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Aula: Luminotécnica

INTRODUÇÃO

Luminotécnica é a técnica de iluminar.

A prática de uma boa iluminação para locais de trabalho é


muito mais que apenas fornecer uma boa visualização da
tarefa. É essencial que as tarefas sejam realizadas
facilmente e com conforto.

Em geral a iluminação assegura:


INTRODUÇÃO

I. conforto visual, dando aos trabalhadores uma sensação de


bem-estar.

II. desempenho visual, ficando os trabalhadores capacitados a


realizar suas tarefas visuais, rápida e precisamente,
mesmo sob circunstâncias difíceis e durante logos
períodos.

III. segurança visual, ao olhar ao redor e detectar perigos.


INTRODUÇÃO

Normas que tratam de luminotécnica:

1. ABNT NBR ISO/CIE 8995-1/2013: iluminação de ambientes


de trabalho.

2. ANBT NBR 5461/1991: Terminologia de iluminação.

3. ABNT NBR 5410/2008: Instalações elétricas de baixa tensão.


1. FUNDAMENTOS DE
LUMINOTÉCNICA

A Luz é um modalidade de energia radiante que um


observador verifica pela sensação visual de claridade.

Essa claridade é determinada no estimulo da retina, sob


ação da radiação, no processo de percepção sensorial visual.

As cores são determinadas pela reação do mecanismo de


percepção sensorial aos diversos comprimento de onda.
1. FUNDAMENTOS DE
LUMINOTÉCNICA

Algumas grandezas que constituem a base da luminotécnica:

a) Fluxo luminoso.

b) Iluminamento.

c) Eficiência energética.

d) Índice de reprodução de cor.

e) Temperatura de cor correlata.


1.1 FLUXO LUMINOSO

O fluxo luminoso é a quantidade de


claridade (luz) emitida por uma fonte
luminosa, considerada igual em todas
as direções.

Ele é um dado característico da


lâmpada que nos fornece a percepção
de que ela é forte ou fraca.
1.1 FLUXO LUMINOSO

A unidade do fluxo luminoso no SI é o


lúmen (lm): lâmpada forte emite
muitos lúmens, lâmpada fraca, poucos
lúmens.
1.1 FLUXO LUMINOSO
1.2 ILUMINAMENTO

O iluminamento é uma grandeza que caracterizara o


ambiente onde a lâmpada for instalada e donde teremos a
sensação deste estar bem ou mal iluminado.
1.2 ILUMINAMENTO

O iluminamento de paredes, pisos, mesas, quadros, está


intimamente ligado à quantidade de lúmens emitidos pela
lâmpada e, a distância entre ela e a superfície a iluminar.

O iluminamento é a relação entre o fluxo luminoso


incidente e a área da superfície iluminada. Sua unidade no
SI é o lux (lx). (lx = lm/m²).
1.2 ILUMINAMENTO

O iluminamento diminui com o aumento da área a iluminar e


com o aumento da distância desta área à lâmpada.

Por exemplo, uma lâmpada incandescente de 60 W pode


iluminar razoavelmente um pequeno cômodo de 4 m², mas
com certeza causará desconforto visual se for a única
lâmpada de uma sala de 20 m².
1.3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Eficiência energética ou rendimento luminoso é a relação


entre os lúmens emitidos pela lâmpada e a potência
absorvida na rede elétrica.
1.3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
1.4 ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE
COR (IRC)

O índice de reprodução de cor é uma grandeza que varia


numericamente de 0 a 100, representada percentualmente.

Ela procura expressar o grau em que a lâmpada consegue


mostrar ou realçar as cores verdadeiras dos objetos
iluminados.

O fator 100 corresponde à cor real e fiel dos objetos quando


analisados sob a luz do sol.
1.4 ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE
COR (IRC)

As lâmpadas incandescentes são as que melhor reproduzem


as cores dos objetos depois do sol, e por isto, têm, por
definição, IRC = 100%.

Noutras lâmpadas este índice varia de 45 a 95%, por seu tipo


e processo de funcionamento.
1.4 ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE
COR (IRC)
1.5 TEMPERATURA DE COR
CORRELATA (TCC)

A temperatura de cor é uma grandeza que identifica a cor


da luz emitida pela lâmpada. Sua unidade é o kelvin (K)
sem referência a graus, por convenção.

A temperatura de cor das lâmpadas varia entre os limites de


2700 a 6500 K.

Os valores mais baixos correspondem à luz de cor amarelada


(quente) e, os valores mais altos, à cor azul (fria), variando
em tons de branco nesse intervalo.
1.5 TEMPERATURA DE COR
CORRELATA (TCC)

A luz branca natural é a luz emitida pelo sol a céu aberto ao


meio dia, cuja temperatura de cor é considerada de 5800 K.
1.5 TEMPERATURA DE COR
CORRELATA (TCC)

Luz quente ou fria não se refere ao calor físico da lâmpada,


mas à tonalidade de cor que ela empresta ao ambiente.
Quanto mais alta a TCC, mais clara é a tonalidade
apresentada por ela.
1.5 TEMPERATURA DE COR
CORRELATA (TCC)
2. TIPOS DE LÂMPADAS

Várias são as lâmpadas encontradas no mercado, cada uma


com características de luz e princípios de funcionamento.

Elas variam em função de suas potências, lúmens emitidos,


eficiência, e sobretudo, pela aplicação em cada ambiente.
2.1 LÂMPADA INCANDESCENTE

Lâmpadas incandescentes são lâmpadas que funcionam pela


incandescência de um filamento muito fino de tungstênio
colocado no interior de um bulbo de vidro, que é preenchido
com gás inerte, ou não (a vácuo).

A corrente elétrica que atravessa o filamento o aquece a


valores da ordem de 3000°C, fazendo-o emitir calor e luz.
2.1 LÂMPADA INCANDESCENTE

Eficiência: extremamente baixa.

Vida útil: 800 horas.

Índice de reprodução de cores (IRC): 100%.

Uso: geral, residencial, arandelas,


abajures, luminárias de pé.

Tensão de rede: 110 ou 220 v.

Podem ser dimmerizadas.


2.2 LÂMPADA HALÓGENA

Funcionam em tensão de rede (110v/220v) ou baixa tensão,


possuem filamento de tungstênio e trabalham em conjunto
com o gás halogênio.
2.2 LÂMPADA HALÓGENA

Eficiência: alta eficiência (baixa tensão de rede).

IRC: 100%.

Vida útil: 2.5000 horas.

Tensão de rede: 110v/220v e 12v.

Uso: residencial decorativo e comercial.

Podem ser dimmerizadas, aumentam a vida útil, reduz o


consumo, reduz fluxo luminoso e a luz fica mais amarela.
2.3 LÂMPADA FLUORESCENTE

Funcionam a base de gases, trifósfors (combinação de


fósforos e terras raras) para possibilitar alta eficiência, boa
aparecia e baixo consumo. Reatores são necessários.
2.3 LÂMPADA FLUORESCENTE

Eficiência: alta eficiência.

IRC: 85%.

Vida útil: de 7.500 à 10.000 horas.

Tensão de rede: 110/220v.

Uso: Residencial e comercial.

Podem ser dimmerizadas com reatores específicos.


2.4 LÂMPADA DE DESCARGA

Uma descarga (alta pressão) elétrica entre os eletrodos leva


os componentes internos (gases sódio, xênon, mercúrio) do
tubo de descarga a produzirem luz, levam reatores e
ignitores em sua composição.

Necessitam de 2 a 15 minutos para seu acendimento


completo.

Seus tipos são:


2.4 LÂMPADA DE DESCARGA

a) Multivapores Metálicos: são lâmpadas que combinam


iodetos metálicos, com altíssima eficiência energética,
excelente IRC, longa durabilidade e baixa carga térmica.
Sua luz é muito branca e brilhante.

b) Vapor de Sódio: eficiência energética de até 130 lm/W, de


longa durabilidade, é a mais econômica fonte de luz. Com
formatos tubulares e elipsoidais, emitem luz branca e
dourada, baixo IRC, usadas em portos, estradas e ferrovias.
2.4 LÂMPADA DE DESCARGA

c) Vapor de Sódio Branca: emissão de luz branca, decorrente


da combinação dos vapores de sódio e xênon, resultando
numa luz brilhante como as halógenas e aparência de cor
das incandescentes. Excelente IRC, usadas em hotéis,
edifícios históricos, teatros e stands.

d) Vapor Mercúrio: aparência branca azulada, eficiência de


até 55lm/W, usadas em vias públicas e indústrias.
2.4 LÂMPADA DE DESCARGA

e) Lâmpadas Mistas: composta por filamento e um tubo de


descarga, funcionam em 220v, sem uso de reator.
Alternativa para a substituição das lâmpadas
incandescentes.
(LIGHT EMITTING
DIODES)

Os diodos emissores de luz são componentes


semicondutores da mesma tecnologia utilizada nos chips de
computadores que têm a propriedade de emitir luz quando
aquecidos pela passagem de uma pequena corrente elétrica.
(LIGHT EMITTING
DIODES)

Eficiência: alta eficiência.

IRC: 85%.

Vida útil: 100.000 horas.

Tensão de rede: 10v ou 24v (necessita de fonte


alimentadora).

Uso: Iluminação de destaque, residencial, comercial e


público. Sinalizadores de trânsito, fachadas de prédios,
balizadores, etc.
2.6 COMPARATIVO ENTRE TIPOS
DE LÂMPADAS
2.6 COMPARATIVO ENTRE TIPOS
DE LÂMPADAS
2.6 COMPARATIVO ENTRE TIPOS
DE LÂMPADAS
2.6 COMPARATIVO ENTRE TIPOS
DE LÂMPADAS
3. DETERMINAÇÃO DAS CARGAS
ILUMINAÇÃO NBR 5410

De acordo com a NBR 5410:

a) as cargas de iluminação devem ser determinadas como


resultado da aplicação da ABNT NBR 5413 (cancelada) a
mesma foi substituída pela ABNT NBR ISO/CIE 8995-1;

b) para os aparelhos fixos de iluminação a descarga, a


potência nominal a ser considerada deve incluir a potência
das lâmpadas, as perdas e o fator de potência dos
equipamentos auxiliares.
3. DETERMINAÇÃO DAS CARGAS
ILUMINAÇÃO NBR 5410

Na própria NBR 5410 são fixados critérios mínimos para


pontos de iluminação em locais de habitação (quantidade
mínima de pontos de luz):
3. DETERMINAÇÃO DAS CARGAS
ILUMINAÇÃO NBR 5410

Casos específicos: Nas acomodações de hotéis, motéis e


similares pode-se substituir o ponto de luz fixo no teto por
tomada de corrente, com potência mínima de 100 VA,
comandada por interruptor de parede.
3. DETERMINAÇÃO DAS CARGAS
ILUMINAÇÃO NBR 5410

Casos específicos: Admite-se que o ponto de luz fixo no


teto seja substituído por ponto na parede em espaços sob
escada, depósitos, despensas, lavabos e varandas, desde
que de pequenas dimensões e onde a colocação do ponto
no teto seja de difícil execução ou não conveniente.
3. DETERMINAÇÃO DAS CARGAS
ILUMINAÇÃO NBR 5410

Na NBR 5410 a determinação das cargas de iluminação é


feita em função de área do cômodo da residência.
3. DETERMINAÇÃO DAS CARGAS
ILUMINAÇÃO NBR 5410

Exemplo de cálculo:
3. DETERMINAÇÃO DAS CARGAS
ILUMINAÇÃO NBR 5410

O fator de potência adotado é 1,0 para a determinação da


potência ativa de iluminação. Por exemplo, para o caso de
potência de iluminação de 1080 VA, teremos:
3. DETERMINAÇÃO DAS CARGAS
ILUMINAÇÃO NBR 5410
3. DETERMINAÇÃO DAS CARGAS
ILUMINAÇÃO NBR 5410
3. DETERMINAÇÃO DAS CARGAS
ILUMINAÇÃO NBR 5410

A NBR 5410 não estabelece critérios para iluminação de


áreas externas em residências, ficando a decisão por conta
do projetista e do cliente.

Ainda sobre a NBR 5410, os valores apurados correspondem


à potência destinada a iluminação para efeito de
dimensionamento dos circuitos, e não necessariamente à
potência nominal das lâmpadas.
3.1 MÉTODO DOS LUMENS

Quando se considera a iluminação de um compartimento,


interessa especialmente conhecer o iluminamento médio
no chão, mas quando se tratar de salas de trabalho, deve-
se considerar o iluminamento médio no PLANO DE
TRABALHO (mesas, bancada, máquinas, etc.).

O plano de trabalho é uma superfície de referência


definida como o plano onde o trabalho é habitualmente
realizado, geralmente de 0,80m a 1,00m de altura do piso.
3.1 MÉTODO DOS LUMENS

Em um compartimento contendo uma ou várias fontes


luminosas, há emissão de um fluxo luminoso e apenas
parte deste fluxo atinge diretamente o plano de trabalho
ou o plano do chão.

Parte é absorvido/refletido pelo teto, paredes e objetos


localizados no local.

Assim, o fluxo luminoso total para iluminar o plano de


trabalho é:
3.1 MÉTODO DOS LUMENS

- Fluxo luminoso total;

S Área do compartimento, em m²;

E Iluminamento desejado, em lux;

u Fator de utilização (coeficiente);

d fator de depreciação.
3.1.1 ILUMINAMENTO DESEJADO

No iluminamento desejado, deve-se seguir conforme tabela


da ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:
3.1.1 ILUMINAMENTO DESEJADO
3.1.1 ILUMINAMENTO DESEJADO
3.1.2 FATOR DE UTILIZAÇÃO

O fator u, sempre menor que 1, é denominado coeficiente


de utilização ou fator de utilização, e é a razão entre o
fluxo utilizado e o fluxo luminoso emitido pelas lâmpadas.

O coeficiente de utilização depende:

Da distribuição e da absorção de luz, efetuadas pelos


aparelhos de iluminação (globos, refletores, etc.);

Das dimensões do local. Esta dependência exprime-se através


de um coeficiente que se denomina índice do local;
3.1.2 FATOR DE UTILIZAÇÃO
ÍNDICE DO LOCAL

Das cores das paredes e do teto, caracterizado pelo fator de


reflexão.

O índice do local é baseado no tipo de compartimento para


o qual está sendo realizado o projeto. É necessário definir:

A largura e comprimento do local;

A altura do teto, se a iluminação for indireta ou semi-indireta;

A distância do foco luminoso ao chão.


3.1.2 FATOR DE UTILIZAÇÃO
ÍNDICE DO LOCAL

O índice do local é dado por:

Com base em tabelas na literatura, também é possível


definir a índice de local, conforme a seguir:
3.1.2 FATOR DE UTILIZAÇÃO
ÍNDICE DO LOCAL
3.1.2 FATOR DE UTILIZAÇÃO
ÍNDICE DO LOCAL
3.1.2 FATOR DE UTILIZAÇÃO
FATOR DE REFLEXÃO

O fator de reflexão está


associado ao teto e
paredes, da seguinte
forma:
3.1.2 FATOR DE UTILIZAÇÃO

Relembrando que o fator de utilização será baseado na


determinação do índice local, fator de reflexão e no tipo
de luminária, podemos utilizar as seguintes tabelas:
3.1.2 FATOR DE UTILIZAÇÃO
3.1.2 FATOR DE UTILIZAÇÃO
3.1.2 FATOR DE UTILIZAÇÃO
3.1.3 FATOR DE DEPRECIAÇÃO

O fluxo emitido por um aparelho de iluminação decresce


com o uso. Este fato tem três causas:

A diminuição do fluxo luminoso emitido pelas lâmpadas ao


longo da vida útil das mesmas;

A poeira e sujeira que se depositam sobre os aparelhos e


lâmpadas quando expostas;

A diminuição do poder refletor das paredes e tetos, em


consequência de acúmulo de sujeira ou escurecimento
progressivo.
3.1.3 FATOR DE DEPRECIAÇÃO

Uma forma de definir o fator de depreciação é baseado no


tipo de ambiente e o período de manutenção. Conforme a
seguir:
3.1 MÉTODO DOS LUMENS

- Fluxo luminoso total;

S Área do compartimento, em m²;

E Iluminamento desejado, em lux;

u Fator de utilização (coeficiente);

d fator de depreciação.
3.1 MÉTODO DOS LUMENS

Determinado o fluxo luminoso total, poderemos então


chegar ao número de luminárias necessárias, da seguinte
forma:

n - Número de luminárias;

- Fluxo luminoso total;

- Fluxo luminoso de cada lâmpada por luminária;

n1 - Número de lâmpadas por luminária.


3.1 MÉTODO DOS LUMENS
3.1 MÉTODO DOS LUMENS

Conhecido o número total de luminárias, resta-nos


distribuí-las uniformemente no recinto.

Como dados práticos, toma-se a distância entre luminárias,


o dobro da distância entre a luminária e a parede.
3.1 MÉTODO DOS LUMENS

Exemplo de
NBR ISSO/CIE

cálculo:
8995-1
3.1 MÉTODO DOS LUMENS X NBR
5410 ESCOLHA DA CARGA

Exemplo de
cálculo (escolha
da carga de
iluminação):

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