Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MÓDULO 2
CLASSES DO BETÃO
1
RUY MOREIRA CRAVO
PhD, MSc, MBA.
ruycravo@mail.telepac.pt
moreiracravoruy@gmail.com
00258-843 841 557
00258-822 897 294
2
LISTA DE EQUIVALÊNCIAS
3 109 = giga (G)
106 = mega (M)
103 = quilo (K)
102 = hecto (h)
10 = deca (da)
0,1 = deci (dm)
0,01 = centi (cm)
10-3 = mili (mm)
10-6 = micro (μ)
10-9 = nano (nm)
0,1 nanómetro (nm) = 1 angstrom (Å)
COMPOSIÇÃO DO BETÃO
4
Os parâmetros fundamentais que servem de guia à definição da composição do betão são:
Dosagem do cimento;
Composição dos agregados (granulometria e máxima dimensão);
Massas volúmicas dos componentes;
Razão água/cimento (A/C);
Volume de vazios;
Trabalhabilidade pretendida.
MATERIAIS CONSTITUINTES DO BETÃO
5
Os materiais constituintes que são utilizados no betão corrente, estão dispostos na NP
EN 206- 1:2007. A figura seguinte descreve os constituintes do betão armado.
IDADE DO BETÃO: Resistência à Compressão
Para além destes componentes básicos, pode também conter adjuvantes e adições.
Além destes requisitos de composição, para que o material possa ser considerado betão é necessário que
seja convenientemente colocado e compactado.
Assim deve apresentar, depois da compactação, uma estrutura fechada, i.e., o teor em ar em volume não
deve exceder 3% quando a máxima dimensão dos agregados é maior ou igual 16 mm e 4% quando a
máxima dimensão dos agregados é menor que 16 mm.
Este teor limite de ar não inclui ar introduzido nem os poros dos agregados, i.e., trata-se apenas de ar
aprisionado que não foi expulso em resultado da compactação.
EC 2 EUROCODE 2
8
No EC2, as classes de resistência baseiam-se em valores característicos da
resistência referido a provetes cilíndricas (fck), determinado aos 28 dias.
Os provetes cilíndricos de referência tem 15 cm de diâmetro e 30 cm de altura.
Os provetes cúbicos tem 15cm de aresta.
As classes de betão são, em termos de EC2, designados através de: C YY/CC
C-Betão
YY- Valor característico de resistência em cilindros, fck , em
Mpa;
CC- Valor característico de resistência em cubos, fck , em Mpa
CLASSES DE BETÃO
9
ESPECIFICAÇÃO DE UM BETÃO
10
Além da classificação quanto a resistência, existem outras
características que um betão deve satisfazer.
Por conta disso, uma especificação de um betão de comportamento
especifico de acordo com a NP EN 206-1 é mais completa do que a
especificada na EC2 e será, a titulo exemplificativo, da seguinte forma:
PARÂMETROS DEFINIDORES DA COMPOSIÇÃO
DO BETÃO
12
dosagem do cimento;
volume de vazios; e
CIMENTO
13
O cimento (ligante hidráulico) é um material inorgânico finamente
moído que, quando misturado com água, forma uma pasta que faz
presa e endurece em virtude das reacções e processos de hidratação
e que, depois de endurecer, mantém a sua resistência e estabilidade
mesmo debaixo de água.
modificar a viscosidade;
compensar a retracção;
reduzir a exsudação;
22
ENSAIO DE CONSISTÊNCIA
23
Ensaio do consistência (NP EN 1235)
A consistência deve ser especificada através de uma classe ou, em casos especiais,
através de um valor pretendido, tendo em consideração o método de ensaio mais
adequado.
maior dimensão utilizado no betão, de acordo com a NP EN 12620 “Agregados para betão”.
armaduras).
Para assegurar uma adequada colocação e compactação do betão, a máxima dimensão do agregado
Devem tomar-se precauçõ es para evitar que o betã o fresco entre nos olhos, boca e nariz,
recorrendo, se necessá rio, à utilizaçã o de equipamento de protecçã o individual.
Se o betã o fresco entrar em contacto com um destes ó rgã os, eles devem ser lavados
imediatamente com á gua corrente limpa e deve procurar-se imediatamente tratamento
médico; deve evitar-se o contacto da pele com o betão fresco, recorrendo a equipamento de
protecção adequado;
Se o betão fresco entrar em contacto com a pele, esta deve ser lavada imediatamente com
água corrente ..
BETÃO PRONTO
36
VANTAGENS DE USAR O BETÃO PRONTO.
A utilização do betão pronto afigura-se como uma opção natural, pois constitui o meio mais eficiente e
eficaz de produzir e fornecer betão com as propriedades e os requisitos funcionais pretendidos em qualquer
projecto da construção, conduzindo à satisfação dos seguintes objectivos:
37
Algumas características mecânicas relevantes
no betão são:
resistência à compressão;
resistência à tração;
módulo de elasticidade;
fluência;
retração
dilatação térmica.
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO BETÃO
38
A resistência do betão à compressão é influenciado
pela sua composição.
Os valores das classes de resistência à compressão a
utilizar no dimensionamento das estruturas de betão
armado estão indicadas, conforme se apresentou no
slide 7.
A resistência do betão é avaliado aos 28 dias, mas em
certos casos (como por exemplo da desmoldagem),
poderá ser necessário determinar a ruptura do betão
TENSÃO DE ROTURA DO BETÃO À COMPRESSÃO NA
IDADE T
39
A tensão de ruptura do betão à compressão na idade t, fck(t), pode ser obtida a partir da
seguinte expressão
Fck (t) = fcm (t) -8 (MPa) para 3 dias < t < 28 dias Eq. 1
sendo:
βcc = exp (s(1-ξ 28/𝑡)) Eq. 1
onde:
43
As deformações elásticas do betão dependem em grande parte da sua composição e em
particular dos módulos de elasticidade dos seus constituintes.
Ecm= 22,0 (fcm/10) 0,3 agregados quartziticos (fcm valores do quadro 1);
46
O coeficiente de poisson do betão poderá ser considerado igual a
0,2 para betão não fendilhado e a 0 para betão fendilhado.
O coeficiente de Poisson, ν, mede a deformação transversal (em
relação à direção longitudinal de aplicação da carga) de um material
homogéneo e isotrópico.
A relação estabelecida é entre deformações ortogonais (Wikipedia)
VALOR CARACTERÍSTICO DO BETÃO À COMPRESSÃO
47
Determinaçã o do valor característico do betã o à compressã o fck a partir
de ensaios de conjunto de corpos de prova (provetes).
Para a determinação do valor característico do betão é necessário fazer um
tratamento estatístico a amostra constituída por provetes.
51
VALOR CARACTERÍSTICO DO BETÃO À COMPRESSÃO
52
Se tomada a resistência média o betão com maior dispersão de resultados apresenta menos
segurança que o outro concreto, donde se conclui que a adoção da resistência média não
éum parâmetro seguro para ser considerado nos cálculos.
Por este motivo as normas introduziram o conceito de “valor característico da resistência”
(fk), que, de acordo com a NBR 6118/03 (item 12.2), são aqueles que, num lote de um
material, têm uma determinada probabilidade de serem ultrapassados, no sentido
desfavorável para a segurança.
Podendo também ser definido como o valor menor que a resistência média (f m) e que tem
apenas 5 % de probabilidade de não ser atingido pelos elementos de um dado lote de
material.
Desse modo, a utilização de dois diferentes concretos com características de qualidade
diferentes fica segura, como mostrado na Figura do slide seguinte.
A vantagem do betão com menor dispersão sobre aquele de maior dispersão será a
,
Betões com qualidades diferentes mas mesma resistência característica,(RÜSCH 1981).
53
VALOR CARACTERÍSTICO DO BETÃO À COMPRESSÃO
54
Admitindo a curva de Distribuição Normal de Gauss e o quantil de 5 % para a resistência, o
valor característico da resistência fica definido pela expressão:
onde:
f = resistência característica do material (f = resistência, k = valor característico);
k
s = desvio padrão;
1,65 s corresponde ao quantil de 5 % da distribuição normal.
Curva de distribuição normal para definição do valor
55 característico da resistência do material.
CÁLCULO DA CLASSE DO BETÃO Exercício 1
56
Numa dada obra, para a execução de uma laje com agregados quartziticos, foram colhidas
6 amostras de cubos 15x15 cm, com os seguintes resultados de rotura à compressão:
25,7; 28; 29,7; 23,8; 27 e 31,5 Mpa.
Tensão de
Diga qual é a classe de betão aplicada na laje? Amostra ruptura
1 25,70
2 28,00
Média Desvio padrão Probabilidade 3 29,70
4 23,80
5 27,00
6 31,50
Média 27,62
Desv. Padrão 2,76
CÁLCULO DA CLASSE DO BETÃO Exercício 1
57
Diga qual é a classe de betão aplicada na laje?
Tensão de
Amostra ruptura
1 25,70
2 28,00
3 29,70
4 23,80
5 27,00
6 31,50
Média 27,62
Desv. Padrão 2,76
CÁLCULO DA CLASSE DO BETÃO Exercício 1
58
Diga qual é a classe de betão aplicada na laje?
Média Desvio padrão Probabilidade
61
O dióxido de carbono (CO2) presente na atmosfera, na presença da
humidade, apresenta uma tendência para combinar com os constituintes
minerais hidratados do cimento de onde resultam compostos com um pH
mais reduzido.
A mais importante reacção é a combinação do CO2 com o hidróxido de
cálcio (Ca(OH)2) libertado pela hidratação dos componentes do cimento.
62
O hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) é a substância que mais contribui para conferir um
elevado pH do betão (pHbetão≈12,5), permitindo a formação de uma camada
microscópica de óxido de ferro, designada por película passiva.
Esta película impede a dissolução do ferro e a corrosão do aço, protegendo as armaduras
contra a corrosão
A transformação do Ca(OH)2 em CaCO3 faz baixar a alcalinidade da solução de equilíbrio
reduzindo o pH de 12,5 para 9,4.
Quando o pH atinge valores inferiores a 9,5 (pH em que se precipita o CaCO3), a película
que reveste o aço, perde a sua influência passiva e este pode começar a oxidar-se devido à
entrada de oxigénio e humidade.
A acção do CO2 depende da temperatura especialmente da humidade do meio e do teor de
água no betão.
CORROSÃO DAS ARMADURAS PELA CARBONATAÇÃO DO
BETÃO
63
A carbonatação máxima é obtida em
atmosferas com 40% a 80% de humidade.
Estas reacções são muito lentas, afectando
a pequena camada de betão.
Pode-se concluir que em poucos anos a
carbonatação pode atingir a zona onde se
encontra a armadura.
Corrosão das armaduras induzida pelos cloretos
64
O mecanismo de transporte dos cloretos no betão é complexo, podendo dar-se por difusão de iões
ou por sucção capilar, estando envolvidas reacções químicas e físicas na fixação dos cloretos.
Parte dos iões podem assim ser incorporada nos produtos de hidratação do cimento, ou seja,
fixada quimicamente, sendo outra parte fixada fisicamente e absorvida na superfície dos
microporos.
Apenas uma terceira parte de cloretos, designados por livres, que se deslocam de um local para o
outro, é que é capaz de destruir a camada passiva na superfície da armadura de aço, iniciando-se
assim o processo de corrosão das armaduras.
No entanto, é de realçar o facto de a distribuição dos cloretos por cada uma das três partes não ser
constante.
A progressão dos agentes agressivos, neste caso: os cloretos, a humidade e o oxigénio, vai ser
variável ao longo da armadura, criando as tais diferenças nas respetivas concentrações,
responsáveis pela criação de zonas anódicas e catódicas, entre as quais ocorrem trocas iónicas,
num sentido, e eletrónicas, noutro.
Corrosão das armaduras induzida pelos cloretos
65
ACÇÃO DO GELO/DEGELO
66
A exposição do betão, enquanto húmido, a ciclos de
gelo/degelo, provoca uma degradação das camadas
superficiais do betão.
A deterioração proveniente deste processo decorre,
principalmente, da incapacidade do betão absorver um
acréscimo de volume que a água sofre ao congelar.
Esta incapacidade deriva da impossibilidade de redistribuição
da água na massa do betão durante este fenómeno, seja pelo
elevado grau de saturação do betão, pelas dificuldades
impostas pela sua estrutura porosa ou, ainda, pela elevada
velocidade de arrefecimento.
ACÇÃO DO GELO/DEGELO
67
A degradação provocada pelo gelo/degelo pode ainda
ser maior na presença de cloretos, uma vez que a
degradação é significativamente acelerada na
presença daqueles iões (p.e., quando da utilização do
cloreto de sódio ou de cloreto de cálcio como
agentes descongelantes).
Este efeito majorador explica-se pelo facto daqueles
sais provocarem um sobressaturação do betão.
ATAQUE QUÍMICO
68
Somente uma pequena parcela dos betões usados na prática
lixiviação do cimento
acção dos sulfatos,
Acção da água do mar e águas naturais levemente
ácidas.
ATAQUE QUÍMICO: Substâ ncias químicas consideradas para a
69 classificaçã o da exposiçã o ambiental
ARMADURAS
70
As armaduras utilizadas no betão armado e pré-esforçado são fabricadas a partir
do aço, embora existam actualmente também armaduras de fibra de vidro e fibras
de carbono.
O aço é composto por ferro, impurezas e vários componentes ligados, adicionados
em diferentes proporções por forma a que a liga atinja as propriedades requeridas.
O principal componente não metálico do aço é o carbono. Este elemento
influência significativamente a resistência e deformabilidade do aço.
Os outros componentes principais da liga são: manganês, silício, crómio, níquel,
cobre e alumínio.
ARMADURAS
71
Consoante o teor em componentes ligados, os aços são classificados em não ligados,
baixo teor em ligados e ligados. Os aços não ligados (também designados por aços
de carbono) contêm menos de 2.5% de componentes ligados, os aços de baixo teor
em ligados contêm menos que 5%, enquanto os aços ligados têm mais que 5%.
No caso das armaduras ordinárias, este teor é da ordem de 0.15 a 0.20% enquanto
para as armaduras de pré-esforço é da ordem de 0.5 a 0.8%.
DESIGNAÇÃO DO AÇO: ESPECIFICAÇÃO DO LNEC
72
A YYY XZ SD
A – aço;