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Traço do concreto:
O traço nada mais é do que a indicação da quantidade dos materiais que constituem o concreto, pode ser
dado em massa, ou em volume, ou misto (massa e volume). Um traço de 1:2:3, por exemplo, indica que a
proporção será de 1 parte de cimento por 2 partes de areia e 3 partes de brita, sempre obedecendo essa ordem.
Um bom traço de concreto para base de contrapiso, por exemplo, é de 1:4:4, sendo 1 saco de cimento
(36L) para 4 latas de brita para 4 latas de areia lavada média. Sendo uma lata igual a 18L.
A disposição dos traços do concreto – a proporção dos materiais na mistura – é específica para cada
finalidade diferente. Bolos mais doces, mais fofinhos, com duas cores… A receita sempre tem variações!
O traço também pode vir expresso da seguinte forma:
Em resumo, pode-se analisar o concreto fresco como um corpo heterogêneo constituído pela mistura de
uma argamassa muito fina, dentro da qual se movem e se atritam partículas de diferentes tamanhos. Essa
argamassa muito fina possui um limite de cisalhamento. O limite de cisalhamento to torna difícil a moldagem e
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precisa ser ultrapassado, para que a pasta possa fluir. Dessa forma, pode-se dizer que as dificuldades de
moldagem e adensamento são função do limite de cisalhamento da argamassa fina.
Tendo em vista a qualidade do concreto endurecido, as propriedades desejáveis para o concreto fresco
são as que asseguram a obtenção de mistura de fácil transporte, lançamento e adensamento, sem segregação,
e que, depois do endurecimento, se apresenta homogênea, com o mínimo de vazios.
Propriedades
Trabalhabilidade:
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Fatores que afetam a trabalhabilidade:
Segregação:
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As consequências dessa patologia de estruturas de concreto armado, também chamada de ninhos de
concretagem, variam de problemas estéticos que demandam o uso extra de materiais para revestimento, ao
comprometimento da capacidade de suporte e da durabilidade da estrutura. Em casos mais severos, essas
falhas de concretagem podem levar à segregação do concreto e expor as armaduras, provocando sua corrosão
e, em último grau, o colapso da estrutura. Daí a importância de evitar os vazios a qualquer custo.
NEGATIVOS:
a) Fator a/c: ↑água ↑a/c ↓coesão ↑tende a segregar
b) Densidade: Pode acontecer de material mais leve subir, argila expandida.
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A segregação interna pode ocorrer também quando as partículas maiores e de maior densidade, tenderem a se
assentar na parte inferior da estrutura durante a secagem.
c) Vibração: A segregação pode ocorrer também como resultado de vibração exagerada durante o
adensamento. O excesso de vibração pode levar o agregado graúdo a descer.
(Pode haver vibração excessiva no transporte também- carriola). Um concreto em que isso viesse a
acontecer, seria, obviamente, um concreto mais fraco e sem uniformidade. A falta de vibração também pode
gerar segregação. É importante que se tenha uma vibração ideal. O concreto reodinâmico ou auto
adensável, como o próprio nome sugere, não necessita de vibração, pois tem grande trabalhabilidade e coesão.
POSITIVOS:
a) Adição de finos: A adição de materiais finos, como escória, material pozolânico, filler, aditivos
auxiliam-na coesão e são indispensáveis no combate a segregação e à exsudação da mistura.
Os finos garantem a estabilidade da mistura, mantendo sua viscosidade num nível adequado para evitar-se a
segregação, além de atuarem no preenchimento dos vazios entre as partículas maiores dos agregados
promovendo maior compacidade.
Exsudação:
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A exsudação pode causar também:
Enfraquecimento da aderência pasta agregado, em alguns pontos;
Aumento de permeabilidade (A permeabilidade do concreto é proporcional ao fator a/c e
inversamente proporcional aos finos presentes na mistura, como o cimento);
A exsudação pode não ser necessariamente prejudicial, desde que não determine perturbações
na estrutura do concreto. Nesse caso, evaporando-se a água da superfície, o fator a/c ↓, havendo
posteriormente, aumento de resistência.
Assim como na segregação, uma menor vibração ou a adição de finos pode amenizar esse
problema. Em peças verticais, como pilares e paredes, o cuidado deve ser no sentido de se reduzir o
fenômeno da exsudação (percolação da água na massa do concreto) e da segregação.
As fibras de polipropileno são uma alternativa para diminuir o grau de exsudação- quer seja para à
redução ou para diminuição da velocidade com que ela ocorre. Elas podem ser úteis pois a fibra possui a
capacidade de reter água no seu interior.
Consistência:
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Fatores que afetam a consistência:
c) Aditivos
Os aditivos são úteis nos concretos pobres e ásperos. Concretos plásticos, preparados com agregados
satisfatórios, suficiente cimento e correta quantidade de água p/ permitir determinada consistência, não
necessitam de aditivos. Os aditivos quando usados corretamente para superar certas deficiências do concreto,
cumprem muito bem sua função. Já o uso indiscriminado dos aditivos, porém, pode determinar efeitos mais
prejudiciais do que benéficos.
Os aditivos são classificados como dispersores, densificadores, retardadores, aceleradores e
incorporadores de ar.
Incorporador de ar é um aditivo que quando incorporado na argamassa ou no concreto melhora as
propriedades mecânicas dos mesmos, como fluidez e leveza. Pode ser usada em concretos e argamassas
preparadas no local da obra, inclusive ser adicionada na betoneira durante o amassamento. A adição do ar
incorporado proporciona leveza ao concreto sendo muito comum o seu uso em preenchimentos de vãos e
paredes.
Vantagens: Melhora a densidade do concreto e/ou argamassa; proporciona homogeneidade; possui
excelente fluidez e estabilidade; substitui o uso do cal. Ou seja, o ar incorporado no concreto melhora sua
trabalhabilidade, influenciando na consistência da mistura, tornando-a mais plástica, facilitando seu
lançamento e adensamento.
Concreto celular: É um concreto extraordinariamente leve que tem a adição de ar incorporado em sua
composição. Esse tipo de concreto é utilizado em emboços, nivelamento de áreas irregulares em pisos e lajes.
Possui um excelente isolamento termo acústico e é usado como proteção mecânica de camadas
impermeabilizantes. O concreto celular possui alta fluidez não sendo necessário o seu adensamento e o
incorporador de ar proporciona características isolantes.
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É importante saber a diferença entre ar incorporado e ar aprisionado:
a) Ar aprisionado: Não foi eliminado no adensamento do concreto. São vazios de ar provenientes da fase
de mistura ou de transporte. Concretos convencionais possuem em seu interior teores entre 1,5 e 2% de
seu volume na forma de ar aprisionado. A forma usual de adensamento é a vibração que, por melhor que
seja, não consegue retirar todo o ar aprisionado.
b) Ar incorporado: Aquele que é introduzido por meio de aditivos, quando desejado. Ocupa cerca de 5 a 6%
do volume.
d) Tempo e Temperatura
O enrijecimento das misturas de concreto recém preparadas que ocorre no decorrer do tempo não deve
ser confundido com a pega do cimento, pois resulta da absorção de parte da água pelo agregado, da
evaporação de outra parte, sobretudo se o concreto estiver exposto ao sol e ao vento, e, ainda, da perda de
água usada nas reações químicas de hidratação iniciais.
Neville aconselha que a verificação da consistência deve ser realizada certo tempo após a mistura – 15
minutos, por exemplo.
A consistência da mistura também é afetada pela temperatura ambiente, que modifica a temperatura
do próprio concreto. Esse fato determina variações na quantidade de água necessária à mistura, para uma
mesma consistência.
O tempo e a temperatura faz com que o concreto perca consistência.
Lei de Abrams
A resistência do concreto depende de vários fatores mas o mais importante é o fator água/cimento
(a/c), esta é uma relação do peso de água e o peso do cimento. Quanto menor for este fator maior será a
resistência do concreto.
Quem primeiro conheceu esta relação de dependência foi Abrams em seu trabalho que foi
publicado em 1919. Abrams demonstrou baseando-se em pesquisas laboratoriais que a resistência do concreto
dependia das propriedades da pasta de cimento endurecida, a qual por sua vez, era uma função direta do fator
água/cimento (a/c).
A chamada Lei de Abrams é utilizada para a formação da curva de correlação do fator água/cimento
(a/c) em função de uma dada resistência a compressão do concreto para uma determinada idade. Para os pré-
fabricados de concreto é interessante ter-se estas curvas para as idades de 1, 3, 7 e 28 dias. Ou seja, para um
mesmo grau de hidratação, a resistência da pasta depende essencialmente da relação a/c.
Quando se compara dois traços por exemplo, quanto maior a quantidade de água, menor
a resistência.
“Desenvolvido por Duff Abrams na primeira
metade do século XX, o gráfico é importante por relacionar (de
forma inversa, seguindo uma tendência parabólica) a
resistência mecânica com a relação a/c ou com a relação do
peso de água dividido pelo peso de cimento utilizado no
concreto”, ensina Freitas. Através de um conjunto de dados
obtidos nos estudos experimentais de dosagem, a curva de
Abrams permite indicar como o aumento do fator a/c tem
como consequência natural a diminuição da resistência da
estrutura.
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O cientista Duff Abrams define sua curva dizendo: “Dentro do campo dos concretos plásticos, a
resistência aos esforços mecânicos, bem como as demais propriedades mecânicas do concreto endurecido,
varia na relação inversa da relação água/cimento.
Slump Test
A consistência pode ser medida através do ‘Ensaio de consistência por abatimento do tronco
de cone’ – Slump test. Slump = queda. No Brasil, esse ensaio é regulamentado pela ABNT NBR - NM 67
:1998, com o título: Concreto - Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Esse ensaio
que deve ser realizado sempre antes do início da concretagem dentro de um intervalo de cinco minutos a
partir da coleta do material. O cone usado nesse ensaio também é chamado Cone de Abrams.
Neste ensaio, colocamos uma massa de concreto dentro de uma forma tronco-cônica, em três camadas
igualmente adensadas, cada uma com 25 golpes. Retiramos o molde lentamente, levantando-o verticalmente
e medimos a diferença entre a altura do molde e a altura da massa de concreto depois de assentada.
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NOTA - A placa de base deve ser colocada sobre uma superfície rígida, plana, horizontal e livre de vibrações.
Compactar cada camada com 25 golpes da haste de socamento. Distribuir uniformemente os golpes sobre a seção
de cada camada. Para a compactação da camada inferior, é necessário inclinar levemente a haste e efetuar cerca de
metade dos golpes em forma de espiral até o centro. Compactar a camada inferior em toda a sua espessura. Compactar
a segunda camada e a camada superior, cada uma através de toda sua espessura e de forma que os golpes apenas
penetrem na camada anterior. No preenchimento e na compactação da camada superior, acumular o concreto sobre o
molde, antes de iniciar o adensamento. Se, durante a operação de compactação, a superfície do concreto ficar abaixo da
borda do molde, adicionar mais concreto para manter um excesso sobre a superfície do molde durante toda a operação
da camada superior, rasar a superfície do concreto com uma desempenadeira e com movimentos rolantes da haste de
compactação.
NOTA -Para facilitar a operação de adensamento da última camada de concreto, pode ser utilizado um
complemento auxiliar tronco-cônico.
Limpar a placa de base e retirar o molde do concreto, levantando-o cuidadosamente na direção vertical. A operação
de retirar o molde deve ser realizada em 5 s a 10 s, com um movimento constante para cima, sem submeter o concreto a
movimentos de torção lateral.
A operação completa, desde o início de preenchimento do molde com concreto até sua retirada, deve ser realizada
sem interrupções e completar-se em um intervalo de 150 s. NOTA -A duração total do ensaio deve ser de no máximo 5
min, desde a coleta da amostra até o desmolde (final do ensaio).
Imediatamente após a retirada do molde, medir o abatimento do concreto, determinando a diferença entre a
altura do molde e a altura do eixo do corpo-de-prova, que corresponde à altura média do corpo-de-prova desmoldado,
aproximando aos 5 mm mais próximos.
Caso ocorra um desmoronamento ou deslizamento da massa de concreto ao realizar o desmolde e esse
desmoronamento impeça a medição do assentamento, o ensaio deve ser desconsiderado e deve ser realizada nova
determinação sobre outra porção de concreto da amostra.
Resultados: O abatimento do corpo-de-prova durante o ensaio deve ser expresso em milímetros, arredondando
aos 5 mm mais próximos.
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O valor de abatimento irá variar segundo a aplicação do concreto. Para volumes grandes e com pouca
armadura, como em sapatas e blocos de fundação, o slump mínimo é de 4 cm.
Para vigas, pilares e lajes com lançamento de concreto manual ou por caçambas, o slump mínimo varia
entre 6 e 8 cm.
Já para concretos bombeados, pela mobilidade exigida, os limites inferiores sobem para a faixa de 8 a 12
cm.
Obs: Um concreto com slump 8 é mais seco que slump 10. Se o slump é mais alto, significa que
caiu mais, abateu mais, ou seja, o concreto é mais fluido. Quanto maior o slump, melhor para ser
bombeado.
b) Ensaio de penetração;
c) Ensaio de escorregamento;
d) Ensaio de compactação;
e) Ensaio de remoldagem.
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