Você está na página 1de 10

Sub-bases tratadas com cimento e sub-bases de betão pobre.

As sub-bases tratadas com cimento e as de betão pobre permitem um uso


mais eficiente dos materiais locais, dos agregados marginais e dos materiais
reciclados para pavimentação, o que se traduz na conservação dos
agregados e em poupanças de materiais, transporte e energia.

Entre algumas outras vantagens que se podem obter ao partir do seu


uso, estão as seguintes:

 Redução dos esforços e das deflações nos pavimentos provocados


pelo trânsito de veículos pesados.
 O lucro de uma melhor transmissão de cargas nas juntas do
pavimento. § Obtenção duma superfície da sub-base mais resistente à
erosão.
 Construção de pavimentos com superfície de rolamento mais planos
e uniformes.

Os materiais para sub-base e base estarão sujeitos aos tratamentos


mecânicos que cheguem a requerer para cumprir com as especificações
adequadas, sendo os mais usuais:

 A eliminação de desperdícios,
 O despregado,
 O crivado,
 A trituração e
 A lavagem em algumas ocasiões

C. Materiais de capa de rodadora

Em tapetes de pavimentos os agregados podem-se classificar como coberta


densa ou de coberta aberta.

Os agregados para coberta aberta, são aqueles cuja variação de tamanho


é relativamente corta devido a que quase todas as partículas são do mesmo
tamanho, têm uma alta percentagem de vazios entre partículas.

Os agregados para coberta densa classificam-se por tamanhos uniformes


desde o grosso até a partícula mais fina, a percentagem de vazios entre as
partículas é menor já que o espaço entre partículas de tamanho grande
enche-se por outras partículas de menor tamanho existente no agregado.

3. MATERIAIS AGLOMERANTES

Ligantes Definição A designação de ligantes deve-se à propriedade que


têm de poder aglomerar uma proporção elevada de materiais inertes
(areias, godos, pedra britada, etc.), conferindo ao conjunto grande coesão e
resistência, o que os torna aptos a serem utilizados na construção como
betões.

— Tipos de Ligantes Os ligantes podem ser: 1) Hidrófilos 2) Hidrófobos

Os ligantes Hidrófilos são constituídos por pó muito finos que amassados


com água formam uma pasta cujo endurecimento se dá apenas pela reacção
química entre o pó e a água.

O cimento e o asfalto são os principais aglomerantes que se utilizam na


construção de pavimentos.

3.2. Materiais betuminosos Os materiais betuminosos são compostos


orgânicos constituídos principalmente de betume ou cimento asfáltico.

Betume é um aglomerante orgânico, sólido semi-sólido ou líquido, que


pode ocorrer na natureza ou ser obtido por processo industrial; composto
principalmente por hidrocarbonetos de massa molecular elevada

O betume asfáltico (cimento asfáltico), para se misturar com o agregado


formando a mistura destinada a pavimentação, deve encontrar-se dentro de
certos limites de viscosidade, para que possa cobrir as partículas do
agregado, formando uma película aglomerante. Esta modificação de
consistência é temporária e faz-se por: 1. Aquecimento 2. Diluição 3.
Emulsão

1. Por aquecimento, os asfaltos tornam-se líquidos, voltando ao estado


sólido inicial quando cessar o aquecimento (aplicação a quente).

2. Por Diluição, num solvente de petróleo, os asfaltos tornam-se fluidos


voltando ao estado inicial pela evaporação total do solvente. Isto permite a
aplicação a frio (neste caso temos os asfaltos diluídos ou líquido, Cut –
back).
Asfaltos Líquido são asfaltos de petróleo, obtidos directamente da
refinaria ou em casos raros, por diluição de betumes asfálticos em óleos
pesados de petróleo.

Fluidificante é um dissolvente volátil, usado para reduzir temporariamente


a viscosidade de um betume.

3. Por Emulsão, o betume asfáltico é pulverizado no moinho coloidal com


água e agente emulsiona dor. Pela força centrífuga o asfalto é dispersado
em pequenas partículas que logo são envolvidas por películas do agente
emulsiona dor o qual impede, apesar da força de atracção das moléculas,
que as partículas se unam.

Em relação à estabilidade das emulsões asfálticas, estas se podem


classificar nos seguintes tipos:

 De rompimento rápido: se utilizam para regas de aderência e pastas


pelo sistema de regas.
 De rompimento médio: normalmente se empregam para pastas de
mescla em frias elaboradas em planta, especialmente quando o
conteúdo de finos é menor ou igual ao 2%, assim como em trabalhos
de conservação tais como arrumo de furos, nivelamentos e sobre
pastas.
 De rompimento lento: estas se empregam para pastas de mescla em
frio elaboradas em planta e para estabilizações asfálticas.

Com os materiais betuminosos (aglomerante) e os agregados estudados no


ponto 2 se fabrica o Betão Betuminoso geralmente usado na camada de
rolamento ou rodadora dos pavimentos flexíveis.

Betão Betuminoso a quente- A fabricação em obra do Betão Betuminoso


exigem que o betume tenha uma viscosidade baixa que permita seu fácil
manejo e sua distribuição ao redor do árido em filme suficientemente
delgada, isto se consegue com o aquecimento. A temperatura de aplicação
dos betumes asfálticos oscila entre os 100 a 160ºC,

Betão Betuminoso a frio -Neste caso usasse como aglomerante um asfalto


fluidificado ou líquido geralmente um cut-back. O asfalto líquido tem uma
viscosidade tal que se emprega sem aquecer ou aquecendo a temperatura
muito inferior à que exige o cimento asfáltico. Posto em obra o produto, o
solvente empregado se evapora e fica o betume original sobre os agregados
com sua consistência.

3.3.Cimento Portland É um material inorgânico finamente moído, que


convenientemente amassado com água, forma uma pasta que, devido a
reacções de hidratação, faz presa, endurece e permanece mecanicamente
resistente e estável, tanto ao ar como na água.

O betão hidráulico como é sabido está constituído por cimento e


agregados. O cimento Portland é o aglomerante que deve cumprir com as
condições estabelecidas, conteúdo já estudado na disciplina de Materiais da
Construção.

IV. Exigência aos materiais que compõem as diferentes camadas dos


pavimentos Funções das capas dos pavimentos:

1. Incrementar a capacidade suportante do pavimento por médio da


distribuição das cargas através das capas.

2. Prover uma distribuição racional dos esforços nas diferentes capas do


pavimento e a sobrasante. 3. Prover uma boa drenagem de pavimento.

4. Garantir uma superfície segura, cómoda e duradoura.

5. Proteger a explanação contra a intempérie.

Para que os materiais escolhidos para a estrutura do pavimento


realizem suas funções, devem possuir um conjunto de qualidades entre
as que se destacam:

o Adequada capacidade portante da capa superficial.


o Qualidade adequada do agregado pétreo.
o Conseguir altos valores de densidade.

A. Materiais pétreos

O custo da construção de pavimentos betuminosos depende directamente


do custo para produzir os agregados que se têm de empregar. O processo
mais económico é, o emprego de materiais naturais que se encontram no
lugar da construção ou aqueles que se podem obter dum lugar próximo e
que não precisam ser submetidos a nenhum processo. Os agregados
naturais ainda quando se combinam de diferentes fontes, estão formados
dum tamanho tal que não enchem os ocos que ficam entre o material de
maior tamanho, estes ocos se enchem com material miúdo reduzindo,
portanto, os espaços entre o material, mas ficam ainda interstícios entre
estes materiais os que a sua vez se enchem empregando material mais fino,
e assim sucessivamente até chegar ao emprego de material muito fino. Seu
uso se justifica algumas vezes em pastas de estradas de tráfego intermédio
desde o ponto de vista económico.

Não só se deve analisar sua composição granulometria senão também sua


estabilidade, densidade, forma das partículas, coeficiente de atrito entre
elas e outras que são importantes na eleição ou desenho do material. Os
diferentes ensaios realizados também estão de acordo com a função do
material, isto é se é para capa de rodadora, base ou sub-bases.

Os ensaios mais correntes que se lhe realizam aos áridos são:

1. Composição granulométrica.

2. Argila e matéria orgânica nas partículas.

3. Dureza.

4. Forma das partículas.

5. Angulosidade.

6. Densidade.

7. Resistência e estabilidade.

1. Granulometria O solo de base pode ter três tipos diferentes de


composições granulométricas, que são:

Neste a
mais

favorável seria a número 2 porque apresenta: • Maior densidade • Alta


resistência • Pouca afectação por mudanças de humidade. • Pouca
dificuldade para compactar.

2. Argila e matéria orgânica. Quando existe limo e argila unido à areia ou


à grava, o ligante cimento ou betume, não adere bem ao material pétreo
resultando betões defeituosos por sua baixa resistência.

Deve-se exigir que a quantidade de limo ou argila não seja superior a 1%


para agregado grosso, de 3% para agregado fino e de 5% para betões
asfálticos ou hidráulicas.

Além das exigências granulométricas, é importante cuidar os valores dos


índices de plasticidade, pois tem grande influência na capacidade lhe
suportem do solo (CBR).

3. Dureza -Os áridos utilizados nas capas devem ser o suficientemente


duro como para que não sofram desgaste baixo a acção do tráfico. Isto fica
garantido se as perdas na máquina de abrasão de “Los Angeles” são: •
Menos que 40 % para capa de base e • Menos que 50% para capa de sub-
bases.

4. Forma das partículas Para a boa qualidade dos firmes é fundamental


que os áridos não tenham formas planas e alongadas, isto se estima
visualmente. • A pedra usada nas bases de macadam deve ser triturada,
dura e livre de argila, com arestas vivas e conteúdo de partículas planas e
alongadas menor que 20 %. • E em base de granulometria contínua o
conteúdo de partículas planas e alongadas deve ser menor que 15 %

5. Angulosidade Os materiais a usar como base devem ser angulosos ou


produto da trituração porque tem maior resistência que os redundados
pela travassem mecânica que se produz entre eles.

6. Densidade -Devido a que a base precisa alta estabilidade, se precisa


atingir elevados valores de densidade, devendo se atingir exigências de
compactação do 100 % da densidade máxima do Proctor Modificado. Isto
se exige também para a capa de sub-bases.

7. Resistência e estabilidade • O CBR é o índice que reflecte a resistência


ou estabilidade do solo. • Na capa de base exigem-se ³ CBR 80 %, mas se
por situações particulares (económicas, naturais, etc) não se pode atingir
este valor, se admite até 60 %. • Para capa de sub-bases o CBR deve ser>
20 %, ainda que se o tráfico é pesado, se exigem valores de CBR maiores
que 30 %.

Áridos em misturas asfálticas Uma das características mais importantes


do agregado ao preparar a mistura betuminosa são a forma e a porosidade
das partículas, tão bem como sua afinidade com o material betuminoso.

 Os áridos utilizados na produção de misturas asfálticas, devem ser


duros, angulosos, de superfície áspera, produto do machuquei
(trituração), para que aumente a estabilidade da mistura.
 A partícula que tenha forma esférica e lisa precisará menor conteúdo
de betume, mas não tem estabilidade devido ao atrito interna.
 Um material poroso precisa uma percentagem maior de material
betuminoso, por tanto precisase que exista alguma porosidade para a
penetração do material betuminoso nos poros que permite melhor
união com o agregado.

A absorção da humidade excessiva diminui o poder de ligação entre os


dois materiais.

Outras exigências comuns aos áridos para misturas betuminosas são:

• Devem estar livre de torrões de argila.

• Baixo conteúdo de partículas planas e alongadas.

• Baixa abrasão ou desgaste (entre 30 e 35 %). • Absorção (0,5 e 2 %).

B. Produtos asfálticos. Principais provas para determinar as


propriedades dos produtos asfálticos.

Ensaio de Penetração- Assim define-se penetração a profundidade a que


uma agulha normalizada penetra num material, em determinado tempo, em
dadas condições de carga e temperatura.

A penetração é uma medida da dureza ou consistência relativa dos


betumes asfálticos. Os betumes asfálticos classificam-se segundo a sua
dureza ou consistência através da penetração em vários graus. Essa
propriedade é das mais importantes, e foi por muito utilizada para a
classificação de diversos betuminosos.
Um betuminoso muito duro, provavelmente terá pouca ductilidade e pode
trincar sob baixas temperaturas. Se for de baixa dureza, provavelmente,
escorrerá em clima quente. A determinação da dureza é normalizada pela
NBR 6576, e representa a medida ou índice de penetração em décimos de
mm, de uma agulha padrão (diâmetro de 1 a 1,2 mm), aplicada durante 5
segundos, sobre uma amostra padronizada a 25º C.

O resultado do ensaio, geralmente, é citado como um número sem a


unidade correspondente (décimos de mm). Uma particularidade é que
devemos ter três amostras em cada ensaio e colher três resultados em cada
amostra, deixando cair a agulha em três pontos diferentes imaginando um
triângulo equilátero e tirar-se o pro-médio que deve estar dentro das normas
de tolerância.

Ensaio de viscosidade Chama-se viscosidade a resistência oposta por um


fluido a deformação sob a acção de uma força. É propriedade de interesse a
fabricação e aplicação dos betuminosos.

Um dos métodos de avaliação é o ensaio feito pelo Viscosímetro Saybolt –


Furol A viscosidade representa o tempo em segundos que 60 cm3 duma
amostra leva para passar através de um orifício padrão, devendo-se indicar
a temperatura de ensaio.

A finalidade deste ensaio é determinar o estado de fluidez dos asfaltos,


as temperaturas que se empregam durante a aplicação.

Ensaio de Ductilidade É uma propriedade relacionada a capacidade de


deformação sem fissuras. em que um corpo - de prova, em forma de
“gravata borboleta”, é tencionado de forma padronizada (5cm/s), medindo-
se quantos centímetros se estende antes de romper. Este ensaio é realizado
em um banho aquoso, com densidade próxima a do material a ser ensaiado,
visando a manutenção do nível do fio, que progressivamente, vai se
formando na região central do corpo de prova tencionado.

A ductilidade dum material betuminoso é medida pelo alongamento até a


rotura que uma proveta desse material suporta quando estirado a velocidade
e temperatura especificada. Para a realização deste ensaio temos que ter um
aparelho de nome Ductilímetro.
O betume asfáltico dúctil tem normalmente melhores propriedades
aglomerantes (de ligação) do que aqueles que falta esta propriedade.

Ponto de amolecimento -É uma temperatura de referência para preparo ou


utilização dos betuminosos. Em geral, se situa na faixa de 36º C a 62º C e
acompanha a progressão da dureza.

O ensaio é normalizado pela NBR 6560,

Método do anel e bola.- A amostra de betuminoso é fundida e moldada


em um anel padronizado e vazado. Sobre a amostra de betume moldada no
anel, uma bola de aço padronizada é assentada, e o conjunto é aquecido até
que a bola desça de nível e atinja uma placa de referência, pela deformação
do betuminoso contido no anel

O ponto de amolecimento dum betume asfáltico pelo método do anel e


bola é determinado pela temperatura a que uma proveta, submetido a um
aquecimento progressivo e sujeito ao peso de uma dada esfera de aço,
adquire uma consistência tal que se escoa através de um anel metálico
especificado e atinge uma determinada deformação. Este ensaio contribui
para estabelecer algumas medidas de segurança, na manipulação, nas obras
em que tenham de ser aquecidos.

Para se evitar perigos de incêndio é usual fixar-se que a temperatura de


aquecimento fique a 56º C do ponto de inflamação do material. Definimos
por ponto de inflamação de um material betuminoso - como sendo a
temperatura mínima a que uma proveta do material de pressão atmosférica,
liberta vapores em quantidade suficiente para que, ao serem inflamados
ardam instantaneamente. Definimos por ponto de combustão de um
material betuminoso – a temperatura mínima a que uma proveta de
material, à pressão atmosférica, liberta vapores em quantidade tal que uma
vez inflamados ardam durante 5 (cinco) segundos pelo menos.

Ponto de Fulgor É importante para o manuseio dos betuminosos, porque


logo acima do ponto de fulgor há o ponto de combustão e, portanto, o
perigo do material inflamar. No ponto de fulgor, os gases desprendidos do
material e adjacentes a superfície se inflamam, mesmo que seja
temporariamente. O método de medida do ponto de fulgor é normalizado
pela NBR 11341
(método de Cleveland), e se resume em passar uma chama sobre uma
amostra padrão, em intervalo de tempo definido, até haver lampejos
provocados pela inflamação dos vapores liberados pela amostra. É
importante saber-se esse ponto, uma vez que no manuseio dos materiais
betuminosos há o perigo do material inflamar. O ensaio característico é o
de método Cleveland.

Massa específica A massa específica dos betuminosos serve para avaliar a


sua uniformidade e o teor de impurezas.

Betume total -Medida muito usada em betuminosos para pavimentação,


inclusive para recomposição do traço de pavimentos. A solubilidade da
amostra original em bissulfeto ou tetracloreto de carbono (menos tóxico),
dá a quantidade de betume total existente no material. Através deste ensaio,
também é possível fazer uma identificação da composição do betume.

Destilação- Método empregada para qualificar a quantidade e os tipos de


resíduos contidos em betuminosos, assim como a rapidez relativa com que
esses resíduos são obtidos. O resíduo da destilação pode ainda ser
qualificado quanto a dureza, ductilidade e solubilidade em dissulfeto ou
tetracórdio de carbono, o que serve também para estimar as propriedades
dos betuminosos após a perda de voláteis e a sua oxidação natural em
serviço.

Resumo As principais propriedades tecnológicas dos materiais


betuminosos de interesse para a construção civil são:

• Dureza – é uma das propriedades mais importantes para a classificação


do Materiais Betuminosos. Se mede por ensaio da penetração. Se um
material é muito duro, terá pouca ductilidade e pode abrir fissuras sob
baixas temperaturas. Se um material é de pouca dureza escorrerá em clima
quente.

• Viscosidade – é a resistência oposta pelo fluido betuminoso à


formação sob acção de uma força. O ensaio padrão é de viscosímetro
Saybolt Furol.

Você também pode gostar