Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Possuem massa volúmica superior a 2,5 t/m3, usados sobretudo para elementos protegidos contra
as radiações (aceleradores de partículas, reactores nucleares, produtos radioactivos, etc.). Para
obter estes betões recorre-se à substituição dos inertes correntes por outros mais densos, à base
de barita (sulfato de bário), magnetite (óxido de ferro), detritos de aço, etc. No seu fabrico há
que atender ao perigo de segregação e a eficácia da vibração. Os moldes terão que ser
obviamente mais robustos e estanques, levando a um betão mais caro que o comum.
2) Betão de Ar Controlado – é um tipo de betão que possui no seu interior uma grande
quantidade de bolhas de ar microscópicas, encerradas em células de 150 a 300 mícron
de diâmetro, cujo o volume total perfaz uma proporção de 3 a 5%. A retenção de ar
faz-se durante a amassadura com a adição de determinados produtos (resinas
sintéticas), sendo que, as bolhas de ar interrompem a circulação de água higroscópica,
tornando-o impermeável. Apresenta grande resistência à acção de gelo e degelos
sucessivos e às águas agressivas pelo que se emprega principalmente na construção de
barragem de montanha e estradas e aeródromos sujeitos a temperaturas muito baixas.
Ar – até 8% Cimento
– 7% a 15%
2.3.1 Cimento
O cimento é um dos protagonistas dentro da construção civil. Ele é utilizado basicamente para
quase tudo dentro de uma obra, e dominar as técnicas de seu manejo é fundamental para qualquer
profissional da área. Actualmente o cimento mais utilizado é o chamado cimento Portland,
inventado pelo britânico Joseph Aspdin em 1824.
Existem vários tipos de cimento produzido pelo nosso País, sendo os mais utilizados, o cimento
Portland (CE I), o cimento Portland composto (CE II), o cimento de alto-forno (CE III) e o
cimento pozolânico (CE IV). Todos estes cimentos devem satisfazer os requisites expressos na
NP 2064 que está harmonizada com a ENV 197- 1/1992 .
Classe de Resistência do Cimento
Os cimentos de classe de resistência mais elevada apresentam maior quantidade de silicatos
tricálcico e maior finura relativamente aos cimentos menos resistentes. Refira-se que esses
cimentos desenvolvem maiores resistências iniciais, embora exibam menor crescimento das
Instituto Industrial e Comercial de Nampula
Formador: Mariano Arnaldo Jacinto
resistências a longo prazo.
Tabela 2: Cimentos. Classes de resistência
52.5 20
52.5
52.5 R 30
Fonte: Applenton 2002
Armazenagem do cimento
O cimento pode ser recebido no estaleiro a granel ou ensacado. Quando o cimento é adquirido a
granel deverá ser depositado em silos apropriados para o efeito. Os silos devem ser estanques e
construídos de modo a impedir espaços mortos nos cantos. Deve-se também ter em conta a forma
de prevenção a evitar a condensação da humidade dentro do silo.
No caso de o cimento ter de ser conservado muito tempo dentro do silo, é conveniente circulálo
(descarregando-o na parte inferior e voltando a carrega-lo na parte superior).
Quando o cimento chega em sacos estes devem ser armazenados ao abrigo da humidade, não
assentando directamente sob o solo e deverão ser cobertos com materiais impermeáveis isto caso
não sejam guardados em armazéns. Não devem ser empilhados em alturas superiores a 1.5m a
2.0m isto para evitar a sua compactação e um principio de presa devido á pressão. Devem ser
tomadas medidas quanto ao seu armazenamento de modo a ser consumido, em primeiro lugar o
cimento mais antigo.
2.3.2 Inertes
Instituto Industrial e Comercial de Nampula
Formador: Mariano Arnaldo Jacinto
Os inertes ou agregados podem ser definidos como partículas de rochas com dimensões que
variam entre 0,1mm e 200mm, destinadas a serem dispersas pela pasta de cimento, constituindo o
seu volume 70 a 80 % do volume total de um betão.
A sua extracção das margens dos rios e das praias tem vindo a ser gradualmente mais difícil, em
consequência das directivas de protecção ambiental. Deste modo, a indústria de fabrico de inerte
ou britagem assume um papel fundamental na obtenção deste constituinte essencial do betão de
cimento utilizado na construção civil.
De acordo com o tipo de inerte que se pretende obter, assim, serão necessárias as seguintes
operações:
Na classificação segundo a dimensão das partículas, é designada por inerte grosso o que fica
retido no peneiro de 4.76 mm de espessura entre a malha, que pode ser godo se for de origem
sedimentar ou brita quando é partido artificialmente (moído). O inerte que passa no peneiro citado
anteriormente é designado por areia rolada quando natural de origem sedimentar, ou britada
(moída) quando obtida artificialmente.
As principais propriedades que os inertes devem possuir são de natureza geométrica, física e
química, das quais se destacam:
Forma adequada e dimensões proporcionadas, segundo determinadas regras;
Adequadas propriedades químicas, relativamente ao ligante e ás acções exteriores;
Adequada resistência mecânica;
Instituto Industrial e Comercial de Nampula
Formador: Mariano Arnaldo Jacinto
Ausência de matéria orgânica (que possa retardar ou eventualmente impedir parcialmente
a presa), sais minerais solúveis que possam provocar eflorescências, poeiras ou elementos
muito finos;
Reduzida percentagem de argila e não envolvimento do inerte pela argila, o que, a
verificar-se, poderá provocar um efeito plastificante ou retentor de água.
Os inertes não devem conter constituintes prejudiciais em quantidades tais que possam afectar a
durabilidade do betão ou provocar a corrosão das armaduras.
Os inertes constituídos por uma pré mistura da areia com o inerte grosso segregam com muita
facilidade, durante o transporte, ou durante o armazenamento. As propriedades dos inertes para o
betão e os requisitos a satisfazer são indicados na especificação LNEC 373
Armazenagem
O armazenamento dos inertes pode ser feito por meio de silos construídos para o efeito, ou mais
vulgarmente em baias ou pilhas. No seu armazenamento devem ter-se cuidados para evitar a
segregação, não permitir a contaminação com substâncias estranhas, evitar a rotura das partículas
de modo a não alterar a granulometria e uniformizar a humidade.
Devem ser construídas divisórias (de madeira, alvenaria, betão) entre os inertes de diferentes
classes de modo a evitar que se misturem. No caso de instalações fixas de betonarem ou de longa
duração, deverá ser executado previamente um massame de betão para evitar ter de se desprezar
cerca de 15 cm, ou mais, da altura do inerte que fica misturado com a terra, lama ou pó. Este
massame deve ser colocado de modo a drenar facilmente a água que eventualmente molhe o
inerte.
2.3.3 Água
As águas a utilizarem na amassadura do betão não deverão ter constituintes prejudiciais e em
quantidades tais que possam afectar a presa, o endurecimento e a durabilidade do betão. A água
potável das redes de abastecimento público é, em geral adequada ao fabrico do betão.
A dosagem efectiva de água inclui, para além da água de amassadura, a água presente na
superfície dos inertes, nos adjuvantes e nas adições. As propriedades da água de amassadura do
betão e os requisitos a satisfazer são indicados na especificação do RSA.
Instituto Industrial e Comercial de Nampula
Formador: Mariano Arnaldo Jacinto
Para que a água seja adequada ao fabrico do betão é necessário que não contenha matérias
prejudiciais. As águas potáveis e outras que não apresentem cheiro nem sabor podem ser
utilizadas no fabrico do betão.
Não devem ser utilizadas águas com pH inferior a 4 nem as que contenham óleos, gorduras,
hidratos de carbono e sais prejudiciais. Quando as águas apresentam resíduos em suspensão deve
limitar-se a sua utilização, dado que estas matérias prejudicam a ligação pasta de cimento -
agregados.
PH NP 411 4 4
Propriedades / funções
A água de amassadura influi nas propriedades do betão através das substâncias dissolvidas e
em suspensão. As substâncias dissolvidas podem afectar as resistências mecânicas e química
do betão e das armaduras, as substâncias em suspensão podem afectar a compacidade e
especialmente o crescimento cristalino dos produtos da hidratação do cimento. A água de
amassadura apresenta três funções essenciais:
Molhagem dos agregados - a quantidade de água necessária para esta função é variável
e depende essencialmente da dimensão dos agregados; quanto menor for a sua
dimensão, mais água necessitam devido à maior superfície específica por molhar;
Hidratação do cimento - consome aproximadamente 22% do total da água de
amassadura eé fundamental para alimentar as reacções químicas que ocorrem durante o
processo de presa e endurecimento do betão;
Controlo da trabalhabilidade do betão - quanto mais água houver para esta função,
mais trabalhável se torna o betão devido à diminuição do atrito interno entre os
agregados; por outro lado, origina uma diminuição da tensão de rotura, visto esta água
evaporar-se durante o processo de endurecimento do betão e no seu lugar ficarem
vazios.
2.3.4 Adjuvantes
Um adjuvante pode ser definido como uma substância utilizada numa percentagem inferior a 5%
da massa do cimento, adicionada durante a amassadura, aos restantes componentes normais das
argamassas ou betões, com o objectivo de modificar certas propriedades destes na fase fluida,
sólida ou durante o período de transição entre elas.
De acordo com as suas propriedades e efeito, os adjuvantes podem ser classificados como:
Redutores de água de amassadura – Plastificantes e Superplastificantes;
Introdutores de ar;
Retardadores de presa;
Instituto Industrial e Comercial de Nampula
Formador: Mariano Arnaldo Jacinto
Aceleradores de presa;
Redutores de permeabilidade (hidrófugos);
Inibidores de corrosão de armaduras;
Fungicidas;
Pigmentos;
Anticongelante;
Redução da capilaridade;
Aumento de coesão (floculantes ou espessantes).
Introdutores de ar
O betão endurecido apresenta invariavelmente vazios originados quer pelo ar introduzido na fase
de amassadura, que não foi expulso durante a vibração e compactação, quer da evaporação da
água da amassadura não necessária à hidratação do cimento (cerca de 30% da água presente na
amassadura).
Retardadores de presa
A utilização deste adjuvante permite atrasar o início de presa do betão, permitindo desta forma
uma melhor colocação do betão no molde, uma vez que se dispõe de mais tempo para a sua
compactação e vibração.
Os retardadores de presa permitem a realização de vastas extensões de betonagem com pequeno
número de juntas de betonagem. Estes produtos minimizam a aceleração do início de presa
Instituto Industrial e Comercial de Nampula
Formador: Mariano Arnaldo Jacinto
induzido por temperaturas elevadas. Estudos levados a cabo demonstram que quanto mais lento é
o processo de presa maior é a resistência do betão endurecido. Na verdade, uma velocidade lenta
de endurecimento permite a formação de cristais mais perfeitos que ocupam um volume de vazios
superior. Dependendo da quantidade utilizada, os retardadores de presa permitem aumentar o
tempo de inicio de presa normal 2 a 3 vezes.
Aceleradores de presa
Os aceleradores de presa permitem acelerar o início do processo de cura do betão e são
particularmente úteis nas obras onde a necessidade de obtenção de presa em pouco tempo é
prioritária.
Estes adjuvantes são particularmente úteis para colmatações de fissuras em reservatórios contendo
líquidos, na betonagem de estruturas subterrâneas, na reparação de estradas, pistas de aeródromos
e obras marítimas realizadas entre marés. A sua utilização nas estruturas de betão armado e betão
armado pré-esforçado é vulgar quando se pretende que a descofragem do betão seja efectuada
com poucas horas de cura. Quando pretende betonar com temperaturas ambiente inferiores a 5º C
devem ser utilizados aceleradores de presa de modo a compensar as dificuldades de início de
presa induzidas no betão pelas temperaturas baixas.
Redutores de permeabilidade (hidrófugos)
Nas obras em que o betão é utilizado como material impermeabilizante são utilizados adjuvantes
com vista a obter uma redução da sua permeabilidade.
Dependendo do tipo de aplicação, os redutores de permeabilidade podem ser designados como
hidrófugos de massa, quando adicionados ao betão na fase de amassadura, ou de superfície
quando aplicados sobre a superfície exterior da peça após endurecimento. Os hidrófugos de
superfície não constituem um adjuvante propriamente dito devido ao facto de não serem
adicionados durante a amassadura. Na verdade, estes adjuvantes materializamse através de
pinturas superficiais com produtos impermeabilizantes tais como asfaltos, betumes e resinas
sintéticas.
Os hidrófugos de massa são produtos químicos destinados a obturar rede de capilares, formada
pelos vazios do betão através da precipitação de sais. Deve-se salientar o facto de a eficácia destes
produtos estar directamente relacionada com a qualidade do betão.
Assim não é de esperar bons resultados quando o betão é poroso, pobre, mal doseado ou apresente
um número elevado de vazios.
Instituto Industrial e Comercial de Nampula
Formador: Mariano Arnaldo Jacinto
Fungicidas
São utilizados para impedir o crescimento de fungos, algas, líquenes, etc., no betão endurecido.
Algumas das substâncias utilizadas para este fim são tóxicas para os animais e tendem a ser
lavadas do betão, perdendo a sua eficácia.
Pigmentos
A utilização de pigmentos visa a obtenção de cores no betão que o cinzento do cimento devido à
presença de óxido de ferro. A cor branca é de difícil obtenção uma vez que é necessário excluir as
matérias-primas que incluam este elemento.
A obtenção de cada uma das restantes cores consegue-se através da adição de componentes
químicos apropriados. Refira-se, por exemplo, a cor preta que é obtida da adição de bióxido de
manganésio .
2.3.5 Adições
Definem-se adições como sendo materiais inorgânicos, finamente divididos, que podem ser
adicionadas ao betão (na amassadura), com a finalidade de lhe melhorar certas propriedades, ou
para lhe conferir propriedades especiais. As adições não devem conter constituintes prejudiciais
em quantidades tais que possam afectar a durabilidade do betão ou provocar a corrosão das
armaduras.
Existem dois tipos de adições: adições quase inertes (tipo I) e pozolanas ou adições hidráulicas
latentes (tipo II).
As adições mais correntes e a respectiva normalização associada são as cinzas volantes (NP
4243), as pozolanas (NP 4220), a escoria granulada de alto forno (LNEC E 375), o filler calcário
(LNEC E 376) e a sílica de fumo (LNEC E 377).
Instituto Industrial e Comercial de Nampula
Formador: Mariano Arnaldo Jacinto
Algumas das propriedades que se pretendem modificar com a introdução de adições são idênticas
às indicadas para os adjuvantes no ponto anterior.
1. Resistência à compressão
Figura 4: Relação entre a resistência medida em provetes prismáticos e a resistência medida emprovetes cúbicos
Instituto Industrial e Comercial de Nampula
Formador: Mariano Arnaldo Jacinto
Adoptou-se, assim, o conceito de resistência característica que é um valor estatístico que tem em
conta a média aritmética das tensões de rotura (fcm) obtidas nos ensaios dos provetes e o
coeficiente de variação () dos valores medidos. A resistência característica do betão (fck) é o valor
que apresenta 95% de probabilidade de ser excedido.
F o n t e : s c h r i s t o n 1 0 6
Admitindo uma distribuição normal, a resistência característica é dada pela seguinte expressão:
1 n 1 n f ci f cm
fcm = e n
n fci i=1
i=1
Instituto Industrial e Comercial de Nampula
Formador: Mariano Arnaldo Jacinto
Quanto maior for o coeficiente de variação, maior é o afastamento entre o valor médio e o valor
característico da resistência. Assim, existe toda a vantagem, sob o ponto de vista económico, em
fabricar e controlar o betão de forma eficiente.
2. Resistência à tracção
A resistência à tracção (fct) é uma característica importante do betão em fenómenos tais como a
fendilhação e a aderência das armaduras.
Tal como acontece com a resistência à compressão, a resistência à tracção depende do tipo de
ensaio. Esta característica mecânica pode ser medida directamente em provetes prismáticos
traccionados ou medida indirectamente por flexão de prismas ou compressão diametral de
cilindros.
O ensaio por tracção axial não é prático devido às dificuldades de execução associadas à
necessidade de aplicar uma força de tracção pura (sem excentricidade).
a) Tracção b) Flexão
A relação entre a resistência à tracção axial e a obtida por flexão e por compressão diametral
apresenta uma elevada variabilidade. No entanto, o Eurocódigo 2 apresenta um factor de
conversão da ordem de 0.9 para obter a resistência à tracção axial a partir do ensaio de
compressão diametral.
Quando o betão está sujeito a estados múltiplos de tensão a sua tensão de rotura é
significativamente afectada.
Para efeito de suas propriedades, o concreto deve então ser analisado nestas duas condições:
fresco e endurecido.
O Betão fresco é assim considerado até o momento em que tem início a pega do aglomerante.
O Betão endurecido é o material que se obtém pela mistura dos componentes, após o fim da
pega do aglomerante.
Para o betão fresco, as propriedades desejáveis são as que asseguram a obtenção de uma
mistura fácil de transportar, lançar e adensar, sem segregação. As principais propriedades do
concreto, quando fresco, são:
Consistência
Plasticidade
Poder de retenção de água
Trabalhabilidade
Consistência
Consistência é o maior ou menor grau de fluidez da mistura fresca, relacionando-se portanto,
com a mobilidade da massa. O principal factor que influi na consistência é, sem dúvida, o teor
água/materiais secos (A%).
Teor de água/materiais secos é, pois, a relação entre o peso da água e o peso dos materiais
secos multiplicada por 100.
Pag
A% Pc Pm x100
Plástico - quando a relação água/materiais secos é maior que 8 e menor que 11%;
Instituto Industrial e Comercial de Nampula
Formador: Mariano Arnaldo Jacinto
Fluido - quando a relação água/materiais secos é alta, entre 11 e 14%.
Um betão de consistência plástica pode oferecer, segundo o grau de sua mobilidade, maior ou
menor facilidade para ser moldado e deslizar entre os ferros da armadura, sem que ocorra
separação de seus componentes. São os mais usados nas obras em geral.
Plasticidade
Plasticidade é a propriedade do concreto fresco identificada pela facilidade com que este é
moldado sem se romper. Depende fundamentalmente da consistência e do grau de coesão entre
os componentes do concreto. Quando não há coesão os elementos se separam, isto é, ocorre a
segregação.
Segregação é a separação dos grãos do agregado da pasta de cimento. Pode ocorrer durante o
transporte, durante o lançamento - em consequência de movimentos bruscos -, durante o
adensamento - por vibração excessiva -, ou pela acção da gravidade, quando os grãos graúdos,
mais pesados do que os demais, tendem a assentar no fundo das formas.
À medida que as paredes das formas vão-se aproximando e a armadura se torna mais densa,
maior deve ser o grau de plasticidade da mistura, a fim de evitar o perigo de que apareçam
vazios na peça depois de betonadas. Neste caso seria altamente desfavorável obter a
consistência desejada aumentando-se simplesmente a quantidade de água, pois essa prática
diminuiria significativamente a resistência do Betão, a qual para ser compensada exigiria o
emprego de mais cimento.
Quanto às dimensões dos agregados, observa-se que os miúdos exercem influência
preponderante sobre a plasticidade do concreto, por possuírem elevada área específica. Dessa
forma, qualquer alteração do seu teor na mistura provocará modificações significativas no
consumo de água e, consequentemente, no de cimento. Como o cimento é o material de custo
mais elevado na mistura, qualquer alteração no consumo de areia incide directamente no custo
do Betão.
A forma e a textura superficial das partículas da areia têm grande influência na plasticidade do
betão. Esta será prejudicada na medida em que mais angulosas, rugosas ou alongadas forem as
Instituto Industrial e Comercial de Nampula
Formador: Mariano Arnaldo Jacinto
partículas de areia.
As areias mais finas requerem mais água, por terem maiores áreas específicas. Por sua vez, pelo
fato de serem mais finas, o teor de areia requerido pelo betão de igual plasticidade será menor,
compensando dessa maneira o efeito negativo da finura da areia.
As areias muito grossas, quando utilizadas em betão cuja dimensão máxima do agregado é
pequena (9,5 mm), resultam em misturas muito ásperas e pouco coesivas, devido ao fenómeno
de interferência entre partículas. Quantidades excessivas de areia aumentam demasiadamente a
coesão da mistura e dificultam o lançamento e adensamento do betão nas formas, além de
também aumentarem o consumo de cimento e, consequentemente, o custo final do concreto
produzido. Quanto maior for o consumo de areia, maior será o consumo de cimento, pelo facto
de que a pasta é o agente lubrificante entre as partículas de areia.
Cumpre, porém, ressaltar que agregados provenientes de britagem, e que portanto possuem
forma cúbica e textura superficial rugosa, apresentam maior área específica e requerem, por
esta razão, maior quantidade de água de amassamento. As arestas vivas destes grãos provocam,
ainda, maior atrito entre eles, aumentando, em consequência, o consumo de água e cimento da
mistura.
Agregados com maiores dimensões máximas características requerem menor teor de areia para
determinada plasticidade e, portanto, menor consumo de água. Por conseguinte, pode-se
explicar a diminuição da área específica do agregado graúdo, que requer menos pasta para
cobrir seus grãos e manter sua capacidade lubrificante entre as partículas do agregado graúdo.
Isso leva a crer na vantagem da adopção da maior dimensão máxima característica, que
possibilitaria maior economia de cimento, embora para dmáx > 38 mm a perda de resistência
do concreto devido à menor área de aderência entre a pasta e o agregado inviabilizasse essa
vantagem. Misturas contendo quantidades excessivas de agregados graúdos resultam em
massas de betão fresco com baixa coesão e mobilidade, exigindo grande esforço no seu
lançamento e adensamento.
Além disso, o concreto pode estar sujeito à desintegração em virtude da percolação da água.
Esse fenómeno acontece quando no processo de lançamento do concreto nas formas a parte
sólida não é capaz de reter a água de amassamento. Ocorre geralmente em concretos com
pequena percentagem de finos, que são o material que passa pela peneira com abertura de
malha igual a 0,15 mm.
Trabalhabilidade
É a propriedade do concreto fresco identificada pela maior ou menor facilidade de seu emprego
para atender a determinado fim. O betão é trabalhável quando no estado fresco apresenta
consistência e dimensões máximas dos agregados apropriadas ao tipo de obra a que se destina,
no que respeita às dimensões das peças, ao afastamento e à distribuição das barras das
armaduras, bem como aos métodos de transporte, lançamento e adensamento que serão
adoptados.
Resistência
Durabilidade
Impermeabilidade
Aparência
.
Resistência Mecânica
O processo de endurecimento dos betão à base de cimento Portland é muito longo, podendo
levar mais de dois anos para completar-se. Com a idade o concreto endurecido vai
aumentando a resistência a esforços mecânicos. Aos 28 dias de idade já adquiriu cerca de 75 a
90% de sua resistência total. É na resistência mecânica apresentada pelo betão endurecido 28
dias após a sua execução que se baseia o cálculo dos elementos de betonagem.
Instituto Industrial e Comercial de Nampula
Formador: Mariano Arnaldo Jacinto
A propriedade que os produtos da reacção do ligante com a água têm de endurecer, confere à
mistura uma coesão e resistência que lhe permite servir como material de construção.
10) Incombustibilidade;