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Construções Rurais

Prof. M.Sc. João Melo


Aula 04

O Cimento
Sumário
1. HISTÓRICO -
2. DEFINIÇÃO -
3. COMPOSIÇÃO DO CIMENTO -
4. TIPOS DE CIMENTO -
5. RESISTÊNCIA DO CIMENTO -
6. APLICAÇÃO DO CIMENTO -
7. ESTOCAGEM DO CIMENTO -
Histórico
O material, conhecido dos antigos egípcios, ganhou o nome atual no século XIX
graças à semelhança com as rochas da ilha britânica de Portland.
A palavra CIMENTO é originada do latim CAEMENTU, que designava na velha
Roma espécie de pedra natural de rochedos e não esquadrejada. A origem do cimento
remonta há cerca de 4.500 anos.
Histórico
Os imponentes monumentos do Egito antigo já utilizavam uma liga constituída por
uma mistura de gesso calcinado. As grandes obras gregas e romanas, como o Panteão
e o Coliseu, foram construídas com o uso de solos de origem vulcânica da ilha grega
de Santorino ou das proximidades da cidade italiana de Pozzuoli, que possuíam
propriedades de endurecimento sob a ação da água.
Histórico
O grande passo no desenvolvimento do cimento foi dado em 1756 pelo inglês John
Smeaton, que conseguiu obter um produto de alta resistência por meio de calcinação de
calcários moles e argilosos. Em 1818, o francês Louis Vicat obteve resultados
semelhantes aos de Smeaton, pela mistura de componentes argilosos e calcários. Ele é
considerado o inventor do cimento artificial.
John Smeaton

Louis Vicat
Histórico
Em 1824, o construtor inglês Joseph Aspdin queimou conjuntamente pedras calcárias
e argila, transformando-as num pó fino. Percebeu que obtinha uma mistura que, após
secar, tornava-se tão dura quanto as pedras empregadas nas construções. A mistura
não se dissolvia em água e foi patenteada pelo construtor no mesmo ano, com o nome
de cimento Portland, que recebeu esse nome por apresentar cor e propriedades de
durabilidade e solidez semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland.
Histórico
No Brasil, estudos para aplicar os conhecimentos relativos à fabricação do cimento
Portland ocorreram aparentemente em 1888, quando o comendador Antônio Proost
Rodovalho empenhou-se em instalar uma fábrica na fazenda Santo Antônio, de sua
propriedade, situada em Sorocaba-SP. Várias iniciativas esporádicas de fabricação de
cimento foram desenvolvidas nessa época.
Histórico
A usina de Rodovalho lançou em 1897 sua primeira produção – o cimento marca Santo
Antônio – e operou até 1904, quando interrompeu suas atividades. Voltou em 1907,
mas experimentou problemas de qualidade e extinguiu-se definitivamente em 1918.
Em Cachoeiro do Itapemirim, o governo do Espírito Santo fundou, em 1912, uma
fábrica que funcionou até 1924, com precariedade e produção de apenas 8.000
toneladas por ano, sendo então paralisada, voltando a funcionar em 1935, após
modernização.
Histórico
Todas essas etapas não passaram de meras tentativas que culminaram, em 1924, com a
implantação pela Companhia Brasileira de Cimento Portland de uma fábrica em Perus,
Estado de São Paulo, cuja construção pode ser considerada como o marco da
implantação da indústria brasileira de cimento. As primeiras toneladas foram
produzidas e colocadas no mercado em 1926. Até então, o consumo de cimento no país
dependia exclusivamente do produto importado.
Definição
Cimento é o nome dado a materiais pulverulentos que, ao serem misturados com água
formam uma pasta que podem ser facilmente moldada, endurecendo gradativamente
até produzir uma massa compacta e de grande dureza.

Tradução de pulverulento:

Coberto ou cheio de pó;


poeirento;
Que é facilmente reduzido a pó.
Composição do Cimento
Compreendem cimentos de cal aérea, gipsita, e cal magnesiana. Para construções e
rebocos emprega-se a cal, artigos estruturais e decorativos o gesso e no papel sulfite a
cal magnesiana.
A cal é obtida do calcário, do mármore, dolomita, giz e ostras por ação do calor; e
durante seu endurecimento, reage com a água formando o hidróxido de cálcio que ao
absorver o gás carbônico do ar regenera o carbonato de cálcio. O gesso, por sua vez, é
obtido a partir da gipsita também por ação do calor.
Composição do Cimento
As matérias primas para a fabricação de cimentos são geralmente materiais de
ocorrência natural e, por vezes refugos industriais. Entre estes materiais temos: Gipsita,
Anidrita, Rocha calcária (Calcário, giz, dolomita e mármore), Argila, Enxofre
monoclínico, Caulinita, Ilita, Marga (Rocha sedimentar constituída de carbonato de
cálcio argiloso), Bauxita, Gipsita e diásporo.
Composição do Cimento
Em construção, os cimentos são usados em diversos tipos de massas como:
a) Massa simples (cimento e água);
b) Argamassa de construção (cimento, água e areia fina);
c) Concretos (cimento, água, areia fina e cascalho);
d) Concreto reforçado (possui vergalhões).
Composição do Cimento
O cimento é o produto que se obtém pela pulverização do clínquer constituído
essencialmente por silicatos de cálcio hidráulicos, a que não se fizeram adições
subsequentes à calcinação, exceto a de água e/ou a de sulfato de cálcio bruto, além da
de outros materiais, que podem ser Inter cominuídos com o clínquer, em teor que não
exceda a 1,0 %, à vontade do fabricante.
Composição do Cimento
Definição de Clínquer:
a) Escória de fornos siderúrgicos.
b) Produto da calcinação de calcário e argila como matéria-
c) prima para cimento após moagem.
Tipos de Cimento
A depender do uso, podem ser divididos em três grupos principais:
a) Cimentos endurecidos ao ar (pela ação do CO2);
b) Endurecidos em água;
c) Resistentes a ácidos.
Tipos de Cimento
Os onze tipos de cimentos disponíveis no mercado são os seguintes:
 CP I (Cimento Portland Comum);
 CP I-S (Cimento Portland comum com adição);
 CP II-E (Cimento Portland composto com escória);
 CP II-Z (Cimento Portland composto com pozolana);
 CP II-F (Cimento Portland composto com fíler);
 CP III (Cimento Portland de alto forno);
Tipos de Cimento
 CP IV (Cimento Portland Pozolânico);
 CP V-ARI (Cimento Portland de alta resistência inicial);
 CP RS (Cimento Portland resistente a sulfatos);
 CP BC (Cimento Portland de baixo calor de hidratação);
 CPB (Cimento Portland Branco);
Tipos de Cimento
Tipos de Cimento
CP I (Cimento Portland comum) - O mais simples dos cimentos. É utilizado para obras
normais, que não possuam qualquer exigência especial para o cimento, como obras sem
exposição frequente à água, maresias, esgotos, e etc. Possui resistência de 25 MPa
(Mega Pascal, unidade de pressão).
Tipos de Cimento
CP I-S (Cimento Portland comum com adição) - Bastante semelhante ao primeiro tipo,
porém com uma pequena quantidade de clínquer em sua fórmula. Material pozolânico,
torna o cimento mais permeável.
Tipos de Cimento
CP II-E (Cimento Portland composto com escória) - Possui mais aditivos do que os
outros cimentos, que têm apenas gesso. O nível de escória, de acordo com a norma,
deve variar entre 6% e 34%. Este cimento é utilizado em materiais que não liberam
tanto calor. O uso de cimentos comuns para estas situações resultará em rachaduras.
Resistência de 25 MPa.
Tipos de Cimento
CP II-Z (Cimento Portland composto com pozolana) - Com resistência de 32 MPa, é
um cimento indicado para obras subterrâneas ou outras que fiquem em constante
contato com a água. Pode ter entre 6% a 14% de pozolana, além de até 10% de fíler.
Tipos de Cimento
CP II-F (Cimento Portland composto com fíler) - Semelhante à classificação anterior,
porém com resistência maior, girando em torno de 40 MPa. É bastante versátil, mas
tem seu uso indicado para obras que exijam grande resistência do cimento, como obras
em concreto armado, por exemplo.
Tipos de Cimento
CP III (Cimento Portland de alto forno) - Com versões de 25, 32 ou 40 MPa, o cimento
de alto forno se destaca por sua grande durabilidade, podendo ser utilizado para obras
convencionais, ou para projetos que apresentem grande agressividade ao cimento.
Tipos de Cimento
CP IV (Cimento Portland pozolânico) - Com índices entre 15% e 30% de pozolana, é
um cimento com altíssima resistência à compressão, sendo indicado para obras que
sejam submetidos a grandes variações de temperatura.
Tipos de Cimento
CP V-ARI (Cimento Portland de alta resistência inicial) - É um cimento bastante
básico, mas com o diferencial de apresentar alta resistência inicial – se torna duro e
resistente em muito menos tempo do que outros modelos. Em um dia, pode atingir uma
resistência de 26 MPa.
Tipos de Cimento
CP-RS (Cimento Portland resistente a sulfatos) - Pode ter como aditivos C3A e/ou
adições carbonáticas. Como um cimento resistente a sulfatos (mais presentes em
esgotos, mares e plantas industriais), ele é mais indicado para obras ricas neste
composto que pode ter grande efeito de corrosão sobre outros cimentos.
Tipos de Cimento
CP-BC (Cimento Portland com baixo calor de hidratação) - Resistente às grandes
temperaturas, evita o surgimento de fissuras e aumenta a durabilidade da estrutura.
CPB (Cimento Portland branco)
Sua característica mais marcante é, de fato, sua cor. É mais utilizado como rejunte.
Resistência do Cimento
Aplicação do Cimento
Aplicação do Cimento
Aplicação do Cimento
Estocagem do Cimento
O cimento é embalado em sacos de papel Kraft de múltiplas folhas. Trata-se de uma
embalagem usada no mundo inteiro, para proteger o cimento da umidade e do
manuseio no transporte, ao menor preço para o consumidor.
Além disso, o saco de papel é o único que permite o enchimento com material ainda
bastante aquecido, por ensacadeiras automáticas, imprescindíveis ao atendimento do
fluxo de produção (ao contrário de outros tipos de embalagem já testados, como a de
plástico).
Estocagem do Cimento
Portanto, é preciso evitar a todo custo que o cimento estocado entre em contato com a
água. Essa água não vem só da chuva, de uma torneira ou de um cano furado, mas
também se encontra, sob forma de umidade, no ar, na terra, no chão e nas paredes.
Por isso, o cimento deve ser estocado em local seco, coberto e fechado de modo a
protegê-lo da chuva, bem como afastado do chão, do piso e das paredes externas ou
úmidas, longe de tanques, torneiras e encanamentos, ou pelo menos separado deles.
Estocagem do Cimento
Referências Bibliográficas
JACOSKI, C.A. Concreto e Argamassas. Série Didáticos. Chapecó: Argos, 2001.
LIMA, M.G. Materiais de Construção Civil. 2 ed. São Paulo: 2000.
BAUER, L. A. Falcão. Materiais de construção Volume 1. 5ª edição. Rio de Janeiro.
LTC. 2000.
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