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Para produzir concreto, basta misturar nas devidas proporções um aglomerante (cimento), um
agregado miúdo (areia), um agregado graúdo (brita) e água, e, em alguns casos, aditivos
químicos especiais. O resultado é uma pasta que pode ser usada de várias formas em uma obra
e que apresenta diferentes características, como consistência, trabalhabilidade e plasticidade.
Continue a leitura para compreender cada uma delas.
Nas primeiras horas, após o preparo do concreto, a mistura consegue adquirir o formato
desejado pelo profissional técnico da construção. Ela permanecerá em seu estado fresco até o
início da pega do aglomerante, que é quando começam as reações químicas com a água e a
pasta se solidifica. Ao final dessa etapa, considera-se que o concreto está em seu estado
endurecido. Depois de alguns dias, ele ganha resistência mecânica e transforma-se em um
material monolítico com as mesmas características de uma rocha.
Para obter um concreto de boa qualidade, é preciso executar corretamente a dosagem dos
componentes, o transporte até a obra, o lançamento, o adensamento e a cura. Durante todo
esse processo, a massa fresca simboliza uma fase transitória, mas que tem uma influência
enorme nas propriedades do concreto endurecido, como durabilidade e impermeabilidade.
Consistência
De acordo com o livro Materiais de Construção, a consistência está relacionada com o maior ou
menor grau de fluidez da massa fresca. Essa propriedade depende principalmente do teor de
água no concreto e confere a ele facilidades na hora de ser moldado e de deslizar entre os ferros
da armadura.
Se esse resultado ficar entre 20 cm e 25 cm, há excesso de água e o concreto está inadequado
para qualquer tipo de uso, devendo ser corrigido. Porém, se a diferença estiver no intervalo de
2 cm a 10 cm, a mistura pode ser utilizada em vigas, pilares e paredes, por exemplo.
Trabalhabilidade
A trabalhabilidade determina a facilidade com a qual o concreto fresco pode ser manipulado
com perda mínima de homogeneidade. Existem vários fatores que afetam essa propriedade,
como o traço do concreto, sua consistência, o uso de aditivos e os métodos de transporte,
lançamento e adensamento, além das próprias características da peça que será criada.
Por isso, a trabalhabilidade não é algo simples de ser definido. Uma massa com determinada
consistência pode apresentar excelente trabalhabilidade quando aplicada em um piso, mas ser
péssima de manipular em pilares densamente armados, por exemplo. Da mesma forma, um
concreto que permite perfeito adensamento com vibração, provavelmente, não será moldado
satisfatoriamente se o adensamento for manual.
Plasticidade
Dizemos que um concreto tem boa plasticidade quando ele é moldado sem dificuldade, ou seja,
sem se romper. Esse atributo depende da consistência da mistura e da forte coesão entre os
componentes do concreto.
Quando a ligação entre os grãos dos agregados é mais frágil, a segregação pode acontecer
durante o transporte, lançamento (devido a movimentos bruscos) ou adensamento (se houver
vibração excessiva). A própria ação da gravidade é capaz de fazer com que os grãos mais pesados
desçam para o fundo das fôrmas.
Massas com agregados de menor dimensão, normalmente, são pouco ásperas e muito coesivas,
tendo, portanto, alta plasticidade. De modo geral, quanto mais densa for a armadura e mais
próximas estiverem as paredes das fôrmas, maior deve ser o grau de plasticidade da mistura
para que não apareçam vazios na peça depois de concretada.
Esse fenômeno geralmente ocorre em misturas com pequena porcentagem de agregados finos,
água em excesso ou pouco cimento. Cura incorreta e vibração demais ou de menos também
contribuem para o problema.
Logo, se o objetivo é obter um concreto com poder de retenção de água, é preciso controlar a
exsudação ou o material ficará poroso e pouco resistente.
Considerando que cada obra demanda um concreto fresco com características específicas, é
necessário cuidado no momento de definir quais os graus mais apropriados de consistência,
trabalhabilidade, plasticidade e retenção de água.