Revestimentos argamassados

Os revestimentos argamassados são elementos compostos da mistura de pasta

(água + cimento) e agregado miúdo com ou sem a presença de cal, que atua como
um aglomerante, permitindo o endurecimento da argamassa através do contato com
o ar, melhorando sua trabalhabilidade, plasticidade, aderência, resistência
mecânica do revestimento e retenção de água, reduzindo, consequentemente,
problemas com fissuras por retração.

OBS: A cal pode ser substituída por aditivo plastificante ( geralmente são
incorporadores de ar). O problema destes aditivos é que, no estado
endurecido deixa a argamassa muito porosa, diminuindo sua resistência.
A cal fresca proporciona muita plasticidade e endurecida proporciona
resistência mecânica juntamente com a liberação e o fechamento dos poros
da superfície.

Os revestimentos argamassados são importantes para a proteção de paredes,

painéis, lajes, etc, contra as intempéries, poeira e outros nocivos à sua integridade.
Apresentam a função de atender as demandas de projetos, garantir conforto tátil,
térmico, acústico e visual, além de proporcionar proteção a edificação contra
agentes agressivos ( desgastes, choques superficiais ou estanqueidade de águas
ou gases, principalmente). Pode contribuir bastante também para a estética da
edificação em questão.
Estes possuem algumas características importantes, entre elas estão:

● Resiliência: capacidade de absorver deformações sem romper-se.

● Aderência: Capacidade de fixação de um revestimento a uma base,

podendo ser de dois tipos:
1. ADERÊNCIA QUÍMICA: Produz-se quando entre dois materiais se
desenvolvem uniões por contato. Esse tipo é utilizado em substratos sem
poros. EX: argamassa colante
2. ADERÊNCIA MECÂNICA: Originada pela penetração e endurecimento do
cimento no interior dos poros da base.

A argamassa é aderida no substrato através da sucção. Logo, os poros do

substrato irão absorver a água presente na argamassa. Quando a superfície não
possui poros, não existe sucção, logo irá ser adicionado à argamassa um produto
químico que proporcione adesão ou utiliza-se um chapisco com adesão
química.Para avaliar a resistência do revestimento faz-se o ensaio de arrancamento.
Este produto pode ser fabricado de duas formas:

1. “IN LOCO”: Fabricadas diretamente na obra, a base de cimento, cal e areia,

sendo aplicadas em duas camadas superpostas denominadas emboço e
reboco ou camada única ( emboço paulista )
Deve haver controle rigoroso dos materiais constituintes (cim, cal, areia e aditivos).
2. INDUSTRIALIZADAS: Argamassa fabricadas fora dos canteiros, em
indústrias, contribuindo para a racionalização das obras. Basicamente
fabricada a base de cimento, areia, cal e aditivos químicos e aplicadas em
interiores e exteriores.
Podem ter características estéticas, a base de pigmentos, não necessitando
de pintura. Muito utilizadas em fachadas.

Os revestimentos argamassados podem ser divididos em:

● Chapisco: Elemento de ligação entre o substrato (parede, laje, superfície) e

a camada de revestimento e serve, também, como regulador de sucção.
É uma camada de argamassa de cimento e areia, sendo à base de aditivos
químicos (“rolado”).

● Emboço: Mistura grossa para promover a regularização superficial da

alvenaria e dar suporte à camadas posteriores de revestimento;
● Reboco: Revestimento fino que confere acabamento final às paredes e tetos.
A espessura desta camada deve ser menor que o emboço.

Os revestimentos podem ser:

Revestimento de base cimentícia

1. Chapisco prévio: ocorre antes da aplicação da argamassa, proporcionando

melhor aderência em função da rugosidade da mistura. Em peças de baixa
absorção, utiliza-se chapisco adesivo.
2. Mistura: Sua mistura ocorre na betoneira ou argamassadeira e o tempo de
batimento varia segundo cada fabricante, influenciando diretamente na
qualidade da argamassa.
3. Superfície adequada: A colocação das taliscas ( sua junção formam as
mestras) para aplicação do reboco é feita após a cura do chapisco, com a
base já limpa.
4. Taliscas: As taliscas principais devem ser assentadas com a ajuda de linha
e esquadros, já as secundárias podem ser feitas no momento da aplicação
do revestimento, pois tem a função apenas de transferir a galga da talisca
principal para os pontos intermediários.
5. Aplicação da argamassa: Com uma colher de pedreiro argamassa deve ser
aplicada em chapadas fortes, garantindo o contato efetivo entre ela e o
chapisco.
 6. Teste: Utilizado para verificar o ponto ideal de sarrafeamento, encontrando
os dedos com luva na superfície, objetivando que eles saiam secos para o
prosseguimento.
7. Etapa final: No fim, após o sarrafeamento, se necessário, utiliza uma
desempenadeira lisa para desempenar a superfície obtendo acabamento
mais liso.
8. Friso: Sua função é dividir os panos de revestimentos, permitindo que as
tensões de movimentação sejam dissipadas, além de evitar que fissuras
apareçam de maneira desordenada e é executada na região de encunhamento
da alvenaria.
9. Junta de movimentação: é uma membrana à base de cimento e aditivos
que proporciona flexibilidade e impermeabilização à junta ( friso ), evitando
infiltração de água.
10. Energia de aplicação: Durante a aplicação, a compressão da argamassa
deve ser executada com as costas da colher de pedreiro, melhorando a
compacidade do revestimento e evitando reflexões e formação de abas, que
causam vazios.
11. Ponte de aderência: é um chapisco de areia e cimento entre o revestimento
e a alvenaria.
12. Telas de reforço: são de aço galvanizado ( para evitar corrosão) e utilizadas
para reforço, evitando macrofissuras. Evitar malhas muito fechadas, pois
assim, a argamassa não consegue penetrar nos poros, ocasionando vazios
na região.
As fibras na argamassa tem a mesma função, porém evitam fissuras
menores e mais pontuais.

Revestimento Cerâmico

É um dos elementos que compõem o edifício,sendo necessário que esse

revestimento apresente propriedades específicas e cumpra as suas funções,
contribuindo para o adequado desempenho do edifício.Tem as funções de:

● Proteger os elementos de vedação do edifício;

● Auxiliar as vedações no cumprimento das suas funções;
● Regularizar as superfícies;
● Proporcionar acabamento final aos revestimentos de pisos e paredes;

Estes revestimentos estão relacionados, em sua maioria com a aparência e a

estética.
Sua principais propriedades são:

● Aderência
● Resistência mecânica
● Capacidade de absorver deformações
● Isolamento térmico e acústico
● Estanqueidade à água e aos gases;
● Segurança contra o fogo;
● Durabilidade e eficiência
É importante considerar todos esses aspectos na escolha e aplicação do
revestimento cerâmico.

O revestimento cerâmico é uma sucessão de camadas que deve apresentar um

comportamento monolítico, aderido ao substrato (emboço) e este à base.

1. Camada de fixação: argamassa colante;

2. Cerâmica: placas cerâmicas;
3. Juntas: espaços deixados entre as placas cerâmicas, que são preenchidos
pelo rejunte, no caso das juntas de assentamento, ou pelo selante, no caso das
juntas de controle ou movimentação.

Passo a passo:

1. Nivelamento e planeza da parede: O assentamento das placas cerâmicas

só é permitido, diretamente, sobre a alvenaria se a estrutura não apresentar
excessiva deformação e quando os requisitos de planeza e prumo forem
atendidos.Caso ao contrário deve receber uma camada de emboço para sua
regularização.
2. Planejamento de alinhamento: Antes do assentamento as bases do
substrato devem estar limpas para garantir a aderência da argamassa. Para
se continuar com o alinhamento adjacente, deve- se demarcar a superfície
com giz ou barbante.
3. Aplicação de argamassa na base: Aplique a argamassa colante, passe o
lado liso da desempenadeira e depois o lado dentado em um ângulo de 60
em relação à base e evite abrir área de argamassa muito extensa,
comportando, por vez de 3 a 4 placas.
4. Assentamento do revestimento: Aplique as peças com um pequeno
escorregamento lateral até o amassamento dos cordões, batendo levemente
com a mão ou martelo de borracha.
5. Espaçadores: Continue o assentamento mantendo o alinhamento e
colocando os espaçadores entre as placas cerâmicas para alinhar a folga.
6. Assentamento de recorte: O revestimento cerâmico, depois de recortado,
deve receber a aplicação da argamassa em seu tardoz.

Revestimento de Gesso:

É um insumo muito utilizado na construção civil, podendo se apresentar como

placas, pastas, painéis de gesso acartonado ( Drywall) ou blocos.

O gesso não tem resistência à água por ser material solúvel que perde a
resistência mecânica quando umedecido, por isso não deve ser usado em
exteriores.

Aplicação:
• Revestimento interno de tetos e paredes ( onde pode substituir o emboço e o
reboco);
• Confecção de placas modulares de gesso para forros suspensos;
• Aplicação na forma de placas de gesso acartonado em revestimentos de interiores.
A massa de gesso possui resistência que varia conforme a temperatura e tempo de
Calcinação a que a gipsita foi exposta, finura, quantidade de água de amassamento
e presença de impurezas ou aditivos na composição para a hidratação. A falta ou o
excesso de água de amassamento também pode alterar a pega.

Por ser altamente solúvel, o gesso deve ser aplicado em áreas internas livres de
umidade. Para iniciar o processo de execução recomenda-se que o substrato esteja
concluído há no mínimo um mês. Após esse período deve-se verificar o prumo das
paredes, corrigindo com argamassa eventuais falhas e vazios que possam interferir
no processo de aplicação.

Passo a passo:

1 - Aplicar com rolo de textura média uma demão de chapisco rolado na superfície
inferior das lajes para garantir a aderência da pasta de gesso;
2 - Remover qualquer tipo de sujeira ou materiais do substrato até que este fique
uniformizado.
3 - Após 72 horas iniciar a preparação polvilhando o gesso na água, dentro da
argamasseira, até que o pó esteja totalmente submerso. A seguir, misturar até obter
uma pasta homogênea e sem grumos.
4 - Começar o trabalho pelo teto, aplicando a pasta com o auxílio de
desempenadeira de PVC em movimentos de vai-e-vem.
5 - Nas paredes (metade superior), o deslizamento deve ser realizado de baixo
para cima. Algum tipo de referência deve ser escolhido para medir a espessura da
camada de revestimento
6 - Regularizar a espessura da camada, aplicando a pasta com a desempenadeira,
agora, no sentido horizontal, sendo cada faixa sobreposta à anterior .
7 - Retirar os excessos limpando o teto e a parede com régua de alumínio. Em
seguida conferir a espessura do revestimento junto à referência escolhida.
8 - Limpar a superfície com o canto da desempenadeira de aço para eliminar
ondulações e falhas e, depois, aplicar nova camada de pasta para cobrir os vazios e
imperfeições da superfície, assegurando a espessura final do revestimento.
9 - Desempenar cuidadosamente os excessos e rebarbas exercendo uma certa
pressão para obter a superfície final. A aplicação de pintura deve respeitar o período
de cura e ser executada após o lixamento da superfície

OUTROS TIPOS DE REVESTIMENTOS:

Ainda existem os revestimentos de forro, parede e fachada, que podem ser:

● Metálicos: revestimentos de forros e paredes.

● Alumínio: revestimento de forros e fachadas.

● Granito e mármore: revestimento de paredes e fachadas, em placas de 2 a

3.
● Acústicos: Aplicados em ambientes condicionados quanto ao som, como
estúdios, salas de cinema, salas de equipamentos. Geralmente são materiais
absorventes acústicos, como espumas especiais.

● PVC: São revestimentos em placas de PVC em paredes externas, em

substituição à pintura.Os forros podem ser de PVC, onde as placas são
fixadas em perfis suspensos através de tirantes. Ainda podem ser fixadas em
estrutura presa diretamente à laje ou qualquer estrutura que tenha o suporte
necessário.

● Decorativo: podem ser:

1. FULGET: Revestimento à base de granilha, que proporcionam
acabamento final às superfícies, podem ser usados em ambientes
internos e externos. Pode ser:
SINTÉTICO: Granilha e resina acrílica
NATURAL: Granilha e cimento

2. TEXTURAS: são argamassas pigmentadas que proporcionam

acabamento final,eliminando o uso de pintura.

3. CIREX: Revestimento de pedra a base de quartzo, cimento e mica,

para paredes externas.

● Madeira: São revestimentos à base de laminados, ou madeira maciça, que

pode ser adotado em: paredes, forros, esquadrias, entre outros.

Principais patologias em revestimentos:

● Fissuras por movimentação térmica;

● Deslocamento;
● Bolor;
● Manchamento de placas;
● Vesículas;
● Eflorescência;
● Destacamento.