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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA

1. DESCRIÇÃO GERAL

A presente memória descritiva e justificativa refere-se ao projecto de construção de uma moradia


multifamiliar do tipo 4 em alvenaria, de três (3) pisos, com a seguinte compartimentação para cada
andar: duas salas sendo: comum e de refeições, quatro quartos de dormir, sendo um do tipo suíte,
dois quartos de banhos dos quais um é privativo, uma cozinha, um escritório, um corredor, uma
dispensa e duas varandas, sendo que o rés-do-chão diferencia-se dos outros pisos por conter uma
garagem com capacidade para três (3) carros, a área total da casa será de 423.696 m².

O projecto tem como proprietário a Sr. Charmila Antônio e estará localizado na zona do Aeroporto,
rua 4040/41. Talhão nr. __/__, parcela __/__, cidade da Beira.
2. DESCRIÇÃO TÉCNICA

2.1. PRELIMINARES

Antes de iniciar com a implantação da obra, irá proceder-se a capinagem, limpeza e regularização
de todo terreno com vista a facilitar a boa implantação e execução da obra. Após regularização,
será montado um pequeno estaleiro num ponto estratégico do terreno tendo em conta com a área
da implantação da obra.

2.2. IMPLANTAÇÃO

A implantação será de acordo com a planta de fundações, tendo em conta os afastamentos definidos
na planta de implantação. A montagem de cangalhos, deverá ser feita com estacas espaçadas em
dois a dois metros no máximo, de modo que estes (cangalhos) fiquem bem firmes e nivelados e
que possam permitir a marcação de todos os pormenores de fundações. As cruzetas de estacas
serão de barrotes de pinho com secção 50mmx75mm pregadas no topo das estacas. As estacas de
cangalhos serão cravadas no solo a 30 cm em relação aos cabocos.

2.3. FUNDAÇÕES

A abertura de cabouco será feita manualmente usando pico, picaretas e pás, em concordância com
as dimensões (largura e profundidade) descritas na planta das fundações e dos seus pormenores.
Será nivelada toda plataforma das fundações em todos os seus intervalos de parede.

No leito das fundações, será aplicada uma almofada de areia, seguida de uma camada de pedra de
11/2”, de acordo com pormenores indicados nas peças desenhadas, que será compactada e regada
antes da aplicação do betão pobre.

As fundações serão do tipo directas/rasas em sapatas mistas de betão armado ao traço 1:2:4. As
paredes das fundações serão elevadas com blocos de 15 maciçados e fabricados com argamassa de
cimento/areia ao traço 1:6. As caixas resultantes dessas fundações, serão aterradas com saibro,
convenientemente regado e compactado tendo em conta o respeito pelas cotas do piso.

Artigo 18.ºAs fundações dos edifícios serão estabelecidas sobre terreno estável e suficientemente
firme, por natureza ou por consolidação artificial, para suportar com segurança as cargas que lhe
são transmitidas pelos elementos da construção, nas condições de utilização mais desfavoráveis.

Artigo 19.º

Quando as condições do terreno e as características da edificação permitam a fundação contínua,


observar-se-ão os seguintes preceitos:

1. Os caboucos penetrarão no terreno firme até à profundidade de 50 centímetros, pelo menos,


excepto quando se trate de rocha dura, onde poderá ser menor. Esta profundidade deve, em todos
os casos, ser suficiente para assegurar a distribuição quanto possível regular das pressões na base
do alicerce;

2.4. PAVIMENTO

Em toda a área do pavimento, será colocado um lastro de brita ou uma camada de 8 cm de


enrocamento de pedra de 11/2” sobre solos (saibro) compactados nas caixas das fundações.

Sobre a camada de enrocamento de pedra será aplicado um betão simples ao traço 1:3:5, com
espessura de acordo com as peças desenhadas. O betão recém fabricado, será regado diariamente
no intervalo de 8h00 de tempo até atingir sete dias de endurecimento. O piso será acabado com
aplicação da betonilha simples de cor vermelho de cimento/areia ao traço 1:3, com espessura de
acordo com as peças desenhadas, a queimar com colher de pedreiro. Dever-se-á evitar que as
superfícies queimadas apresentem vestígios de colher ou saliência alguma. Os pavimentos
susceptíveis a humidade constante (wc e cozinha), serão acabados com mosaicos hidráulicos de
dimensões 300x300mm a obter no mercado local.
Artigo 41.º Os pavimentos das casas de banho, retretes, copas, cozinhas e outros locais onde forem
de recear infiltrações serão assentes em estruturas imputrescíveis e constituídas por materiais
impermeáveis apresentando uma superfície plana, lisa e facilmente lavável.

2.5. ALVENARIAS

Todas alvenarias (exteriores, interiores, divisórias, de carga), serão elevadas com blocos de 15
vazados fabricados com argamassa de cimento/areia ao traço 1:6. A argamassa de sentagem a
empregar, será de cimento/areia ao traço 1:4. A espessura de argamassa de sentagem nos leitos e

juntas das fiadas, não deverá ser superior a 2 cm. No acto de assentamento, todos blocos deverão
ser alinhados, aprumados e nivelados por meio de fio de pedreiro, prumo e nivel.

Artigo 31.º As paredes das casas de banho, retretes, copas, cozinhas e locais de lavagem serão
revestidas até, pelo menos, à altura de 1,50 m, com materiais impermeáveis de superfície aparente
lisa e facilmente lavável.

Artigo 23.º

As paredes das edificações serão constituídas tendo em vista não só as exigências de segurança,
como também as de salubridade, especialmente no que respeita à proteção contra a humidade, as
variações de temperatura e a propagação de ruídos e vibrações.

2.6. ESTRUTURAS DE CARGAS

Todas as estruturas de cargas, designadamente: sapatas, colunas e vigas incluindo lajes das
varandas, garagem e a geral, serão de betão armado ao traço: 1:2:4 com dimensões indicadas nas
peças desenhadas. Antes de lançamento de betão, toda cofragem deverá ser aprumada e
humedecida.
Os materiais a usar e regras a seguir no fabrico e no lançamento de betão, devem obedecer normas
e regulamentos oficiais em vigor, nomeadamente: REBA (regulamento de estruturas de betão
armado) e RBLH (regulamento de betões e ligantes hidráulicos).

Betão e argamassa
Serão enchidos em Betão simples, vigas e lajes com armaduras conforme as dimensões
identificadas nos cálculos e nas cotas de desenho/ nos pormenores de estrutura.
a) Secção da viga 15cmx15cm
b) Secção da laje superior 10cm
c) Pavimento 20cm

Cimento.
O cimento a utilizar na obra será do tipo Portland normal ou de outra inscrição mas de boa
qualidade, respeitando o regulamento de recessão desse material em obras.
• Agregados
Todos os agregados deverão cumprir com as condições de qualidade expressa nos regulamentos.
Eles deverão ser limpos, sem poeiras e nem detritos orgânicos ou impurezas.
• Brita
Deverá ser limpa, rija, não fendida, margosa nem quebradiça, bem lavada, isenta de materiais que
afetem o cimento, e ter dimensões variadas, de forma que juntamente com areia, dê maior
compacticidade ao betão.
• Areia
Agregado fino (areia) para betões, deverá ser areia dos jazigos ou dos rios bem lavada. Os grãos
deverão ser de tamanhos uniformes, mas contendo uma mistura equilibrada de grãos finos e
grossos, antes de misturados com agregados e brita, a areia deverá ser crivada e perfeitamente
lavada.
• Água.
A água a usar na fabricação dos betões, argamassas e betonilha deverá ser limpa e livre de
quaisquer impurezas, vegetais ou qualquer outra substância em suspensão ou dissolvida.
Cofragens.
As madeiras a aplicar deverão ser de pinho inusável, ou seja, que nunca antes fora sido usado para
qualquer outra actividade. As placas de betão que forem a se fabricar, estarão sobre uma Madeira
devidamente nivelada e escorada que não deverá ser inferior a 3½” de diâmetro e espaçado a 30cm
e devidamente aprumada. O betão a ser aplicado deverá comportar as características descritas em
pontos anteriores, executando com maior atenção, cumprindo com as normas de aplicação quanto
ao transporte, colocação e compactação.

2.7. COBERTURA

A cobertura da casa será em chapas de zinco de perfil IBR com 0.4mm de espessura, apoiadas em
estrutura de madeira com barrotes de pinho de 150x60mm e madres de 60x50mm, previamente
tratados contra insectos e apodrecimento, com produtos como creosote ou outros similares a serem
aprovados pela fiscalização. A sobreposição das chapas, será no mínimo 50mm lateralmente e
100mm longitudinalmente.

As chapas serão fixadas nas madres através de pregos próprios das chapas. A junta dos caimentos,
será eliminada com cumeeiras angulares também de chapas de zinco lizo com a mesma espessura.

A laje superior será constituída por chapas de contraplacados com 8mm de espessura. A estrutura
do teto falso será em madeira de pinho com secção 100x50mm. As juntas entre as chapas de
contraplacados serão rematadas com ripas de guarnição também de madeira de pinho.

Artigo 42.ºAs coberturas das edificações serão construídas com materiais impermeáveis,
resistentes ao fogo e à ação dos agentes atmosféricos, e capazes de garantir o isolamento calorífico
adequado ao fim a que se destina a edificação.

2.8. REVESTIMENTO DE PAREDES

Todas as paredes interiores e exteriores, serão rebocadas com argamassa de cimento/areia ao traço
1:5 e 1:4 respectivamente. O reboco deverá ter espessura mínima de 20mm. Exigir-se-á, o máximo
de verticalidade das superfícies rebocadas.

As paredes interiores susceptível a humidade constante (wc e cozinha), serão revestidas com
azulejos existente no mercado local até a altura do teto falso. O assentamento desses azulejos,
deverá ser feito com argamassa de cimento cola/areia ao traço 2:1. Para obter uma boa aderência,
todos azulejos deverão ser mergulhados em água durante 6hrs00 no mínimo antes de serem
aplicados.

2.9. CAIXILHARIA

Toda a caixilharia (portas, aros e caixilhos), serão de madeira de umbilala ou chanfuta. Os aros
deverão ser fixados nas paredes por meio de pregos corrugados de 5” a 6” como ganchos que serão
colocados em janelas a 200mm, sendo dois a partir de cada canto e em porta, sendo três a 300mm
do cabeçario e de baixo para p centro.

Nas janelas, os caixilhos exteriores serão aplicados folha de vidro comum de 3 a 4mm de espessura,
enquanto que os caixilhos interiores, serão aplicados rede mosqueteira plástica. A fixação dos
vidros, em caixilhos comum, será com massa betuminosa elástica apropriada.

As portas e janelas, serão equipadas de toda ferragem necessária para o seu bom funcionamento.

2.10. PINTURA

Antes da pintura, as superfícies das paredes interiores e exteriores deverão ser aplicadas tinta
primária ou cal a uma demão. As paredes interiores e o teto serão pintados a duas demãos de tinta
plástica PVA a cor branca; Em zonas expostas a humidades constante, será aplicada tinta a óleo a
duas demãos. Em caixilharia, será aplicada tinta esmalte creme a duas demãos. As paredes
exteriores, serão pintadas a duas demãos de tinta plástica PVA de creme.

2.11. ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O edifício terá água potável abastecida pela rede pública-FIPAG, cujo ramal principal de entrada
terá diâmetro de 1” e as restantes derivações internas e externas serão de tubo copuleine de
diâmetro que estejam em conformidade com as peças desenhadas.
Para garantir a continuidade do abastecimento do precioso líquido nos eventuais períodos de
ruptura ou conserto da rede, o edifício terá dois depósitos sendo um subterrâneo e outro elevado
ambos dotados de boias para controlarem as suas capacidades de armazenamento. Uma
eletrobomba será montada entre os depósitos para elevar águas do depósito inferior ao superior de
onde a água cairá por gravidade para diferentes aparelhos e peças de utilização.

Artigo 101.º As habitações deverão normalmente ter assegurado o seu abastecimento de água
potável na quantidade bastante para a alimentação e higiene dos seus ocupantes.

2.12. ESGOTOS

Com excepção das sanitas, todas as águas residuais de higiene dos aparelhos da cozinha e dos
quartos de banhos, serão evacuadas por ramais comuns, depois desta seguirão num ramal geral da
rede de esgotos por um tubo PVC até a rede pública. As águas dos dejectos, serão canalizadas em
tubo PVC de 3 ou 4” até a rede pública.

Serão previstos respiradores em tubo PVC nos ramais de esgotos, nos desvios da tubagem e nas
caixas de retenção de gordura. Os ângulos de desvios ou de mudança de sentido, deverão ser
superiores a 90° Artigo 84.º - Em cada habitação, as instalações sanitárias serão quantitativamente
proporcionadas ao número de compartimentos e terão, como mínimo, uma instalação com
lavatório, banheira, uma bacia de retrete e um bidé. 2- Em cada cozinha é obrigatória a instalação
de um lava-louça e uma saída de esgoto através de um ramal de ligação com 50 mm de diâmetro
e construída com materiais que permitam o escoamento a temperaturas até 70 º C, sem alteração
no tempo das características físicas das tubagens desse ramal.

2.13. ELECTRICIDADE

• Instalação eléctrica
Toda instalação será do tipo embebido executado em tubos VD de 16, 20 e 50. Protegendo os
condutores do tipo PBT.
Alimentação do compartimento será garantida por lâmpadas fluorescentes cujas potências variarão
de 20w a 100w e os de vapor de mercúrio para a iluminação exterior.
Os circuitos serão protegidos por disjuntores electro magnéticos de intensidade adequada. O
comando de iluminação dos compartimentos far-se-á por meio de interruptor instalado localmente
a 1,30m do pavimento térreo. As tomadas serão colocadas a 0,30m também do pavimento térreo e
estará previsto para a iluminação do compartimento, dispositivos a escolha do proprietário.

Instalação de uma fotocélula de 250 A para iluminação exterior.


• Quadro elétrico
Este será constituído de chapas adequadas, definidas pelo fabricante do tipo LAGER com a
capacidade de instalar 12 disjuntores. Este quadro estará disposto de uma porta com fechadura e
toda aparelhagem de corte, protecção e manípulo estará instalado no seu interior sendo apenas
acessível pela parte da frente o contador para facilitar a respectiva leitura derivada do quadro geral
do edifício.
• Terra

A instalação vai dispor de terra de protecção qual se ligará de um modo geral a todas partes da
instalação normalmente sem tensão. Junto ao quadro deverão ser instalados dois eléctrodos de terra
em varão de cobre de diâmetro 16mm, interligados através do barómetro colector de terra.

2.14. ARRANJOS EXTERIORES E PAISAGÍSTICOS.

Será executado um jardim, compreendendo a limpeza, desinfestação e enriquecimento dos solos,


preparação adequada com terra vegetal, composto orgânicos e fertilizantes para execução de
floreira e relva natural.

Limpeza
Depois de realizados todos os trabalhos referentes a presente obra, serão feitas limpeza de todo o
interior e exterior. Os elementos referentes a obra, entulhos e outros deveram ser removidos para
o vazadouro.
2.15. CASOS OMISSOS

Tudo o que se revelar de omisso, será tratado de acordo com as normas técnicas e especificas da
construção civil em vigor na república de Moçambique.

Elaborado por:
_______________________________________________
Téc. Charmila Antônio (Técnico médio de
construção civil)

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