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Instituto Industrial e Comercial de Nampula

Formador: Mariano Arnaldo Jacinto


2.2 Tipos de betões
Os betões podem ser classificados de acordo com o tipo de ligante utilizado na sua confecção
(cimento, betume, resina, etc.) ou com a sua massa volúmica (dependendo do tipo de inerte
incorporado, visto que este constituinte ocupa cerca de 80% do volume do betão).
Os tipos mais comuns são:
I. Betões Leves

Usados na pré-fabricação ou como material de enchimento, devido as suaspropriedades


essenciais:
 Leveza ( até 1,8 t/m3);

 Bom isolamento térmico;

 Facilidade de serem trabalhados após o endurecimento(menor resistência


mecânica que os betões tradicionais).
Exemplos:

1) Betões de argila expandida – são obtidos através da incorporação de grânulos


arredondados de argila cozida a altas temperaturas (1100ºC). Estes betões apresentam
uma massa volúmica entre 600 e 1000 Kg/m3.
2) Betão celular autoclavado – é constituído por uma massa fluida homogeneizada de cal
gorda, cimento portland, areia siliciosa, pó de alumínio e água, que devido à reacção
entre a cal e o alumínio, provoca a libertação de bolhas de hidrogénio aumentando de
volume e adquirindo estrutura celular, com bolhas ou células esféricas de diâmetro
variando entre 0,1 e 0,3 mm que não comunicam entre si. O tratamento em autoclave
(12 horas sujeito a um regime especial de pressão e temperatura) confere-lhe dureza,
resistência e estabilidade dimensional, conduzindo à uma massa volúmica entre 300 e
1200 Kg/m3.

3) Betão de escória de alto-forno – é constituído por um granulado inerte de escória do


alto-forno, arrefecida, de forma a obter uma estrutura esponjosa, com massa volúmica
entre 500 e 900 Kg/m3.
4) Betão sem finos – é um betão sem areias, com aspecto cavernoso, nos quais se
utilizam apenas agregados grossos (Ø 10 a 30 mm) e pasta de cimento. Não têm
fissuração e são pouco higroscópicos (ou seja, são permeáveis) devendo ser
convenientemente revestidos. Têm em média 1400 a 1600 Kg/m3 e 50% da resistência
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do betão corrente.

II. Betões Pesados

Possuem massa volúmica superior a 2,5 t/m3, usados sobretudo para elementos protegidos contra
as radiações (aceleradores de partículas, reactores nucleares, produtos radioactivos, etc.). Para
obter estes betões recorre-se à substituição dos inertes correntes por outros mais densos, à base
de barita (sulfato de bário), magnetite (óxido de ferro), detritos de aço, etc. No seu fabrico há
que atender ao perigo de segregação e a eficácia da vibração. Os moldes terão que ser
obviamente mais robustos e estanques, levando a um betão mais caro que o comum.

III. Betões Especiais


Exemplos:
1) Betão Ciclópico – usa-se principalmente em grandes maciços, como sejam fundações
de grande volume, não só por razões de ordem económica, como também para reduzir
ao mínimo o aumento de temperatura resultante da hidratação do cimento. Este betão
consiste na adição de pedras de grandes dimensões, arrumadas à mão numa proporção
da ordem dos 30 a 40% do volume de betão, de modo que o intervalo possa ser
preenchido por betão corrente.

2) Betão de Ar Controlado – é um tipo de betão que possui no seu interior uma grande
quantidade de bolhas de ar microscópicas, encerradas em células de 150 a 300 mícron
de diâmetro, cujo o volume total perfaz uma proporção de 3 a 5%. A retenção de ar
faz-se durante a amassadura com a adição de determinados produtos (resinas
sintéticas), sendo que, as bolhas de ar interrompem a circulação de água higroscópica,
tornando-o impermeável. Apresenta grande resistência à acção de gelo e degelos
sucessivos e às águas agressivas pelo que se emprega principalmente na construção de
barragem de montanha e estradas e aeródromos sujeitos a temperaturas muito baixas.

2.3 Constituintes do betão


O betão é praticamente a mistura de dois componentes: agregados e pasta. A pasta,
composta por Cimento Portland e água, liga os agregados (geralmente areia e cascalho ou
brita), formando uma massa pétrea à medida que a pasta seca e endurece, devido à reação
química que ocorre entre o cimento e a água. Podem ainda ser adicionados à pasta
materiais cimentícios suplementares (denominados adições) e adjuvantes. A mistura pode
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ter ar retido ou adicionado propositadamente. Esta pasta constitui cerca de 25% a 40% do
volume total do betão. A nível dos constituintes do betão individualmente, estes
apresentam percentagens na ordem dos 7% a 15% de cimento, 60% a 75% de agregados
(finos e grossos), 14% a 21% de água e até 8% de ar, como indicado na figura 4.1. Em
caso de utilização de adjuvantes, estes devem perfazer uma percentagem inferior a 5% da
massa de cimento.

Figura 3: composicao do s materiais do betao

Ar – até 8% Cimento
– 7% a 15%

Agregados – 60% a 75% (finos e


grossos)

Água – 14% a 21%

Fonte: wikipedia - 2021

2.3.1 Cimento
O cimento é um dos protagonistas dentro da construção civil. Ele é utilizado basicamente para
quase tudo dentro de uma obra, e dominar as técnicas de seu manejo é fundamental para qualquer
profissional da área. Actualmente o cimento mais utilizado é o chamado cimento Portland,
inventado pelo britânico Joseph Aspdin em 1824.

Existem vários tipos de cimento produzido pelo nosso País, sendo os mais utilizados, o cimento
Portland (CE I), o cimento Portland composto (CE II), o cimento de alto-forno (CE III) e o
cimento pozolânico (CE IV). Todos estes cimentos devem satisfazer os requisites expressos na
NP 2064 que está harmonizada com a ENV 197- 1/1992 .
Classe de Resistência do Cimento
Os cimentos de classe de resistência mais elevada apresentam maior quantidade de silicatos
tricálcico e maior finura relativamente aos cimentos menos resistentes. Refira-se que esses
cimentos desenvolvem maiores resistências iniciais, embora exibam menor crescimento das
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resistências a longo prazo.
Tabela 2: Cimentos. Classes de resistência

Resistência à compressão (MPa)


Resistência aos Resistência de
Classes primeiros dias Referência

2 Dias 7 Dias 28 Dias


 32.5
32.5   16 e
 52.5
32.5 R  10 
 42.5
42.5  10  e
 62.5
42.5 R  20 

52.5  20 
 52.5
52.5 R  30 
Fonte: Applenton 2002

Armazenagem do cimento
O cimento pode ser recebido no estaleiro a granel ou ensacado. Quando o cimento é adquirido a
granel deverá ser depositado em silos apropriados para o efeito. Os silos devem ser estanques e
construídos de modo a impedir espaços mortos nos cantos. Deve-se também ter em conta a forma
de prevenção a evitar a condensação da humidade dentro do silo.

No caso de o cimento ter de ser conservado muito tempo dentro do silo, é conveniente circulálo
(descarregando-o na parte inferior e voltando a carrega-lo na parte superior).

Quando o cimento chega em sacos estes devem ser armazenados ao abrigo da humidade, não
assentando directamente sob o solo e deverão ser cobertos com materiais impermeáveis isto caso
não sejam guardados em armazéns. Não devem ser empilhados em alturas superiores a 1.5m a
2.0m isto para evitar a sua compactação e um principio de presa devido á pressão. Devem ser
tomadas medidas quanto ao seu armazenamento de modo a ser consumido, em primeiro lugar o
cimento mais antigo.

2.3.2 Inertes
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Os inertes ou agregados podem ser definidos como partículas de rochas com dimensões que
variam entre 0,1mm e 200mm, destinadas a serem dispersas pela pasta de cimento, constituindo o
seu volume 70 a 80 % do volume total de um betão.
A sua extracção das margens dos rios e das praias tem vindo a ser gradualmente mais difícil, em
consequência das directivas de protecção ambiental. Deste modo, a indústria de fabrico de inerte
ou britagem assume um papel fundamental na obtenção deste constituinte essencial do betão de
cimento utilizado na construção civil.
De acordo com o tipo de inerte que se pretende obter, assim, serão necessárias as seguintes
operações:

 Fragmentação primária (Desmonte);


 Taqueio (Obtenção de blocos menores);
 Fragmentação secundária (gravilhas e britas);
 Moagem (Areias);
 Pulverização (Filler).

Os inertes podem classificar-se de acordo com vários critérios:


 Natureza petrográfica;
 Baridade;
 Modo de obtenção;
 Dimensão das partículas.

Na classificação segundo a dimensão das partículas, é designada por inerte grosso o que fica
retido no peneiro de 4.76 mm de espessura entre a malha, que pode ser godo se for de origem
sedimentar ou brita quando é partido artificialmente (moído). O inerte que passa no peneiro citado
anteriormente é designado por areia rolada quando natural de origem sedimentar, ou britada
(moída) quando obtida artificialmente.

As principais propriedades que os inertes devem possuir são de natureza geométrica, física e
química, das quais se destacam:
 Forma adequada e dimensões proporcionadas, segundo determinadas regras;
 Adequadas propriedades químicas, relativamente ao ligante e ás acções exteriores;
 Adequada resistência mecânica;
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 Ausência de matéria orgânica (que possa retardar ou eventualmente impedir parcialmente
a presa), sais minerais solúveis que possam provocar eflorescências, poeiras ou elementos
muito finos;
 Reduzida percentagem de argila e não envolvimento do inerte pela argila, o que, a
verificar-se, poderá provocar um efeito plastificante ou retentor de água.

Os inertes não devem conter constituintes prejudiciais em quantidades tais que possam afectar a
durabilidade do betão ou provocar a corrosão das armaduras.
Os inertes constituídos por uma pré mistura da areia com o inerte grosso segregam com muita
facilidade, durante o transporte, ou durante o armazenamento. As propriedades dos inertes para o
betão e os requisitos a satisfazer são indicados na especificação LNEC 373

Armazenagem
O armazenamento dos inertes pode ser feito por meio de silos construídos para o efeito, ou mais
vulgarmente em baias ou pilhas. No seu armazenamento devem ter-se cuidados para evitar a
segregação, não permitir a contaminação com substâncias estranhas, evitar a rotura das partículas
de modo a não alterar a granulometria e uniformizar a humidade.

Devem ser construídas divisórias (de madeira, alvenaria, betão) entre os inertes de diferentes
classes de modo a evitar que se misturem. No caso de instalações fixas de betonarem ou de longa
duração, deverá ser executado previamente um massame de betão para evitar ter de se desprezar
cerca de 15 cm, ou mais, da altura do inerte que fica misturado com a terra, lama ou pó. Este
massame deve ser colocado de modo a drenar facilmente a água que eventualmente molhe o
inerte.

2.3.3 Água
As águas a utilizarem na amassadura do betão não deverão ter constituintes prejudiciais e em
quantidades tais que possam afectar a presa, o endurecimento e a durabilidade do betão. A água
potável das redes de abastecimento público é, em geral adequada ao fabrico do betão.

A dosagem efectiva de água inclui, para além da água de amassadura, a água presente na
superfície dos inertes, nos adjuvantes e nas adições. As propriedades da água de amassadura do
betão e os requisitos a satisfazer são indicados na especificação do RSA.
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A água de amassadura desempenha dois papéis importantes na massa fresca e na fase de


endurecimento do betão. No betão fresco, a água confere à massa a trabalhabilidade adequada
para permitir uma boa colocação e compactação. Na fase de endurecimento a água participa nas
reacções de hidratação do cimento que conferem a resistência necessária ao betão.
Todavia, deve-se limitar ao mínimo a quantidade de água utilizada no fabrico de betão, pois a
água em excesso evapora-se criando no betão uma rede de poros capilares que prejudicam a sua
resistência e durabilidade. Assim, a quantidade de água a utilizar deverá ser a indispensável para
se obter a trabalhabilidade pretendida. Refira-se que com o desenvolvimento dos adjuvantes
plastificantes com elevado desempenho é actualmente possível utilizar quantidades muito
pequenas de água no fabrico do betão sem prejudicar a trabalhabilidade.

Para que a água seja adequada ao fabrico do betão é necessário que não contenha matérias
prejudiciais. As águas potáveis e outras que não apresentem cheiro nem sabor podem ser
utilizadas no fabrico do betão.

Não devem ser utilizadas águas com pH inferior a 4 nem as que contenham óleos, gorduras,
hidratos de carbono e sais prejudiciais. Quando as águas apresentam resíduos em suspensão deve
limitar-se a sua utilização, dado que estas matérias prejudicam a ligação pasta de cimento -
agregados.

Tabela 3: Características das águas para amassadura de betões


Documento Valor a satisfazer
Característica
normativo Betão armado e
Betão simples betão pré-esforçado

PH NP 411 4 4

Resíduo dissolvido (g/dm3) E 380  35  10

Resíduo em suspensão (g/dm3) E 380 5 2

CQO (1) (mg/dm3) NP 1414  500  500

Teor de cloretos (mg/dm3) NP 423  4500  600

Teor de sulfatos (mg/dm3) NP 413  2000  2000

Teor de ortofosfatos (mg/dm3) E 379  100  100

Teor de nitratos (mg/dm3) E 382  500  500


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3
Teor de sulfuretos (mg/dm ) NP 1417  100  100

Teores de sódio e de potássio (mg/dm3) E 381  1000  1000


Fonte: Appletton 2019

Propriedades / funções

A água de amassadura influi nas propriedades do betão através das substâncias dissolvidas e
em suspensão. As substâncias dissolvidas podem afectar as resistências mecânicas e química
do betão e das armaduras, as substâncias em suspensão podem afectar a compacidade e
especialmente o crescimento cristalino dos produtos da hidratação do cimento. A água de
amassadura apresenta três funções essenciais:

 Molhagem dos agregados - a quantidade de água necessária para esta função é variável
e depende essencialmente da dimensão dos agregados; quanto menor for a sua
dimensão, mais água necessitam devido à maior superfície específica por molhar;
 Hidratação do cimento - consome aproximadamente 22% do total da água de
amassadura eé fundamental para alimentar as reacções químicas que ocorrem durante o
processo de presa e endurecimento do betão;
 Controlo da trabalhabilidade do betão - quanto mais água houver para esta função,
mais trabalhável se torna o betão devido à diminuição do atrito interno entre os
agregados; por outro lado, origina uma diminuição da tensão de rotura, visto esta água
evaporar-se durante o processo de endurecimento do betão e no seu lugar ficarem
vazios.

2.3.4 Adjuvantes
Um adjuvante pode ser definido como uma substância utilizada numa percentagem inferior a 5%
da massa do cimento, adicionada durante a amassadura, aos restantes componentes normais das
argamassas ou betões, com o objectivo de modificar certas propriedades destes na fase fluida,
sólida ou durante o período de transição entre elas.

De acordo com as suas propriedades e efeito, os adjuvantes podem ser classificados como:
 Redutores de água de amassadura – Plastificantes e Superplastificantes;
 Introdutores de ar;
 Retardadores de presa;
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 Aceleradores de presa;
 Redutores de permeabilidade (hidrófugos);
 Inibidores de corrosão de armaduras;
 Fungicidas;
 Pigmentos;
 Anticongelante;
 Redução da capilaridade;
 Aumento de coesão (floculantes ou espessantes).

Redutores de água de amassadura


Este tipo de aditivos, vulgarmente designados por plastificantes, destina-se à obtenção de uma
maior trabalhabilidade do betão durante a fase de amassadura e colocação no molde sem a
necessidade da adição de quantidades suplementares de água. Para além de conduzir a uma maior
fluidez da massa de betão, os plastificantes permitem ainda a redução da dosagem de cimento da
mistura sem alterar a tensão de rotura do betão endurecido.

Outra característica importante destes aditivos é a diminuição da permeabilidade do betão


após cura. Deve-se também referir que os superplastificantes, para além de reunirem as
características atrás mencionadas para os plastificantes, permitem alcançar valores mais elevados
da redução da relação água cimento (20 a 30%), mantendo a trabalhabilidade sem prejudicar o
processo de hidratação e diminuindo os efeitos da retracção.

Introdutores de ar
O betão endurecido apresenta invariavelmente vazios originados quer pelo ar introduzido na fase
de amassadura, que não foi expulso durante a vibração e compactação, quer da evaporação da
água da amassadura não necessária à hidratação do cimento (cerca de 30% da água presente na
amassadura).

Retardadores de presa
A utilização deste adjuvante permite atrasar o início de presa do betão, permitindo desta forma
uma melhor colocação do betão no molde, uma vez que se dispõe de mais tempo para a sua
compactação e vibração.
Os retardadores de presa permitem a realização de vastas extensões de betonagem com pequeno
número de juntas de betonagem. Estes produtos minimizam a aceleração do início de presa
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induzido por temperaturas elevadas. Estudos levados a cabo demonstram que quanto mais lento é
o processo de presa maior é a resistência do betão endurecido. Na verdade, uma velocidade lenta
de endurecimento permite a formação de cristais mais perfeitos que ocupam um volume de vazios
superior. Dependendo da quantidade utilizada, os retardadores de presa permitem aumentar o
tempo de inicio de presa normal 2 a 3 vezes.

Aceleradores de presa
Os aceleradores de presa permitem acelerar o início do processo de cura do betão e são
particularmente úteis nas obras onde a necessidade de obtenção de presa em pouco tempo é
prioritária.

Estes adjuvantes são particularmente úteis para colmatações de fissuras em reservatórios contendo
líquidos, na betonagem de estruturas subterrâneas, na reparação de estradas, pistas de aeródromos
e obras marítimas realizadas entre marés. A sua utilização nas estruturas de betão armado e betão
armado pré-esforçado é vulgar quando se pretende que a descofragem do betão seja efectuada
com poucas horas de cura. Quando pretende betonar com temperaturas ambiente inferiores a 5º C
devem ser utilizados aceleradores de presa de modo a compensar as dificuldades de início de
presa induzidas no betão pelas temperaturas baixas.
Redutores de permeabilidade (hidrófugos)
Nas obras em que o betão é utilizado como material impermeabilizante são utilizados adjuvantes
com vista a obter uma redução da sua permeabilidade.
Dependendo do tipo de aplicação, os redutores de permeabilidade podem ser designados como
hidrófugos de massa, quando adicionados ao betão na fase de amassadura, ou de superfície
quando aplicados sobre a superfície exterior da peça após endurecimento. Os hidrófugos de
superfície não constituem um adjuvante propriamente dito devido ao facto de não serem
adicionados durante a amassadura. Na verdade, estes adjuvantes materializamse através de
pinturas superficiais com produtos impermeabilizantes tais como asfaltos, betumes e resinas
sintéticas.
Os hidrófugos de massa são produtos químicos destinados a obturar rede de capilares, formada
pelos vazios do betão através da precipitação de sais. Deve-se salientar o facto de a eficácia destes
produtos estar directamente relacionada com a qualidade do betão.

Assim não é de esperar bons resultados quando o betão é poroso, pobre, mal doseado ou apresente
um número elevado de vazios.
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Inibidores de corrosão das armaduras


Embora com uma eficácia dependente de diversos factores, estes adjuvantes permitem obter uma
maior longevidade das armaduras, uma vez que tendem a contrariar os riscos de corrosão pelo ião
cloro. Apresentam uma desvantagem séria que se prende com o facto de a sua utilização em
quantidades que protejam de facto a armadura da corrosão conduzir a uma séria diminuição da
resistência mecânica do betão após endurecimento.

Fungicidas
São utilizados para impedir o crescimento de fungos, algas, líquenes, etc., no betão endurecido.
Algumas das substâncias utilizadas para este fim são tóxicas para os animais e tendem a ser
lavadas do betão, perdendo a sua eficácia.

Pigmentos
A utilização de pigmentos visa a obtenção de cores no betão que o cinzento do cimento devido à
presença de óxido de ferro. A cor branca é de difícil obtenção uma vez que é necessário excluir as
matérias-primas que incluam este elemento.
A obtenção de cada uma das restantes cores consegue-se através da adição de componentes
químicos apropriados. Refira-se, por exemplo, a cor preta que é obtida da adição de bióxido de
manganésio .

2.3.5 Adições
Definem-se adições como sendo materiais inorgânicos, finamente divididos, que podem ser
adicionadas ao betão (na amassadura), com a finalidade de lhe melhorar certas propriedades, ou
para lhe conferir propriedades especiais. As adições não devem conter constituintes prejudiciais
em quantidades tais que possam afectar a durabilidade do betão ou provocar a corrosão das
armaduras.

Existem dois tipos de adições: adições quase inertes (tipo I) e pozolanas ou adições hidráulicas
latentes (tipo II).

As adições mais correntes e a respectiva normalização associada são as cinzas volantes (NP
4243), as pozolanas (NP 4220), a escoria granulada de alto forno (LNEC E 375), o filler calcário
(LNEC E 376) e a sílica de fumo (LNEC E 377).
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Algumas das propriedades que se pretendem modificar com a introdução de adições são idênticas
às indicadas para os adjuvantes no ponto anterior.

2.4 Características do betão

1. Resistência à compressão

A resistência à compressão é a característica mecânica mais importante do betão, pois nas


estruturas a função deste material é essencialmente resistir às tensões de compressão
enquanto as armaduras têm a função de resistir às tensões de tracção.

A resistência à compressão é determinada em provetes submetidos a uma solicitação axial


num ensaio de curta duração, isto é, com uma velocidade de carregamento elevada. Dado
que a forma dos provetes, a velocidade de carregamento e outros factores tais como a idade
do betão e as condições de cura têm uma influência significativa na resistência medida, os
métodos de ensaio são normalizados.

Os provetes geralmente utilizados para determinar a resistência à compressão do betão têm a


forma cúbica ou prismática, sendo, entre estes últimos, os cilindros com altura dupla do diâmetro
os mais usuais. Na figura abaixo, está indicada a relação entre a resistência medida em prismas e
em cubos, verificando-se que a resistência do betão diminui com o aumento da esbelteza dos
provetes

Figura 4: Relação entre a resistência medida em provetes prismáticos e a resistência medida emprovetes cúbicos
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Fonte: Antonio Costa & Julio Appleton (2002)

A resistência medida em prismas é mais próxima da resistência do betão nos elementos


estruturais.

A norma NP EN 206-1 estabelece que a resistência à compressão deve ser determinada em


provetes cúbicos de 150mm ou provetes cilíndricos de 150/300mm. A resistência cilíndrica é da
ordem de 0.80 da resistência cúbica. Esta diferença é originada pelo atrito entre as faces dos
provetes e os pratos das prensas que impedem a deformação transversal do betão conduzindo a
maiores valores da resistência. Este fenómeno é mais significativo nos provetes com menor
esbelteza.
Uma vez que o endurecimento do betão se processa ao longo do tempo, a resistência à
compressão, tal como as outras características deste material, evolui também no tempo. Como
para efeito de dimensionamento das estruturas se considera a resistência do betão aos 28 dias,
estabeleceu-se esta idade para caracterizar esta propriedade.

Assim, a resistência à compressão é determinada sobre moldes cilíndricos ou cúbicos, mantidos


em condições saturadas, aos 28 dias de idade.

A resistência do betão apresenta uma variabilidade significativa resultante quer da própria


heterogeneidade do material, quer das condições de fabrico (controlo de qualidade). Desta
forma, a resistência não pode ser caracterizada apenas pelo valor médio dos resultados obtidos
de ensaios de um determinado número de provetes. É necessário também ter em conta a
dispersão dos valores.

Adoptou-se, assim, o conceito de resistência característica que é um valor estatístico que tem em
conta a média aritmética das tensões de rotura (fcm) obtidas nos ensaios dos provetes e o
coeficiente de variação () dos valores medidos. A resistência característica do betão (fck) é o valor
que apresenta 95% de probabilidade de ser excedido.

Figura 5 : Valor característico da resistência (fck)


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F o n t e : s c h r i s t o n 1 0 6

Admitindo uma distribuição normal, a resistência característica é dada pela seguinte expressão:

fck = (1 – 1.64 ) fcm


em que

1 n 1 n f ci  f cm 
fcm = e  n  
n  fci i=1 
i=1
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O coeficiente de variação é determinado essencialmente pela qualidade dos meios


empregues para fabricar o betão que influenciam a precisão com que é efectuada a dosagem
dos seus componentes, pela organização do estaleiro e ainda pelo controlo exercido sobre o
fabrico.

Como valores de referência podem considerar-se os seguintes:

 Condições de execução médias - = 0.20 a 0.25;


 Condições de execução boas -  = 0.15 a 0.20;
 Condições de execução muito boas -  = 0.10 a 0.15.

Um coeficiente de variação superior a 0.25 não é admissível na execução de estruturas de


betão armado.

Quanto maior for o coeficiente de variação, maior é o afastamento entre o valor médio e o valor
característico da resistência. Assim, existe toda a vantagem, sob o ponto de vista económico, em
fabricar e controlar o betão de forma eficiente.

2. Resistência à tracção

A resistência à tracção (fct) é uma característica importante do betão em fenómenos tais como a
fendilhação e a aderência das armaduras.

Tal como acontece com a resistência à compressão, a resistência à tracção depende do tipo de
ensaio. Esta característica mecânica pode ser medida directamente em provetes prismáticos
traccionados ou medida indirectamente por flexão de prismas ou compressão diametral de
cilindros.

O ensaio por tracção axial não é prático devido às dificuldades de execução associadas à
necessidade de aplicar uma força de tracção pura (sem excentricidade).

Figura 6 – Métodos para medir a resistência do betão à tracção


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a) Tracção b) Flexão

Fonte: Antonio Costa & Julio Appleton (2002)

A relação entre a resistência à tracção axial e a obtida por flexão e por compressão diametral
apresenta uma elevada variabilidade. No entanto, o Eurocódigo 2 apresenta um factor de
conversão da ordem de 0.9 para obter a resistência à tracção axial a partir do ensaio de
compressão diametral.

3. Resistência a estados múltiplos de tensão

Quando o betão está sujeito a estados múltiplos de tensão a sua tensão de rotura é
significativamente afectada.

Nos casos em que existe um sistema de tensões actuantes na direcção perpendicular à da


actuação da carga, a resistência aumenta quando a tensão é de compressão e é diminuída no
caso inverso.
A figura abaixo mostra o efeito referido atrás no caso de um estado biaxial de tensões. A
existência de compressões transversais apresenta um efeito favorável, enquanto as tracções
transversais apresentam um efeito desfavorável.

Figura 7 – Resistência do betão sujeito a estados de tensões biaxiais

Fonte: António Costa & Julio Appleton (2002)

2.5 Propriedades do betão


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Para efeito de suas propriedades, o concreto deve então ser analisado nestas duas condições:
fresco e endurecido.

O Betão fresco é assim considerado até o momento em que tem início a pega do aglomerante.

O Betão endurecido é o material que se obtém pela mistura dos componentes, após o fim da
pega do aglomerante.

Propriedades do Betão Fresco

Para o betão fresco, as propriedades desejáveis são as que asseguram a obtenção de uma
mistura fácil de transportar, lançar e adensar, sem segregação. As principais propriedades do
concreto, quando fresco, são:

 Consistência
 Plasticidade
 Poder de retenção de água
 Trabalhabilidade

Consistência
Consistência é o maior ou menor grau de fluidez da mistura fresca, relacionando-se portanto,
com a mobilidade da massa. O principal factor que influi na consistência é, sem dúvida, o teor
água/materiais secos (A%).

Teor de água/materiais secos é, pois, a relação entre o peso da água e o peso dos materiais
secos multiplicada por 100.

Pag
A%  Pc  Pm x100

Onde: Pag = peso da água


Pc = peso do cimento
Pm = peso do agregado miúdo + agregado graúdo

Em função de sua consistência, o betão é classificado em:

 Seco ou húmido - quando a relação água/materiais secos é baixa, entre 6 e 8%;

 Plástico - quando a relação água/materiais secos é maior que 8 e menor que 11%;
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 Fluido - quando a relação água/materiais secos é alta, entre 11 e 14%.

Um betão de consistência plástica pode oferecer, segundo o grau de sua mobilidade, maior ou
menor facilidade para ser moldado e deslizar entre os ferros da armadura, sem que ocorra
separação de seus componentes. São os mais usados nas obras em geral.

A natureza da obra, o espaçamento entre as paredes das formas e a distribuição da armadura no


seu interior impõem que a consistência do concreto seja adequada.

Fixada a resistência, mediante o estabelecimento de determinado valor para a relação


água/cimento, resta assegurar à mistura uma consistência compatível com a natureza da obra. O
processo de determinação de consistência mais utilizado no nosso país, devido à simplicidade e
facilidade com que é executado na obra, é o ensaio de abatimento conhecido como Slump Test.

Figura 8 : Cone de Abrans

Fonte: Google 2021


Na elaboração do ensaio, o cone deve ser molhado internamente e colocado sobre uma chapa
metálica, também molhada. Uma vez assentado firmemente sobre a chapa, enche-se o cone
com Betão em três camadas de igual altura. Cada uma dessas camadas é “socada” com 25
golpes, com uma barra de ferro de 5/8” (16 mm).

Terminada a operação, retira-se o cone verticalmente e mede-se o abatimento da amostra


conforme a figura abaixo.

Figura 9: Esquema de Slump Test


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Fonte: Google 2021

Plasticidade

Plasticidade é a propriedade do concreto fresco identificada pela facilidade com que este é
moldado sem se romper. Depende fundamentalmente da consistência e do grau de coesão entre
os componentes do concreto. Quando não há coesão os elementos se separam, isto é, ocorre a
segregação.

Segregação é a separação dos grãos do agregado da pasta de cimento. Pode ocorrer durante o
transporte, durante o lançamento - em consequência de movimentos bruscos -, durante o
adensamento - por vibração excessiva -, ou pela acção da gravidade, quando os grãos graúdos,
mais pesados do que os demais, tendem a assentar no fundo das formas.

À medida que as paredes das formas vão-se aproximando e a armadura se torna mais densa,
maior deve ser o grau de plasticidade da mistura, a fim de evitar o perigo de que apareçam
vazios na peça depois de betonadas. Neste caso seria altamente desfavorável obter a
consistência desejada aumentando-se simplesmente a quantidade de água, pois essa prática
diminuiria significativamente a resistência do Betão, a qual para ser compensada exigiria o
emprego de mais cimento.
Quanto às dimensões dos agregados, observa-se que os miúdos exercem influência
preponderante sobre a plasticidade do concreto, por possuírem elevada área específica. Dessa
forma, qualquer alteração do seu teor na mistura provocará modificações significativas no
consumo de água e, consequentemente, no de cimento. Como o cimento é o material de custo
mais elevado na mistura, qualquer alteração no consumo de areia incide directamente no custo
do Betão.

A forma e a textura superficial das partículas da areia têm grande influência na plasticidade do
betão. Esta será prejudicada na medida em que mais angulosas, rugosas ou alongadas forem as
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partículas de areia.
As areias mais finas requerem mais água, por terem maiores áreas específicas. Por sua vez, pelo
fato de serem mais finas, o teor de areia requerido pelo betão de igual plasticidade será menor,
compensando dessa maneira o efeito negativo da finura da areia.

As areias muito grossas, quando utilizadas em betão cuja dimensão máxima do agregado é
pequena (9,5 mm), resultam em misturas muito ásperas e pouco coesivas, devido ao fenómeno
de interferência entre partículas. Quantidades excessivas de areia aumentam demasiadamente a
coesão da mistura e dificultam o lançamento e adensamento do betão nas formas, além de
também aumentarem o consumo de cimento e, consequentemente, o custo final do concreto
produzido. Quanto maior for o consumo de areia, maior será o consumo de cimento, pelo facto
de que a pasta é o agente lubrificante entre as partículas de areia.

Em relação ao agregado graúdo, como se observou antes, grãos arredondados e de textura


superficial lisa, como os seixos rolados, favorecem a plasticidade do betão, exigindo menos
água de amassamento, embora a ligação pasta-agregado no estado endurecidoseja prejudicada.

Cumpre, porém, ressaltar que agregados provenientes de britagem, e que portanto possuem
forma cúbica e textura superficial rugosa, apresentam maior área específica e requerem, por
esta razão, maior quantidade de água de amassamento. As arestas vivas destes grãos provocam,
ainda, maior atrito entre eles, aumentando, em consequência, o consumo de água e cimento da
mistura.

Agregados com maiores dimensões máximas características requerem menor teor de areia para
determinada plasticidade e, portanto, menor consumo de água. Por conseguinte, pode-se
explicar a diminuição da área específica do agregado graúdo, que requer menos pasta para
cobrir seus grãos e manter sua capacidade lubrificante entre as partículas do agregado graúdo.
Isso leva a crer na vantagem da adopção da maior dimensão máxima característica, que
possibilitaria maior economia de cimento, embora para dmáx > 38 mm a perda de resistência
do concreto devido à menor área de aderência entre a pasta e o agregado inviabilizasse essa
vantagem. Misturas contendo quantidades excessivas de agregados graúdos resultam em
massas de betão fresco com baixa coesão e mobilidade, exigindo grande esforço no seu
lançamento e adensamento.

Poder de Retenção de Água


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O poder de retenção de água é o oposto à exsudação.
Exsudação é o fenómeno que ocorre em certos concretos quando a água se separa da massa e
sobe à superfície da peça betonadas. Ocorre quando a parte superior do concreto se torna
excessivamente húmida; sua consequência é um concreto poroso e menos resistente.

Além disso, o concreto pode estar sujeito à desintegração em virtude da percolação da água.
Esse fenómeno acontece quando no processo de lançamento do concreto nas formas a parte
sólida não é capaz de reter a água de amassamento. Ocorre geralmente em concretos com
pequena percentagem de finos, que são o material que passa pela peneira com abertura de
malha igual a 0,15 mm.

Para minorar a exsudação é necessário alterar a dosagem do concreto, aumentando-se a


proporção de finos e o teor de cimento. A exsudação também pode ser controlada pela
adequada confecção de um betão trabalhável, evitando-se o emprego de água além do limite
necessário.

Trabalhabilidade

É a propriedade do concreto fresco identificada pela maior ou menor facilidade de seu emprego
para atender a determinado fim. O betão é trabalhável quando no estado fresco apresenta
consistência e dimensões máximas dos agregados apropriadas ao tipo de obra a que se destina,
no que respeita às dimensões das peças, ao afastamento e à distribuição das barras das
armaduras, bem como aos métodos de transporte, lançamento e adensamento que serão
adoptados.

A trabalhabilidade, portanto, além de ser uma característica inerente ao material, como a


consistência, também envolve considerações quanto à natureza da própria obra que está sendo
executada. É possível, pois, concluir que um betão adequado para peças de grandes dimensões
e pouco armadas poderá não sê-lo para peças delgadas e muito armadas, ou que um concreto
que permite perfeito adensamento com vibração, sem segregação dos componentes e sem
vazios, dificilmente proporcionará uma moldagem satisfatória com adensamento manual.

Quando o conjunto a betonar apresenta características diferentes em termos de dimensões,


densidade e espaçamento de armaduras, a trabalhabilidade do betão fresco deverá levar em
conta a situação mais desfavorável.

Na verdade, as propriedades de um betão não podem ser consideradas isoladamente. A


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consistência afecta directamente a trabalhabilidade, a qual, por sua vez, não só é afectada pela
plasticidade como garante a constância da relação água/cimento.

Propriedades do betão Endurecido

As características que um betão depois de endurecido deve possuir são:

 Resistência
 Durabilidade
 Impermeabilidade
 Aparência

.
Resistência Mecânica

No que respeita à resistência mecânica do betão endurecido, ou seja, a sua capacidade de


resistir às diversas condições de carregamento a que possa estar sujeito quando em serviço,
destaca-se a resistência à compressão, à tracção, à flexão e ao cisalhamento.

O processo de endurecimento dos betão à base de cimento Portland é muito longo, podendo
levar mais de dois anos para completar-se. Com a idade o concreto endurecido vai
aumentando a resistência a esforços mecânicos. Aos 28 dias de idade já adquiriu cerca de 75 a
90% de sua resistência total. É na resistência mecânica apresentada pelo betão endurecido 28
dias após a sua execução que se baseia o cálculo dos elementos de betonagem.
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2.6 Vantagens e desvantagens do betão


Betão é um material constituído pela mistura homogénea, devidamente proporcionada, de
pedras e areia, com um ligante hidráulico, água e, eventualmente, adjuvantes.

A propriedade que os produtos da reacção do ligante com a água têm de endurecer, confere à
mistura uma coesão e resistência que lhe permite servir como material de construção.

Principais vantagens do betão:

5) Facilidade e pouca energia subjacente à sua fabricação;

6) Economia relativa de produção e manutenção face aos outros materiais;

7) Disponibilidade de matérias-primas na natureza;

8) Adaptabilidade arquitectónica que permite tomar inúmeras formas e encher


espaços diversificados;

9) Endurecimento rápido e resistência mecânica às solicitações


correntes(particularmente compressão e flexão);

10) Incombustibilidade;

11) Associação privilegiada ao aço, formando o betão armado e o betão pré-esforçado,


que lhe dão extraordinária resistência aos esforços de tracção;
12) Compatibilidade com outros materiais, permitindo novas soluções tecnológicasna
construção.

Desvantagens mais evidentes do betão:

1) Elevado peso próprio (da ordem de 2,4 t/m3);

2) Baixo poder de isolamento térmico;

3) Dificuldade e custo na destruição e recuperação das obras que necessitem de ser


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demolidas;
4) Sensibilidade às variações higrotérmicas;
Aumento das deformações dos elementos, com o decorrer do tempo de sujeiçãoàs cargas
instaladas (Fluência).

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