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LUMINOTÉCNICA
LÂMPADAS E LUMINÁRIAS
1 – LÂMPADAS INCANDESCENTES
Neste tipo de lâmpada, a produção de luz resulta do aquecimento de um fio (tungstênio, com
ponto de fusão de aproximadamente 3400 oC), até a incandescência. A sua constituição está
mostrada na figura 1.
Os principais componentes da lâmpada
incandescente mostrada na figura 1 são:
- Marcação: indica fabricante, tensão,
potência;
- Suportes: com a finalidade de manter o
filamento na sua devida posição (de fios de
molibdênio);
- Haste central: tem por finalidade suportar
o filamento; consta de: cana, suportes, eletrodos,
filamentos, tubo de exaustão, etc.,
- Disco defletor: funciona como defletor de
calor (p/ lâmpadas com mais de 300 W);
Fig. 1 – Principais parte de uma lâmpada incandescente.
- Solda: liga especial de chumbo e estanho que recobre a extremidade dos eletrodos externos.
No interior do bulbo de vidro é feito o vácuo (lâmpadas tipo B), ou usa-se colocar um gás inerte,
em geral o nitrogênio, argônio ou criptônio (lâmpadas do tipo C). A base da lâmpada faz a sua
conexão com o circuito elétrico, sendo constituídas de alumínio ou latão, cujos três tipos principais
são: tipo rosca (E); tipo baioneta (B) e tipo pino (T). Os números escritos adiante das letras referem-
se ao diâmetro da base em mm, por exemplo, E-27, E-40, etc.
O bulbo pode ser transparente, translúcido ou opalino. O bulbo opalino é usado para reduzir a
luminância ou o ofuscamento. A cor emitida pela lâmpada é branco-avermelhada, sobressaindo às
cores amarela e vermelha, sendo que as cores verde e azul são amortecidas. As lâmpadas feitas com
bulbo temperado podem ser usadas ao tempo, sem a necessidade de luminária protetora.
As lâmpadas incandescentes são produzidas numa variedade de potências (15 a 500 W ou mais),
tensões (12, 115, 120, 127, 130 e 220 V) e tipos como: refletora, infravermelha, para uso em
geladeira, uso geral, etc., e formatos: convencional (pérola), vela, balão e outros formatos.
As lâmpadas incandescentes são utilizadas na iluminação geral de residências, lojas e locais de
trabalho que não exijam índices de iluminâncias elevados. Assim, nas lojas são indicadas para
destacar mercadorias (ou iluminação geral); iluminação suplementar em máquinas de produção; em
locais com problemas de vibração ou em estufas de secagem (lâmpadas infravermelhas).
Há outros tipos de lâmpadas incandescentes, quais sejam:
- lâmpadas refletoras (de facho dirigido) (fig.2a): possuem o bulbo de formatos especiais
revestidas internamente com alumínio em parte de sua superfície, de modo a concentrar e orientar o
facho de luz. As lâmpadas de bulbo prateado (fig.2b e c) orientam o facho luminoso no sentido de
sua base e devem ser usadas com um refletor adequado (iluminação indireta);
- Lâmpadas infravermelhas: emitem luz na faixa de ondas caloríficas (780 a 1400 nm), sendo
usadas na secagem de tintas, vernizes, no aquecimento de certas estufas e, também, em fisioterapia
e criação de animais em climas frios (emitem pequena quantidade de luz, ou seja, onda menor do
que 750 nm);
- Lâmpadas para fins específicos: empregadas em faróis de veículos, em flash fotográfico,
geladeiras, repelentes de insetos, além das coloridas para fins ornamentais.
Trata-se de um tipo aperfeiçoado das lâmpadas incandescentes, sendo constituídas por um bulbo
tubular de quartzo, dentro do qual existem um filamento de tungstênio e partículas de iodo, flúor,
cloro e bromo (daí o nome halógenas), que, através de uma reação cíclica, reconduzem o tungstênio
volatizado de volta ao filamento, evitando o enegrecimento do bulbo (fig.3). Suas principais
vantagens (em relação a incandescente comum) são: maior potência, vida mais longa, melhor
rendimento luminoso, menores dimensões e reproduzem mais fielmente as cores. Duas principais
desvantagens são: desprendem intenso calor e são pressurizadas. As lâmpadas halógenas são
aplicadas na iluminação de praças de esporte, pátios de armazenamento de mercadorias e
iluminação externa em geral, teatros, estúdios de TV, museus, monumentos, etc., fabricadas nas
potências de 200, 300, 500, 1000W (1500 e 2000W).
(a) (b)
Figura 4 – (a) características do refletor dicróico; (b) curva de reflexão do espelho dicróico.
modelos com vida média de 3000 horas) e abertura média do facho de 7, 9, 12, 13, 14, 20, 25, 27,
32, 40 e 55 graus (não disponíveis em todas as potências).;
- A lâmpada dicróica (MR-16 cover glass) é fabricada nas potências de 20, 35, 50 e 75W,
todas com temperatura de cor de 3050 K , vida média nominal de 4000 horas e abertura do facho de
12, 13, 14, 20, 25, 27, 40 e 55 graus ( não disponíveis em todas as potências);
- A lâmpada dicróica (MR-11) é fabricada nas potências de 20 e 35W, com vida média
nominal de 3000 horas, temperatura de cor de 3050 K e abertura de facho de 11, 19, 20 e 30 graus
(não disponíveis em todas as potências).
São lâmpadas que tem como característica principal a emissão de uma radiação na faixa de
ondas curtas, cujo comprimento de onda varia de 780 a 1400 nm. Entretanto, a lâmpada emite uma
pequena parte da radiação abaixo do 750 nm, produzindo assim, um pequeno fluxo luminoso.
Tipo Aplicações
Lâmpadas incandescentes comuns - Lâmpadas para uso geral, decorativa, etc.
Lâmpadas halógenas dicróicas - Lojas, residências, hotéis e restaurantes;
- Exposições, galerias de artes e museus.
Lâmpadas halógenas tipo palito (HA plus line) - Residências, museus, lojas (vitrines), fábricas,
estacionamentos, estúdios, ginásios, estádios, construções.
Lâmpadas halógenas PAR - Escritórios, residências, museus, lojas, hotéis e
restaurantes.
Lâmpada infravermelha - Indústria gráfica na secagem de tintas, indústrias
automobilísticas (na secagem de tintas a base de laca,
esmalte e verniz), na criação de animais (aquecer o
ambiente).
A vida média nominal das lâmpadas incandescentes comumente encontradas no comércio varia
numa faixa de 1000 – 5000 horas, cujos principais exemplos são:
- Lâmpadas com bulbo transparente ou leitoso (comuns): 1000 horas;
- Lâmpada com bulbo leitoso (ex. Duramax da GE): 2000 horas;
- Lâmpada especial (ex. Photoflood da GE): 3 – 6 horas;
- Lâmpadas refletoras (ex. refletora R63 e R75 da GE): 2000 horas;
- Lâmpada infravermelha: 5000 horas;
- Lâmpadas dicróicas: 3000 – 4000 horas;
- Lâmpada halógena (ex. Quartzline da GE, HA da Philips, Haloline da OSRAM): 2000 horas.
O catálogo de lâmpadas da linha GE fornece uma indicação dos principais tipos, formatos,
potências, fluxo luminoso, vida média nominal, etc. de lâmpadas incandescentes.
A figura 5 associa as principais lâmpadas (fabricante OSRAM) com a temperatura de cor (K).
LI refletora
Lâmpada incandescente (LI) clássica
LUMINOTÉCNICA
2 – LÂMPADAS DE DESCARGA
Disciplina: Eletrotécnica I; L.
2 – LÂMPADAS DE DESCARGAS
(a)
(b)
Figura 8 – Starter (disparador); (a) esquema e símbolo; (b) dispositivo real.
LÂMPADAS FLUORESCENTES PL
2 pinos –
2 pinos – simples 4 pinos – simples 4 pinos – dupla
dupla; 9, 18 e
5, 7, 9 e 11W 9 e 11W 18 e 26W
26W
4 pinos – simples
18, 24, 36, 55 e 80W 4 pinos – tripla 2 pinos – tripla
4 pinos – dupla; 18, 24 e 36W 32, 42, 57 e 70W 18 e 26W
Figura 11 – Lâmpadas fluorescentes PL (simples, dupla e tripla); dados Osram.
LUMINOTÉCNICA
São lâmpadas de possuem um tubo de descarga contendo sódio a baixa pressão (alguns N/m2)
que se evapora a 98oC e uma mistura de gases inertes (neônio e argônio). Estes gases são usados
para assegurar uma tensão de arranque (descarga) suficientemente baixa. A máxima eficiência
luminosa consegue-se para a potência a qual a temperatura do ponto frio é de 260 oC, cuja pressão
do vapor saturado de sódio é de cerca de 0,4 N/m2. A figura 13 mostra a construção de uma
lâmpada de vapor de sódio de baixa pressão (LVSBP).
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A lâmpada de vapor de sódio de baixa pressão caracteriza-se por uma radiação monocromática
(99% da radiação é emitida entre 589 e 589,6 nm), alta eficiência (180 – 200 lm/W) e durabilidade
(18000 Hs). A utilização é recomendada em locais onde a reprodução de cores não é importante,
tais como: pátios de manobra, portos e estradas.
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Possui características semelhantes à lâmpada de luz mista: consta de um tubo de descarga feito
de quartzo, para suportar elevadas temperaturas, tendo em cada extremidade um eletrodo principal
de tungstênio recoberto de material emissor de elétrons. Necessitam de um reator que vai atuar
como limitador da corrente na lâmpada.
O tubo de descarga
contém gás inerte
(argônio), que
facilita a formação
da descarga inicial,
e gotas de mercúrio,
que serão
vaporizadas durante
o período de
aquecimento da
lâmpada. O
acendimento da
Fig. 16 – Lâmpada vapor de mercúrio
lâmpada inicia-se
com um arco elétrico entre o eletrodo auxiliar e o principal, provocando o aquecimento dos óxidos
emissores, a ionização do gás e a formação de vapor de mercúrio; posteriormente a descarga de
forma entre os eletrodos principais. Para a operação eficiente da lâmpada, a mesma requer a
manutenção de uma alta temperatura no tubo de descarga, o qual é, por essa razão, colocado em
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outro bulbo de vidro, o que reduz as perdas de calor para o exterior. Entre os dois bulbos, coloca-se
nitrogênio a pressão de meia atmosfera. Se a lâmpada é apagada, o novo acendimento demora de 3
a 10 minutos, dependendo das condições externas e da potência da lâmpada.
Para correção da cor azulada do bulbo interno, praticamente todas as lâmpadas de vapor de
mercúrio possuem uma camada de fósforo depositada no bulbo externo. Tal camada transforma as
radiações ultravioletas em luz vermelha, que melhorará a composição espectral final do fluxo
luminoso. Tais lâmpadas são denominadas de lâmpadas de vapor de mercúrio de cor corrigida.
As lâmpadas de vapor de mercúrio necessitam de um reator para a sua estabilização e também
para proporcionar a tensão elétrica necessária a sua partida.
Exemplos de lâmpadas de vapor de mercúrio da Osram:
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Tempe-
ratura Bulbo
Tipo Potência Lumens IRC Vida útil Base
(K) Fig.19
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Tempe-
ratura Vida Bulbo
Tipo Potência Lumens IRC Base
(K) útil Fig.20
A Philips fabrica os modelos SON, SON-H (intercambiável; usa os mesmos reatores das
lâmpadas VM de potência equivalente) e SON-T. Os modelos SON e SON-T usam reator e ignitor.
A GE Brasil fabrica as lâmpadas de VSAP com os modelos: Lucalox difusa (c/ pintura, ovóide),
lucalox clara (s/ pintura, ovóide) e Lucalox clara (s/ pintura, tubular). O modelo E-Z lux difusa
(ovóide) é intercambiável (p/ reator de VM) e equivalente a SON-H ovóide (c/ camada difusa) e a
Vialox NAV-E (elipsoidal leitosa).
Os principais esquemas de ligação de reatores e ignitores para as lâmpadas de vapor de sódio
estão mostrados na figura 21 (esquemas 11, 13 e 14), além do esquema 1 da fig. 17 para lâmpadas
intercambiáveis.
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São lâmpadas semelhantes as lâmpadas de vapor de mercúrio, nas quais se introduzem, além do
argônio e mercúrio, outros elementos, de forma que o arco elétrico se realize numa atmosfera mista
de vários gases e vapores (fig. 22). Portanto, dentro do tubo de descarga, de quartzo, existe uma
combinação de aditivos de haleto metálico – como iodeto de índio, tálio e sódio – na descarga de
mercúrio. Possuem maiores eficiências (aprox. 95 lm/W) e melhor composição espectral que as
lâmpadas tradicionais de vapor de mercúrio. A luz produzida pela lâmpada é extremamente branca
(4000 – 6000 K), com IRC de até 90%. Seu tempo de aquecimento é de 5 a 10 minutos e uma nova
partida a quente pode demorar até 30 minutos em lâmpadas de maiores potências.
Existem basicamente três diferentes tecnologias de fabricação:
- Tecnologia das três cores: utilização de vapores de índio, sódio e tálio, responsáveis pela cor
azul, vermelho e verde do espectro irradiado. Trata-se de lâmpadas de menor vida e eficiência
luminosa, mas com maior constância do fluxo luminoso;
- Tecnologia do sódio e escândio: com a presença de lítio e tálio. Possuem maior eficiência
luminosa, boa estabilidade de cor e vida mais elevada;
- Tecnologia das terras raras: com a utilização do tálio, disprósio e hólmio. São modelos que
possuem boa eficiência luminosa e estabilidade de cor, além de um elevado índice de reprodução de
cores.
Os modelos de baixa potência (até 150W) são indicados para iluminação interna de shopping
centers, vitrinas, hotéis e jardins. As de maior potência são indicadas para iluminar avenidas,
fachadas, monumentos, ginásios, estádios, grandes aéreas abertas, estacionamentos e aeroportos. De
um modo geral tem-se as seguintes aplicações:
Disciplina: Eletrotécnica I; L.
UFMT – FAET – ENE – Disciplina: Eletrotécnica I
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A Philips fabrica os modelos HPI/BU (ovóide), HPI/T e HPI/T2000U (400 e 1000W). Também,
fabrica os modelos MHN-TD (vapor metálico) e MHW-TD (multivapor metálico) (sofito=formato
tubular e pequeno). Estes últimos possuem um tubo de descarga em quartzo e um bulbo externo
também de quartzo (c/ vida média de 6000 Hs). O tubo de descarga é preenchido com mercúrio de
alta pressão e uma mistura de vapores (argônio e neônio) com a adição de sódio e tálio para
correção de cor e estabilização do arco. Essas lâmpadas são equivalentes as lâmpadas halógenas
palito (HA-300W e 500W) com as seguintes vantagens: - as lâmpadas MHN-TD apresentam um
ganho de fluxo luminoso de 7,8% e 18,4% e a MHW-TD, de 13,7% e 28,3%; - possuem vida útil
três vezes maior com economia de 70% de energia; - redução do calor gerado no ambiente.
NOTA: Essas lâmpadas devem ser utilizadas apenas em luminárias fechadas, pois emitem uma
quantidade considerável de radiação ultravioleta (UV).
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