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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA

MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA - ARQUITECTURA


(Construção de uma moradia Tipo 3).

Introdução
Refere-se a presente Memória Descritiva e Explicativa, ao Projecto Arquitectónico compreendendo
de uma moradia T3 a ser construida na cidade de Nampula, bairro Muhaivire Expansao.
O Projecto Arquitectónico dessa obra foi concebido tendo em conta as características e
particularidades climáticas da Província de Nampula que caracterizam as que exercem uma grande
influência sobre a tipologia de construção, que deve se enquadrar de forma harmoniosa tendo em
conta ao contexto urbanístico do lugar.
Também foi concebido respeitando as normas estabelecidas pelo Regulamento Geral de Edificações
Urbanas (REGEU) bem como os requisitos exigidos pela dona do Projecto, o que ditou o conceito,
concepção e partido arquitectónico adoptado, enquadrando nele estrutura reticulada em Betão
Armado como a base da concepção estrutural ligada ao envolvente da região que hoje é uma mescla
de características das construções nesta urbe.

ESTRATÉGIA ARQUITECTÓNICA E CARACTERIZAÇÃO FUNCIONAL


Como tal, os compartimentos estão dimensionados para que haja arejamento e iluminação natural,
que tenham espaços suficientes para trabalhos, comodidade. Para os aspectos acima mencionados
que ditaram o conceito desse projecto, as características e particularidades climáticas obrigam a
orientar os edifícios não só para um fácil acesso dos utentes do mesmo, mas principalmente para a
incidência directa dos raios solares, tanto matinais como vespertinos, nos compartimentos mantendo
o ambiente interior fresco.

COMPOSIÇÃO DO EDIFÍCIO
 1 Sala de estar comum;
 1 cozinha;
 1 WC;
 1 Quarto Suite;
 2 Quartos;
 1 Varanda;
 1 Área de trabalho;
 1 Despensa;

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AS NORMAS CONSTRUTIVAS
As normas construtivas específicas para habitação e em particular às que normais no Boletim da
República a construção de habitações foram atentamente seguidas como: REGEU e REBAP.
 REGEU - Regulamento Geral de Edificações Urbanas;
 REBAP - Regulamento de Estruturas de Betão a Pré-esforço.

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
1. TRABALHOS PRELIMINARES
1.1. Limpeza do terreno de construção.
Limpeza do local destinado a construção, até 10 metros fora das fundações de todos os entulhos,
arbustos e capins, procedendo em seguida à regularização do terreno até atingir os níveis indicados
no projeto.
1.2. Implantação da obra.
Demarcação das partes de obra a construir será feita com ajuda de teodolito e fita métrica e tomando
como base a planta geral de implantação e as medidas nelas contidas.
1.3. Construção do cangalho.
Construção de estrutura auxiliar de madeira periférica e exterior aos caboucos para demarcação de
eixos de alvenaria, fundações e marcação de cotas de projecto.

2. MOVIMENTO DE TERRAS
2.1. Escavação de caboucos para fundações.
As fundações serão abertas conforme, a profundidade indicada no projecto com o mínimo de 50cm e
será importante proteger as encostas e paredes das fundações para evitar o desabamento dos solos.
2.2. Regar e bater a maço o leito dos caboucos e pavimentos
O leito de fundações e pavimentos será compactado a maço manual após regularização com areia
inerte lavada.
2.3. Aterro das fundações com solos limpos regados e batidos.
O leito das fundações será regularizado com a colocação e espalhamento de uma camada de aterro de
areia limpa, com espessura indicada no projecto, regada e batida a maço manual ou mecânico.
2.4. Aterro em caixas de pavimento com terras de empréstimo
No caso de ser necessário aterrar, será feito por colocação de camadas sucessivas de solos limpos,
sendo cada camada de no máximo 30cm de espessura regada e batida a maço manual ou mecânico.

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Os solos removidos dos caboucos se estiverem isentos de impurezas e matéria orgânica/vegetais


podem ser reutilizados com aprovação da fiscalização para enchimento das caixas de pavimento.

3. FUNDAÇÕES.
3.1. Alvenaria de fundações.
A alvenaria de fundação será composta por uma alvenaria de blocos maciços de cimento/areia com
40x20x20cm, assente com argamassa de cimento/areia ao traço 1:3
3.2. Pavimento
O pavimento térreo será e betão ou betonilha, (em betão simples com o traço 1:3:5).

4. BETÕES.
4.1. Materiais.
4.1.1. Cimento.
O cimento a utilizar na obra será Portland 32.5N e respeitar o regulamento de recepção deste
material em obra.
4.1.2. Agregados
Todos os agregados deverão cumprir com as condições de qualidade expressas nos regulamentos e
ser limpos, sem poeiras terra, impurezas ou matéria vegetal.
4.1.3. Brita.
Deverá ser rija, não fendida, não margosa nem quebradiça, bem lavada, isenta de materiais que
afectam o cimento e ter dimensões variadas, não lamelar, de forma que, juntamente com a areia, dê
maior compacidade ao betão.
4.1.4. Areia.
Agregados finos e areia para betões, devem ser areia do rio lavada ou areia de britadeira. Os grãos
devem ser de tamanho uniforme mas deve conter uma mistura equilibrada de grãos finos e grossos,
antes de misturada com os agregados e brita, a areia deve ser crivada e perfeitamente lavada.
4.1.5. Água.
A água a usar na fabricação dos betões, argamassa e betonilha, será limpa, fresca, livre de impurezas
vegetais ou minerais ou qualquer outra substância em suspensão ou dissolvida.
4.2. Betão/betonilha, em pavimento.
Esta camada de betonilha será nivelada com ajuda de uma régua que assentará sobre os tacos/guias
montados antes do enchimento e será nela onde vai assentar o parquét ou outro material a decidir e
de preferência material de boa qualidade e devidamente seleccionado para o pavimento.
4.3. Betão em viga de coroamento.

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A cota indicada nos desenhos correrá uma viga de coroamento de secção de ajustada à dimensão das
paredes. Executada em betão B20, armada segundo os desenhos de estrutura.
4.4. Betão em pilares e vigas.
A edificação será em estrutura convencional de pilares e pórticos com cbertrura de chapas IBR.
A cobertura tera uma inclinacao de 23֯ grau.

5. SERRALHARIA.
5.1 Aço macio
Todo o aço a usar deverá suportar tensões de segurança estabelecidos como mínimas, no
regulamento de estruturas de aço para edifícios, em vigor em Moçambique.

6. COBERTURA.
6.1 Material.
O material de cobertura será em chapa IBR, com inclinação de15֯.

7. CARPINTARIAS.
7.1. Madeiras.
Serão utilizadas para caixilharia madeira de chanfuta, umbila ou outra de qualidade reconhecida.
7.1.1. Qualidade.
Todas as madeiras a empregar na obra serão de boa qualidade, bem secas, sem nós, borne, empenos,
ou outros defeitos e serão serradas, bem esquadradas, nos cumprimentos necessários, e nas
dimensões que permitam o acabamento para as dimensões dos pormenores.
7.1.2. Tratamento da madeira.
Toda a madeira empregue na obra, deverá ser devidamente tratada contra o ataque de insectos e
fungos, através de métodos como a pluvirização das mesmas com oleo queimado e mantidos em
locais elevados.
7.2.1. Portas e janelas de madeira
Serão em madeira de chanfuta, com as respectivas dimensões: portas 2,10m de altura e 0,90 m de
largura e janelas 1,50m de altura e 0,90m de largura.

8. REVESTIMENTOS.
8.1. Revestimento de alvenarias.
8.1.1. Reboco em paramentos verticais interiores e exteriores.
Reboco em argamassa de cimento e areia incluindo “chapisco” e emboço sobre paramentos verticais
ao traço 1:4.

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8.1.2. Pinturas.
Serão aplicadas tintas da primeira qualidade apropriada aos fins a que se destinam como (as tintas de
água) e por fim pintura a tinta plastica a duas demãos e sobre a primaria isolante no exterior das
(paresdes e pilares de quebra sol).
8.1.3. Tintas de água.
As tintas de água a aplicar serão plásticas e aplicadas em paredes interiores e exteriores. Serão
usados primários para o reboco, anti-alcalinos.
8.2. Revestimento de pavimento.
O pavimento será realizado aplicando um revestimento a escolha do dono da obra com espessura não
superior a 5cm.
8.3. Revestimento de elementos de madeira.
8.3.1. Tinta de esmalte para madeira (opcional).
Será utilizado um primário de alumínio, e pelo menos duas de mão de esmalte, sendo a segunda, sem
diluição e aplicada sobre a primeira depois de passada lixa fina.
8.4. Pintura esmalte (opcional).
8.4.1. Em caixilharias:
(1) Portas;
(2) Janelas;
8.4.2. As cores serão definidas em obra.

9. FERRAGENS.
Todas as ferragens serão da melhor qualidade, a aprovar pelo Arquitecto, assentes com parafusos no
metal correspondente e serão lubrificadas, limpas e trabalhadas sem empenamento.
9.1. Dobradiças.
9.1.1. Portas.
Todas as portas de madeira serão equipadas com dobradiças cromadas ou de latão maciço conforme
especificado nos desenhos.
9.1.2. Janelas de madeira.
Todas as janelas de abrir, serão equipadas com dobradiças cromadas.
9.2. Reguladores e tranquetas, etc.
Todas as janelas de abrir, serão equipadas com reguladores de 300mm que serão escolhidos mediante
amostras entregues pelo empreiteiro, e tranquetas do mesmo material, sugere-se o material da marca
union.

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10. VIDRO
10.1. Vidro translucido
Vidro transparente com 0,50m de largura em cada abetura e 0,70 m de altura em cada abertura. Todo
o vidro empregue será liso, sem defeitos e tipo “float glass”, sendo assente por meio de massa
vidraceira, seguindo as recomendações do fabricante.

11. ELETRICIDADE
11.1. Geral
A instalação eléctrica destina-se a alimentar cargas de iluminação, e tomadas de uso geral, tomadas
de uso específico assim como aparelhos de ventilação e ar condicionado (AVAC).
O estudo do presente projecto, foi efectuado de modo a satisfazer as exigências técnicas de um
perfeito funcionamento dos serviços a instalar.
11.2. Alimentação.
A alimentação da residência e do anexo será feita pela rede urbana de Baixa Tensão da EDM
(Electricidade de Moçambique), por meio de um ramal ou chegada montado subterrâneamente.
O ramal ou chegada foi dimensionado em função da máxima carga prevista na residência. O
alimentador da casa e do anexo será em cabo VAV5x16mm².
11.3. Quadros.
Os quadros serão de encastrar, metálicos, ou de PVC rígido e autoextinguível provido de grades
amovíveis para fixação dos equipamentos, espelho e porta com chave e conterá os equipamentos
indicados no respectivo desenho, que serão semenlhantes aos da Legrand, Merlin Gerin e General
electric.
11.4. Iluminação.
A iluminação interior foi projectada de forma a proporcionar conforto e segurança no trabalho,
contribuir para a segurança das instalações contra a intrusão e de modo a harmonizar as luminárias
com os arranjos arquitectônicos.
As luminarias deverão ser semelhantes as da Pierlite, e Spectrolux.
O comando da iluminação interior será efectuado por interruptores, comutadores e inversores. A
iluminação exterior será comandada automaticamente interruptores horários com reserva não inferior
a 72horas.

12. HIDRAÚLICA
Em termos gerais o ramal proveniente da rede pública será em tubo “IPS” da classe A, com o
diâmetro de ¾” polegadas, será ligado ao medidor volumétrico. O traçado deste ramal será

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constituído por troços rectos, horizontais e verticais, ligados entre si por meio de acessórios
apropriados.
As redes a instalar serão do seguinte material:
Rede externa de abastecimento de água - tubagem plástica de polietileno de alta densidade (PEAD /
HDPE);
Rede interna de abastecimento de água - tubagem em polipropileno (hidronil); Rede externa e interna
de esgotos - tubagem plástica de PVC.
12.1. Recolha de águas pluviais
É previsto neste projecto a instalação de um sistema de recolha de águas pluviais.
1. Parede de contenção de águas pluviais.
A cobertura ora plana em laje de betão armado será doptada de parede de contenção de águas
pluviais para posterior drenagem ou vazamento através de tubos de queda
2. Tubos de queda
Os tubos de queda serão montados de acordo com as pecas desenhadas e serão em PVC Ø75mm que
serão fixados nas paredes com abraçadeiras em PVC. Para os contornos de queda serão aplicados
curvas de 135º também de PVC Ø75mm.
12.2. Esgotos
12.2.1. Tubagens.
- O material a aplicar será tubagem PVC (da MARLEY, da DPE ou equivalente), dos seguintes tipos:
- Tubagem homologada como cumprindo com a norma SABS 967 - para ser utilizada embutida nas
paredes ou à vista fixa por braçadeiras.
- Tubagem homologada como cumprindo com a norma SABS 791 ou 1601 – para ser utilizada
enterrada. Aplicar-se-á tubagem de 50 mm e 110 mm e no e no exterior, para ligação entre as caixas
será apenas utilizada tubagem de 110 mm. Águas Brancas:
A recolha das águas provenientes das peças de utilização será sempre feita por uma tubagem em
PVC com] o diâmetro de 50mm, 75mm que serão ligados a um ralo de pavimento sifonado que por
sua vez fará a ligação com a caixa de esgotos. O tubo de ventilação da tubagem de esgotos terá um
diâmetro de 2”. Águas Negras:
As descargas das sanitas serão feitas por tubagem com o diâmetro de 110mm, ligadas as caixas de
inspecção. A pendência da tubagem será no mínimo de 2%.
Nos pontos onde os tubos de queda farão a descarga na caixa, deverão ser previstas curvas com 135º
para permitir uma descarga suave. Estas águas serão conduzidas para fossa séptica com a finalidade
de serem tratadas e posteriormente para o dreno.

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12.2.2. Caixas
Serão construídas caixas de passagem de águas negras, brancas e de gorduras com as dimensões
internas de 600x600mm com profundidades que irão variar em função da declividade do terreno.
Nos pontos onde as caixas tiverem uma profundidade superior a 1,5m as caixas deverão ter
dimensões internas de 800 x 800mm.
As caixas de inspecção e gordura serão executadas de acordo com o traçado apresentado nos
desenhos de hidráulica. Todas elas serão em alvenaria, rebocadas e com tampas de saneamento
apropriadas em ferro fundido. Todas as tampas deverão ficar bem visíveis à superfície, ao nível do
pavimento subjacente, a fim de facilitar a sua inspecção e manutenção periódica.
12.2.3. Fossa e dreno
Prevê-se a construção de umas fossas sépticas, sendo uma convencional com capacidade para 20
pessoas, que servirá o edifício principal. O efluente das fossas será despejado no dreno.
As tampas da fossa serão em ferro fundido e deverão ser levadas á superfície para facilidade de
inspecção e manutenção.

13. Omissões
No que eventualmente for omisso, na presente memória será feito obedecendo as boas normas
de construção e Regulamentos em vigor na República de Moçambique.

O Técnico

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