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Curso de Graduação em Engenharia Civil

Disciplina Construções Especiais

Dimensionamento de treliças em
elementos estruturais - Aço e Madeira
Professor: Jarbas Moreira Freires de Lacerda
jarbasfreires@gmail.com
AÇO
INTRODUÇÃO

As treliças são constituídas de segmentos de hastes, unidos em pontos


denominados nós, formando uma configuração geométricas estável, de base
triangular, que pode ser isostática (estaticamente determinada) ou hiperestática
(estaticamente indeterminada).

As treliças são muito adequadas para estruturas metálicas, nos quais os perfis
são produzidos em segmentos de comprimento limitado.
INTRODUÇÃO

Elementos de uma treliça plana.


INTRODUÇÃO

As principais aplicações dos sistemas treliçados metálicos são coberturas de


edificações industriais, contraventamentos de edifícios e pontes.
INTRODUÇÃO
TRELIÇAS USUAIS DE EDIFÍCIOS

As treliças utilizada em coberturas têm, em geral, o banzo superior inclinado, e


as utilizadas em apoios de pisos e pontes têm banzos paralelos.

As configurações geométricas mais conhecidas são designadas por nomes


próprios, como Pratt, Howe e Warren.

Para cargas de gravidade, na viga Pratt ou N, as diagonais são tracionadas e


os montantes comprimidos.
TRELIÇAS USUAIS DE EDIFÍCIOS

Na viga Howe, as diagonais são comprimidas e os montantes tracionados.

A viga Warren é formada por um triângulo isósceles, sem montantes verticais;


quando a distância entre nós fica muito grande, colocam-se montantes. A viga
apresenta parte das diagonais comprimidas e parte tracionadas.
TIPOS DE BARRAS DE TRELIÇAS

As barras das treliças são, em geral, constituídas por perfis laminados únicos
ou agrupados, e também por perfis de chapa dobrada.

As treliças mais leves são formadas por cantoneiras ou perfis, ligados por solda
ou parafuso. Recomendam-se as seguintes dimensões mínimas para os
banzos:
TIPOS DE BARRAS DE TRELIÇAS

Obtém-se treliças médias com barras formadas por pares de cantoneiras ou


perfis.

Com 4 perfis são obtidas barras de maior capacidade.


TIPOS DE BARRAS DE TRELIÇAS

As treliças pesadas de pontes são geralmente formadas de perfis I soldados ou


perfis fechados.
TIPOS DE LIGAÇÕES

Os nós das treliças, são, em geral, constituídos por chapas, chamadas


gussets, nas quais se prendem as barras.

As ligações das barras devem ter, de preferência, seu eixo coincidente com o
eixo da barra (ligação concêntrica).
TIPOS DE LIGAÇÕES

Nas ligações parafusadas de cantoneiras não é possível fazer uma ligação


concêntrica, pois não há espaço para a instalação do parafuso na linha do
centro de gravidade do perfil. Dessa ligação excêntrica resulta um momento N
e, que, em princípio, deve ser levado em conta no dimensionamento da ligação.
TIPOS DE LIGAÇÕES

No projeto da ligação das barras da treliça (nós), os eixos das barras devem
ser concorrentes a um ponto; caso contrário, resulta, no nó, um momento que
se distribui entre as barras.

Para facilitar a execução no caso de ligações parafusadas de cantoneiras, é


usual detalhar a ligação com as linhas de parafusos (e não os eixos da barra)
se encontrando em um ponto.
TIPOS DE LIGAÇÕES

Nesses casos, se as barras não estiverem sujeitas à fadiga, a NBR 8800


permite desprezar o momento resultante no nó, oriundo da excentricidade entre
os pontos de concorrência A e B na Figura 2 (acima) das linhas de eixo das
barras, que deveria ser distribuído entre as barras.
TIPOS DE LIGAÇÕES

Nas treliças soldadas, ou os nós podem ter gussets ou as hastes podem ser
ligadas entre si diretamente, sem chapa auxiliar. Modernamente, a construção
soldada é mais econômica.
TIPOS DE LIGAÇÕES

A tendência atual, em treliças pequenas, é de fazer as ligações de fábrica com


solda e as de campo com parafusos (para evitar o risco de soldas defeituosas
em campo).

A mínima resistência requerida das ligações a esforço axial em barras de


treliças é igual a 45 kN (NBR 8800).
DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS

Para treliças usuais de edificações sem efeito de fadiga, nas quais os nós não
apresentam excentricidades e as barras são esbeltas, pode-se utilizar o
tradicional modelo treliça para cálculo de esforços axiais.
DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS

Neste caso, os comprimentos de flambagem das barras comprimidas devem


tomados iguais à distância entre as rótulas ideais (k = 1). Os momentos fletores
oriundos da rigidez dos nós são considerados esforços secundários que não
afetam o dimensionamento.

Cada haste da treliça está sujeita a um esforço normal de tração ou


compressão. O dimensionamento dessas hastes se faz com os critérios de
barras tracionadas ou barras comprimidas.

Tanto para flambagem no plano da treliça quanto fora desse plano, no


dimensionamento, toma-se k = 1. Naturalmente, o comprimento de flambagem
fora do plano de treliça depende dos pontos de contenção lateral.
DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS
MADEIRA
INTRODUÇÃO

As vigas treliçadas são sistemas estruturais muito utilizados em coberturas e


em pontes. Para a construção de coberturas, é comum o emprego de treliças
com o banzo superior inclinado.
INTRODUÇÃO

Na treliça tipo belga, os montantes comprimidos são perpendiculares ao banzo


superior, sendo as diagonais tracionadas. A mesma característica favorável se
nota na treliça composta, conhecida como treliça Polonceau ou Fink.

Outro tipo de treliça triangular muito utilizada, é denominada vulgarmente de


tesoura, devido ao cruzamento dos banzos inferiores.
DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS

As formas e as inclinações das treliças de cobertura são, e, geral, impostas por


aspectos arquitetônicos.

Entretanto, algumas regras referentes à relação altura/vão mais econômica


podem ser indicadas:
DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS

Como regra geral para o detalhamento das ligações, os eixos das hastes
devem se cruzar em um ponto (nós de ligação).

As ligações entre os componentes de uma treliça podem ser executadas por


meio de entalhes ou conectores, tais como pregos, parafusos, conectores de
anel, placas denteadas, etc.
DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS

Os conectores de anel e parafusos ajustados apresentam maior capacidade


resistente e produzem ligações compactas. Os parafusos são naturalmente
selecionados nos casos de estruturas temporárias e desmontáveis.
DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS

O modelo misto simplificado consta de um modelo de treliça para cálculo de


esforços normais nas hastes, associado ao cálculo dos banzos contínuos como
vigas simplesmente apoiadas nos nós da treliça.
DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS

Os momentos fletores sobre os nós assim determinados devem ser reduzidos


em 10% para levar em conta a semi-rigidez das ligações. Os momentos fletores
nos vãos são consequentemente aumentados.

A verificação de segurança dos elementos é feita com os critérios apresentados


para compressão e tração axiais e para flexão composta.

Para as peças comprimidas utiliza-se o parâmetro de flambagem k = 1


correspondente à coluna birrotulada tanto pata flambagem no plano da viga
treliçada quando para flambagem fora do seu plano.

O comprimento de flambagem fora do plano da treliça é igual à distância entre


os dois pontos adjacentes de contenção lateral.
DESLOCAMENTOS E CONTRAFLECHAS

As treliças de madeira apresentam flechas decorrentes do trabalho elástico do


material, da deformabilidade das ligações (nós, emendas) e da deformação
lenta da madeira.

Para contrabalancear este fato, as treliças são construídas com contraflechas.


Calcula-se a contraflecha para o meio do vão e supõem-se os demais pontos
situados em uma parábola.
OBRIGADO(A)

jarbasfreires@gmail.com Prof. Jarbas Moreira Freires de Disciplina Construções Especiais


Lacerda

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