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Analise comparativa entre Lage Maciça e Aligeirada

CAPÍTULO I

1. Introdução

Actualmente, é de grande importância a solução a adoptar relativamente ao tipo de laje,


uma vez que, o custo deste elemento estrutural pode atingir cerca de 80% do custo total da
estrutura. Com isto, tanto os projectistas de estruturas como as empresas de construção,
procuram soluções que, além de simples e eficazes, conduzam a reduções de custos
relativamente aos materiais e/ou mão-de-obra.

Cada vez mais, tanto em edifícios residenciais como em edifícios de escritórios, recorre-
se a vãos maiores, o que leva a descartar as soluções de laje vigada, devido ao aumento da
secção das vigas. Este aumento conduz a menor flexibilidade de organização das divisórias, a
dificuldades na colocação das condutas e a um acréscimo de custo.

As lajes fungiformes têm sido uma solução estrutural cada vez mais utilizada para a
realização de pavimentos, dado que permitem maior flexibilidade de organização dos
espaços, rapidez de execução e vencem grandes vãos.

Com isto o presente trabalho fará a análise comparativa entre lage maciça e aligeirada.

1.1 Objectivos
1.1.1 Objectivo Geral
 Fazer uma análise comparativa de custos entre diversos tipos de lajes
fungiformes, com o intuito de facilitar a tomada de decisão entre a utilização
destes dois tipos de pavimentos.

1.1.2 Objectivos Específicos


 Definir a lage como elemento estrutural;
 Classsificar as lages;
 Comparar/ diferenciar as lages maciças das lages aligeiradas.
CAPÍTULO II

2. Noções Gerais
2.1 Definição de Laje

São consideradas lajes à todos elementos estruturais planos, geralmente horizontais.


Devido ao seu peso próprio e às cargas perpendiculares que actuam nelas, estas
encontram-se principalmente submetidas a esforços de flexão. Uma das suas
características principais é a sua espessura que é observadamente inferior quando em
comparação às suas outras dimensões (Jiménez Montoya et al., 2001).

A distinção entre os diversos tipos de laje se faz basicamente em função do processo


construtivo.

2.2 Descrição dos Tipos de laje


2.2.1 Quanto ao tipo de apoio
a) Laje vigada – Utiliza-se esta designação para lajes apoiadas em vigas:

Figura 1: lage vigada

b) Lajes fungiformes – são lajes que apoiam directamente em pilares, podendo, ou


não, ser munidas decapitéis:

Figura 2: lages fungiformes


c) Lajes apoiadas em superfícies deformáveis – são aquelas cujo meio de suporte
possuí características elásticas, como é o caso de lajes de pavimentos apoiadas em
solo de fundação.

2.2.2 Quanto à Constituição


a) Lajes maciças – são aquelas que mantêm constante a sua espessura, ou que a
variação desta é consumada de uma forma contínua, sendo o betão armado ou pré
esforçado o único material constituinte.

Figura 3: Lage maciça

b) Lajes aligeiradas – caracterizam-se pela redução de peso relativamente a uma


laje maciça com espessura idêntica. Esta redução de peso deve-se à introdução de
elementos específicos de cofragem ou enchimento, podendo estes ser recuperáveis
ou perdidos. Entre estes aligeiramentos formam-se nervuras, que podem ser
dispostas em uma ou duas direcções perpendiculares.sendo as mesmas
solidarizadas por uma lâmina de compressão.

Figura 4: lages aligeiradas

c) Lajes de vigotas pré-esforçadas – neste tipo de solução de laje, as abobadilhas


cerâmicas, de argamassa de cimento, de betão leve ou mesmo outros materiais
leves assentam em vigotas pré-esforçadas, sendo solidarizadas por uma lâmina de
compressão, ou lajeta, em betão.
Figura 5: lages vigotadas pré-esforçadas

d) Lajes mistas – são aquelas em que as nervuras de betão armado ou pré-esforçado


podem ser substituídas por perfis metálicos solidarizados, através de dispositivos
metálicos, a uma lâmina de compressão, ou lajeta em betão.

2.2.3 Quanto ao modo de flexão dominante


a. Lajes armadas numa só direcção – são aquelas em que numa determinada direcção
actuam esforços superiores ao que se desenvolvem na direcção perpendicular.
Segundo o Eurocódigo 2, em condições correntes, tal situação ocorre para relações
entre o maior e o menor vão superiores a dois.
b. Lajes armadas em duas direcções, ou armada em cruz – quando os esforços nas
duas direcções principais de flexão são da mesma ordem de grandeza. Para situações
correntes, quando a relação anteriormente referida toma valores inferiores a dois.
(MARTINS, 2009)

2.2.4 Quanto à caracterização do comportamento


a) Lajes finas – quando a sua espessura é inferior a 1/10 do vão, desprezando-se,
neste caso, a contribuição do esforço transverso para a deformação da laje.
Admite-se ainda a hipótese de as fibras normais ao seu plano médio se manterem
rectas e normais aquele, após a deformação.
b) Lajes espessas – quando não se verifica a condição anterior, não sendo as
simplificações referidas válidas para este caso.
c) Lajes isotrópicas – quando formadas por material homogéneo e de
comportamento elástico linear, com igual comportamento nas direcções
principais.
(MARTINS, 2009)

2.2.5 Quanto ao modo de fabrico


a) Lajes betonada “in situ” – toda a composição e execução da laje é preparada e
realizada no local de aplicação da mesma.
b) Lajes com pré-fabricação total – toda a laje é previamente executada, sendo
posteriormente colocada sobre as vigas, com a solidarização realizada apenas no
local.
c) Lajes com pré-fabricação parcial – quando uma parte da laje é pré-fabricada,
constituindo uma lajeta inferior armada que aquando da sua colocação em obra
serve de cofragem à parte a betonar “in situ”. (MARTINS, 2009)

CAPÍTULO II

3. A comparabilidade entre Lage Maciça e Aligeirada


3.1 Lajes maciças

Já definida no capítulo anterior, historicamente, a laje maciça tem sido muito empregada
na construção de edificações de concreto armado. O custo de uma laje maciça está
diretamente relacionado com a espessura da laje. Como as outras duas dimensões são de
ordem de grandeza muito maior, qualquer alteração da espessura implica numa variação
considerável do volume de concreto da laje e, consequentemente, do seu peso próprio. Assim,
lajes esbeltas, ou seja, com espessura pequena, são normalmente mais econômicas. Por outro
lado, lajes de pequena espessura com frequência vibram bastante quando solicitadas por
cargas dinâmicas, proporcionam pouco isolamento acústico e podem sofrer deformações
acentuadas, causando desconforto para os usuários.

O quadro 4.1 apresenta as dimensões mínimas para lajes, regulamentadas pela NBR 6118,
norma brasileira que regulamenta o projeto e a execução de estruturas de concreto armado.

Tipo da laje Espessura mínima


Laje de cobertura h = 5,0 cm
Laje de piso h = 7,0 cm
Laje em balanço h = 7,0 cm
Laje de garagem h = 12,0 cm
Tabela 1: Dimensões minimas para lages, regulamentadas pela NBR 6118

Lajes de dimensões muito reduzidas conduzem a um maior consumo de fôrmas.


Portanto, na medida do possível, procura-se projetar lajes com área não inferior a 6,0 m². Por
outro lado, lajes que ultrapassem a dimensão de 6,0 m na menor dimensão, podem se tornar
anti-econômicas e exigirem um aumento considerável da espessura para atenderem
oscritérios de deformação. A espessura econômica para lajes está associada ao tamanho dos
vãos. Os vãos econômicos para lajes maciças de concreto armado ficam em torno de 4,0 m,
resultando áreas de 15 a 20 m².

Nas áreas destinadas a sanitários e áreas de serviço, era comum se projetar lajes
rebaixadas, sobre as quais eram colocadas as instalações sanitárias. Já há algum tempo tem-se
preferido projetar a laje dessas áreas nivelada com as demais, colocando-se a tubulação na
sua face inferior, escondida por um forro falso, que permite o acesso às instalações no caso de
eventuais problemas, sem grandes transtornos.

Referrências Bibliográficas

(1) Martins, J. G., “Lajes fungiformes em betão armado”, UFP, Porto, 2009.

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