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Pavimentos Asfálticos
Palmas, 2011.
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Sumário
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1. PAVIMENTOS – CONSIDERAÇÕES GERAIS
De uma forma geral a estrutura dos pavimentos podem ser classificadas
basicamente em flexíveis, rígidos e semi-flexíveis.
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é o Método da PCA 84 (Portland Cement Association). A Figura 2 apresenta exemplos
de rodovias brasileiras que utilizam o pavimento rígido.
O pavimento de uma rodovia pode ser constituído por apenas uma camada ou por
várias camadas de acordo com as necessidades.
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• placa de concreto de cimento Portland: esta é a camada que desempenha ao mesmo
tempo as funções do revestimento e da base. A resistência à tração na flexão
característica do concreto aos 28 dias é quem comanda o dimensionamento do
pavimento;
• sub-base: camada empregada para melhorar a capacidade de suporte do subleito
e/ou evitar o fenômeno do bombeamento (“pumping”) dos solos subjacentes às
placas de CCP. Pode ser de brita graduada simples, concreto plástico ou concreto
magro.
BASE E REVESTIMENTO
SUB-BASE
SUBLEITO
Figura 3: Disposição das camadas em um pavimento rígido.
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REVESTIMENTO
BASE
SUB-BASE
REFORÇO DO SUBLEITO
SUBLEITO
Figura 4: Desenho esquemático da disposição das camadas em um pavimento flexível
Subleito
É o terreno de fundação do pavimento (infra-estrutura). Sua superfície superior é
chamada de leito. O subleito deve ser estudado até a profundidade onde atuam de
forma significativa, as cargas impostas pelo tráfego (0,60 a 1,50 m).
Regularização do Subleito
Não constitui exatamente uma camada, pois tem espessura variável, podendo
deixar de existir em alguns trechos. Tem a função de preparar o leito da estrada para
receber o pavimento de acordo com as especificações do projeto geométrico.
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O preparo do subleito é uma operação que, se não for executada com os devidos
cuidados, pode comprometer todo o trabalho de pavimentação, pois esta é a camada
suporte sobre a qual vão trabalhar todas as demais camadas do pavimento. Durante a
sua execução, é necessário controlar o grau de compactação.
Reforço de Subleito
Camada existente, no caso de pavimentos muito espessos, executada com o
objetivo de reduzir a espessura da própria sub-base. Sua espessura é constante
transversalmente e variável longitudinalmente, de acordo com o dimensionamento do
pavimento.
Sub-base
É a camada complementar abaixo da base e com praticamente as mesmas
funções. É executada para reduzir, por razões econômicas, a espessura da base. Pode
ser de material menos nobre.
Base
É a camada destinada a resistir diretamente às ações dos veículos e transmiti-las
de forma conveniente ao subleito. A base deve reduzir as tensões de compressão no
subleito e na sub-base a níveis aceitáveis, ou seja, deve distribuir as cargas aplicadas
na superfície do pavimento de modo a minimizar ou eliminar as deformações de
consolidação e de cisalhamento nas camadas subjacentes.
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Além disso, deve garantir que a magnitude das tensões de flexão no revestimento
não leve ao trincamento prematuro da estrutura. Para isso, suas especificações no que
se refere à resistência, plasticidade, graduação e durabilidade, são mais rigorosas do
que para os materiais da sub-base.
Revestimento
É a camada superior destinada a resistir diretamente às ações do tráfego (abrasão
provocada pelas tensões cisalhantes), impermeabilizar o pavimento, melhorar as
condições de rolamento no que se refere ao conforto e segurança, além de transmitir
de forma atenuada as ações do tráfego às camadas inferiores. É executada sobre a
camada de base compactada e imprimada. Às vezes é vantajoso dividir o revestimento
betuminoso em duas camadas: a capa que é uma camada superior mais rígida e é
composta por uma mistura asfáltica mais rica e com um maior teor de ligante; e o
binder que a camada de ligação entre a capa e a base, que por sua vez é formada por
um tipo de mistura asfáltica mais pobre (Figura 6).
Figura 6. Binder.
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1.2 Tipos de Revestimentos
Estes tipos de pavimentos vêm cada vez mais sendo substituídos por pavimentos
asfálticos e de concreto. Atualmente, a sua utilização é restringida a pátios de
estacionamentos, vias urbanas de pequenas cidades e alguns acessos viários. Os mais
utilizados são: a alvenaria poliédrica e os blocos de concreto pré-moldado articulados.
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PEÇAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO
CAMADA DE AREIA
BASE
Figura 7 – Revestimento semi-flexível
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3,75 m 3,75 m 3,75 m
4,75 m
Juntas transversais
Barras de
Transferência
Barras de ligação
Juntas longitudinais
2. AVALIAÇÃO DE PAVIMENTOS
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Figura 10: Rodovias com diferentes índices de serventia- a) ato índice de serventia; b)
baixo índice de serventia.
Esta norma fixa as condições exigíveis para a avaliação da superfície com base no
Valor de Serventia Atual (VSA). Pode-se caracterizar a serventia atual, como a
capacidade de um trecho específico de pavimento de proporcionar, na opinião do
usuário, rolamento suave e confortável em determinado momento, para qualquer
condição de tráfego.
A medida subjetiva das condições de superfície, (VSA), é feita por um grupo de
avaliadores que percorrem o trecho sob análise, registrando suas opiniões sobre a
capacidade do pavimento de atender as exigências do tráfego que sobre ele atua, no
momento da avaliação, quanto à suavidade e ao conforto.
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Os resultados para cada trecho de pavimento devem ser relacionados
separadamente e são definidos pela somatória de notas de cada avaliador dividida pelo
número de avaliadores.
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2.3 Principais patologias em pavimentos asfálticos
2.3.1 Fendas
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Figura 11 - Trinca isolada – transversal
Sugestões para correção:
Selagem das trincas com lama asfáltica;
Fresagem sobre a área afetada e execução de um novo revestimento;
Execução de um remendo com remoção do material e melhoramento das
camadas abaixo do revestimento.
Figura 12 - : Trinca isolada – longitudinal: (a) curta; (b) média; (c) longa.
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à trilha de roda ou como falha de juntas longitudinais de diferentes frentes de
compactação, além do envelhecimento do ligante asfáltico.
• Trinca de retração: trinca isolada não atribuída aos fenômenos de fadiga e sim aos
fenômenos de retração térmica ou do material do revestimento ou do material de
base rígida ou semi-rígida subjacentes ao revestimento trincado.
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• Trinca tipo “Couro de Jacaré”: conjunto de trincas interligadas sem direções
preferenciais, assemelhando-se ao aspecto de couro de jacaré. Essas trincas podem
apresentar, ou não, erosão acentuada nas bordas (Figura 14).
Figura 14 – Trincas tipo couro de jacaré: (a) com erosão; (b) simples
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Fresagem e execução de um remendo profundo;
Remoção do material da área afetada e melhoramento das camadas abaixo da
superfície.
Figura 15 - Trinca interligada – tipo bloco: (a) e (b) com erosão de borda; (c) sem
erosão de borda.
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2.3.2 Afundamento
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Figura 17 - Afundamento de trilha de roda.
Figura 18 - Ondulação
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Ocorre devido à fluência da massa asfáltica – comprimento de onda da ordem de
centímetros a dezenas de centímetros; em geral ocorre em área de aceleração ou
desaceleração, rampas sujeitas ao tráfego de veículos pesados e lentos, curvas, entre
outros locais. Não se deve confundir com a ondulação causada por adensamento
diferencial do subleito que provoca comprimentos de ondas da ordem de metros
2.3.4 Escorregamento
Figura 19 - Escorregamento.
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2.3.5 Exsudação
Figura 20 - Exsudação.
2.3.6 Desgaste
Figura 21 – Desgaste
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Ocorrem devido à falhas de adesividade ligante-agregado (stripping); presença de
água aprisionada e sobrepressão em vazios da camada de revestimento gerando
descolamento de ligante (stripping); problemas de dosagem – deficiência no teor de
ligante; falhas de bico em tratamentos superficiais; problemas executivos ou de projeto
de misturas – segregação de massa Asfáltica.
Cavidade que se forma no revestimento por diversas causas (inclusive por falta de
aderência entre camadas superpostas, causando o desplacamento das camadas),
podendo alcançar as camadas inferiores do pavimento, provocando a desagregação
dessas camadas.
Figura 22 – Panela/buraco
Neste local haviam trincas interligadas e com a ação do tráfego e intempéries houve
remoção do revestimento ou mesmo de parte da base. Também é decorrente de falha
construtiva – deficiência na compactação, umidade excessiva em camadas de solo,
falha na imprimação e ainda desagregação por falha na dosagem, stripping ou ainda
segregação da massa asfáltica.
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Sugestões para correção:
Limpeza do buraco
Corte em forma retangular da área afetada;
Remoção da água existente;
Preenchimento com pré-misturado a frio;
Compactação com placa vibratória;
Regularização do sistema de drenagem.
3. RESTAURAÇÃO DE PAVIMENTOS
Uma estrutura de pavimento é projetada para que possua uma condição
operacional adequada ao longo de um período de projeto determinado. Essa condição
operacional vai sendo degradada ao longo do tempo devido aos problemas
construtivos, à passagem das cargas e às ações climáticas. Quando o pavimento sofre
qualquer intervenção de manutenção, conservação ou reabilitação, a sua condição
operacional se mantém satisfatória por mais tempo. Esse ciclo de degradação e
conservação é chamado de ciclo de vida do pavimento.
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Aliado a um bom projeto devem ser adotadas políticas de manutenção e
conservação preventiva, onde devem ser traçadas medidas adequadas à conservação
dos pavimentos. Os principais tipos de restauração são:
• Conservação/ manutenção:
→ rotineira: reparadora (tapa buraco, remendo, selagem);
→ periódica: evita o aparecimento de defeitos (capa selante, lama asfáltica,
recapeamento);
• Reforço: superposição de uma ou mais camadas de misturas asfálticas objetivando a
melhora a capacidade estrutural;
• Reciclagem: técnicas com recomposição do pavimento e reaproveitamento de suas
camadas;
• Reconstrução: remoção parcial ou total das camadas do pavimento e execução de
novas camadas.
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O trincamento é um defeito bastante comum nos pavimentos flexíveis e decorrente
de diversas causas. Neste tópico são enfocadas apenas as trincas recuperáveis com
simples serviços de reparação. Estas trincas podem ser ocorrências lineares ao longo
das bordas do pavimento, nas juntas de pavimentação ou pequenas fraturas de
retração em qualquer parte do pavimento.
Em um estágio mais evoluído de fraturamento, estas trincas podem ter a forma de
reticulados ou malhas e, quando muito disseminadas pela superfície, constituem o
chamado couro de jacaré.
Na grande maioria dos casos as trincas são causadas por carregamento excessivo
dos veículos e, caso não sejam tratadas imediatamente após o seu surgimento,
poderão propiciar a destruição das camadas inferiores do pavimento e até
comprometer estruturalmente o subleito.
A selagem de trincas em pavimentos flexíveis é uma atividade de conservação
rotineira que é executada pela maioria dos órgãos rodoviários. Em muitos casos, a vida
útil dos pavimentos flexíveis pode ser estendida pela selagem adequada das trincas
que surgem no pavimento. Isto é realizado através da:
a) remoção de materiais como o pó, ou pequenas partículas de agregado, e a
prevenção contra futuras infiltrações;
b) redução da infiltração de água pela redução ou eliminação das aberturas das
trincas. A infiltração da água além de causar os defeitos relacionados com a umidade
também acelera os defeitos relacionados ao carregamento.
Além da prevenção dos defeitos descritos acima, a selagem das trincas é também
utilizada para controlar a extensão e/ou severidade do defeito existente. Por exemplo,
boas práticas de selagem de trincas podem ajudar a garantir que as trincas de retração
térmica sejam mantidas em baixos níveis de severidade.
A selagem de trincas pode não ser tão eficiente em estruturas de pavimento que
possuem dissolver a mistura, deve-se ter o cuidado e lavar o local para diminuir a
possibilidade de decomposição do ligante.
Se o agregado solto não puder ser removido por varrição ou jateamento, a limpeza
deve ser auxiliada com o uso da alavanca e ponteiro, removendo-se as partículas do
interior das fraturas. Após esta operação deverá ser feito novo jateamento.
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3.1.1.1 Recomendações construtivas
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Se forem selecionados os melhores selantes, os procedimentos de instalação
devem também ser da melhor qualidade, para garantir que o selante atinja seu
potencial máximo quanto à vida útil.
e) 5º Etapa: Limpeza do local. Após a aplicação do selante segue-se a limpeza da
área, que compreende a remoção de todos os detritos e sobras, que deverão ser
recolhidos e lançados em locais convenientes.
A selagem de trincas é considerada uma técnica de Restauração eficiente técnica e
economicamente. Embora poucos dados de desempenho de longo prazo sejam
disponíveis, informações de desempenho de curto prazo sugerem que os materiais de
selagem funcionam muito bem quando a qualidade da construção também é boa.
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As panelas e buracos são defeitos de natureza muito grave, uma vez que afetam
estruturalmente o pavimento, permitindo o acesso das águas superficiais indesejáveis
às demais camadas da estrutura. Também é grave no que se refere às condições
funcionais, pois interfere no parâmetro de irregularidade longitudinal e, por
consequência, na segurança do tráfego e no custo operacional.
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Aplicação de capa selante em segmentos cujas trincas não apresentem uma
largura superior a 3 mm;
Para preparar adequadamente a área onde será aplicado o remendo, corta-
se o revestimento existente, inicialmente formando uma vala em torno da
área degradada, a fim de proporcionar bordas verticais que formarão os
limites da área a ser reparada.
A área é varrida e limpa, usando-se vassouras ou jato de ar comprimido,
caso necessário.
Sobre a superfície é aplicada emulsão asfáltica de ruptura rápida, na taxa de
0,5 l/m2, devendo esta ser aumentada caso as fendas absorvam mais
ligante que o previsto.
Espalhar o agregado de cobertura, imediatamente após a aplicação da
emulsão, recomendando-se a utilização de material compreendido entre as
peneiras de 3/8" e na 10.
Logo a seguir, iniciar a compressão com rolo pneumático, ou eventualmente
utilizar passagens do pneumático do caminhão transportador do agregado
de cobertura.
A abertura ao tráfego deve ser permitida, somente, após a ruptura da emulsão. Nos
remendos superficiais a serem executados nas áreas que apresentam trincas com mais
de 3mm de largura, deve ser empregada mistura betuminosa a quente produzida em
usina.
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pavimento, deverá ser procedida limpeza rigorosa e a seguir imprimada, antes
de receber a mistura betuminosa.
O preenchimento da cava é realizado mediante a utilização de mistura
betuminosa a quente, de graduação densa, cuidadosamente espalhada para
evitar desagregação, e compactada com rolo pneumático, placa vibratória ou,
para serviços de pequeno porte, utilizar os pneumáticos do caminhão
transportador.
No caso de não haver disponibilidade de material a quente, poderá ser usada
mistura asfáltica a frio, utilizando-se como ligante emulsão asfáltica de ruptura
média, ou asfalto diluído. Adotam-se os demais procedimentos recomendados
anteriormente.
3.1.3 Reciclagem
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fresagem pode ser feita a frio ou a quente. A Figura 28 apresenta detalhes de
execução do processo de restauração do pavimento e de uma máquina fresadora,
respectivamente.
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Figura 29 - Lama asfáltica.
3.1.1 Recapeamento
Figura 30 – Recapeamento.
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