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PAVIMENTAÇÃO

Aula 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS


(Tópico 1)

Prof. Dr. Marcelo Massulo


CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS
Pode-se classificar os pavimentos em 3 tipos:
Rígidos: placas de Semi-rígidos: revestidos por Flexíveis: revestidos por
concreto de cimento camada asfáltica e com base camada asfáltica e com
Portland. estabilizada quimicamente base de brita ou solo.
(cimento).

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CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS
Pavimento Rígido: Aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez
em relação às camadas inferiores e, portanto, praticamente absorve todas as
tensões provenientes do carregamento aplicado. São pouco deformáveis e
rompem por tração na flexão. Exemplo típico: pavimento constituído por lajes
de concreto de cimento Portland.

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CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS
Pavimento Flexível: Aquele em que todas as camadas sofrem deformação
elástica significativa sob carregamento e, portanto, a carga se distribui em
parcelas aproximadamente equivalentes entre as camadas. As deformações
não levam ao rompimento do pavimento, este ocorre por fadiga. Exemplo
típico: pavimento constituído por uma base de brita ou solo e revestido por
camada asfáltica.

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CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS
Pavimento Rígido x Pavimento Flexível

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CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS
Respostas mecânicas dos pavimentos rígidos e flexíveis

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CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS
Pavimento Semi-rígido: Constituído por uma base rígida (base cimentada)
revestida com camada asfáltica. Exemplo típico: pavimento com base de
solo-cimento e revestimento asfáltico.

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CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS
Esforços nas interfaces da camadas (Balbo, 2007)

concreto sobre base granular (rígido)

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CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS
Esforços nas interfaces da camadas (Balbo, 2007)

asfáltico e flexível

camadas de misturas asfálticas sobre base


granular ficam sujeitas à presença de linha neutra

camadas de base granulares estão sempre


submetidas à compressão por confinamento

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CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS
Esforços nas interfaces da camadas (Balbo, 2007)

semi-rígido convencional ou híbrido, blacktoppings, asfálticos rígido-híbridos

camadas de misturas asfálticas sobre base rígida


ficam sujeitas a esforços de compressão

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CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS

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CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS

ALTO CUSTO BAIXO CUSTO


TRATAMENTO DAS JUNTAS
MANUTENÇÃO COMPLICADA
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PAVIMENTO RÍGIDO

Manutenção mais demorada é outro aspecto ruim do pavimento rígido

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PAVIMENTO RÍGIDO
Pavimento de concreto simples
 constituídos de placas de concreto moldadas no local e definidas pela serragem de juntas
transversais e longitudinais
 placas assentes sobre um sistema de apoio constituído pela base (eventualmente sobre uma
sub-base) e pelo subleito
 concretos empregados: convencional, de alta resistência e compactado a rolo
 função da serragem de juntas é o controle da retração hidráulica do concreto
 barras de transferência
 posicionadas nas juntas transversais
 placas contíguas trabalham solidariamente (as barras de transferência transferem parte dos
esforços para a placa vizinha)

 na ausência das barras, a transferência de esforços se dá por atrito entre as placas

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PAVIMENTO RÍGIDO
Pavimento de concreto simples

A Lona plástica serve para evitar a interação entre a placa de concreto e as


demais estruturas do pavimento e proteger o aço contra os efeitos da corrosão.

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PAVIMENTO RÍGIDO
Pavimento de concreto simples (Balbo, 2009)
 barras de ligação
 dispostas nas juntas longitudinais, com a função de evitar o deslocamento horizontal entre placas
 armadura de retração
 técnica abandonada nas construções modernas
 posicionada acima da linha neutra
 não combate esforços de tração, apenas os de retração
 espaçamento usual entre juntas: 4,5 a 6,0 m

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CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS

Ver vídeo sobre pavimento de concreto (ABCP), link: https://www.youtube.com/watch?v=jWSDf3D1VYc

 Concreto “consistente”, baixa relação a/c  Cura


 Desempeno e texturização da superfície  Execução e selagem das juntas

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CLASSIFICAÇÃO DAS BASES
1 – BASES RÍGIDAS
1.1 – Concreto de cimento: Base rígida por excelência. Pode ser armada ou não.
Uma laje de concreto de cimento exerce simultaneamente as funções de base e
revestimento.

1.2 – Macadame de cimento: Base construída com agregado graúdo (50 a 90 mm)
cujos vazios são preenchidos por um material de granulometria mais fina, misturado
com cimento. Além de travar as pedras proporciona ligação entre elas.

1.3 – Solo-cimento: Mistura de solo, cimento e água em proporções


convenientes, de modo a conferir rigidez à camada.

Ver Cap. 7 – Pavimentação Asfáltica (ABEDA)

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CLASSIFICAÇÃO DAS BASES
2 – BASES FLEXÍVEIS
2.1 – Solo Estabilizado: Camada constituída de solo satisfazendo especificações de
granulometria, limite de liquidez (LL) e índice de plasticidade (IP), cuja estabilização
pode ser feita de várias formas:
 Granulometricamente;
 Adição de brita (Solo-brita);
 Adição de aglutinante “flexível” (solo-betume ou solo-cal)

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CLASSIFICAÇÃO DAS BASES
2 – BASES FLEXÍVEIS
2.2 – Macadame hidráulico: Base construída com agregado graúdo (50 a 90 mm) cujos
vazios são preenchidos por um material de enchimento adicionado com água com o
objetivo de garantir o travamento do agregado graúdo.

2.3 – Macadame Betuminoso: Consiste na superposição de camada de agregados


interligadas por pinturas de materiais betuminosos. Base negra.

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CLASSIFICAÇÃO DAS BASES
2 – BASES FLEXÍVEIS
2.4 – Brita Graduada Simples (BGS): Uma das mais
utilizadas. Granulometria adequada conseguida em usinas.
Pode ter um pequeno percentual de cimento, não
hidratado. Há também a Brita Graduada Tratada com
Cimento (BGTC), com crescente utilização.

2.5 – Paralelepípedos: Quando se aplica


revestimento asfáltico sobre vias previamente
pavimentadas com paralelepípedos, estes funcionam
como bases flexíveis, uma vez que o tempo e o
tráfego tiram o material ligante entre as pedras.

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CLASSIFICAÇÃO DOS REVESTIMENTOS
1 – REVESTIMENTOS RÍGIDOS
1.1 – Concreto de cimento: É o revestimento rígido mais utilizado.

1.2 – Macadame de cimento: Pode ser utilizado como revestimento, entretanto


encontra maior utilização como base.

1.3 – Paralelepípedos rejuntados com cimento: Ao se preencher as juntas dos


paralelepípedos (e também blokrets ou bloquetes) com argamassa de cimento,
proporciona-se o inter-travamento das pedras e a rigidez do conjunto. Também
chamados de revestimento de peças
pré-moldadas de concreto.

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CLASSIFICAÇÃO DOS REVESTIMENTOS
1 – REVESTIMENTOS RÍGIDOS
Há diversos outros tipos de revestimentos rígidos:
Whitetopping / sobrelaje sobre estrutura de concreto armado (pontes e viadutos) /
pavimento estruturalmente armado /

Ver Manual de Pavimentos Rígidos do DNIT (Publicação IPR 714/2005)

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REVESTIMENTOS FLEXÍVEIS Qualidade
Preço
2.1 – Concreto Asfáltico (CA): É o mais nobre dos revestimentos flexíveis comuns. É
uma mistura feita em usina com rigoroso controle de granulometria e temperatura dos
agregados, teor e temperatura do ligante asfáltico. Nova denominação para CBUQ.

2.2 – Pré-misturado a Quente: É uma mistura contendo agregados e betumes


aquecidos porém com especificações de granulometria, estabilidade e índice de vazios
menos rigorosa que no CA.

2.3 – Pré-misturado a Frio: Neste revestimento o agregado é misturado em temperatura


ambiente ao betume.

2.4 – Tratamentos superficiais: Consistem na aplicação de uma camada de agregados


ligadas por pinturas betuminosas.
 Penetração Simples ou invertida
 Simples (TSS); Duplo (TSD); Triplo (TST); Quádruplo (TSQ)

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REVESTIMENTOS FLEXÍVEIS
Processo de aplicação de um Tratamento Superficial Invertido

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REVESTIMENTOS FLEXÍVEIS

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REVESTIMENTOS FLEXÍVEIS
Misturas a Quente
Graduação Densa  Concreto Asfáltico (CA ou CBUQ) | Padrão
Graduação Aberta  Camada Porosa de Atrito (CPA) | Aderência e drenagem
Graduação Descontínua  Stone Matrix Asphalt (SMA) | Resistência

Mistura asfáltica = Agregados + Ligante


Asfáltico + Vazios

Agregados  95% do peso e 84% do volume

Ligante Asfáltico  5% do peso e 12% do


volume

Vazios  0% do peso e 4% do volume

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REVESTIMENTOS FLEXÍVEIS
Areia Asfalto Usinada a Quente (AAUQ)
Indicado para regiões que não dispõem de agregado graúdo.

Pré-misturado a Frio:
Denso ou Aberto. De acordo com a granulometria dos agregados.
Lama Asfáltica – Utilizada para manutenção de pavimentos.

Agente Anti-pó:
Indicados para vias de baixíssimo volume de tráfego.

Há inúmeros outros tipos de revestimentos flexíveis:


Misturas mornas, Misturas de módulo elevado, Misturas recicladas, microrrevestimento
asfáltico a frio (MRAF), etc.

Ver Cap. 4 – Pavimentação Asfáltica (ABEDA) / Ver Cap. 1 – Utilização de


Ligantes Asfálticos em Serviços de Pavimentação
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REVESTIMENTOS FLEXÍVEIS
2.5 – Calçamentos: Muito indicados para pavimentos urbanos pela facilidade de sua
remoção quando é necessária execução de serviços no subsolo e ainda pelo conforto
térmico. As juntas entre as peças não devem ser preenchidas por argamassa de
cimento, caso contrário a estrutura fica rígida.
 Paralelepípedos
 Alvenaria poliédrica
 Blocos de concreto pré-moldado (Blokrets ou bloquetes)
Os calçamentos são inadequados para vias de trânsito rápido pois causam trepidação
e alta sonoridade.

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RESUMINDO...

Rígida Rígido
Rígido
Flexível Rígido

Rígida Semi-rígido
Flexível
Flexível Flexível

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ESTUDOS DE VIABILIDADE
Quando o volume de tráfego ultrapassa 300 veículos por dia, pode-se admitir que a
pavimentação da estrada tem viabilidade econômica. Entretanto é recomendável
proceder a uma avaliação Benefício / Custo para embasar a definição da
pavimentação de uma estrada.

BENEFÍCIOS X CUSTOS
Redução dos custos de operação;
Redução nos tempos de viagem; Custos de construção do Diretos
Aumento do conforto; pavimento
Aumento da segurança;

Melhoria da qualidade de vida;


Redução do custo de vida; Impactos ambientais
Valorização dos imóveis; Engarrafamentos Indiretos
Maior circulação de bens e serviços

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ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA DA
PAVIMENTAÇÃO DA BR-422 NO TRECHO
TUCURUÍ x NOVO REPARTIMENTO

Marcelo Figueiredo Massulo Aguiar


Apolo Moraes de Almeida
Carlos Eduardo Valente dos Santos

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JUSTIFICATIVA
Belém

Santarém
Altamira -
BR-163 PA-263
Belo Monte
Santarém x
Cuiabá BR-422

Tucuruí

Novo
BR-230 PA-150
Repartimento
Transamazônica

Marabá
Rodovia em Rodovia já BR-422
pavimentação pavimentada
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RESULTADOS
1 – Contagem Veicular
VDM Veículos VDM Veículos
VDM Total
Leves Pesados
400 247 647

Para SENÇO (2007), se VDM > 300, pavimentação é viável;

Segundo DNIT (1999), uma via com VDMinicial = 647, é enquadrada como o
rodovia de Classe II, o que requer, necessariamente, pavimentação.

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RESULTADOS
2 – Custos de Construção e Manutenção

Tabelas de Custo Médio Gerencial do DNIT (R$/Km)

Construção  R$ 2.101.860,47 (Valor Máximo)

Manutenção

 Conservação  R$ 18.200,00 (Anual)

 Restauração  R$ 329.205,28 (Anos 6 e 16)

 Reconstrução  R$ 1.076.492,86 (11º ano)

Extensão do trecho = 63 km

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RESULTADOS
3 – MONETIZAÇÃO DOS BENEFÍCIOS
Reduções de: (R$) Benefício
Ano
Tempo Acidentes Poluentes C. Operac. Total (R$)
2014 - - - - -
2015 - - - - -
2016 - - - - -
2017 844.858,56 147.118,69 162.445,58 17.998.842,80 19.153.265,64
2018 887.101,49 154.474,63 170.567,86 18.898.784,94 20.110.928,92
2019 931.456,57 162.198,63 179.096,26 19.843.724,19 21.116.475,37
... ... ... ... ... ...
2036 2.134.915,51 371.761,61 410.491,90 45.482.179,33 48.399.348,35
2037 2.241.661,29 390.349,69 431.016,49 47.756.288,29 50.819.315,77

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RESULTADOS
4 – ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
Benefício Total
Ano (Data) Custo Total (R$) Saldo (R$)
(R$)
2014 (0) 44.139.069,87 - - 44.139.069,87
2015 (1) 44.139.069,87 - - 44.139.069,87
2016 (2) 44.139.069,87 - - 44.139.069,87
2017 (3) 1.146.600,00 19.153.265,64 18.006.665,64
2018 (4) 1.146.600,00 20.110.928,92 18.964.328,92
2019 (5) 1.146.600,00 21.116.475,37 19.969.875,37
... ... ... ...
2036 (22) 1.146.600,00 48.399.348,35 47.252.748,35
2037 (23) 1.146.600,00 50.819.315,77 49.672.715,77

Taxa de atratividade = 12 % a.a.


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RESULTADOS
4.1 – CÁLCULO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO
(VPL)
𝑛
𝑉𝑖
𝑉𝑃𝐿 =
(1 + 𝑗)𝑖
𝑖=0

Se VPL ≥ 0  Projeto é viável;

Se VPL < 0  Projeto é inviável.

O VPL da pavimentação da BR-422 é de aproximadamente R$ 10.500.000,00,


demonstrando a viabilidade econômica do projeto.

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