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Lajes Nervuradas

1- Introdução

A laje nervurada, Figura 1, representa elemento estrutural de superfície superior


plana, geralmente horizontal, destinada a receber as cargas de serviço conforme
o tipo de utilização da estrutura, sendo constituída por placa solidarizada a
sistema de vigotas que se cruzam caracterizando uma grelha.

Figura 1 – Elementos de Lajes Nervuradas

As placas são denominadas de mesas e as vigotas de nervuras, Figura 2.

O sistema estrutural apresentará resposta mecânica de padrão intermediário


entre uma laje maciça e uma grelha. A mesa absorverá as tensões de
compressão enquanto a zona de tração recai nas nervuras, onde é distribuída a
armadura principal que absorverá as tensões normais decorrentes do momento
de flexão.

Figura 2 – Seção Transversal

É especialmente aplicada quando há a necessidade de vencer grandes vãos,


para os quais a laje maciça torna-se antieconômica, o que representa realidade
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freqüente nas últimas décadas em face da tendência natural dos projetos


arquitetônicos em praticarem formas e dimensões mais ousadas.

A solução em lajes maciças em estruturas de grandes vãos é antieconômica em


razão de necessitar da adoção de espessuras elevadas em escala tal que o peso
próprio representaria parcela predominante das ações solicitantes. Em outras
palavras, a laje seria calculada, quase que exclusivamente, para suportar ela
mesma.

A economia da laje nervurada em relação à laje maciça decorre da existência de


menor volume de concreto abaixo da linha neutra, Figura 3, combinado com o
fato da geometria da seção transversal apresentar setores de sua área mais
afastados do centro de gravidade. Este último aspecto a confere maior momento
de inércia e, consequentemente, maior rigidez e resistência à flexão, resultando
na otimização de desempenho mecânico com aproveitamento dos elementos
resistentes segundo padrão mais racional.

Normalmente, a laje nervurada é suplementada com material de enchimento de


natureza inerte e de baixo peso especifico comparativamente ao concreto. Tal
material podendo ser à base de isopor, rejeitos de material de construção,
madeirit de fôrmas ou tijolos. Constitui-se em elemento mecanicamente ocioso,
cuja função precípua é preencher os espaços vazios entre as nervuras,
contribuindo para a estética.

Figura 3 – Linha Neutra

As lajes atuam, inclusive, como diafragmas ou chapas horizontais rígidas, Figura


4, recebendo ações horizontais ao longo de seu plano, contribuindo para sua
distribuição entre os pilares do conjunto estrutural e para a ligação dos pilares
aos elementos de contra-ventamento. Diante de tal realidade as lajes favorecem,
3

portanto, a estabilidade global da estrutura em relação às ações laterais, de


modo que constitui membro fundamental, sobretudo, em edifícios altos.

A consideração do efeito de chapa ou membrana é relevante, sobretudo, em


lajes constituídas por painéis pré-moldados haja vista o padrão de transferência
de forças e a intensidade das tensões comparada com a capacidade portante do
conjunto.

Figura 4 – Lajes Nervuradas – Desempenho conjunto

As lajes nervuradas podem ser moldadas in lócus, Figura 5, ou com nervuras


pré-moldadas, Figura 6.

No primeiro caso todas as etapas executivas são realizadas "in loco", com o
emprego de fôrmas, escoramentos e material de enchimento. As lajes com
nervuras pré-moldadas dispensam o uso do tabuleiro da fôrma tradicional
necessitando apenas de cimbramentos intermediários. As vigotas podem ser de
três tipos, figura abaixo, sendo capazes de suportar seu peso próprio e as ações
decorrentes do processo construtivo.
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Figura 5 – Lajes moldadas in locus

Figura 6 – Nervuras pré-moldadas

2 - Parâmetros de Projeto

A prática usual da concepção de lajes nervuradas consiste em adotar painéis


com vãos maiores que os das lajes maciças, apoiados em vigas mais rígidas que
suas nervuras, parametrizando-se pela resistência à compressão do concreto.

As lajes nervuradas diretas são aquelas cujo centro de gravidade da seção


transversal das nervuras está localizado abaixo do plano médio da mesa, como
deve ocorrer nas lajes de piso. Sua seção transversal, considerando-se o
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conjunto mesa-nervuras, funciona frente aos momentos fletores positivos como


viga “T”.

A previsão de engastes ou balanços deve ser evitada, pois, delas resultam


esforços de compressão na face inferior, onde a área de concreto é reduzida.
Em sendo inevitável, porém, a adoção desses tipos de solução estrutural faz-se
necessário limitar a intensidade do momento fletor ao valor correspondente à
resistência da nervura à compressão. Recomenda-se, inclusive, a adoção de
mesa na parte inferior, Figura 7, resultando na versão conhecida como laje dupla.
Como alternativa pode-se adotar uma região maciça de dimensão compatível
com os esforços solicitantes, Figura8.

Figura 7 - Lajes Nervuradas Contínuas de Mesa Dupla

As lajes nervuradas invertidas são definidas como aquelas cujo centro de


gravidade da seção transversal das nervuras está localizado acima do plano
médio da mesa. Este tipo de solução pode ser adotada em cobertas. Sua seção
transversal funciona mecanicamente tal viga “T” invertida frente aos momentos
fletores negativos.

No caso de Lajes Nervuradas Contínuas Invertidas aplicam-se os mesmos


comentários apresentados com respeito à sua versão direta, adaptados à
realidade ora abordada. Neste caso então, a mesa dupla ou a região de
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enrijecimento deve ser posicionada na faixa de momentos fletores positivos


maiores ao centro da laje.

Figura 8– Lajes Nervuradas Contínuas com Região Maciça

Em lajes de armadura unidirecional de flexão solicitada mediante cargas


concentradas ou quando o vão teórico for superior a 4,00 metros, recomenda-se
a adoção de nervuras transversais de distribuição, Figura 9, também conhecidas
como transversinas. Exigem-se, pelo menos, duas nervuras se o vão teórico for
superior a 6,00 metros.

Figura 9 – Transversinas de distribuição


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3 - Recomendações Normativas

Dimensões-Limites

A espessura “hf” da mesa, caso não hajam tubulações horizontais embutidas,


deve ser maior ou igual a 1/5 da distância entre as faces da nervuras “ao” e não
inferior a 4 cm, Figura 10.

Havendo tubulações embutidas de diâmetro menor que 10 mm a espessura


mínima absoluta da mesa deve ser 5 cm. Se o diâmetro for maior que 10 mm, a
espessura mínima absoluta da mesa deve ser de 4 cm + Φ se não houver
cruzamento das tubulações e de 4 cm + 2Φ, em caso contrário, Figura 10.

A espessura “bw” das nervuras, Figura 10, não pode ser inferior a 5 cm se elas
forem isentas de armadura de compressão e a 8 cm, em caso contrário.

Figura 10 – Dimensões da seção transversal

4 - Análise Estrutural

O projeto de Lajes Nervuradas com nervuras pré-moldadas deve atender,


inclusive, as respectivas normas específicas.

Em lajes com espaçamento entre eixos de nervuras Sx inferior a 65 cm, Figura


11, a verificação da flexão da mesa pode ser dispensada e a verificação ao
cisalhamento da região das nervuras pode ser realizada mediante os critérios
aplicados a lajes.

Se o espaçamento de que trata o parágrafo anterior for entre 65 e 110 cm, a


verificação à flexão da mesa é exigida e a do cisalhamento deve ser realizada
mediante os modelos aplicados a vigas, salvo se a largura média das nervuras
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bwd for maior que 12 cm e o espaçamento entre seus eixos for até 90 cm,
situação para a qual a verificação ao cisalhamento pode ser como lajes.

Se o espaçamento de que trata o parágrafo anterior for superior a 110 cm a mesa


deve ser concebida como laje maciça apoiada nas grelhas do vigamento
obedecendo-se os limites mínimos de espessura.

As lajes nervuradas unidirecionais devem ser calculadas segundo a direção das


nervuras podendo-se desprezar a rigidez transversal e a torção.

As lajes nervuradas bidirecionais podem ser calculadas, para efeito de esforços


solicitantes, como lajes maciças, NBR 14859-2, devendo o dimensionamento e
verificação serem pautados no item 19, página 155, NBR 6118/2014 e o
detalhamento realizado conforme seu item 20, página 169.

Se o espaçamento entre nervuras for no máximo igual a 50 cm o efeito de


torção é favorável permitindo a adoção do método de Marcus.

Em lajes nervuradas invertidas deve-se prever armadura de suspensão de forma


idêntica às lajes maciças.

Os estribos de nervuras, quando necessário devem apresentar espaçamento


máximo de 200 mm.

5 - Esforços

Para os casos cotidianos envolvendo pisos de edifícios de cargas distribuídas de


moderada intensidade, em razão das espessuras mínimas praticadas para as
mesas, elas apresentam rigidez suficiente a garantir seu desempenho
solidariamente às nervuras. A modelagem de cálculo de esforços pode tomar por
base a assimilação da laje nervurada a uma laje maciça de espessura
equivalente, de idêntica rigidez à flexão.

Ocorrendo a ação de cargas distribuídas de elevada intensidade ou de cargas


concentradas relevantes faz-se imperativa a adoção de espessuras além da
mínima recomendada em norma.
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Há previsões pautadas em análise numérica de que as lajes nervuradas, ao


contrário das maciças, apresentam fissuras para as cargas de serviço, o que
representa indícios de Estádio II. Mesmo assim, os resultados dos cálculos dos
deslocamentos verticais tomando-se como referência o Estádio I são de boa
qualidade numérica, pois, os de efeitos da fluência previstos nos modelos
normativos são superestimados compensando as conseqüências desfavoráveis
da fissuração. Assim, a parcela de deslocamento adotada para considerar a
fluência pode incluír o acréscimo de deformações decorrentes da fissuração.

A determinação da laje maciça equivalente de modo mais rigoroso fundamenta-


se na equalização de trabalhos deformacionais, que exige o emprego de
aproximação numérica especifica mais refinada. Pode-se recorrer à adoção de
alternativas simplificadas, destacando-se o procedimento de igualar-se a rigidez
média como sendo o mais preciso.

Se a laje tivesse espessura igual à altura da seção transversal da nervura e caso


sua espessura fosse igual à espessura da mesa, os momentos de inércia
correspondentes a estas duas situações extremas seriam dados mediante:

𝒉𝟑 𝒉𝟑𝒇
𝑰𝟏 = 𝒆 𝑰𝟐 =
𝟏𝟐 𝟏𝟐

O momento de inércia da laje nervurada poderia ser obtido mediante ponderação


racional envolvendo tais momentos de inércia, na forma:

𝑰 = (𝟏 − 𝒓)𝑰𝟏 + 𝒓𝑰𝟐

Com o parâmetro r calculado a partir de:

𝒂𝒐𝒙 𝒂𝒐𝒚
𝒓=
𝑺𝒙 𝑺𝒚

Onde aox e aoy são as distâncias interface de nervuras consecutivas e, Sx e Sy as


distâncias entre seus eixos, definidos geometricamente na Figura 11. O
momento de inércia da seção transversal de uma placa maciça será:

𝒉𝟑𝒑
𝑰𝒑 =
𝟏𝟐
10

sendo hp a sua espessura. Tomando-se o momento de inércia da seção


transversal da laje nervurada pelo seu correspondente de tal placa maciça de
rigidez equivalente deveremos ter:

𝑰 = 𝑰𝒑

Ou seja:

𝒉𝟑𝒑
(𝟏 − 𝒓)𝑰𝟏 + 𝒓𝑰𝟐 =
𝟏𝟐

e:

𝒉𝟑 𝒉𝟑𝒇 𝒉𝟑𝒑
(𝟏 − 𝒓) + 𝒓 =
𝟏𝟐 𝟏𝟐 𝟏𝟐

Resultando:

𝟑
𝒉𝟑𝒑 = (𝟏 − 𝒓)𝒉𝟑 + 𝒓𝒉𝟑𝒇 → 𝒉𝒑 = √(𝟏 − 𝒓)𝒉𝟑 + 𝒓𝒉𝟑𝒇

O momento por nervura é dado pelo produto entre o momento fletor por unidade
de comprimento calculado através do emprego dos métodos simplificados já
abordados e os espaçamentos Sx e Sy entre eixos de nervuras.

Figura 11 – Parâmetros Geométricos de Laje Nervurada


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A armadura de flexão deve então ser calculada para a seção em “T” formada
pelo conjunto nervura-mesa.

Nas lajes nervuradas, geralmente, aox ≤ 1,00 m, aoy ≤ 1,00 m, e, por outro lado,
Lx > 5,00 m; e, Ly > 5,00 m, logo, predominam as relações bfx = Sx e bfy = Sy.

De maneira análoga ao cálculo dos momentos fletores calculam-se as reações


dos apoios bem como os cortantes.

6 - Exemplo: Determinar a seção da laje nervurada da Figura 12,


manufaturada em concreto C 30 armado com barras de aço CA 50 e recheada
com isopor, destinada ao suporte de piso em ambiente a ser utilizado como
escritório, sabendo-se que será apoiada sobre vigas de 20 cm de largura e que
receberá a carga de 1,0 kN/m2 decorrente de uma divisória.

Figura 12 – Planta de Laje Nervurada

A espessura “hf” da mesa, caso não hajam tubulações horizontais embutidas,


deve ser maior ou igual a 1/5 da distância entre as faces da nervuras “ao” e não
inferior a 4 cm.

A espessura “bw” das nervuras não pode ser inferior a 5 cm se elas forem isentas
de armadura de compressão e a 8 cm, em caso contrário.
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As dimensões estimadas inicialmente para as nervuras e a mesa estão


esquematizadas na figura 13.

Figura 13

Cálculos Preliminares

Parâmetros geométricos:

Altura da nervura:

𝒉 = 𝟎, 𝟐𝟎 + 𝟎, 𝟏𝟎 = 𝟎, 𝟑𝟎 𝒎

Altura útil das nervuras:

𝑑 = 0,9ℎ = 0,9 × 0,30 = 0,27 𝑚

Distância interfaces das nervuras:

𝑎𝑜𝑥 = 𝑎𝑜𝑦 = 0,50 𝑚

Distância entre eixos de nervuras:

𝑏𝑓𝑥 = 𝑏𝑓𝑦 = 𝑆𝑥 = 𝑆𝑦 = 𝑎𝑜𝑦 + 𝑏𝑤 = 0,50 + 0,10 = 0,60 𝑚

Vãos Teóricos:

𝐿𝑥 = 𝐿𝑜𝑥 + 0,20 = 8,00 + 0,20 = 8,20 𝑚

𝐿𝑦 = 𝐿𝑜𝑦 + 0,20 = 10,00 + 0,20 = 10,20 𝑚


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Espessura equivalente: Será baseado na Figura 14

Figura14

𝒂𝒐𝒙 𝒂𝒐𝒚 0,50 × 0,50


𝒓= = = 0,7
𝑺𝒙 𝑺𝒚 0,60 × 0,60

3 3
ℎ𝑝 = √(1 − 𝑟)ℎ3 + 𝑟ℎ𝑓3 = √(1 − 0,7) × 0,303 + 0,7 × 0,103 ≅ 0,206 𝑚

Módulo de Deformação:

𝐸𝑐𝑖 = 5600√𝑓𝑐𝑘 = 5600√30 = 30672 𝑀𝑃𝑎

𝑓𝑐𝑘 30
𝛼𝑖 = 0,8 + 0,2 = 0,8 + 0,2 = 0,875
80 80

𝐸𝑐𝑠 = 𝛼𝑖 𝐸𝑐𝑖 = 0,875 × 30672 = 26838 𝑀𝑃𝑎


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Rigidez à Flexão:

𝐸𝑐𝑠 ℎ𝑝3 26838 × 0,2063


𝐷= = = 20,36 𝑀𝑁𝑚
12(1 − 𝜈 2 ) 12(1 − 0,22 )

Tensões Limite:

𝑓𝑐𝑘 30
𝑓𝑐 = 0,85 = 0,85 × = 18 𝑀𝑃𝑎
𝛾𝑐 1,4

𝑓𝑦𝑘 500
𝑓𝑦𝑑 = = = 434 𝑀𝑃𝑎
𝛾𝑠 1,15

2 2
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 = 0,21𝑓𝑐𝑘 3 = 0,21 × 303 = 2,02 𝑀𝑃𝑎

𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 2,02
𝑓𝑐𝑡𝑑 = = = 1,44 𝑀𝑃𝑎
𝛾𝑐 1,4

𝜏𝑅𝑑 = 0,25𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,25 × 1,44 = 0,36 𝑀𝑃𝑎

𝑘 = 1,6 − 𝑑 = 1,6 − 0,27 = 1,33 ≥ 1,0 ( 𝑑 𝑒𝑚 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠)

Parâmetros Adimensionais: Caso 1

𝐿𝑦 10,20
𝜆= = = 1,244
𝐿𝑥 8,20

𝜆4 1,2444
𝑘𝑥 = = = 0,706; 𝑘𝑦 = 1 − 𝑘𝑥 = 1 − 0,706 = 0,294
1 + 𝜆4 1 + 1,2444

5𝑘𝑥 5 × 0,706
𝑤𝑐 = = = 0,0092
384 384

𝑘𝑥 0,706 𝑘𝑦 𝜆2 0,294 × 1,2442


𝑚𝑥 = = = 0,0883 𝑒 𝑚𝑦 = = = 0,0569
8 8 8 8

𝛼𝑥 = 𝛼𝑦 = 8

20𝑘𝑥 20 × 0,706
𝐶𝑥 = 1 − 2
= 1− = 0,62
3𝛼𝑥 𝜆 3 × 8 × 1,2442

20𝑘𝑦 𝜆2 20 × 0,294 × 1,2442


𝐶𝑦 = 1 − = 1− = 0,62
3𝛼𝑦 3×8
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Cargas

Peso próprio: Ver figuras 15 e 16

Figura 15

Figura 16
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𝑔𝑝𝑝 = (0,602 × 0,30 − 0,502 × 0,20) × 25,0/0,62 = 4,03 𝑘𝑁/𝑚2

Carga Permanente:

𝑔 = 𝑔𝑝𝑝 + 𝑔𝑝𝑎𝑟 + 𝑔𝑟𝑒𝑣 = 4,03 + 1,00 + 1,00 = 6,03 𝑘𝑁/𝑚2

Onde gpar e grev correspondem às cargas devidas à divisória e ao revestimento


da laje.

Carga Acidental: q = 2,00 kN/m2

Carga Total:

𝑝 = 𝑔 + 𝑞 = 6,03 + 2,00 = 8,03 𝑘𝑁/𝑚2

Carga de Utilização – Combinação Quase Permanente:

𝑝𝑜 = 𝑔 + 𝜓2 𝑞 = 6,03 + 0,4 × 2,00 = 6,83 𝑘𝑁/𝑚2

Verificação do Deslocamento Vertical:

Deslocamento Admissível:

𝐿𝑥 8,20
𝛿𝑎𝑑𝑚 = = = 0,0328 𝑚 = 32,80 𝑚𝑚
250 250

Deslocamento:

𝑝𝑜 𝐿4𝑥 0,00683 × 8,24


𝛿𝑖𝑚𝑒𝑑 = 𝑤𝑐 = 0,0092 × = 0,0139 𝑚
𝐷 20,36

𝛿𝑑𝑖𝑓 = 𝛼𝑓 𝛿𝑖𝑚𝑒𝑑 = 1,33 × 0,014 = 0,0186 𝑚

𝛿 = 𝛿𝑖𝑚𝑒𝑑 + 𝛿𝑑𝑖𝑓 = 0,0139 + 0,0186 = 0,0325 𝑚 = 32,5 𝑚𝑚 < 𝛿𝑎𝑑𝑚

Momentos Fletores:

𝑀𝑥 = 𝑚𝑥 𝑝𝐿2𝑥 = 0,0883 × 0,00803 × 8,202 = 0,048 𝑀𝑁𝑚/𝑚

𝑀𝑦 = 𝑚𝑦 𝑝𝐿2𝑥 = 0,0569 × 0,00803 × 8,202 = 0,031 𝑀𝑁𝑚/𝑚

𝑀𝑥𝑜 = 𝐶𝑥 𝑀𝑥 = 0,62 × 0,048 = 0,03 𝑀𝑁𝑚/𝑚

𝑀𝑦𝑜 = 𝐶𝑦 𝑀𝑦 = 0,62 × 0,031 = 0,02 𝑀𝑁𝑚/𝑚


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Os momentos por nervura serão:

𝑀𝑥𝑛𝑒𝑟𝑣 = 𝑆𝑥 𝑀𝑥𝑜 = 0,60 × 0,03 = 0,018 𝑀𝑁𝑚

𝑀𝑦𝑛𝑒𝑟𝑣 = 𝑆𝑦 𝑀𝑦𝑜 = 0,60 × 0,02 = 0,012 𝑀𝑁𝑚

𝑀𝑑𝑥 = 𝛾𝑓 𝑀𝑥𝑛𝑒𝑟𝑣 = 1,4 × 0,018 = 0,0252 𝑀𝑁𝑚

𝑀𝑑𝑦 = 𝛾𝑓 𝑀𝑦𝑛𝑒𝑟𝑣 = 1,4 × 0,012 = 0,0168 𝑀𝑁𝑚

Armaduras de Flexão:

Nervuras

𝑀𝑑𝑥 0,0252
𝜇𝑥 = 2
= = 0,033: 0,295
𝑓𝑐 𝑏𝑓𝑥 𝑑 18 × 0,60 × 0,272

𝑑 0,27
𝑧𝑥 = (1 + √1 − 2𝜇𝑥 ) = (1 + √1 − 2 × 0,033) = 0,265 𝑚
2 2

𝑀𝑑𝑥 0,0252
𝐴𝑠𝑥 = = = 2,20 𝑐𝑚2 → 3𝜙10 − 2,36 𝑐𝑚2
𝑓𝑦𝑑 𝑧𝑥 434 × 0,265

𝑏𝑚𝑖𝑛 = 2(𝑐𝑜𝑏 + 𝛷𝑡 ) + 𝑛𝛷𝐿 + (𝑛 − 1)𝑎𝐻

Cob = 16 mm; Φt = 5 mm; ΦL = 10 mm; aH = 22,8 mm

𝑏𝑚𝑖𝑛 = 2 × (16 + 5) + 3 × 10 + (3 − 1) × 22,8 = 117,6 𝑚𝑚 > 𝑏 = 100 𝑚𝑚

Adotar então 2Φ12.5 – 2,46 cm2

𝑏𝑚𝑖𝑛 = 2 × (16 + 5) + 2 × 12,5 + (2 − 1) × 22,8 = 90 𝑚𝑚 < 𝑏 = 100 𝑚𝑚

𝑀𝑑𝑦 0,0168
𝜇𝑦 = 2
= = 0,022: 0,295
𝑓𝑐 𝑏𝑓𝑦 𝑑 18 × 0,60 × 0,272

𝑑 0,27
𝑧𝑦 = (1 + √1 − 2𝜇𝑦 ) = (1 + √1 − 2 × 0,022) = 0,266 𝑚
2 2

𝑀𝑑𝑦 0,0168
𝐴𝑠𝑦 = = = 1,46 𝑐𝑚2 → 2𝜙10 − 1,57 𝑐𝑚2
𝑓𝑦𝑑 𝑧𝑦 434 × 0,266
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Mesa

Uma vez que a distância entre eixos da nervura é inferior a 65 cm a verificação


à flexão é dispensada adotando-se armadura mínima para as mesas, ou seja:

𝐴𝑠 = 0,15%𝐴𝑐 = 0,15%ℎ𝑓 × 100 = 0,15ℎ𝑓 = 0,15 × 10,0 = 1,50 𝑐𝑚2 /𝑚

𝐴𝑠5.0 = 0,196 𝑐𝑚2 − 𝑺 = 𝟏𝟒, 𝟐 𝒄𝒎 → 𝟏𝟐, 𝟓 𝒄𝒎

𝐴𝑠 = 1,50 𝑐𝑚2 /𝑚 → 𝜙5.0 𝑐125

Smax = 330 mm

Verificação ao cisalhamento:

O espaçamento entre eixos das nervuras sendo inferior a 65 cm a verificação ao


cisalhamento da região das nervuras pode ser realizada mediante os critérios
aplicados a lajes.

Reações de apoio:

Conforme esquema das charneiras plástica da Figura 17:

(2𝐿𝑦 − 𝐿𝑥 )𝐿𝑥 (2 × 10,2 − 8,2) × 8,2


𝐴𝐼 = = = 25,01
4 4
𝐿𝑥 𝐿𝑥 /2 𝑎𝑥2 8,202
𝐴𝐼𝐼 = = = = 16,81
2 4 4
𝑝𝐴𝐼𝐼 8,03 × 16,81
𝑅𝑥 = = = 16,47 𝑘𝑁/𝑚
𝐿𝑥 8,2
𝑝𝐴𝐼 8,03 × 25,01
𝑅𝑦 = = = 19,69 𝑘𝑁/𝑚
𝐿𝑦 10,2
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Figura 17 - Áreas das Charneiras Plásticas


Esforço cortante por nervura:

𝑉𝑥 = 𝑆𝑥 𝑅𝑥 = 0,60 × 16,47 = 9,9 𝑘𝑁

𝑉𝑦 = 𝑆𝑦 𝑅𝑦 = 0,60 × 19,69 = 11,9 𝑘𝑁

𝑉𝑑𝑥 = 𝛾𝑓 𝑉𝑥 = 1,4 × 9,9 = 13,9 𝑘𝑁

𝑉𝑑𝑦 = 𝛾𝑓 𝑦 = 1,4 × 11,9 = 16,7 𝑘𝑁

Tensões cisalhantes:

Nervuras na direção x: As = 2,46 cm2;

𝑉𝑑𝑦 16,7
𝜏𝑤𝑑 = = = 619 𝑘𝑁/𝑚2 = 0,62 𝑀𝑃𝑎
𝑏𝑤𝑦 𝑑 0,10 × 0,27

𝐴𝑠 2,46
𝜌1 = = = 0,0082
𝑏𝑤 ℎ 10 × 30

𝑘 = 1,6 − 𝑑 = 1,6 − 0,27 = 1,33 > 1

𝜏𝑅𝑑1 = 𝑘(1,2 + 40𝜌1 )𝜏𝑅𝑑 = 1,33 × (1,2 + 40 × 0,0082) × 0,36 = 0,73 𝑀𝑃𝑎

𝜏𝑤𝑑 = 0,62 𝑀𝑃𝑎 < 0,73 𝑀𝑃𝑎 = 𝜏𝑅𝑑1 → 𝜏𝑤𝑑 < 𝜏𝑅𝑑1

Nervuras na direção y: As = 1,57 cm2;

𝑉𝑑𝑥 13,9
𝜏𝑤𝑑 = = = 515 𝑘𝑁/𝑚2 = 0,52 𝑀𝑃𝑎
𝑏𝑤𝑥 𝑑 0,10 × 0,27
20

𝐴𝑠 1,57
𝜌1 = = = 0,0052
𝑏𝑤 ℎ 10 × 30

𝜏𝑅𝑑1 = 𝑘(1,2 + 40𝜌1 )𝜏𝑅𝑑 = 1,33 × (1,2 + 40 × 0,0052) × 0,36 = 0,67 𝑀𝑃𝑎

𝜏𝑤𝑑 = 0,52 𝑀𝑃𝑎 < 0,67 𝑀𝑃𝑎 = 𝜏𝑅𝑑1 → 𝜏𝑤𝑑 < 𝜏𝑅𝑑1

Armadura de Canto

Deve representar 50% da armadura no centro da laje.

Neste caso O momento no centro da laje é 𝑀𝑥𝑜 = 0,03 𝑀𝑁𝑚/𝑚

A armadura de canto deve ser calculada para momento de intensidade igual à


metade deste momento que será:

𝑀 = 0,015 𝑀𝑁𝑚/𝑚

Daí em diante deve-se adotar o procedimento aplicável ao cálculo de armadura


de flexão.

𝑀𝑑 = 𝛾𝑓 𝑀 = 1,4 × 0,015 = 0,021 𝑀𝑁𝑚

𝑑 = 0,9ℎ = 0,9 × 0,206 = 0,185 𝑚

𝑀𝑑 0,021
𝜇= = = 0,035
𝑓𝑐 𝑑2 18 × 0,1852

𝑑 0,185
𝑧 = (1 + √1 − 2𝜇) = (1 + √1 − 2 × 0,035) = 0,181 𝑚
2 2

𝑀𝑑 0,021
𝐴𝑠𝑥 = = = 2,68 𝑐𝑚2 → 𝜙6.3 𝑐 10
𝑓𝑦𝑑 𝑧 434 × 0,181

Na Figura 18 está apresentado o esquema de distribuição das armaduras.


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Figura 18 - Detalhe das Armaduras

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