Sistemas Estruturais:

Madeira e Aço

Dimensionamento
Simplificado de
Peças Estruturais
em Madeira.
 Introdução

Sendo a madeira um material utilizado para construção há

muitos séculos, existe uma grande variedade de sistemas
estruturais em madeira que pode ser observada, sendo o
sistema treliçado o mais tradicional e mais utilizado,
marjoritariamente em estruturas de cobertura, tanto
residenciais, quanto industriais, além de estruturas de pontes.
 Normatização

NBR 7190:1997 – Projeto de Estruturas

de Madeira
Fixa as condições gerais que
devem ser seguidas no
projeto, na execução e no
controle das estruturas
correntes de madeira, tais
como pontes, pontilhões,
coberturas, pisos e
cimbramentos.
 Treliças

Sistema estrutural formado por barras, que se ligam em

nós articulados, formando triângulos, e estão sujeitas
apenas a esforços de tração e compressão simples,
apresentando-se assim como sistema mais econômico.
Quando utilizadas em estruturas de cobertura, as treliças
(conhecidas também como tesouras) têm como função
principal sustentar o telhamento e o vigamento de
apoio, composto pelas terças, caibros e ripas. Mas
podem ser utilizadas como vigas, tanto para cobertura,
quanto para piso.
 Treliças

Estão sujeitas à carregamentos devidos ao peso próprio

da estrutura, do vigamento de apoio e das telhas, e
devido ao vento. Tais carregamentos apresentam-se
distribuídos pela superfície do telhado, que se transmitem
como cargas concentradas aos nós da treliça.
Em estruturas de madeira, os nós são executados por
meio de encaixes, pregos ou parafusos fixados
diretamente nas barras de madeira, ou com o uso de
chapas metálicas.
São formadas pelas seguintes peças: banzos (inferior e
superior), diagonal e montante.
Fixação
 Tipos de Treliças

Treliça tipo Howe

Treliça tipo Belga

Treliça tipo Pratt

 Pré-dimensionamento

No pré-dimensionamento de estruturas de
cobertura com a utilização de treliças, sejam elas
de banzos paralelos, ou com dois planos inclinados,
determina-se a altura, utilizando as formas
empíricas demonstradas abaixo.
 Cálculo dos Esforços

Para proceder com o dimensionamento de estruturas

treliçadas de madeira, torna-se indispensável determinar
os esforços que atuam na estrutura.
É sabido que as barras que formam as treliças estão
submetidas a esforços de tração e compressão simples,
e tais esforços são originados das cargas depositadas
nos nós da estrutura.
Sendo assim, o primeiro passo é determinar as cargas
que atuam em cada nó da treliça.
 Cálculo dos Esforços

A determinação das cargas que atuam em cada nó pode ser

realizada através do processo de área de influência.
Para isso, é necessário determinar a carga distribuída por
área, que atua sobre a treliça. No caso de coberturas, como
dito anteriormente, considera-se o peso próprio da treliça, do
vigamento de apoio e do telhamento, além da carga devido
ao vento.
En casos de vãos de até 15 m, considera-se a carga devido
ao vento como vertical, a fim de facilitar o cálculo.
No caso de pisos, pode-se adotar o mesmo processo,
utilizando as cargas distribuídas utilizadas para o cálculo de
lajes.
 Cálculo dos Esforços

Cargas distribuídas que podem ser consideradas

sobre a superfície de coberturas:
• Peso próprio da estrutura: 50 kgf/m²
• Telha cerâmica: 45 kgf/m²
• Telha metálica: 5 kgf/m²
• Vento: 30 kgf/m²
 Cálculo dos Esforços

Determinados as cargas atuantes nos nós da treliça,

parte-se para a determinação dos esforços atuantes
nas barras.
Num primeiro momento, é determinada as reações nos
apoios, tal como realizado para vigas isostáticas.
O mesmo raciocínio é aplicado a cada nó da treliça,
adotando-se que, quando positivas, as forças são de
tração (“saindo do nó”) e, quando negativas, são forças
de compressão (“entrando no nó”).
 Dimensionamento

A etapa de dimensionamento consiste na

determinação da área necessária para suportar os
esforços aos quais a barra estará submetida.
As barras, no caso das treliças, estão submetidas a
esforços de tração e compressão simples.
Quanto ao dimensionamento de peças submetidas
à esforços de tração, este se faz pela
determinação da área da seção transversal da
peça, de maneira que não ultrapasse a tensão
admissível do material.
 Dimensionamento

A determinação da área necessária, no caso da

madeira, é dada pela seguinte relação:
 Dimensionamento

Já o dimensionamento de peças submetidas à

compressão, vai além da determinação da área da
seção da peça, considerando também o efeito da
flambagem. Flambagem é o fenômeno onde a peça
perde estabilidade antes de romper. A forma e as
dimensões da seção são fatores importantes.
O dimensionamento de peças comprimidas trata-se de
uma verificação, na realidade, pois o processo de
cálculo consiste em verificar se a tensão atuante não
supere a tensão admissível de flambagem, em uma
determinada seção.
 Dimensionamento
Como trata-se de uma verificação, escolhe-se previamente uma
barra cuja seção seja conhecida (largura e altura).
Sabendo a área da seção transversal da peça, procede-se com o
cálculo do raio de giração.
Raio de giração é a distância do centro de giro ao centro de
gravidade da peça. A definição de raio de giração pode ser
facilmente entendida conforme a ilustração a seguir:

O raio de giração é dado pela

seguinte equação:
 Dimensionamento

Procede-se então com a determinação do índice

de esbeltez da barra. O índice de esbeltez é a
relação entre o comprimento não travado da
barra e o raio de giração. Pode ser calculado
através da seguinte equação:
Dimensionamento
 Exercício de Aplicação

Conforme apresentado, calcule a carga que atua

no nó B. Trata-se de uma treliça de cobertura, de
madeira, para telhamento cerâmico.
Exercício de Aplicação
 Exercício de Aplicação

Para o mesmo exercício, calcule a quais esforços

estão submetidas as barras da treliça a seguir.
 Exercício de Aplicação

Verifique qual a área da seção transversal será necessária

para os elementos submetidos aos esforços de tração.
Considerando a largura das peças igual a 6 cm, verifique qual
a altura necessária. Será utilizada peroba-rosa, cuja tensão de
ruptura à flexão é igual a 900 kgf/cm².
 Exercício de Aplicação

Verificar se as peças, em suas dimensões comerciais,

adotadas para as barras tracionadas da treliça, podem
ser utilizadas como barras submetidas a esforços de
compressão.