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Faculdade de Engenharia

Dep. de Construção Civil e Transportes

Estradas e Transportes
II

▪ Aula 8- Dosagem de misturas asfálticas- Marshal


▪ Prof. Ms. Marina Bedeschi
Revestimento asfáltico

➢ Revestimento asfáltico em uma só camada ("capa"). A mistura


empregada deverá apresentar estabilidade e flexibilidade compatíveis
com o funcionamento elástico da estrutura e condições de
rugosidade que proporcionem segurança adequada ao tráfego,
mesmo sob condições climáticas e geométricas adversas.
➢ Revestimento asfáltico em duas camadas, sendo a superior
denominada camada de rolamento ("capa") e a inferior, camada de
ligação (ou "Binder").

2
Camadas de concreto asfáltico

Os tipos de concreto asfáltico, quanto à finalidade da camada, são:


▪ Camada de rolamento;
▪ Camada de ligação;
▪ Camada de nivelamento ou perfilagem

3
Camadas de concreto asfáltico

▪ Camada de rolamento:
Camada mais superficial, que recebe diretamente a ação das cargas dos
veículos, no caso de revestimentos com pouca espessura (<7,5cm) a
camada de rolamento é o próprio revestimento

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Camadas de concreto asfáltico

▪ Camada de ligação (binder):


Camada de concreto asfáltico que apresenta diferenças de comportamento
decorrentes do emprego:
▪ de agregado de maior diâmetro máximo
▪ existência de maior percentagem de vazios
▪ menor consumo de material de enchimento (Filer) e de material asfáltico.
Ela juntamente com a camada de rolamento, completa a espessura do
revestimento indicado pelo projeto. É usualmente empregada quando o
revestimento tem 7,5cm ou mais de espessura.

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ESTRUTURAS TÍPICAS DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS

▪ Camada de ligação (binder):

6
ESTRUTURAS TÍPICAS DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS

▪ Camada de ligação (binder):

Pintura de
ligação

7
Camadas de concreto asfáltico

▪ Camada de nivelamento ou perfilagem


Camada de concreto asfáltico, em que é utilizada uma mistura de
agregados de graduação fina, executada com a função de corrigir
deformações de superfície de um antigo revestimento e,
simultaneamente, promover a selagem de fendas existentes. Essa
camada deverá ser executada obrigatoriamente com vibroacabadora.

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ALGUMAS ESTRUTURAS TÍPICAS DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS

Com o objetivo de mostrar algumas soluções típicas de combinações de


materiais e de camadas que vêm sendo empregadas em pavimentação
asfáltica no país, são apresentadas algumas seções de estruturas de
pavimento como ilustração, tanto para tráfego muito pesado como para
vias de baixo volume de tráfego.
As espessuras das camadas não são apresentadas pois dependem de
dimensionamento estrutural que deve ser feito caso a caso.

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ALGUMAS ESTRUTURAS TÍPICAS DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS

Camada
resistente→ Camada
PMQ- menor drenante
qualidade e rigor
que CA

(CBUQ=CA)

Trafego intenso

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ALGUMAS ESTRUTURAS TÍPICAS DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS

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ALGUMAS ESTRUTURAS TÍPICAS DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS

Mistura
executada na
pista.

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ALGUMAS ESTRUTURAS TÍPICAS DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS

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ALGUMAS ESTRUTURAS TÍPICAS DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS

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ALGUMAS ESTRUTURAS TÍPICAS DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS

Pavimentos semi-rígidos
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ALGUMAS ESTRUTURAS TÍPICAS DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS

Pavimento
semi-rígido

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ALGUMAS ESTRUTURAS TÍPICAS DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS

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Misturas asfálticas- Dosagem

A dosagem de um concreto betuminoso destina-se a determinar as


proporções de agregado graúdo, agregado miúdo, filler e betume.
O cimento asfáltico e os agregados exercem diferentes funções para
suportar as cargas impostas pelo tráfego na superfície do pavimento.

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Misturas asfálticas- Dosagem

▪ A função do agregado é basicamente formar um esqueleto ou


arcabouço que resista as cargas por roda;
▪ A função do ligante betuminoso é, preliminarmente, manter as
partículas de agregado unidas ou cimentadas, aumentando deste
modo a resistência ao movimento, de modo acentuado, além de,
também, exerce a função de impermeabilizar a mistura e, deste modo,
evitar que a água penetre e vá atingir a base, modificando as
condições de equilíbrio umidade densidade desta base;

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Misturas asfálticas

No projeto de um concreto betuminoso, considera-se os seguintes


pontos:
a) Teor de vazios da mistura compactada;
b) Grau de compactação.

20
a) Teor de vazios da mistura compactada

Quando se tem uma mistura compactada de agregado, as partículas


ficam em contato umas com as outras e entre elas existem espaços
vazios, chamados de “teor de vazios do agregado mineral”, Figura 1.

21
a) Teor de vazios da mistura compactada

Quando se junta o betume, para


manter unidas as partículas do
agregado na estrutura formada,
aquele não só envolve as
partículas, formando uma espécie
de película fina, como também
enche parcialmente os espaços
vazios entre as partículas,
deixando vazios cheios com ar,
que são os “vazios da mistura”
22
Figura 2.
a) Teor de vazios da mistura compactada

➢ É de grande importância o teor de vazios da mistura, que é


usualmente expresso em porcentagem do volume total da mistura
compactada.
➢ Quando existe excesso de asfalto em tal volume que as partículas
individuais do agregado percam contato entre si, elas passam a
“flutuar” no asfalto, e o arcabouço formado pelo agregado é destruído,
deste modo o revestimento de concreto asfáltico não irá suportar bem
as cargas impostas pelo tráfego.

23
a) Teor de vazios da mistura compactada

Por que não é interessante que o asfalto preencha totalmente os vazios do


agregado?
Porque o asfalto tende a expandir-se com o aumento da temperatura,
dessa forma qualquer aumento de temperatura iria provocar fluência de
asfalto à superfície, ou seja, haveria exsudação prejudicial, com
consequente redução da resistência.

24
a) Teor de vazios da mistura compactada

Desta maneira, é necessário deixar-se na mistura um “teor de vazios”, que


varia de 3 a 5% para as camadas de capa (revestimento) e 3 a 8% para as
camadas de ligação (binder), após compactação.

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a) Teor de vazios da mistura compactada

Valores mínimos e máximos de teor de vazios:


▪ O valor mínimo assegura a condição de não haver a fluência do
betume devido a expansão resultante do aumento de temperatura.
▪ O valor máximo resulta do fato de que um valor grande de teor de
vazios da mistura compactada pode resultar num rápido
endurecimento e oxidação do asfalto, e consequente deterioração,
quando a mistura estiver exposta às condições ambientes de tempo e
uso. Levando a desintegração do asfalto, permitindo absorção da
água que irá paulatinamente destruir a mistura, principalmente em
lugares sujeitos a invernos rigorosos. 26
b) Grau de compactação

As misturas de concreto asfáltico, para terem boa resistência, devem ser


compactadas convenientemente.
➢ O aumento da energia de compactação de uma mistura asfáltica traz
como consequência a aproximação das partículas, reduzindo deste
modo o volume de vazios de ar, e um aumento do peso específico,
resultante da diminuição de volume da mistura.
➢ Uma compactação leve faz com que a mistura fique com um teor
elevado de vazios de ar e pequeno peso específico, refletindo-se na
durabilidade e estabilidade da mistura que, deste modo, serão baixas.
27
b) Grau de compactação

Vê-se, portanto, que a resistência de um concreto asfáltico fica ligada


diretamente ao grau de compactação que se obtenha. Para que um
revestimento de concreto asfáltico seja estável, é necessário que seja
bem compactado. No campo, a compactação é obtida por meio de
equipamento próprio, como rolos lisos e rolos pneumáticos, até que se
atinja o grau de compactação exigida pelas especificações.

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Grandezas que intervém na caracterização e dosagem da mistura

✓ Densidade real ou densidade máxima teórica da mistura (D)


✓ Massa específica aparente (d) das frações de agregado.
✓ Percentagem de vazios (porosidade)

Massa específica e densidade tem a mesma


unidade de medida, ambas tratam da razão
entre massa e volume, entretanto, a massa
específica diz respeito à substância,
enquanto a densidade é relacionada a um
corpo, sendo definido também é definida
como a relação entre massas específicas
de duas substâncias, sendo uma delas
tomada como padrão (a água a 4 °C é
geralmente utilizada como referência). 29
Misturas compactadas

Um corpo de prova compactado contendo agregados, betume e ar


Vv – volume de vazios da mistura
apresenta se separadamente em fases distintas. VB – volume de betume
mb – massa de betume Vf – volume de filler
mf – massa de filler Vagf – volume de agregado fino
magf – massa de agregado fino Vagg – volume de agregado grosso
magg – massa de agregado grosso Vc – volume de cheios
mT – massa total da mistura VT – volume total da mistura

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Misturas compactadas

Densidade máxima teórica da mistura ou densidade real (D):


%B – teor de betume
%F – percentagem de filler
%Agg – percentagem de agregado grosso
%Agf – percentagem de agregado fino
DB – massa específica do betume
DF – massa específica do filler
Dagg – massa específica do agregado grosso
Dagf – massa específica do agregado fino

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Misturas compactadas

Massa específica aparente da mistura (d):


mT – massa do c.p. total
VT – volume total

ma – massa do c.p. da mistura compactada


mi – massa do c.p. após imersão
ma – mi = volume deslocado (empuxo hidrostático)

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Misturas compactadas

Percentagem de vazios da mistura compactada (vazios não preenchidos)


d- massa específica aparente da mistura
D- densidade máxima teórica da mistura
V- volume de vazios (%)

33
Misturas compactadas

Percentagem de vazios cheios de betume (VCB)


d- massa específica aparente da mistura
%B- porcentagem de betume
DB –massa específica do betume
Vb -volume de betume
VT -volume total

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Misturas compactadas

Vazios do agregado mineral (VAM)


VCB- vazios cheios de betume
V- vazios da mistura compactada

35
Misturas compactadas

Relação betume x vazios (RBV)


VCB- vazios cheios de betume
VAM- vazios do agregado mineral

36
Misturas compactadas

VAM –vazios do agregado mineral


VCB- volume cheio de betume 37
RBV- relação betume vazios
Volumetria

• Densidade Máxima da Mistura


(Teórica):D
Mistura não-compactada

• Densidade Aparente da Mistura: d


• Volume de Vazios: Vv
• Vazios no Agregado Mineral: VAM
• Vazios Cheios com Betume: VCB
Mistura compactada
• Relação Betume-Vazios: RBV

• Massa específica dos componentes: Di

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Fluência ou deformação plástica

É a deformação que o corpo de prova sofre antes da ruptura.


A análise do comportamento da mistura compactada com teores de
betume diferentes, mantendo-se a energia de compactação, durante a
aplicação da carga pode ser feita através da relação betume x vazios do
agregado mineral (VAM)

39
Fluência ou deformação plástica

A curva mostra que variando-se o teor de betume é possível avaliar as


variações que ocorrem nos vazios do agregado mineral.

(Vazios do agregado mineral)


%VAM

B%(teor de betume) 40
Fluência ou deformação plástica

ZONA A: Para as primeiras misturas com baixos teores de betume, os


vazios do agregado mineral aumentam, porque o betume em pequenas
porções não tem condição de “molhar” completamente os grãos, razão
porque durante a compressão eles não encontram facilidade para se
entrosarem ocupando os vazios existentes. Nesta fase, as partículas se
separam e o VAM aumenta até um máximo.

41
Fluência ou deformação plástica

ZONA B: Aumentando-se o teor de betume e mantendo-se a energia de


compactação, verifica-se que os vazios do agregado mineral diminuem.
É que se atingiu os teores de betume que permitem o envolvimento
completo dos grãos de agregado facilitando, com a compressão, o
acomodamento das partículas que vão se entrosando e reduzindo os
vazios ocupados pelo ar. Assim, o VAM passa a cair, porque a espessura
das películas é tal que passa a servir como lubrificante. O aumento do
betume provoca a diminuição do VAM até um mínimo.

42
Fluência ou deformação plástica

ZONA C: Continuando a aumentar o teor de betume, mantendo-se a


energia de compactação, verifica-se que os vazios do agregado mineral
voltam a aumentar. É que já tendo sido empregado betume suficiente
para “molhar” todos os agregados, o aumento do teor contribui apenas
para aumentar a espessura do filme de ligante entre os grãos, e os
separa mais ainda, sem melhorar as condições de entrosamento.

43
Fluência ou deformação plástica

Conclusão:
a) As misturas correspondentes a 1ª fase (Zona A) possuem ligantes
insuficientes e são consideradas misturas pobres. O revestimento tem
pouca durabilidade, é permeável, sujeito a fissuração e sem resistência
ao desgaste superficial. A passagem do tráfego deve provocar a
desagregação da mistura e a degeneração do pavimento em pouco
tempo.

44
Fluência ou deformação plástica

Conclusão:
b) As misturas correspondentes a 3ª fase (Zona C) possuem excesso de
ligantes e são consideradas misturas ricas. Devem provocar
deformações no revestimento, ocorrendo a exsudação do betume com
a passagem do tráfego e, também, pela sua expansão devido o aumento
da temperatura ambiente, tornando a superfície de rolamento
escorregadia, principalmente nos dias de chuva.

45
Fluência ou deformação plástica

Conclusão:
c) As misturas correspondentes à 2ª fase (Zona B) devem satisfazer às
especificações e dar à mistura condições de estabilidade e resistência e
ainda deixar uma pequena percentagem de vazios, para evitar a
exsudação com a passagem do tráfego. Os vazios do agregado mineral
atingem, nessa zona B, um valor mínimo, ao redor do qual deverá estar o
teor ótimo de betume.

46
Fluência ou deformação plástica

Conclusão: VAM (vazios do agregado mineral)= Vv + asfalto

47
Dosagem de misturas betuminosas

Podemos dizer que o teor de ligante asfáltico varia de acordo com o


método de dosagem, e é função de parâmetros como energia de
compactação, tipo de mistura, temperatura a qual o pavimento estará
submetido, entre outros.

48
Dosagem de misturas betuminosas

Os principais métodos utilizados para a obtenção do teor ótimo de


betume, para uma determinada mistura de agregados, são:
• Marshall (DNIT)
• Superpave (programa americano SHRP)

49
Dosagem Marshall

O método de dosagem mais usado mundialmente faz uso da compactação por


impacto e é denominado método Marshall em referência ao engenheiro Bruce
Marshall que o desenvolveu na década de 1940.
O U.S. Corps of Engineers adotou o equipamento e o método de projeto de
misturas betuminosas concebido por Bruce Marshall, do Mississipi State
Highway Departament, para solucionar um importante problema do projeto e
construção de aeroportos militares durante a 2ª Guerra Mundial.
• DNER-ME 43/95

50
Dosagem Marshall

A utilização do método se limita a misturas betuminosas à quente,


utilizado cimentos asfálticos de petróleo de penetração compatíveis
com as condições ambientais.
O agregado utilizado deve ter diâmetro efetivo de pelo menos 1 polegada
(25,4 mm). Assim, a não ser que outras condições prevaleçam, os
ensaios devem ficar limitados às condições estabelecidas para os
produtos resultantes do método desenvolvido pelo U.S. Corps.

51
Dosagem Marshall

Através da dosagem Marshall buscam-se misturas com:


• densidade máxima possível para garantir máxima estabilidade;
• fluência entre certos limites, para garantir flexibilidade;
• volume de vazios entre certos limites para garantir que não ocorra
oxidação da massa asfáltica pela ação da água e/ou ar, e que também
não ocorra exsudação;
• relação betume vazios entre certos limites, para garantir que exista
betume suficiente e que não ocorra exsudação.

52
Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

1. Determinação das massas específicas reais do cimento asfáltico de


petróleo (CAP) e dos agregados.
• NBR 6296/2004
2. Seleção da faixa granulométrica a ser utilizada de acordo com a
mistura asfáltica (especificações dos órgãos como DNIT)
3. Escolha da composição dos agregados, de forma a enquadrar a sua
mistura nos limites da faixa granulométrica escolhida

53
Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

Especificação granulométrica:

54
Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

4. Escolha das temperaturas de mistura e de compactação, a partir da


curva viscosidade-temperatura do ligante escolhido.

Exemplos de curvas de
viscosidade obtidas em
diferentes viscosímetros e
faixas de mistura e
compactação

55
Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

Temperatura e viscosidade
• A temperatura do ligante na hora de ser misturado ao agregado deve
ser tal que a sua viscosidade esteja situada entre 75 e 150 SSF
(segundos Saybolt-Furol), de preferência entre 75 e 95 SSF ou
0,17±0,02Pa.s se medida com o viscosímetro rotacional.
• A temperatura do ligante não deve ser inferior a 107ºC nem superior a
177ºC. A temperatura dos agregados deve ser de 10 a 15ºC acima da
temperatura definida para o ligante, sem ultrapassar 177ºC. A
temperatura de compactação deve ser tal que o ligante apresente
viscosidades na faixa de 125 a 155 SSF ou 0,28±0,03Pa.s.
56
Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

5. Adoção de teores de asfalto para os diferentes grupos de CPs a


serem moldados.
• Cada grupo deve ter no mínimo 3 CPs.
• Conforme a experiência do projetista, para a granulometria
selecionada, é sugerido um teor de asfalto (T, em %) para o primeiro
grupo de CPs. Os outros grupos terão teores de asfalto acima (T+0,5%
e T+1,0%) e abaixo (T-0,5% e T-1,0%)

57
Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

5. Adoção de teores de asfalto


para os diferentes grupos de
CPs a serem moldados.

Ex: 4,0%; 4,5%; 5%; 5,5%; 6% 58


Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

Preparação corpos de prova:


• Agregados e betume aquecidos na temperatura especificada e
misturados em moinho próprio.
• Mistura colocada no molde aquecido e compactada:
• 35 a 50 golpes em cada face: Tráfego leve
• 50 a 75 golpes em cada face: Tráfego médio
• 75 a 100 golpes em cada face: Tráfego pesado e muito pesado

59
Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

Compactação 60
Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

6. Após o resfriamento e a desmoldagem dos corpos-de-prova,


obtêm-se as dimensões do mesmo (diâmetro e altura).
Determinam-se para cada corpo-de-prova suas massas seca (MS) e
submersa em água (MSsub). Com estes valores é possível obter a
massa específica aparente dos corpos-de-prova (d), que, por
comparação com a massa específica máxima teórica (D), vai
permitir obter as relações volumétricas típicas da dosagem.

61
Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

7. A partir do teor de asfalto do grupo de CPs em questão (B%),


ajusta-se o percentual em massa de cada agregado, ou seja:
Traço da mistura: Betume + Agregados = 100%
Por exemplo: Agregados (54% Pedregulho+ 38%Areia + 8% filler) e
Betume = 6%. O traço da mistura na Usina, em peso, será:
Agregados: 100 – 6 = 94%

62
Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

8. Calcula-se a densidade máxima teórica da mistura, através da


seguinte fórmula:

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Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

9. Calcula-se dos parâmetros de dosagem para cada CP


• Volume dos corpos-de-prova: V=Ms-Mssub
𝑀𝑠
• Massa específica aparente da mistura: d= 𝑉
𝐷−𝑑
• Volume de vazios: Vv%= 𝐷
.100
𝑑∗𝐵%
• Vazios cheios com betume: VCB%=
𝐷𝐵

• Vazios do agregado mineral: VAM= Vv + VCB


𝑉𝐶𝐵
• Relação betume/vazios: RBV=
𝑉𝐴𝑀
*100
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Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

10. Após as medidas volumétricas, os corpos-de-prova são submersos


em banho-maria a 60°C por 30 a 40 minutos.
• Retira-se cada corpo-de-prova colocando-o imediatamente dentro
do molde de compressão
• Determinam-se, então, por meio da prensa Marshall os seguintes
parâmetros:
• Estabilidade (kgf): carga máxima a qual o corpo-de-prova resiste antes da ruptura, definida
como um deslocamento ou quebra de agregado de modo a causar diminuição na carga
necessária para manter o prato da prensa se deslocando a uma taxa constante
(0,8mm/segundo);
• Fluência (mm): deslocamento na vertical apresentado pelo corpo-de-prova correspondente
à aplicação da carga máxima

65
Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

66
Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

Execução do ensaio:

67
Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

Resultados do ensaio:
• Registra-se na ficha de ensaio os valores da carga máxima e fluência,
na ruptura do c.p.
• Traça o gráfico de estabilidade em relação a fluência para cada teor
de betume:
• Estabilidade Marshall (E -kgf)
• Fluência (f-mm)

68
Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

Traçam-se os gráficos das variações das grandezas, em função das variações


dos teores de betume, considerando os limites da especificação:
• Densidades máximas aparente (d) d

• Estabilidade Marshall E (kgf)


• Vazios não preenchidos (%V)
• Relação betume x vazios (%RBV)
• Fluência (f)
Os valor de B, são obtidos de acordo
com a especificação normativa para
aquela mistura.

69
Determinação do teor ótimo de Betume

Tem se 3 métodos para definição do teor de betume ótimo:


• B%→ Vv=4% →B%=B3
• B%→ Considerando a média dos valores obtidos pela estabilidade
máx (E), Vv=4% e massa específica aparente (d) → B%=(B1+B2+B3)/3
• B%→ Considerando um gráfico contendo os limites de Vv e RBV
B%=(x2+x3)/2

70
Determinação do teor ótimo de Betume

• B%→ Considerando um gráfico contendo os limites de Vv e RBV


B%=(x2+x3)/2

71
Dosagem Marshall - Etapas do ensaio

f) Verificar se o valor de (%)B satisfaz as duas condições abaixo:


• Estabilidade Marshall acima do mínimo especificado
• Fluência abaixo do máximo especificado
g) Satisfeita as duas condições acima, o teor de betume (%)B , em
peso, deverá ser comunicado à usina para a respectiva calibração
da bomba de betume.

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Estabilidade Marshall

Equipamentos:
a) Aparelho Marshall: máquina para aplicação de
carga vertical, cuja capacidade seja de 2.720 kgf
(6.000 lb), possui dispositivo (extensômetro)
para medir a carga.

73
Estabilidade Marshall

Equipamentos:
b) Molde: constituído de duas seções de mesmo diâmetro interno 4”
(10,16 cm) e respectiva base; altura 2 ½” (6,35 cm)

74
Estabilidade Marshall

Equipamentos:
d) Soquete: Peso igual a 10 lb (4,54 kg); altura de queda 18 pol.
(45,72 cm)
e) Medidor de fluência: mede as deformações do c.p. cuja escala
é dividida em 0,01” (0,254 mm)

75
Especificação (DNER)

Características recomendadas para Estradas e Aeroportos.

76
Especificação (DNER)

Limites sugeridos para misturas betuminosas

77
Especificação (DNIT-ES 031)

Requisitos exigidos pela especificação DNIT-ES 031/2004 para serviços


de concreto asfáltico a serem usados em revestimentos de pavimentos

78
Método Superpave

O método de dosagem Marshall apresenta diversos problemas para a


dosagem de misturas asfálticas, principalmente por que o corpo de
prova é compactado por impacto, não sendo representativo para o que
ocorre em campo.
A maior diferença entre esses dois métodos de dosagem é o método de
compactação, o qual no superpave ocorre por amassamento em um
equipamento chamado de compactador giratório superpave.

79
Dosagem Superpave

Em 1987, o Strategic Highway Research Program (SHRP) começou a desenvolver


um novo sistema de especificação de materiais asfálticos

SUperior PERformance Asphalt PAVEments


(Pavimentos Asfálticos de Desempenho Superior)

Permite
▪ Especificar materiais
O Método ▪ Projetar e analisar misturas asfálticas
▪ Prever desempenho de pavimentos
Superpave
Possui
▪ Equipamentos, métodos e critérios próprios
80
RESUMO
REQUISITOS DA
MISTURA ASFÁLTICA Procedimento Superpave
▪ graúda / miúda / intermediária
Preparar 3 Composições ▪ moldar 2 CPs por mistura (teor de ligante inicial)
Granulométricas Diferentes ▪ compactar no CGS (número de giros)
▪ se necessário, repetir para novo teor de ligante

Vv = 4%
Requisitos Volumétricos VAM → f( d máx) → VAM > 13%
RBV → f(ESALs) → 65% < RBV < 75% do VAM

Relação pó-asfalto 0,6 a 1,2 (% passa # 200 / teor de asfalto)


▪ moldagem de 8 CPs
✓ 2 CP: teor estimado - 0,5%
✓ 2 CP: teor estimado
Seleção do Teor ✓ 2 CP: teor estimado + 0,5%
de Ligante de Projeto ✓ 2 CP: teor estimado + 1,0%
▪ compactar no CGS até N projeto
▪ determinar propriedades volumétricas
▪ teor de projeto:
✓ teor para Vv=4% a N projeto
81
DOSAGEM MARSHALL X DOSAGEM SUPERPAVE

Temperaturas Temperaturas
Mistura – 155 a 162°C Mistura – 155 a 162°C
Compactação – 144 a 149°C Compactação – 144 a 149°C
Envelhecimento Curto Prazo Envelhecimento Curto Prazo
Não tem Período – 2h
Compactação de misturas Temperatura – 144 a 149°C
asfálticas: número de golpes (50 Compactação de misturas
ou 75), conforme o tráfego. asfálticas: número de giros (Nini,
Nproj e Nmax), conforme o tráfego.

82
Exercício para entregar
1) Um C.P. de mistura betuminosa a ser utilizada como camada de ligação foi submetido ao
ensaio de estabilidade Marshall, onde são conhecidos os seguintes dados:
Teor de betume = 5%;
Especificações Camada de
densidade do betume = 1,1 g/cm³ rolamento
Binder

Massa específica aparente da mistura (d) = 2,20 g/cm³ Vv (%) 3-5 4-6
Agregado A: 30%; massa específica=2,65 g/cm³ RBV (%) 75-82 65-72
Agregado B: 60%; massa específica= 2,67 g/cm³ Estabilidade mín
500 400
Filer: 10%; massa específica= 2,78 g/cm³ (kgf)
Estabilidade do c.p. = 420 kgf Fluência (mm) 6 - 14

Fluência do c.p. = 10,3mm


Determinar: a) qual o traço da mistura; b) a densidade máxima teórica da mistura; c) o volume de
vazios; d) o volume cheio com betume; e) os vazios do agregado mineral; f) a relação betume
vazios g) verificar se a mistura atende a especificação

83
Exercício para entregar

2)Através dos resultados obtidos mostrados a seguir, defina o teor ótimo de betume por
meio dos três métodos vistos, considere os limites para tráfego pesado

Massa específica aparente da mistura compactada (d)


Volume de vazios (Vv)
2,350
7,0
2,345
2,340 6,0
2,335
5,0
2,330
2,325 4,0
Gmb
2,320 3,0 Vv
2,315
2,310 2,0

2,305 1,0
2,300
4,10 4,60 5,10 5,60 6,10 6,60 0,0
4,10 4,60 5,10 5,60 6,10 6,60

84
Exercício para entregar

Vazios no agregado mineral (VAM) Relação betume-vazios (RBV)


18,0 90,0

85,0
17,5
80,0
17,0
75,0

16,5 70,0
VAM RBV
65,0
16,0
60,0
15,5
55,0

15,0 50,0
4,10 4,60 5,10 5,60 6,10 6,60 4,10 4,60 5,10 5,60 6,10 6,60

85
Exercício para entregar

Estabilidade Marshall
1300
1250
1200
1150
1100
1050
Estabilidade
1000
950
900
850
800
4,10 4,60 5,10 5,60 6,10 6,60

86
Obrigada!

87

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