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Tecnologia da Construção 2

Aula – Revestimentos cerâmicos de paredes


REVESTIMENTOS DE PAREDES
Conjunto de camadas que recobre as vedações e a
estrutura de um edifício com as funções de
complementar as funções da vedação, proteger o
edifício contra intempéries e constituir o acabamento
final (funções estéticas, de valorização econômica)

São o “cartão de visitas” de uma obra!


É um elemento funcional do edifício com
funções bem definidas,
Elemento do subsistema de vedação. No entanto,
pela sua importância muitas vezes é também
conceituado como um “subsistema” ou “sistema”’.
REVESTIMENTOS DE PAREDES
FUNÇÕES DO REVESTIMENTO

Auxiliar as vedações a cumprir


suas funções:
Estanqueidade ao ar e a água;
Isolamento térmico e/ou acústico;
Proteção contra a ação do fogo;
Estética;
Valorização econômica;
Sanidade, higiene, segurança na
utilização...
CLASSIFICAÇÃO
Quanto ao elemento / ambiente a revestir:
Interno / Externo
Áreas secas / Áreas molhadas
Piso / Parede
Quanto ao mecanismo de fixação:
Aderidos
Fixados por dispositivos (pregos, rebites, etc)
Não aderidos
Quanto ao material:
Cerâmico
Pedra
Madeira
Sintéticos (vinílicos; melamínicos, etc.)
REVESTIMENTO
CERÂMICO
REVESTIMENTO CERÂMICO
PRINCIPAIS PROPRIEDADES
Durabilidade
Excepcional resistência à degradação das placas
cerâmicas contra a ação de todos os agentes
agressivos ambientais
Limpabilidade / Facilidade de higienização
Impermeabilidade
Não-porosidade das placas cerâmicas
Obs.: Cuidado com o sistema!
Inalterabilidade da aparência com o tempo
Deficiente conforto tátil
MATERIAIS CONSTITUINTES
Camada de acabamento:
Placas cerâmicas
Juntas de assentamento (entre placas)
• Material – argamassas e pastas para rejunte
Juntas de controle
• Material – selantes elastoméricos
Camada de fixação:
Argamassa colante
Pasta adesiva (à base de polímeros)
Cola de reação (usualmente epóxi)
PLACAS CERÂMICAS

Ambiente Posicionamento
• Horizontal
• Internos • Pisos
• Áreas secas • Vertical
• Áreas molhadas • Paredes internas
• Externos • Fachadas

Resistência
PEI Absorção a manchas
CLASSIFICAÇÃO PEI
PEI (Porcelain Enamel Institute): Instituto
que regulamenta as normas para a
classificação da resistência à abrasão da
superfície de cerâmicas.
O PEI indica uma classificação da superfície
da cerâmica com relação à quantidade de
trafego que ela pode receber.
A classificação vai de 0 a 5. Quanto menor o
número, menor é a resistência, e quanto maior,
melhor será a capacidade do piso para suportar
as intempéries do tempo e de tráfego.
CLASSIFICAÇÃO PEI
A abrasão ocorre devido ao atrito de calçados,
pneus, equipamentos de limpeza e outros
utensílios residenciais, especialmente com
partículas de sujeira, como areia, pequenas
pedras, terra etc.
Com o tempo, a superfície da cerâmica sofre um
desgaste do esmalte.
A vida útil de uma cerâmica vai depender,
basicamente, de dois itens: se o modelo adquirido
continha um PEI adequado ao local assentado e se
há uma higienização com produtos adequados.
CLASSIFICAÇÃO PEI
• Somente paredes
0
• Banheiros e dormitórios residenciais
1
• Dependências residenciais sem ligação com área externa
2
• Todas as dependências residenciais
3
• Áreas internas de uso comercial / Garagens
4
• Áreas de alto tráfico / Uso público interno e externo
5
CLASSIFICAÇÃO PELA ABSORÇÃO
Baixa absorção (0 a 0,5%) e
Porcelanatos resistência alta

Baixa absorção (0,5 a 3,0%)


Grês e resistência alta

Média absorção (3,0 a 6,0%)


Semigrês e resistência mediana

Alta absorção (6,0 a 10,0%)


Semiporosas e resistência baixa

Alta absorção (> 10%) e


Porosas resistência baixa
RESISTÊNCIA A MANCHAS (NBR13.818)
Impossibilidade de remoção
Classe 1 sem danificar a peça

Removível por ácido clorídrico,


Classe 2 acetona e hidróxido de potássio

Removível por produto de


Classe 3 limpeza forte

Removível com produto de


Classe 4 limpeza fraco

Classe 5 Facilmente removível com água


ARGAMASSA COLANTE

Funções:
“Colar” a peça cerâmica ao substrato
Absorver deformações naturais a que a o sistema
de revestimento cerâmico estiver sujeito
ARGAMASSA COLANTE

Características essenciais:
Resistência de aderência a tração
• Paredes internas > 0,5 MPa
• Paredes externas > 1,0 MPa
Tempo em aberto (de abertura)
• Mínimo de 15 minutos no local de aplicação e 50
minutos em laboratório (resfriado)
Deformação transversal (flexibilidade)
• Mínimo: 5 mm de “flecha” e 5N de carga de ruptura
ARGAMASSA COLANTE

AC-I: Áreas internas


NBR 14.081

AC-II: Áreas externas

AC-III: Alta resistência


ARGAMASSA DE REJUNTAMENTO

Funções:
Vedar as juntas entre as peças cerâmicas
Permitir a substituição de peças cerâmicas
Absorver deformações e evitar tensões
excessivas
Melhorar a aderência da camada (efeito cunha)
Função estética (compensar variações
dimensionais das peças)
ARGAMASSA DE REJUNTAMENTO
Propriedades importantes:
Trabalhabilidade
Retração (deve ser baixa)
Aderência
Permeabilidade à água (devem ser estanques)
Capacidade de absorver deformações sem
fissurar (flexibilidade)
Resistência ao manchamento e ao
desenvolvimento de fungos/bolor
Resistência mecânica
REVESTIMENTO
CERÂMICO
PROCEDIMENTO EXECUTIVO
PROCEDIMENTO EXECUTIVO

Condições para início do assentamento:


Substrato homogêneo e limpo;
Alvenaria sem fissuras;
Emboço finalizado (sarrafeado ou desempenado
com acabamento grosso);
21 dias sobre emboço de argamassa com cal;
14 dias sobre emboço com argamassa
industrializada;
3 dias para rejuntamento;
SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO
1 – Verificação do nível
SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO
2 – Materializar Referências:
Verificar os locais onde encontram-se janelas,
portas, interruptores, instalações, etc., pois
nestes pontos, as placas receberão cortes.
Evitar cortes em muito partes visíveis!
SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO
3 – Preparo da Argamassa Colante:

Em um recipiente, despejar
a argamassa colante e
misturar com água limpa na
proporção indicada.

Após a mistura, esperar de


10 a 20 minutos, para que
ocorra a reação dos aditivos
(retentores de água).
SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO
4 – Aplicação da Argamassa Colante:

Passar a desempenadeira
dentada para formar os
sulcos na argamassa já
aplicada na parede.
SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO
4 – Aplicação da Argamassa Colante:

Passar a desempenadeira
dentada para formar os
sulcos na argamassa já
aplicada na parede.

Usar a
desempenadeira
dentada, primeiro
do lado liso e
depois do dentado.
SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO
5 – Assentar as Placas Cerâmicas:
Verificar o tempo em aberto na prática
Assentar de preferência de baixo para cima,
pressionando com as mãos e depois batendo
levemente com o martelo de borracha
SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO
5.1 – Fiada mestra e guias de prumo
SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO
5.2 – Fiadas superiores
SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO
5.3 – Fiada abaixo da fiada mestra
SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO
Detalhe do arremate dos azulejos com o
piso:
SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO
6 – Rejuntamento:
Após o assentamento, aguardar 3 dias para
começar o rejuntamento.
Utilizar rejuntes industrializados.
SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO
7 – Limpeza:
Após o término do
rejuntamento, esperar um
momento (varia de acordo
com o tipo de rejunte),
para a limpeza do excesso
de rejunte da superfície
das placas cerâmicas;
Limpar primeiramente com
uma esponja úmida e
depois com pano seco.
PROCEDIMENTO EXECUTIVO
Observações importantes:
Durante o processo de assentamento, deve-se
manter a superfície da placas e as juntas livres
de argamassa.
Se a placa cerâmica sujar, limpar imediatamente,
enquanto a argamassa ainda estiver fresca
(recente), de modo a evitar manchas.
Deve-se atentar sempre para a presença de
juntas ao longo do revestimento cerâmico, para
que seja permitida a movimentação.
JUNTAS DE CONTROLE
Necessária a previsão em projeto de
diferentes tipos de juntas:

1 – Juntas de assentamento 2 – Junta estrutural


3 – Junta de movimentação 4 – Junta de união / dessolidação
JUNTAS DE CONTROLE
Juntas de assentamento:
Funções:
• Compensar a variação de bitola das placas;
• Atender a estética, harmonizando o tamanho das
placas e as dimensões do pano;
• Oferecer poder de acomodação às
movimentações;
• Facilitar o perfeito preenchimento;
• Facilitar a troca de placas cerâmicas em caso de
necessidade de manutenção.
JUNTAS DE CONTROLE
Juntas de movimentação:
São juntas intermediárias, normalmente mais
largas que as de assentamento, projetadas para
aliviar tensões geradas por movimentações da
parede e do próprio revestimento devido às
variações de temperatura e umidade ou por
deformação lenta do concreto da estrutura
revestida.
Devem ser aprofundadas até a superfície da
parede, preenchidas com materiais deformáveis
e vedadas com selantes flexíveis.
JUNTAS DE CONTROLE
Juntas de movimentação – Normatização:
NBR 13755 – Paredes externas e fachadas:
• Juntas horizontais a cada 3m ou a cada pé direito;
• Juntas verticais a cada 6m.
NBR 13754 – Paredes internas:
• Juntas horizontais e verticais em paredes com
áreas >= 32 m² ou sempre que as dimensões do
revestimento >= 8m;
• Locais expostos ao sol e/ou umidade: áreas >= 24
m2 ou dimensões >= 6m
JUNTAS DE CONTROLE
Juntas de dessolidação:
Espaço regular cuja função é separar o
revestimento para aliviar as tensões provocadas
pela movimentação da base ou do próprio
revestimento.
Recomendação:
• Cantos verticais;
• Mudanças de direção do plano do revestimento;
• Encontro da área revestida com pisos, forros,
colunas, vigas ou outros tipos de revestimento;
• Mudança de material da estrutura suporte.
DESCOLAMENTO
Perda de aderência das placas cerâmicas
do substrato, ou da argamassa colante,
quando as tensões surgidas no revestimento
cerâmico ultrapassam a capacidade de
aderência das ligações entre a placa e a
argamassa colante e/ou emboço.
Primeiro sinal: Som cavo (oco) nas placas ou
estufamento da camada de acabamento.
Ocorrem primeiro geralmente nos primeiros e
últimos andares do edifício, devido ao maior nível
de tensões observados nestes locais.
DESCOLAMENTO

Causas mais comuns:


Ineficiência ou deficiência de projeto, como
inexistência de juntas;
Utilização da argamassa colante com um tempo
em aberto vencido;
Variações higrotérmicas e de temperatura;
Assentamento sobre superfície contaminada;
Imperícia ou negligência da mão-de-obra na
execução e/ou controle dos serviços.
DESCOLAMENTO
Utilização da argamassa colante com um
tempo em aberto vencido:
Depois de preparada, a argamassa colante tem
sua vida útil limitada pela pega do cimento!
Tempo em aberto / Tempo útil:
• Intervalo de tempo no qual, uma vez entendida
sobre a base, uma camada de argamassa
consegue manter as peças cerâmicas assentadas
e alcança valores de aderência final aos 28 dias de
idade.
• Em geral, em condições de laboratório, varia entre
20 e 30 minutos.
DESCOLAMENTO
Utilização da argamassa colante com um
tempo em aberto vencido:

Principais cuidados:
Não estender a argamassa em grandes áreas;
Garantir que o tempo decorrido entre o
assentamento da primeira peça até a última não
seja superior ao tempo em aberto;
Após a argamassa endurecer na masseira, não
adicionar água para melhorar a consistência.
DESCOLAMENTO

Variações higrotérmicas e de temperatura:


Expansão por umidade (EPU) ou Dilatação
Higroscópica: Fenômeno provocado pela
adsorção de água, na forma liquida ou de vapor
que, ao contrario da simples absorção de água
retida apenas nos poros do material, provoca
modificações na sua própria estrutura, com
aumento de volume.
NBR 13.818: Recomenda um limite de expansão
de 0,6mm/m ou 0,06%

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