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01 – CIMENTO PROTLAND

Cimento, no sentido geral da palavra, pode ser descrito como um material com
propriedades adesivas e coesivas que o fazem capaz de unir fragmentos minerais na forma de
uma unidade compacta. Essa definição abrange uma grande variedade de materiais
cimentícios. Na área da construção civil, o significado do termo "cimento" é restrito a materiais
aglomerantes utilizados com pedras, areia, tijolos, blocos para alvenaria, etc. Os principais
constituintes desse tipo de cimento são compostos de calcário, de modo que, em engenharia
civil e construções, o interesse é o cimento à base de calcário. Visto que reagem quimicamente
com a água, os cimentos para a produção de concreto têm a propriedade de reagir e
endurecer sob a água, sendo, então, denominados cimentos hidráulicos. Os cimentos
hidráulicos são constituídos principalmente de silicatos e aluminatos de cálcio e podem ser
classificados, de maneira geral, como cimentos naturais, cimentos Portland e cimentos
aluminosos.

A utilização de materiais cimentícios é bastante antiga. Os antigos Egípcios utilizavam


gesso impuro. Os Gregos e os Romanos utilizavam calcário calcinado e, mais tarde,
aprenderam a adicionar areia e pedra fragmentada ou fragmentos de tijolos ou telhas ao
calcário e à água. Esse foi o primeiro concreto da história. A argamassa de cal não endurece
sob a água e, para construções submersas, os Romanos moíam a cal em conjunto com cinza
vulcânica ou telhas de barro cozido finamente moídas. A sílica e a alumina contidas na cinza e
os fragmentos de telha reagiam com a cal e produziam o que se tornou conhecido como
cimento pozolânico, devido ao nome da cidade de Pozzuoli, próxima ao monte Vesúvio, onde
as cinzas foram inicialmente encontradas. O nome "cimento pozolânico" é utilizado até hoje
para descrever cimentos obtidos pela simples moagem de materiais naturais em temperaturas
ambientes. Algumas estruturas em que a alvenaria foi assentada com argamassa, como o
Coliseu, em Roma, e a Pont du Gard, próxima a Nimes, e estruturas de concreto, como o
Panteão, em Roma, resistem até os dias atuais, com o material cimentício ainda firme. Nas
ruínas de Pompeia, a argamassa foi menos deteriorada pelo clima do que as rochas brandas.

O nome "cimento Portland", atribuído originalmente devido à semelhança em cor e


qualidade do cimento endurecido com a pedra de Portland (um calcário extraído em Dorset), é
utilizado até hoje, em todo o mundo, para descrever o cimento obtido pela queima, à
temperatura de clinquerização, de uma mistura íntima de materiais calcários e argilosos ou de
outros materiais que contenham sílica, alumina e óxidos de ferro e pela posterior moagem do
clínquer resultante. A definição de cimento Portland em várias normas segue esse princípio,
incluindo o sulfato de cálcio adicionado após a queima. Atualmente, outros materiais também
podem ser adicionados ou misturados.

Pega é o termo utilizado para descrever o enrijecimento da pasta de cimento, embora


a definição do enrijecimento da pasta que se considera como pega seja um tanto arbitrária.
Amplamente falando, a pega se refere à mudança de estado, de fluido para rígido. Ainda que
durante a pega a pasta ganhe alguma resistência, para efeitos práticos é importante distinguir
pega de endurecimento, já que este se refere ao ganho de resistência da pasta de cimento
após a pega. Os termos "início de pega" e "fim de pega" são utilizados para descrever estágios
arbitrariamente escolhidos da pega.

 PRINCIPAIS TIPOS DE CIMENTO PORTLAND


Existem no Brasil vários tipos de cimento portland, diferentes entre si, principalmente
em função de sua composição. Os principais tipos oferecidos no mercado, ou seja, os mais
empregados nas diversas obras de construção civil são:

• cimento portland comum;

• cimento portland composto;

• cimento portland de alto-forno;

• cimento portland pozolânico.

Em menor escala são consumidos, seja pela menor oferta, seja pelas características
especiais de aplicação os seguintes tipos de cimento:

• cimento portland de alta resistência inicial;

• cimento portland resistente aos sulfatos;

• cimento portland branco;

• cimento portland de baixo calor de hidratação;

• cimento para poços petrolíferos.

Todos os tipos de cimento mencionados são regidos por normas da ABNT.

NBR 5732, NBR 11578

2 – PROPRIEDADE DOS AGREGADOS

Como pelo menos 3/4 do volume do concreto é composto pelos agregados, não é
surpresa que sua qualidade seja de grande importância. Os agregados podem limitar a
resistência do concreto já que, se tiverem propriedades indesejáveis, não conseguem produzir
um concreto resistente, e suas propriedades afetam significativamente a durabilidade e o
desempenho estrutural do concreto. A princípio, os agregados eram tidos como materiais
inertes, dispersos na pasta de cimento, e eram utilizados principalmente por razões
econômicas. Entretanto, é possível adotar uma visão contrária e considerá-los um material de
construção ligado a um todo por meio da pasta de cimento, de modo semelhante à alvenaria.
Na realidade, os agregados não são verdadeiramente inertes, já que suas propriedades físicas,
térmicas e, algumas vezes, químicas influenciam o desempenho do concreto. Os agregados são
mais baratos do que o cimento, então é econômico utilizá-los na maior quantidade possível,
diminuindo, assim, a quantidade de cimento. A economia, entretanto, não é a única razão para
o uso dos agregados: eles proveem vantagens técnicas consideráveis ao concreto, que tem
maior estabilidade de volume e maior durabilidade do que a pasta de cimento hidratada.

As dimensões dos agregados utilizados em concreto variam desde dezenas de


milímetros até partículas com seção transversal menor do que um décimo de milímetro. A
dimensão máxima utilizada, na realidade, varia, mas, em qualquer mistura, são incorporadas
partículas de diferentes dimensões. A partir deste ponto, a distribuição das dimensões das
partículas será denominada granulometria. Para a produção de concretos de menor exigência
de qualidade, algumas vezes são utilizados agregados de jazidas que contêm toda uma
variação de dimensões, das maiores às menores, denominados bica corrida ou agregado total.
A alternativa sempre empregada para a produção de concretos de boa qualidade é a obtenção
de agregados separados em, pelo menos, dois grupos de dimensões. A separação principal é a
definida entre os agregados miúdos, frequentemente denominados areia, com dimensão
inferior a 4 mm, e os agregados graúdos, que compreendem o material com dimensão mínima
de 5mm.

Além da característica petrográfica do agregado, suas características externas, em


especial a forma e a textura superficial das partículas, são importantes. No entanto, devido à
dificuldade em descrever a forma de corpos tridimensionais, é conveniente definir algumas de
suas características geométricas. O arredondamento avalia a agudeza relativa ou a
angulosidade das arestas ou dos cantos de uma partícula. Ele é controlado principalmente
pelas resistências mecânica e à abrasão da rocha matriz e pelo desgaste ao qual a partícula foi
submetida. No caso do agregado britado, a forma da partícula depende não somente da
natureza da rocha matriz, mas também do tipo de britador e de sua taxa de redução, isto é, a
relação entre as dimensões do material carregado no britador e do material britado.

Todos esses tipos de agregados são regidos por norma ABNT

NBR 7211

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