência no reator. Esses reatores de mercúrio de dois
níveis são usados para conservar energia. Designs similares estão disponíveis para
lâmpadas de sódio em alta pressão e lâmpadas à vapor metálico. Tanto os fabricantes dos

101
reatores como os fabricantes das lâmpadas devem estar conectados para informações
específicas.

Essa técnica de controle é atualmente limitada à operação na horizontal em temperatura


acima de 10°C. O tempo de aquecimento é 50% maior no nível mais baixo.

Lâmpadas à vapor metálico. As lâmpadas à vapor metálico operam bem em diferentes


tipos de controles. A escolha do controle depende do meio ambiente do uso da lâmpada e
do grau de regulação da tensão propiciada pela companhia de energia. Nos Estados
Unidos, o tipo de controle mais comum para lâmpadas acima de 150 W é o
autotransformador de avanço com pico. Esse controle fornece boa regulagem de tensão,
resultando uma mudança na potência da lâmpada de 7 a 10% para uma mudança na
tensão da rede de 10%. O autotransformador de avanço com pico trabalha de uma
maneira parecida ao reator CWA e possui características similares de operação. Na
Europa e em outros países onde as tensões do circuito aberto altas são disponíveis nas
redes de distribuição, os reatores de retardo mais o ignitor são mais comumente usados.
Nas aplicações aonde a regulagem de tensão for boa, o uso dos reatores de retardo podem
economizar bastante energia, mais do que o autotransformador mais comum de avanço
com pico e multi-tap.

Para as lâmpadas à vapor metálicas abaixo de 175W, o controle mais comum é o reator
de retardo ou o autotransformador de alta reatância. São utilizados capacitores de
correção de potência. Ao usar reatores de retardo para regular a wattagem da lâmpada,
ocorrem as menores variações de tensão da rede. Uma variação de 5% na tensão da rede
pode resultar numa mudança de 12% na wattagem da lâmpada. Operações por longo
tempo das lâmpadas sob condições de alta tensão da rede encurtam a vida da lâmpada.
Para partida, usa-se um ignitor que fornece um surto de alta tensão-baixa corrente entre 3
e 5 kV. Atualmente usam-se três tipos de ignitores. O mais comum é de impulso ou
ignitor paralelo, que utiliza um enrolamento do reator como transformador para o pulso
de ignição. Outro tipo é o superimposto ou ignitor em série, que contem um
transformador de pulso que é independente do enrolamento da bobina. Finalmente, há o
ignitor com dois fios, que fornece um pulso de tensão mais baixo diretamente através dos
fios de entrada da lâmpada.

Lâmpadas a sódio de alta pressão. Diferentemente das lâmpadas à vácuo metálicas e


das de mercúrio, que apresentam uma tensão da lâmpada constante com mudanças na
wattagem da lâmpada, a lâmpada de sódio de alta pressão varia sua tensão com a
wattagem da lâmpada. Conseqüentemente, os parâmetros de operação para as wattagens e
tensões máximas e mínimas permitidas foram estabelecidos. As recomendações mais
recentes da ANSI para lâmpadas de sódio de alta pressão devem ser seguidas. A Figura 6-
68 mostra os limites de tensão e de wattagem para lâmpadas de sódio de alta pressão de
400 W.

102
Figura 6-68. Limites da tensão e da wattagem para lâmpadas de sódio de alta
pressão de 400 W.

Reator de retardo. Esse tipo de reator é similar ao do reator da lâmpada de mercúrio. É


um reator simples em série com a lâmpada, projetado para manter as características
dentro do trapezóide. Um circuito de partida é incorporado para fornecer o pulso de
partida. Transformadores com pontos de conexão para cima e para baixo são fornecidos
quando é necessário ajustar a tensão da rede. Na maioria dos casos, um capacitor com
corretor de fator de potência é colocado ao longo da rede ou ao longo do enrolamento do
capacitor na bobina primaria. Esse tipo de reator geralmente fornece boas regulagens de
wattagem na tensão da lâmpada, mas pobre regulagem para variações na tensão da rede.
É o reator mais barato com a menor perda de energia entre os reatores para lâmpadas de
sódio de alta pressão.

Regulador magnético ou reator de wattagem constante. Esse reator consiste


essencialmente de uma parte reguladora da tensão que alimenta um reator limitador de
corrente e o circuito de pulso de partida. Ele fornece boa regulagem de wattagem para
mudanças na tensão da rede, como resultado da parte reguladora de tensão, e boa
regulagem para mudanças na tensão da lâmpada, que é a característica principal do
reator.

O regulador magnético é um reator caro, que possui as maiores perdas de energia, mas
geralmente ele fornece boa regulagem de wattagem em todas as condições de tensão da
rede e da lâmpada. Um capacitor com correção do fator de potência é geralmente
incluído. Deve-se notar que esse circuito difere dos circuitos dos reatores de mercúrio de
wattagem constante.

Reator de circuito de avanço. Esse circuito é similar ao reator CWA da lâmpada de


mercúrio. Ele opera com uma combinação de indutância e capacitância em série com a
lâmpada. Ele difere em design do reator CWA da lâmpada de mercúrio por não manter
uma corrente de lâmpada constante, mas sim diminuir a corrente à medida que a tensão

103
da lâmpada aumenta, para manter a wattagem da lâmpada operando dentro dos limites do
trapezóide. Esse tipo de reator fornece regulagem de wattagem para mudanças tanto na
tensão da rede como na wattagem da lâmpada. Para uma mudança menor que 10% na
tensão da rede ele mantêm a wattagem da lâmpada dentro do trapezóide. Seu custo e
perdas de energia são médios.

Ignitores. Os ignitores são usados no circuito do reator para a maioria das lâmpadas de
sódio de alta pressão, algumas lâmpadas à vapor metálicas e algumas lâmpadas de arco
especiais. Os ignitores dão partida em lâmpadas frias através do fornecimento de uma
tensão suficientemente alta para ionizar o gás para produzir uma descarga de
luminescência. Para completar o processo da partida, os pulsos de partida devem então
fornecer bastante energia para sustentar um arco através da transição da luminescência ao
arco. A variação das tensões dos pulsos para darem partida a lâmpadas frias é de 1 a 5
kV, geralmente fornecido por um circuito ressonante eletrônico que utiliza múltiplos
pulsos à lâmpada quando o circuito é energizado. O circuito se apaga depois que a
lâmpada se acende ao sentir a redução da tensão do circuito aberto, ou, com alguns
ignitores, após certo período fixo de tempo.

O processo de nova partida instantânea das lâmpadas quentes é realizado através do


aumento da tensão de ignição. Os pulsos de tensão de 10 a 70 kV são exigidos pela
maioria das lâmpadas HID, e esses são fornecidos pelos circuitos ressonantes. Para se
obter tensão a valores terra, há circuitos com ignitores que aplicam pulsos opostos
simultaneamente às extremidades da lâmpada. A maioria das lâmpadas de reinicio
instantâneo apresenta uma construção com dupla extremidade para minimizar o arco
entre os fios de entrada, suportes internos ou contatos das bases. Esses pulsos de entrada
de alta tensão são normalmente aplicados em um ou vários surtos curtos, usando a
redução da tensão de circuito aberto no processo de nova partida para desligar o ignitor.

Regulação da luz (dimming) de lâmpadas de descarga de alta


intensidade

Embora as lâmpadas HID sejam otimizadas para funcionar com energia total, alguma
conservação de energia pode ser obtida através da dimerização da luz. Em aplicações de
gerenciamento de energia, conservação de 50% ou mais podem ser obtidas aonde a luz do
dia é utilizada junto com um foto sensor e um sistema de controle de dimerização da luz.
A luz do dia tende a compensar as alterações de cor das lâmpadas HID dimerizadas.
Controles adicionais para iluminação de lâmpadas HID podem ser empregados para
manutenção de lumens, através de programas administrados por um computador ou por
um relógio da redução da demanda e da hora–do-dia. Um controle manual simples para
um sistema de dimerização da luz HID pode propiciar flexibilidade nas aplicações com
propósitos múltiplos e a melhora da eficiência pelo ajuste da saída de luz para uma tarefa
especifica.

Algumas fontes de luz são mais adequadas do que outras para a dimerização da luz.
Portanto, ao considerar uma fonte especifica para dimerização da luz, sugere-se contatar
os fabricantes da lâmpada e do sistema de dimerização da luz para mais informações ou

104
para obter as características de desempenho num estado de dimerização. Em alguns
casos, a garantia do fabricante da lâmpada é limitada quando há dimerização da luz. Num
sistema de dimerização da luz adequadamente projetado, no entanto, a vida da lâmpada
não é afetada pela dimerização da luz.

O aquecimento lento e o retardo do reinicio a quente, que são características das fontes
HID, também se aplicam ao processo de dimerização da luz. As lâmpadas HID
respondem à mudanças no dimmer muito mais vagarosamente do que as fontes
fluorescentes ou incandescentes; retardos entre a emissão mínima e máxima de luz
variam de 3 a 10 minutos. Existe uma dimerização instantânea, no entanto, para uma
variedade limitada de lâmpadas.

As lâmpadas HID devem ser iniciadas à toda potência e a dimerização da luz postergada
até que as lâmpadas estejam totalmente aquecidas. Sistemas de dimerização
adequadamente projetados asseguram que isso ocorra.

Além da velocidade, a variação da resposta não é comparável à da dimerização


fluorescente ou incandescente; no entanto, na maioria dos casos a eficiência e a cor da
lâmpada são razoavelmente boas para uma dimerização de 50% ou menos. Embora não
sejam próprias para iluminação de palcos e efeitos teatrais, elas são bastante satisfatórias
para muitas aplicações de gerenciamento de energia. Nessas aplicações, a resposta
vagarosa das lâmpadas HID fornece uma estabilidade adicional ao sistema e uma
distração mínima do ocupante.

Curvas típicas de saída de lumens versus energia de entrada são mostradas na Figura 6-
69. Essas curvas descrevem tendências gerais; o fabricante do sistema de dimerização
deveria ser consultado para maiores detalhes.

Figura 6-69. Saída de lumens vs. Entrada de energia para lâmpadas de descarga de alta
intensidade: (a) vapor de mercúrio, (b) vapor metálico, (c) sódio em alta pressão. As
linhas pontilhadas representam as áreas de operação onde mudanças de cor significativas
ocorrem.

105
Lâmpadas de mercúrio transparentes mudam muito pouco em cor de 100 a 25% da
emissão de luz, a cor azul-esverdeada que é característica das fontes de mercúrio
transparente está presente em todos os meios de dimerização (Figura 6-70). Lâmpadas de
mercúrio de cor melhorada geralmente apresentam um bom desempenho de
aproximadamente 30% da sua emissão de luz.

Figura 6-70. Relação entre temperaturas da cor e mudanças de IRG com dimerização.
Lâmpadas transparentes à vapor metálico podem experimentar uma mudança na
temperatura da cor de acima de 1000K e uma queda de 35% no IRG quando ocorrer a
dimerização de até 50% da emissão da luz. Lâmpadas revestidas com fósforo são menos
vulneráveis à essa mudança de cor.

A aparência da cor, a consistência da cor de lâmpada para lâmpada, e a reprodução de cor


de algumas lâmpadas à vapor metálico de baixa potência, transparentes, podem começar
a mudar a uma emissão de 80%. Para potências superiores, a cor das lâmpadas

106
transparentes começa a mudar a aproximadamente 60% da emissão da luz, aonde a cor
azul-esverdeada (característica do vapor de mercúrio) começa a aparecer. O efeito é
menor com lâmpadas revestidas com fósforo.

A aparência da cor de lâmpadas típicas de sódio de alta pressão não muda sensivelmente
até aproximadamente 50% da emissão da luz. Abaixo de 50%, um amarelo forte,
característico do sódio de baixa pressão, começa a prevalecer. No caso das lâmpadas de
alta pressão de alta reprodução de cor, os fabricantes das lâmpadas devem ser consultados
quanto ao desempenho da dimerização.

Lâmpadas com reatores incorporados

Lâmpadas de mercúrio com reatores (resistências) incorporados podem ser encontradas


em várias wattagens. Essas lâmpadas possuem um tubo do arco a vapor de mercúrio em
série com um filamento de tungstênio limitador de corrente. Em alguns tipos, um
revestimento de fósforo no envelope externo proporciona uma melhoria na cor adicional.
A eficiência total é menor do que das outras lâmpadas de mercúrio por causa das perdas
resistivas do filamento de tungstênio. Como o nome já denota, essas lâmpadas não
requerem um reator auxiliar.

LÂMPADAS DE ARCO CURTO


As lâmpadas de arco curto ou de arco compacto fornecem uma fonte de luminância muito
elevada. Elas são usadas principalmente em lanternas, projetores, sistemas de vídeo e
instrumentos ópticos (por exemplo, espectrofotômetros e instrumentos de gravação) e
para simulação da radiação solar. Elas também podem ser usadas como fontes de luz
modulada, gerada através de modulação da corrente.

As lâmpadas de arco curto são lâmpadas de descarga à gás em alta pressão caracterizadas
por um arco de eletrodo estabilizado que é curto comparado com o tamanho do envelope.
Dependendo da wattagem e da aplicação pretendida, o comprimento dos seus arcos pode
ser de 0,3 a 12 mm. Esses arcos possuem a mais elevada luminância e brilho do que
qualquer fonte de luz operando continuamente, e são as mais próximas a ser uma fonte
verdadeira.

Algumas lâmpadas de arco curto típicas são mostradas nas Figuras 6-71 e 6-72. Essas
lâmpadas possuem bulbos de silício fundido (quartzo) opticamente transparente, de forma
esférica ou elipsoidal com dois pontos diametralmente opostos de selagem. Quatro tipos
de selagem são usados nesses tipos de lâmpadas. A selagem graduada e a selagem com
fita de molibdênio são selagens condutoras de corrente, enquanto a selagem em forma de
caneca Kovar- e -molibdênio e a selagem (mecânica) por um elastômero são separadas
da corrente condutora por uma caneca ou flange. Para aplicações que requerem uma
operação livre de ozônio, os envelopes da lâmpada são fabricados de quartzo, que não
transmite os comprimentos de onda abaixo de 210nm.

107
Figura 6-71. Lâmpadas típicas de arco curto: (a) lâmpadas de argônio-mercúrio
de baixa potência (100 W à esquerda, 200 W à direita), e (b) lâmpadas de
xenônio de potência média (à partir da esquerda 1,6, 2,2, 4,2, 3,0 kW).

Figura 6-72. Lâmpadas típicas de arco compacto de xenônio de alta potência com
eletrodos resfriados por liquido: (a) lâmpadas de 30kW para simuladores solares (
posição de operação principal vertical) e (b) lâmpadas de 20kW para faróis de busca
militares ( posição de operação principal horizontal).

108
A maioria das lâmpadas é projetada para operação dc. A melhor estabilidade e uma vida
mais longa das lâmpadas dc têm limitado o uso das lâmpadas de arco curto para
aplicações especiais.

Partidas das lâmpadas de arco curto

Assim como acontece com a maioria das lâmpadas de descarga, as lâmpadas de arco
curto requerem dispositivos auxiliares para dar partida ao arco e limitar a corrente. Para
as lâmpadas de arco, podem ser usados tanto os reatores resistivos como os indutivos. As
lâmpadas de corrente continua são melhor operadas a partir de sistemas de energia
especificamente concebidos para fornecer, com boa eficiência, os pulsos de alta tensão
(até 50kV) necessários para romper o espaço vazio entre os eletrodos, ionizar o gás, e
aquecer a ponta do catodo às temperaturas de emissão termiônica de calor. Além disso,
eles fornecem suficiente tensão dc de circuito aberto para assegurar a transição da
descarga de alta tensão e baixa corrente iniciada pelo ignitor, para o arco de baixa tensão
e alta corrente. Com um sistema projetado adequadamente, uma lâmpada de arco curto
dará partida dentro de uma fração de um segundo. Muitas fontes de energia são reguladas
para que a operação da lâmpada seja independente das flutuações de tensão da rede.
Quatro tipos básicos de sensores de regulagem de potência estão atualmente em uso:
reguladores de corrente, de tensão de energia e ópticos. O tipo do sistema de suprimento
de energia utilizado depende das especificações das aplicações.

LÂMPADAS DE MERCÚRIO-XENÔNIO E DE MERCÚRIO

Para facilitar a partida da lâmpada, lâmpadas de mercúrio de arco curto contêm argônio
ou outro tipo de gás raro à uma pressão de 1 a 4 kPa, como nas lâmpadas de
mercúrio.Depois que o arco inicial é atingido, a lâmpada aquece-se gradualmente e a
tensão aumenta e estabiliza à medida que o mercúrio é completamente vaporizado. As
lâmpadas de mercúrio requerem vários minutos para alcançar a pressão de operação plena
e a emissão total da luz. Esse tempo de aquecimento é reduzido de cerca de 50% se o
xenônio, com pressão atmosférica maior, for adicionado ao mercúrio. Lâmpadas com
esse tipo preenchimento são conhecidas como lâmpadas de arco curto de mercúrio-
xenônio ou como lâmpadas de arco compacto de mercúrio- xenônio. A distribuição
espectral da energia na região visível é essencialmente a mesma para ambos os tipos,
consistindo principalmente de cinco linhas de mercúrio e alguns comprimentos de onda
contínuos devido à alta pressão de operação. (Figura 6-73). A eficiência luminosa destas
lâmpadas de aproximadamente 50 lm/W à 1000 W e de aproximadamente 55 lm/W à
5000 W. Lâmpadas de mercúrio e de mercúrio-xenônio estão disponíveis a partir de 30 à
7000 W e são geralmente operadas na posição vertical.

109
Figura 6-73. Distribuição de energia espectral de uma lâmpada de mercúrio-
xenônio de 2.5 kW de 240 à 2500nm.

LÂMPADAS DE XENÔNIO

Lâmpadas de arco curto de xenônio são preenchidas com diversas atmosferas do gás de
xenônio. Elas alcançam 80% da emissão final imediatamente. O CCT do arco é de
aproximadamente 5000K. O espectro é continuo do ultravioleta até o infravermelho
(Figura 6-74). As lâmpadas de xenônio apresentam linhas de emissão fortes perto do
infravermelho entre 800 e 1000 nm e algumas linhas fracas na região visível de
comprimento de ondas curtas.

110
Figura 6-74. Distribuição de energia spectral de uma lâmpada de xenônio de 2.2
kW de 200 à 2500nm.

As lâmpadas de arco curto de xenônio variam de 5 à 32.000 W, e elas podem ser


encontradas para aplicações nas posições horizontal e vertical. As lâmpadas projetadas
para operar acima de 10 kW exigem um resfriamento líquido dos eletrodos. A eficiência
luminosa da lâmpada de arco curto de xenônio é de aproximadamente 30lm/W à 1000 W,
45lm/W à 5000W e acima de 50lm/W à 20kW e acima.

LÂMPADAS DE XENÔIO DE ARCO CURTO COM REFLETOR DE


CERÂMICA

Lâmpadas de xenônio com refletor de cerâmica (CRX) combinam a tecnologia básica das
lâmpadas de arco curto e um refletor interno que concentra a energia do arco através de
uma janela de safira no suporte metal- cerâmica. A janela transmite energia em regiões
tanto de infravermelho como ultravioleta do espectro. Esses dispositivos têm as
vantagens de um aumento de emissão da luz, segurança e facilidade de manuseio e
instalação. Eles também eliminam o uso de alguns equipamentos periféricos tais como
componentes ópticos de focalização necessários em muitas aplicações aonde as

111
lâmpadas de arco curto são utilizadas. As lâmpadas CRX são encontradas com potências
de 175 a 1000 W. Suas distribuições espectrais de energia podem ser variadas para
aplicações específicas, alterando o material refletor ou seu revestimento.

Envelope das lâmpadas em operação

As lâmpadas de arco curto de xenônio, de mercúrio-xenônio, e de mercúrio se encontram


sob uma pressão considerável durante a operação (até 5000 kPa para as lâmpadas
pequenas e de cerca de 1000kPa para as maiores), e, portanto, devem ser envelopadas
durante a operação. Além disso, deve se tomar cuidado para assegurar proteção contra a
poderosa radiação ultravioleta emitida por essas lâmpadas.

Em geral, as lâmpadas de arco curto de até aproximadamente 1 kW são projetadas para


operar com resfriamento por convecção. Ventilação especial não é necessária a menos
que componentes importantes da lâmpada estejam sujeitos às temperaturas excessivas
causadas pelos envelopes muito confinados, temperaturas ambientais excessivas ou
radiação infravermelha.

Para garantir a segurança durante o envio, armazenamento ou o manuseio das lâmpadas


de xenônio ou de mercúrio-xenônio, caixas com proteção especial são fornecidas. Essas
caixas são feitas de metal ou plástico e são colocadas de tal maneira em volta do bulbo
que a lâmpada pode ser conectada eletricamente sem ser removida da caixa. A caixa não
deve ser removida até imediatamente antes que a lâmpada esteja energizada.

LÂMPADAS À VAPOR METÁLICO DE FONTE COMPACTA

Lâmpadas à vapor metálico de fonte compacta, ou arco médio, se baseiam na combinação


das tecnologias da lâmpada de arco curto e da lâmpada à vapor metálico. Sua descarga
de arco é predominantemente eletrodo estabilizado e opera entre os eletrodos de
tungstênio espaçados de 2,5 à 35 mm de distância em bulbos de quartzo elipsoidais ou
quase esféricos. Eles são preenchidos com mercúrio e argônio como elementos básicos
para dar partida ao arco e, como ocorre em algumas lâmpadas à vapor metálicas padrão,
iodetos de metal de terra rara e brometos são adicionados para se obter uma ampla
distribuição de energia espectral. Obtêm-se uma alta eficiência luminosa e uma excelente
reprodução de cor com uma temperatura de cor correlata perto da luz do dia, juntamente
com um tamanho de fonte pequeno.

Essas lâmpadas estão disponíveis em construções com uma extremidade e com duas
extremidades com uma variação típica de 70 a 1800 W. Em casos especiais, wattagens
mais altas (até 18.000 W) podem ser alcançadas. Essas lâmpadas são projetadas para
operarem em corrente alternada e requerem fontes de energia únicas ou reatores com
dispositivos de partida em alta tensão. A maioria das lâmpadas pode ser reiniciada
instantaneamente quando quente.

112
Algumas lâmpadas estão disponíveis com os tubos de arco montados nos refletores
elipsoidais integrais que podem concentrar a luz através de pequenos orifícios ou feixes
de fibra óptica. Outras lâmpadas estão disponíveis em configurações PAR para aplicações
que requerem fachos concentrados.

As lâmpadas de fontes compactas são usadas para iluminação em televisão e cinema,


iluminação de locações externas, iluminação cênica, iluminação esportiva, iluminadores
de fibra óptica, projetores de vídeo. Se usados em projetores, deve-se tomar cuidado com
a modulação para se evitar efeito estroboscópico não intencionais.

LÂMPADAS DE DESCARGA VARIADAS

Lâmpadas de sódio em baixa pressão

Em lâmpadas de descarga de sódio em baixa pressão, o arco é carregado através do sódio


vaporizado. A luz produzida pelo arco de sódio em baixa pressão é quase
monocromática, consistindo de uma linha dupla de 589.0 e 589,6 nm. O gás de partida é
de neon com pequenas adições de argônio, xenônio ou hélio. Para se obter a eficiência
máxima da conversão da entrada elétrica do arco de descarga em luz, a pressão do vapor
de sódio deve ser aproximadamente de 0,7 Pa, que corresponde à uma temperatura da
parede do bulbo do tubo do arco de aproximadamente 260°C. Qualquer desvio dessa
pressão diminui a eficiência da lâmpada. Para manter a temperatura de operação para essa
pressão, o tubo do arco é normalmente inserido num envelope à vácuo ou num bulbo
externo num vácuo maior.

O tempo decorrido até a saída total de luz é de 7 a 15 min (Fig.6-75). Quando iniciada
pela primeira vez, a emissão da luz tem a cor característica da descarga de neon, que é
vermelha, e gradualmente se torna amarela à medida que o sódio é vaporizado. O re-
inicio quente é bom, e a maioria das lâmpadas de sódio em baixa pressão reiniciam
imediatamente após a interrupção do fornecimento de energia.

113
Figura6-75. O desempenho da lâmpada de sódio de baixa pressão durante a partida.

Eficiência. A baixa densidade da corrente é vital à geração eficiente da luz. Altas


densidades resultam numa estimulação dos átomos para níveis de energia mais altos e
conseqüentemente à uma perda da eficiência ao converter eletricidade em luz. O
isolamento térmico aumenta a eficiência para acima de 180lm/W para a lâmpada de sódio
de baixa pressão tipo U de 180W, ou aproximadamente 150lm/W incluindo as perdas do
reator .O isolamento térmico consiste de uma camada refletora de infravermelho
transparente para a luz, no interior do envelope externo. É geralmente feita de óxido de
índio; antigamente usavam-se luvas de vidro e oxido de estanho.

Construção. Existem dois tipos de lâmpadas de sódio de baixa pressão: a linear e aquela
em forma de U. A lâmpada linear tem um tubo do arco com extremidade dupla, similar à
lâmpada fluorescente, com eletrodos pré-aquecidos fundidos em cada extremidade. Seu
tubo do arco, feito de um vidro especial resistente ao sódio, é fundido num envelope à
vácuo externo com uma base média de dois pinos em cada extremidade.

114
As lâmpadas em formato de U possuem o tubo do arco duplo em volta de si mesmo, com
suas partes muito próximas (Figura 6-76). Estão disponíveis duas versões desse tipo de
lâmpada, baseadas em abordagens diferentes para manter a distribuição do sódio
uniforme no tubo do arco, ao longo da vida. Excesso de sódio metálico condensa-se na
parte mais fria da lâmpada, geralmente na curva do tubo do arco. Se não controlados,
concentrações muito baixas de sódio produzirão um arco de neon-argônio no tubo. Isso é
conhecido como “operação exposta”.

Figura6-76. Construção de lâmpadas de sódio em baixa pressão (do tipo de tubo em


forma de U)

Um design em formato de U forma com covinhas na superfície externa do tubo do arco;


elas servem como pontos de esfriamento alternativos para a condensação do sódio
metálico. As covinhas também inibem a migração do sódio devido aos efeitos
gravitacionais ou de vibração. O design alternativo usa um filme refletor de calor
graduado ao longo do interior do envelope externo, com a maior quantidade de calor
refletido na dobra.

Equipamento auxiliar. O arco de sódio de baixa pressão possui em comum com todas as
lâmpadas de descarga uma característica de volt-ampere negativa. Um equipamento
limitador de corrente, geralmente um reator transformador, deve ser fornecido para
prevenir excesso de corrente da lâmpada e da rede.

Reatores autotransformadores de alto fator de potência são os mais comumente usados. A


tensão de partida necessária varia de 400 a 550 V. Um capacitor ligado em paralelo no
lado primário aumenta o fator de potência de 90% ou mais. Nesse tipo de reator, a
regulagem da lâmpada é excelente: a potência da lâmpada e a emissão de lúmen
permanecem em 5% para uma tensão de rede que varia numa faixa de 20%. Designs de
reatores com potência constante também estão disponíveis.

Lâmpadas de luminescência

Essas são lâmpadas de longa vida, baixa tensão, projetadas para serem usadas como
indicadoras ou lâmpadas piloto, luzes noturnas, indicadoras de lugares e elementos de
circuitos. Elas variam de 0,06 a 3W e possuem uma eficiência de aproximadamente 0,3
lm/W. Um grupo típico de lâmpadas de luminescência é mostrado na Figura 6-77. Elas
emitem luz tendo o caráter espectral o gás com qual elas estão preenchidas. O gás mais

115
comum é o neon, que tem uma cor laranja característica. A luminescência é confinada ao
eletrodo negativo. Essas lâmpadas possuem uma tensão de partida crítica, abaixo da qual
elas são, de fato, um circuito aberto.

Figura 6-77. Lâmpadas de luminescência típicas com numeros ANSI .

Tal como as outras lâmpadas de descarga, as lâmpadas de luminescência requerem uma


resistência limitadora de corrente em série. As lâmpadas de luminescência com bases de
rosca possuem seu resistor construído na base , enquanto que para aquelas lâmpadas sem
base ou lâmpadas com bases em forma de baioneta, um resistor de valor adequado deve
ser empregado externo às lâmpadas.

Lâmpadas preenchidas com uma mistura de argônio e não com neon irradiam
principalmente na região próxima ao ultravioleta em torno de 360 nm e portanto são
usadas principalmente para estimular a fluorescência dos minerais e outros materiais,
como também para algumas aplicações fotográficas.

Lâmpadas de arco concentrado de zircônio, tipo fechado

Essas lâmpadas utilizam uma corrente de arco direta que constitui uma fonte de luz
concentrada de alta luminância, de até 45 milhões cd/m2 .Elas são feitas com eletrodos
fixos permanentes fundidos num bulbo de vidro preenchido com argônio. A fonte de luz
é um pequeno spot, de 0,13 a 2,8 mm de diâmetro (depende da potência da lâmpada), que
se forma na extremidade de um tubo de tântalo preenchido com oxido de zircônio que
serve como catodo. A distribuição espectral de potência é semelhante àquela de um
corpo preto com temperatura de cor correlata de 3200 K. Essas lâmpadas produzem uma
distribuição de candelas caracterizada pela regra do co-seno. Essas lâmpadas requerem

116
circuitos especiais que geram um pulso de alta tensão para dar a partida e uma corrente de
operação com reator e bem filtrada. O fabricante recomenda fontes de alimentação
adequadas. A Figura 6-78 ilustra vários exemplos de lâmpadas de emissão lateral e de
extremidade.

Figura 6-78. Lâmpadas de arco concentrado de emissão lateral e pela extremidade.

Lâmpadas de arco com pulso de xenônio (PXA)

Essas são lâmpadas de arco de xenônio de corrente alternada com dois eletrodos ativos
(uma lâmpada de xenônio polarizada possui corrente fluindo em apenas uma direção e
apenas um eletrodo ativo).Um reator com interruptor em serie com a lâmpada em baixa
pressão força 50 a 100 picos de amperes (120 pulsos por segundo) através da lâmpada. O
reator também fornece uma corrente continua de 2 a 3 A para manter a lâmpada operando
entre os pulsos. O espectro produzido é característico de xenônio, tipicamente de 6000K.
As lâmpadas PXA estão disponíveis em formatos lineares e helicoidais.

A eficiência dessas fontes é de aproximadamente 35 a 40lm/W. As potências das


lâmpadas disponíveis variam de 300 a 8000W, e um resfriamento de ar forçado é exigido
durante a operação.

As lâmpadas PXA são usadas na industria de artes gráficas para aplicações que requerem
partidas instantâneas, emissão de luz estável, de alta intensidade e de temperatura de cor
com a qualidade da luz do dia.

Flashtubes

Essas fontes de luz foram projetadas para produzir flashes de alta intensidade de muito
curta duração. Elas são usadas principalmente para fotografia; a visualização e tempo das
maquinas rotativas e de movimento alternado; sistema de iluminação de aproximação de

117
aeroportos, incluindo auxilio na navegação, sinalização de obstrução, de alerta e de
emergência; bombeamento de laser e aplicações na área de entretenimento.

Um flashtube convencional consiste de um envelope tubular transparente de vidro ou


sílica (quartzo) fundida que tem seus eletrodos de descarga principais colocados
internamente perto das extremidades e geralmente tem um eletrodo externo de fio
encapado para disparar. Ele geralmente contém gás de xenônio muito puro à uma pressão
abaixo da atmosférica, geralmente variando de 25 a 80 kPa. Às vezes outros gases tais
como o argônio, hidrogênio e criptônio são acrescentados ao xenônio para se obter
distribuições de energia espectrais diferentes ou características térmicas, elétricas e de
deionização diferentes. Com uma tensão aplicada em todos os seus eletrodos principais, o
tubo atua como de alta impedância ou circuito aberto até que um pulso disparador ioniza
o gás dentro do tubo. Um pulso disparador induz a ionização e assim faz com que o gás
de xenônio se torne condutor. Uma descarga ocorre então entre os principais eletrodos,
após o que o gás se torna altamente luminescente.

Um flashtube de xenônio converte até 35% da energia em luz. A eficiência luminosa


varia de 30 a 60 lm/W. A qualidade espectral é perto da luz do dia, tendo uma
temperatura de cor correlata de aproximadamente 6000 K, de tal forma que a radiação
engloba todo o espectro visível e se estende na ultravioleta e perto da infravermelha
(Figura 6-79). Os flashtubes estão disponíveis em muitos formatos e tamanhos para
atender o usuário e o tipo de sistema óptico empregado. Os tipos mais comuns são retos
(linear), enrolados (espiral) e em formato de U. Existem outras configurações para
aplicações especiais. A Figura 6-80 mostra alguns flashtubes disponíveis no mercado.

Figura 6-79. Distribuição espectral de energia de um flashtube típico preenchido com


xenônio para duas diferentes condições de descarga: (a) baixa capacidade, alta tensão
(linha continua) e (b) alta capacidade e baixa tensão (linha pontilhada)

118
Figura 6-80. Flashtubes típicos.

Energia e vida útil. Para uma operação com um único flash, o limite da quantidade de
energia que pode ser consumida depende da vida útil de tubo desejada medida em flashes
úteis. Essa vida útil é afetada pela taxa de escurecimento da parede do envelope pela
destruição do tubo ou de suas partes. Os flashtubes projetados para cargas muito altas
possuem envelopes feitos de sílica fundida, que podem agüentar altos choques térmicos.
A potência do pico encontrada durante uma descarga produz um choque térmico que
poderia quebrar o envelope; assim sendo, para maximizar a energia por flash o choque
térmico deve ser limitado. Isso pode ser feito reduzindo a corrente de pico, que também
aumenta a duração do flash. Para limitar a corrente de pico e o choque térmico, bem
como controlar a duração do pulso, adiciona-se uma indutância em serie dentro do ciclo
da descarga.

Normalmente a expectativa de vida útil de um flashtube pode ser relacionada à


porcentagem de energia desprendida na explosão por um flash numa determinada
aplicação. A energia de explosão é definida pelos fabricantes como o nível de energia a
uma determinada duração do flash que fará com que o tubo falhe em dez flashes,
geralmente pela desintegração do envelope. A vida útil pode ser aproximada do seguinte
modo:

119
Limites da entrada de energia. A entrada de energia média é o produto da energia por
flash e a taxa do flash. A energia máxima que qualquer flashtube pode dissipar é
determinada pela área do envelope, o tipo de material do envelope, e pelo processo de
refrigeração, tal como convecção de ar livre, convecção de ar sob pressão, ou uso de um
liquido de refrigeração. Para envelopes de sílica fundida a energia de entrada máxima
pode ser aproximada do seguinte modo: convecção de ar livre, 5 W/cm2; convecção de ar
sobre pressão, 40 W/cm2; líquido de refrigeração, 200 W/cm2.

Bancos de armazenamento de energia. A energia elétrica que é posteriormente


descarregada através do flashtube para produzir luz é armazenada no banco capacitor.
Esse banco é capaz de realizar uma descarga rápida numa carga de impedância baixa.
Portanto, ele deve possuir uma indutância relativamente baixa, bem como uma resistência
em serie equivalente baixa. Ele também deve ser capaz de armazenar energia em alta
tensão sem uma perda significativa. Tensões típicas variam de 300 a 4000 V. Bancos de
corrente utilizam capacitores de alumínio eletrolítico, papel-óleo ou papel metalizado,
projetados especialmente para as aplicações que se destinam ao armazenamento de
energia. Todas são altamente eficientes em enviar energia ao flashtube. O tipo
selecionado depende da tensão, da temperatura e da vida, como também das limitações
do tamanho e do peso.

Circuito eletrônico. Além do circuito de descarga, o sistema de flash de xenônio


convencional possui um circuito de carga e um circuito de disparo (Figura 6-81). O
circuito de carga aceita energia elétrica primária em baixa tensão, a transforma e corrige
em alta tensão, e a aplica ao banco capacitor, aonde é armazenada como energia
potencial. A luminância do flashtube depende da sua carga, que por sua vez depende da
capacitância do capacitor em armazenar energia, e da tensão em toda ela, de acordo com
a seguinte fórmula:

aonde

C = capacitância em uF

V = tensão ao longo do tubo (e capacitor) em kV.

120
Figura 6-81. Elementos básicos de um típico fornecedor de energia de flashtube.

O circuito de disparo usado para produzir o pulso ionizante de alta tensão consiste de um
sistema de descarga capacitor de baixa potência conduzindo um transformador de pulso.
O transformador de pulso estabelece um campo elétrico que inicia o processo de
ionização e causa a condução do gás. Esse pulso é geralmente aplicado ao fio disparador
externo (eletrodo externo), mas em algumas aplicações é aplicado entre os eletrodos de
descarga principais por um transformador de pulso com muito baixa impedância
secundária, em serie com o circuito de descarga do flashtube.

Variando a tensão para o banco capacitor e, conseqüentemente sua capacitância, e


inserindo a indutância no circuito da descarga, é possível variar a emissão de luz e a
duração do flash do sistema. A duração do flash depende do valor do capacitor, da
indutância do circuito de descarga e da impedância do flashtube. Embora o flashtube seja
um elemento de circuito não linear, sua impedância pode ser aproximada de acordo com
a seguinte formula:

Flashtube impedance = ρL/ A

where

ρ = plasma impedance in Ω × cm,


L = arc length in cm,
A = cross-sectional area of the arc in cm2.

Flashtube impedance = ρL/ A

Onde

ρ = impedância do plasma em Ω × cm,

L = comprimento do arco em cm,

A= área transversal do arco em cm2.

121
Com densidades de corrente encontradas usuais, ρ tem um valor aproximado de 0.02 Ω-
cm.

Os flashtubes com seus circuitos associados podem ser projetados para serem operados
com energias de flash desde frações de segundos- watt até 20.000 segundos-watt, com
durações de aproximadamente desde um micro segundo até muitos milisegundos, e com
taxas de repetição de um único flash até 1000 flashes por segundo. Taxas de repetição
mais altas podem ser obtidas com projetos de circuitos e flashtubes especiais.

Lâmpadas de arco linear

As lâmpadas de envelope de quartzo de arco linear estão disponíveis tanto para operações
de ondas continuas como para operações de pulso. As lâmpadas operadas na modalidade
pulso foram discutidas acima em flashtubes. As lâmpadas de xenônio de arco longo de ar
sobre pressão refrigerado são feitas com comprimentos de arco de até 1.2m, diâmetros
internos de até 12 mm e wattagem de até 6 kW. Essas lâmpadas são usadas para
exigências especiais de iluminação e simulação solar e possuem uma eficiência de
aproximadamente 30 lm/W.

Lâmpadas de criptônio e de xenônio de arco longo refrigeradas à água são feitas com
comprimentos de arco de até 0,3m, diâmetros internos de até 10 mm e potência de até
12kW. Suas principais aplicações são para bombeamento à laser; as lâmpadas de arco de
criptônio são especialmente adequadas para bombeamento de lasers de cristais de
neodímio dopados com aluminato de ítrio.

Lâmpadas de arco longo dopadas de halogenatos e de mercúrio refrigeradas com ar sobre


pressão estão disponíveis em comprimentos de até 1.2 m, diâmetro interno de até 10mm e
potências de até 5kW. Elas são usadas para aplicações fotoquímicas com ultravioleta,
incluindo a cura das tintas, vernizes e acabamentos.

Lâmpadas de mercúrio capilares são feitas com comprimentos de arco de até 150mm,
diâmetros internos a partir de 2mm e potências de até 6kW. Elas são usadas para foto
exposição com ultravioleta nos semicondutores e em outras indústrias. São também
usadas em processamentos térmicos rápidos dos “wafers” de silício.

Todas as lâmpadas de arco linear usam reatores especiais e dispositivos de partidas de


alta tensão. Recomendações dos fabricantes quanto ao uso devem ser seguidas.

LÂMPADAS ELETROLUMINESCENTES
Uma lâmpada eletroluminescente é uma fonte fina (tipicamente com menos de 1,2mm)
de espessura na qual a luz é produzida por um fósforo estimulado por um campo elétrico
com pulsos. Essas lâmpadas são usadas na iluminação decorativa, painéis de
instrumentos, interruptores, iluminação de emergência e para iluminação de fundo de
expositores de cristal líquido (LCDs).

122
Uma lâmpada eletroluminescente consiste de um capacitor em forma de placa com um
fósforo incorporado no seu dielétrico e com uma ou ambas as placas de eletrodos
translúcidas ou transparentes. Luz verde, azul, âmbar, amarela ou branca é produzida pela
escolha do fósforo. O fósforo verde possui a maior luminância. As lâmpadas podem ser
encontradas em plástico flexível ou cerâmica rígida e são facilmente fabricadas em
formatos sólidos simples ou de muitos segmentos complexos e em comprimentos de até
1500 pés. As lâmpadas possuem perfis finos, são leves e geram pouco calor. Algumas
lâmpadas podem operar em condições externas de -40°C até 121°C.

A longevidade dessas lâmpadas depende do isolamento das placas e do dielétrico da


umidade durante o processo de fabricação e uso. Suas luminâncias variam com a tensão
aplicada, freqüência, temperatura e tempo, bem como com do tipo de fósforo e
construção da lâmpada. Lâmpadas eletroluminescentes podem ser dimerizadas. A relação
entre tensão e luminância para lâmpadas eletroluminescentes de plástico e de cerâmica é
mostrada na Figura 6-82. Diferentemente de algumas fontes de luz, a cor não muda à
medida que a tensão é aumentada ou reduzida. À 120V, 60Hz, a luminância na base
cerâmica com fósforo verde é de aproximadamente 3,5 cd/m2 ; a luminância na base de
plástico pode ser bem alta, 27 cd/m2 nessas condições, ou até 125cd/m à 120V, 400Hz.
Com a base cerâmica à 600V, 400Hz, a luminância de 70cd/m2 pode ser alcançada.

Figura 6-82. Luminâncias de lâmpadas eletroluminescentes de plástico e cerâmica verde


operadas à 400Hz como função da tensão.

As lâmpadas eletroluminescentes possuem uma longa vida útil requerem baixa potência.
Elas geralmente não falham de repente e por causa disso a vida útil é calculada como o
numero de horas de funcionamento após a qual a luminância cai abaixo do nível
especificado. Algumas lâmpadas eletroluminescentes que usam fósforo de vida útil longa
têm operado continuamente por mais de dez anos, se sob tensão de 115 V, 400 Hz. O

123
número de horas após as quais a luminância cai para 50% do funcionamento inicial foi
usado para comparar o desempenho da lâmpada, mas isso pode variar muito dependendo
da tensão e da freqüência, e do tipo de fósforo usado (Figura 6-83). O valor do tempo
para a metade da luminância para lâmpadas de tipo flexível operadas a 115 V, 400 Hz,
pode variar de 1000 à 30.000 horas, dependendo do tipo de fósforo. A corrente e a
energia iniciais típicas a esses parâmetros são 1.2 mA e 40 mW/in2.

Figura 6-83. Emissão da luz versus horas de operação para lâmpadas eletroluminescentes
de plástico e cerâmica verde.

Os tipos de dispositivos eletroluminescentes explicados acima requerem drivers de alta


tensão, que poderia ser uma característica negativa de uso em determinadas aplicações.
Um novo tipo de material eletroluminescente, conhecido como polímero emissor de luz
(LEP), que opera em baixa tensão, foi descoberto em 1990. LEPs são materiais orgânicos
semicondutores tais como os diodos emissores de luz (LEDs). Além disso, eles possuem
o processamento desejável e as características mecânicas do plástico. Uma característica
fundamental dos LEPs é que eles emitem luz de uma forma semelhante aos LEDs
convencionais; além disso, a luz emitida pode ser padronizada como LCDs. Portanto,
essa tecnologia cria dispositivos de iluminação ultrafinos que operam em baixa tensão. A
tecnologia dos LEPs está ainda no começo. Dispositivos monocromáticos que são
adequados para iluminação de dispositivos pequenos, tais como leituras digitais em
dispositivos eletrônicos, estão começando a surgir no mercado.

DIODOS EMISSORES DE LUZ


Diodos emissores de luz AlInGaP e InGaN

124
Fosfeto de gálio indio de aluminio (AlInGaP) e nitreto de gálio índio (InGaN) são as
tecnologias dos dois diodos emissores de luz (LED) mais comuns, substituindo os antigos
LEDs de fosfetos de gálio de arsenide (GaAsP), o fosfeto de gálio (GaP) e arsenide de
gálio alumínio. Segue uma visão geral dessas tecnologias na perspectiva da engenharia de
iluminação.

INTENSIDADE E COR

Fabricantes geralmente testam e verificam a compatibilidade de cada LED conforme a


intensidade luminosa e o tom da cor. Tal como as lâmpadas refletoras incandescentes, a
intensidade luminosa dos dispositivos de LED é especificada em termos do ângulo do
facho. No entanto, os fabricantes de LEDs se referem à isso como a visualização do cone
ou o ângulo (em graus) . Tipicamente, todos os LEDs dentro da mesma compatibilidade
de tom de cor não variam em intensidade luminosa em mais de um fator dois. Devido à
dificuldade de medir com precisão a intensidade luminosa, há uma sobreposição esperada
de 10% entre compatibilidades adjacentes.

A cor de um dispositivo LED é especificada em termos do comprimento de onda


dominante emitida, λd (em nanometros). As cores âmbar do AlInGaP , azul do InGaN e o
azul-verde do LED são compatibilizadas pelo comprimento de onda dominante, λd. A
mistura de dois tons de cores compatibilizadas na mesma matriz pixel pode produzir uma
aparência de cor desigual e por isso não é recomendada. Comprimentos de onda
dominantes para as cores produzidas por dispositivos de LED AlInGaP e InGaN são
representadas graficamente no diagrama cromático CIE 1931, mostrado na Figura 6-84.
Os LEDs AlInGaN produzem as cores vermelhas (626 a 630 nm), vermelho-alaranjado
(615 a 621), laranja (605 nm) e âmbar (590ª 592). Os LEDs InGaN produzem as cores
verde (525nm), azul esverdeado (498 a 505) e azul (470 nm).

Figura 6-84. Os comprimentos de onda dominantes, λd (nm), representados


graficamente no diagrama cromático CIE 1931.

125
Meia largura de banda espectral típicas são geralmente especificadas nos dados das
lâmpadas LED como Δλ1/2. Para todos os LEDs AlInGaP, a largura típica de meia banda
é de aproximadamente 17nm, e para os LEDs In GaN é de aproximadamente 35nm.

A intensidade luminosa, a cor e a tensão de alimentação dos LEDs AlInGaP são afetadas
pela temperatura da junção p-n do LED. À medida que a temperatura da junção p-n do
LED aumenta, a intensidade luminosa diminui, o comprimento de onda dominante se
move para comprimentos de onda mais longos e a tensão de alimentação cai. A variação
na intensidade luminosa dos LEDs InGaN operados em temperaturas ambientais normais
é pequena (aproximadamente 10%) de -20°C a 80°C. As pequenas variações não são
facilmente visíveis e não devem ser levadas em consideração na maioria das aplicações.
O comprimento de onda dominante nos LEDs InGaN varia com a corrente conduzida do
LED; à medida que a corrente conduzida do LED aumenta, o comprimento de onda
dominante se move em direção à comprimentos de ondas mais curtos.

DIMERIZAÇÃO

Os LEds podem ser dimerizados até 10% do valor máximo reduzindo a corrente
conduzida e ainda apresentarão intensidade luminosa uniforme numa matriz de LEDs. A
modulação da largura de pulso (PWM) é o método preferido para dimerizar os LEDs. Os
LEDs podem ser dimerizados de até 0,05% do valor máximo usando PWM. Com o
PWM, o pico da corrente de pulso e a taxa do pulso permanecem constantes enquanto a
duração do pulso sobre o tempo é reduzida.

Segurança

A temperatura de junção máxima medida (TJMAX) é o parâmetro mais critico numa folha
de informação de dados sobre um dispositivo de LED. Temperaturas que excedem esse
valor geralmente resultam em falhas catastróficas num dispositivo LED encapsulado de
plástico. TJMAX é de fato uma limitação relacionada mais com o encapsulamento do que
com o chip do LED.

A vida útil para os dispositivos LED baseia-se no tempo médio entre falhas (MTBF).
MTBF é determinado operando uma quantidade de dispositivos de LED numa corrente
numa temperatura ambiente de 55°C e gravando quando metade dos dispositivos falha.

A depreciação dos lúmens para todos os dispositivos de LED AlInGaP é mostrada na


Figura 6-85. A linha pontilhada é uma extrapolação dos dados disponíveis atualmente. A
mesma informação para os dispositivos LED InGaN é mostrada na Figura 6-86. Menos
dados estão disponíveis para esse tipo de tecnologia, e esses dados foram coletados a
25°C. A linha pontilhada é estendida para os dados disponíveis atualmente.

126
Figura 6-85. Projeção da degradação de emissão de luz à longo prazo para
tecnologia de LED ALInGaP à 55°C.

Figura 6-86. Projeção da degradação da emissão de luz à longo prazo para tecnologia
LED InGaP à 25°C

CONFIGURAÇÕES DE INVÓLUCROS PARA LED AlInGaP e InGaN

Lâmpadas LED T-1 ¾ AlInGaP de plastico âmbar, laranja e vermelho (Figura 6-87a)
com padrões de radiação circular têm sido os invólucros preferidos para aplicações de
alta luminância tais como sinais de trânsito, sinais de mensagens variados, sinais de
propaganda comercial, e sinais de SAÍDA. Lâmpadas LED T-1 ¾ InGaP com plástico
azul-esverdeado são usadas nas luzes verdes dos faróis de transito. As lâmpadas LED T-
1 ¾ ovais InGaN plastico azul e verde e as AlInGaP plastico âmbar e vermelho com
padrões de radiação elípticas são usados em paineis de propaganda LED comercial de
gráfico coloridos e em outdoors em grande escala com exibições de vídeo coloridos.
LEDs de alta intensidade AlInGaP âmbar e vermelho foram projetadas inicialmente para
iluminação externa dos carros, tais como lanternas traseiras e os de sinalização de virar à
esquerda ou à direita (Figura 6-87b). Novas configurações de invólucros de plástico
(Figura6-87c) incorporando dispositivos LED de ambas tecnologias, AlInGaP e InGaP,
tem sido projetadas para iluminar grandes áreas.

127
Figura 6-87. Dispositivos LED de alto desempenho de invólucro de plástico.

Emissores para montagem em superfície (SMT) LED de plástico vermelho e âmbar


AlInGaP (Figura 6-88a e b) são populares em montagens de placas de PC. O brilho do
chip do dispositivo LED é baixo e útil apenas naquelas aplicações aonde o nível da luz
ambiente também é baixo. Os dispositivos LED sub miniatura propiciam maior brilho e
podem ser usados em maior número de aplicações.

Figura 6-88. Dispositivos LED com superfície montada (SMT) de invólucro de plástico

DISPOSITIVOS LED BRANCOS

Esforços têm sido feitos para se desenvolver dispositivos LED que produzam a luz
branca. Um dos métodos é combinar chips de LED vermelho, verde e azul no mesmo
invólucro para produzir a luz branca. No entanto, pessoas com deficiências visuais de cor
podem não ver a luz emitida como branca.

Recentemente dispositivos LED InGaN tem sido combinados com fósforos


fotoluminescentes . A energia de comprimento de onda curta do dispositivo LED InGaN
induz fluorescência no fósforo que é encapsulada no epóxi que circunda o chip do LED.
O fósforo fotoluminescente emite uma distribuição espectral ampla, que em combinação
com o espectro de um LED azul, produz uma cor branco-azulada (Figura 6-89). Pessoas
com deficiências visuais de cor ainda enxergarão a distribuição espectral combinada
como uma luz branco-azulada.

128
Figura 6-89. Distribuição espectral de um dispositivo LED
fotoluminescente/fósforo branco-azulado.

CARACTERÍSTICAS FOTOMÉTRICAS E ELÉTRICAS DOS LEDs

Por serem fontes de luz altamente direcionais, os LEDs são freqüentemente especificados
em termos de suas intensidades de pico, em milicandelas (mcd). Dependendo do ângulo
de cone visto, as intensidades do pico para LEDs AlInGaP de alta emissão variam de 100
a 650 mcd para as lâmpadas vermelhas e de 120 a 1100 mcd para as de cor âmbar. LEDs
InGaP azuis com ângulos de cone de visão estreitos podem ter intensidades de pico
maiores que 500 mcd.

Tensões de operação típicas para LEDs podem variar de 1,5 a 4V. Com uma corrente
típica de 20mA, a energia de entrada de um único LED pode variar de aproximadamente
0,03 a 0,08 W. Um só sinal de transito vermelho pode conter de 20 a 200 componentes de
LED individuais e ter uma energia de entrada de 10 a 15W.

A eficiência luminosa do LED é definida como o fluxo luminoso emitido (em lm)
dividido pela energia radiante emitida (em W). Isso é comumente chamado de eficiência
interna. Usando essa definição, LEDs azuis podem ter uma eficiência interna na ordem de
75 lm/W; os LEDs vermelhos, aproximadamente 155 lm/W; e os de cor âmbar, 500
lm/W. Considerando as perdas devidas à re-absorção interna, a eficiência luminosa é de
ordem de 20 a 25 lm/W para LEDs âmbar e verde. Essa definição de eficiência é
chamada de eficiência externa e é análoga à definição de eficiência tipicamente usada
para outros tipos de fontes de luz.

LASERS
A palavra “laser”é um acrônimo para “amplificação de luz pela estimulação de emissão
de radiação” ("light amplification by stimulated emission of radiation"). Inventado em
1960, um laser é um dispositivo que concentra ondas de luz num feixe intenso de baixa
divergência. Mesmo que a fonte de luz seja um conversor ineficiente da energia elétrica
em energia luminosa, um só laser se torna inacreditavelmente eficiente quando aplicado
em situações de iluminações de escala muito grande(Figura 6-90).

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Figura 6-90. Equipamento de laser (à esquerda, componentes ópticos; no centro, a cabeça
do laser; à direita, uma unidade montada para controle remoto).

Aquilo à que as pessoas se referem coletivamente como laser é na realidade um sistema


de iluminação completo, composto de três partes: o tubo de laser, um tubo preenchido
com gás que emite luz; o projetor que manipula ou dirige o facho; e o hardware e o
software de um computador que armazena e controla o desempenho.

Os lasers são usados em centenas de aplicações diferentes, variando de teatros


corporativos e salas de concertos musicais, até em vigilância e construções.
Apresentações na área de negócios usam gráficos e animações à laser sofisticados para
aumentar as imagens dos slides e das produções de vídeo. Os efeitos à lazer realçam ou
enfatizam uma mensagem corporativa ou propiciam à um orador um efeito
dramático.Várias empresas grandes usam lasers nas suas convenções e eventos especiais.
Os artistas incorporaram os lasers nas suas performances e nos seus vídeos de música.
Utilizações em larga escala incluem os parques temáticos.

O tubo do laser preenchido com gás de argônio ou criptônio emite a luz visível a ser
manipulada em esculturas e pinturas de luz espetaculares. Os lasers a argônio emitem luz
na variação do azul-verde. Para que as projeções aéreas sejam visíveis, toda a energia da
luz proveniente de uma enorme moldura de lasers de 20 W deve ser usada. Para imagens
projetadas, no entanto, o feixe de argônio pode ser dividido nos seus comprimentos de
onda de azul e verde para criar feixes coloridos que possam ser manipulados

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separadamente. Os lasers à criptônio emitem luz vermelha, que propiciam importante
contraste de cor e expansão espectral para as projeções sobre fachadas.

Instalações e performances com laser são regulamentadas pelo governo federal, estadual
e leis locais foram definidas para proteger a saúde e a segurança pública. A energia
concentrada no facho de baixa divergência (dentro de uma determinada distância do
facho original) pode causar dano à retina se for projetado diretamente no olho.
Conseqüentemente, varias leis exigem uma distância mínima de separação (ex. 3-metros
na vertical, 2,5metros na lateral) entre os fachos de projeções e os seres humanos.

FONTES DE LUZ NUCLEARES


As fontes de luz nucleares são autônomas e não requerem nenhuma fonte de alimentação.
Normalmente elas fornecem iluminação para painéis dos instrumentos, controles,
relógios, e sinais indicativos de saída.

Essas fontes consistem de um tubo de vidro fundido ou de um bulbo internamente


recoberto com fósforo e preenchido com gás de trítio. Partículas beta de baixa potência
(elétrons) do trítio, um isótopo do hidrogênio, colidem com o fósforo, que por sua vez
emite uma luz da cor característica do tipo de fósforo usado. Assim, o mecanismo de
produção de luz é muito similar ao do tubo de uma televisão convencional. Quanto maior
for a razão da quantidade de trítio com a área do fósforo, maior será a luminância. A
luminância pode variar até 7 cd/m2 , com uma média típica de 1,7 cd/m2 (esse nível é
aproximadamente aquele de um painel de instrumentos de um carro iluminado), e as
fontes podem ser fornecidas numa variedade de cores. Como o trítio possui uma meia
vida de 12.3 anos, pode-se esperar que o brilho da fonte diminua do mesmo modo. Na
realidade, a metade da luminância é alcançada em 6 a 7 anos, e a vida útil dessas
lâmpadas é geralmente de aproximadamente 15 anos. Essas fontes de luz podem ser
fornecidas em tamanhos muito pequenos, até 5 mm de diâmetro por 2 mm de
comprimento.

A parede de vidro é inacessível ao trítio e absorve completamente qualquer radiação beta


que não tenha sido ainda absorvida pelo fósforo. A unidade é portanto uma fonte
completamente selada e não apresenta nenhum perigo de radiação. As cápsulas de vidro
podem ser produzidas numa ampla variedade de formas e tamanhos e são geralmente
feitas para tolerar vidros normais. Todas as aplicações dessas lâmpadas são monitoradas
pela Comissão Regulatória Nuclear nos Estados Unidos e pela Energia Atômica do
Canadá no Canadá.

LÂMPADAS DE ARCO DE CARBONO


As lâmpadas de arco de carbono foram as primeiras fontes de luz elétricas comerciadas.
Elas foram usadas por muitos anos em aplicações aonde havia necessidade de luminância
extremamente elevada, alta temperatura de cor correlata e/ou alto índice de reprodução de
cor, tais como em luminárias para projeção de filmes, para spots seguidores teatrais,

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lanternas e iluminação suplementar de luz do dia em produções de filmes. Na maioria
dessas aplicações, as fontes de luz de arco curto de xenônio e de vapor metálico têm
substituído o arco de carbono.

As lâmpadas de arco de carbono são usadas nas luminárias que protegem a parte externa
da radiação extraviada. Essas luminárias incorporam componentes ópticos tais como
lentes, refletores e filtros para eliminar as partes indesejadas do espectro.

LUZES À GAS
Luzes à gás usam combustíveis gasosos para fins decorativos e de luz. Elas usam chamas
de gás aberto ou mantas incandescentes.

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