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1. CONCEITOS
O concreto é um material constituído por aglomerante (cimento), água, agregado miúdo
(areia) e agregado graúdo (brita), e pode conter aditivos químicos e adições minerais. É obtido
a partir de uma minuciosa junção (traço) de materiais a fim de proporcionar a este, diversas
características desejadas, tanto no estado fresco quando no estado endurecido. No estado
fresco apresenta características como consistência, homogeneidade e trabalhabilidade já no
estado endurecido apresenta características como elevada resistência à compressão, baixa
resistência à tração, comportamento frágil para pequenas deformações.
Os agregados são materiais que aumentam o volume da mistura e reduzem seu custo
sem que a qualidade do material seja muito prejudicada. São responsáveis pelo aumento do
módulo de elasticidade do concreto. Dividem-se em dois grupos: Miúdos, com tamanho entre
0,075 mm e 4,8 mm (Areias) e Graúdos, com tamanhos superiores a 4,8 mm (Britas).
• Incorporadores de ar: aditivo usado em países com neve onde a água do concreto
congela dentro da mistura e cria cristais de gelo. Este ar incorporado incrementa a
trabalhabilidade do concreto e diminui a segregação e exsudação que é o
aparecimento de água na superfície após o concreto ter sido lançado e adensado.
Na produção do cimento temos como matéria prima: calcário, argila e combustível. Utiliza-
se um forno em torno de 1500 ºC de temperatura em um processo chamado de calcinação
que resulta na fabricação de CO2 e do clínquer. Para se fazer 1,0 ton de clínquer precisa-se
de 1,3 ton de matéria-prima. O clínquer moído dá origem ao cimento. Ao submeter o cimento
a hidratação ele endurecia imediatamente, logo foi adicionada a gipsita (gesso) ao cimento
para prorrogar o tempo de pega em até 3 horas. Com o passar do tempo passamos a introduzir
no cimento algumas adições minerais que quase sempre são resíduos de outras indústrias e
tem composição química parecida com a do cimento. As adições precisam ser solúveis para
que ocorra a reação com a água e formar o sólido. O cimento Portland no Brasil é composto
por: clínquer, gipsita, fíler calcário, escória de alto forno e pozolana.
a) Escória de alto forno – É um resíduo não metálico obtido a partir da produção de ferro
gusa. É um produto da fundição de minério para purificar metais. As escórias se
formam pela fusão das impurezas do minério de ferro, juntamente com calcário e as
cinzas do carvão mineral. Os cimentos com alto índice de escória são geralmente
cimentos lentos que reduzem o calor de hidratação da mistura. Como exemplo tem-
se no mercado os cimentos CPII-E e o CPIII. O cimento composto CPII-E tem na sua
composição 6% a 34% de escória granulada de alto forno. O cimento de alto forno CP
III tem na sua composição 35% a 70% de escória granulada de alto forno.
Suas várias possibilidades de uso fizeram deste cimento um dos mais escolhidos por
engenheiros em grandes construções, como prédios e condomínios, já que pode ser usado
em todas as fases da obra e em todos os serviços realizados. As principais aplicações
deste tipo de cimento são:
diferenciada, com moagem fina. Graças às suas características físicas, ele adquire
resistência mais rapidamente – secagem rápida – e é um modelo ótimo para a
fabricação de concreto. Esse cimento é muito usado em indústrias de artefatos de
cimento e pré-moldados (pavers, blocos, postes, manilhas, galerias, etc.), onde há
necessidade de desforma em poucos dias ou até em horas. Por ser mais reativo, gera
um excesso de calor de hidratação o que pode ser prejudicial em obras marítimas e
grandes blocos de concreto.
Escória de Fíler
Cimento Clínquer+Gesso Pozolana Classe
alto forno calcário
Comum CP I 100
Com adição CP I - S 95 - 99 1-5
CP II - E 56 - 94 6 - 34 0 - 10 25
Composto CP II - Z 76 - 94 6 - 14 0 - 10 32
CP II - F 90 - 94 0 - 10 40
Com escória
CP III 25 - 65 35 - 70
de alto forno
25
Pozolânico CP IV 45 - 85 15 - 50 0-5
32
Alta
resistência CP V 95 - 100
inicial (ARI)
O aço também possui boa resistência a compressão, sendo assim o mesmo pode
colaborar com o concreto em regiões comprimidas.
A ABNT NBR 6118:2014 (itens 3.1.2, 3.1.3 e 3.1.5) fornece algumas definições
importantes:
Armadura passiva: qualquer armadura que não seja usada para produzir forças de
protensão, isto é, que não seja previamente alongada.
fissura na região tracionada. Desse momento em diante os esforços de tração passam a ser
absorvidos pela armadura.
O concreto protege o aço contra corrosão. Apesar da fissuração quase sempre inevitável
em uma estrutura de concreto armado, a durabilidade das estruturas não fica prejudicada
desde que as aberturas de fissuras sejam limitadas e os cobrimentos das armaduras
respeitados. A fissura é uma abertura de pequena espessura no concreto. O aparecimento de
fissuras deve-se à baixa resistência do concreto à tração, sendo um fenômeno natural,
embora indesejável. A abertura das fissuras deve ser controlada, geralmente até 0,3 mm, a
fim de atender condições de funcionalidade, estética, durabilidade e impermeabilização.
Deve-se garantir que as fissuras apresentem aberturas menores que as aberturas limites
estabelecidas pela ABNT NBR 6118:2014. Dispondo-se barras de aço de pequeno diâmetro
e de maneira distribuída, as fissuras terão apenas características capilares, não levando ao
perigo de corrosão do aço. As fissuras surgem também devido ao fenômeno da retração no
concreto, que pode ser significativamente diminuída com uma cura cuidadosa nos primeiros
dias de idade do concreto, e com o uso de barras de aço dispostas próximas às superfícies
externas da peça, a chamada “armadura de pele”.
• Apresenta boa resistência à maioria das solicitações, desde que a estrutura seja
corretamente dimensionada;
• Tem boa trabalhabilidade, e por isso se adapta a várias formas, podendo, assim, ser
escolhida a mais conveniente do ponto de vista estrutural, dando maior liberdade ao
projetista;
• Permite obter estruturas monolíticas, onde existe aderência entre o concreto já
endurecido e o concreto lançado posteriormente, facilitando a transmissão de
esforços, onde todo o conjunto trabalha quando a peça é solicitada;
• As técnicas de execução são razoavelmente dominadas em todo o país, o que
ocasiona o baixo custo de mão-de-obra;
• É um material durável, desde que bem executado;
• Baixo custo dos materiais – água e agregados graúdos e miúdos;
• Apresenta bom comportamento em situações de incêndio, desde que adequadamente
projetado para essas situações;
• Possui resistência significativa a choques e vibrações, efeitos térmicos, atmosféricos
e a desgastes mecânicos.
• Retração e fluência;
• Resulta em elementos com grandes dimensões, o que acarreta um peso próprio
elevado, limitando seu uso em determinadas situações ou aumentado seu custo;
• As reformas e adaptações são de difícil execução;
• É necessário um sistema de fôrmas e escoramentos que precisam permanecer no
local até que o concreto alcance resistência adequada;
• Corrosão das armaduras.
a) Lajes: elementos planos que recebem ações perpendiculares ao seu plano tendo
o comportamento estrutural de uma placa.
b) Vigas: elementos em geral horizontais que delimitam as lajes, suportam
paredes e recebem ações das lajes ou de outras vigas e as transmitem para os
seus apoios.
c) Pilares: elementos em geral verticais que recebem as ações das vigas ou
Concreto Armado 1 | Prof. Esp. Emílio Augusto de Queiroz Velois
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Pilares alinhados e conectados por vigas formam os pórticos, estes tem a função de
resistir às ações do vento e às outras ações que atuam na estrutura, sendo o mais utilizado
sistema de contraventamento. Em edifícios esbeltos podemos ter outros tipos de sistemas de
contraventamento como pórticos treliçados, paredes estruturais e núcleos.
É importante ressaltar que para determinar a carga que a fundação irá transmitir ao solo
deve-se realizar o cálculo na seguinte sequência: lajes, vigas, pilares e fundações. Podemos
observar que o cálculo é efetuado na sequência inversa ao da construção.