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Materiais de Construção I

Vidros
Profa. Marilia Oliveira
Histórico

• Descoberta –Síria – 3000 a.C.


• Egito – Conhecimento 1500 a.C.
• Romanos – contribuição para o desenvolvimento da indústria 100 a. C.
(garrafas, vasos e outros adornos)
• Século III e IV - proteção de janelas
• Século VI – Catedral de Santa Sofia – primeiro vidro colorido aplicado
na arquitetura.
• Século VIII – surgimento do vidro plano transparente – aplicação em
janelas, protagonista da composição da fachada.
• Século XIX – EUA – inovações tecnológicas construtivas e emprego em
larga escala do vidro
• Século XX – Janelas envidraçadas começaram a predominar na fachada
de edifícios
Definição

Produtos resultantes da fusão pelo calor de óxidos inorgânicos ou seus


derivados de misturas, tendo como constituinte primordial a sílica (óxido
de sílica), que por resfriamento, enrijece sem cristalizar.

Matérias-primas

• Sílica pura (areia) - excelente qualidade


Desvantagem: alta temperatura de fusão (2000 oC)

• Introdução de óxidos – Sódio, potássio e lítio reduz a energia de


ativação (<1600 oC)
Desvantagem: vidro de baixa qualidade

• Agentes modificadores – CaO, MgO e Al2O3 – Aumentam a resistência


química e à de vitrificação.
Principais tipos de vidro - Composição química

• Sodo-cálcico
Vitrificante – sílica

Fundente – soda
Composição ou potassa

Estabilizante - cal

Obtido pelo processo de fabricação float transformando em produtos,


tais como: vidro curvo, temperado, laminado, espelho, metalizado.

Composição do vidro float

SiO2 K2O Al2O3 Na2SO4 MgO CaO


72% 0,3% 0,7% 14% 4% 9%
Principais tipos de vidro - Composição química

• Boro-silicato – utilizados em utensílios domésticos resistentes à


choque térmico.

• Ao chumbo – utilizados na fabricação de copos, taças, cálices.


Características de brilho e transparência.

• Aluminoborossilicato – são utilizados em tubos de combustão,


fibras de vidro, vidro de alta resistência química.
Processo de fabricação do vidro float

1. Processo de fusão – a mistura dos componentes é colocada no forno


de fusão, por meio de correias transportadoras, em temperaturas de
até 1600oC, sendo fundida e transformada em uma mistura
homogênea.

2. Banho float – a massa é derramada em uma piscina de estanho


líquido sobre a qual, por diferença de densidade, flutua. Nesse ponto
é determinada a espessura.

3. Galeria de recozimento – a folha de vidro é resfriada até


aproximadamente 120oC.

4. Inspeção automática – antes do recorte, a lâmina passa por uma


inspeção do scanner com feixe de laser

5.6.7 Recorte, empilhamento e armazenamento – as chapas são, então,


recortadas em dimensões pré-programadas, empilhadas em pacotes para
expedição e armazenadas.
Principais vidros aplicados na construção civil

• Vidro float incolor – O processo de fabricação do vidro float incolor


é utilizado como base para os outros tipo de vidro , como os
coloridos laminados e reflexivos.

• Vidro float colorido ou absorvente – processo de fabricação


idêntico ao float incolor, com a incorporação de uma mistura de
aditivos minerais, de acordo com a coloração desejada.

Selênio (Se) Verde


Óxido de ferro (Fe2O3) Bronze
Óxido de cobalto (Co3O4) Cinza
azul

Finalidade – absorção da energia incidente, redução do ganho


de calor direto no interior do edifício.
Aplicação do vidro na construção civil

Fachadas, coberturas, divisórias, pisos, portas, janelas, escadas, paredes,


componentes estruturais

ABNT - possui 23 normas técnicas estabelecendo terminologia, requisitos


de produtos, requisitos de montagem e procedimentos de ensaio de
produtos e montagens relativos à construção civil.
• Vidro float colorido ou absorvente – Além do aspecto estético,
podem reduzir o consumo energético de uma construção.

A energia absorvida pelo vidro é, então, reirradiada pelo vidro com uma
parte dela fluindo para a parte externa da construção.
Vidro metalizado ou refletivo

Tem como base o vidro float incolor ou colorido. É depositado em uma das
faces, uma camada de óxido metálico.
Vidro duplo ou insulado

É um vidro termoacústico composto por qualquer tipo de vidro: temperado,


laminado, colorido, incolor, metalizado e baixo emissivo. Aplica-se uma
camada de ar desidratado entre as lâminas. As bordas dos vidros são
hermeticamente fechadas com materiais que suportam altas e baixas
temperaturas e resistem a radiação ultravioleta.

São empregados no fechamento de vãos fixos, em janelas, portas,


fechamento de salas e ambientes climatizados, coberturas, visores de portas
de saunas e em equipamentos de refrigeração.
Vidro de segurança

Indicados para áreas com risco de acidentes (portas de vidro,


envidraçamento nos banheiros e nas piscinas, etc.,

Quando fraturado, produz fragmentos menos suscetíveis de causar


ferimentos graves.

NBR – 7199 /2016 – Vidros na construção civil – Projeto, execução e


aplicações
• Vidraças externas sem proteção
• Sacadas e parapeitos
• Vitrines
• Telhados e claraboias
Vidros de Segurança

Laminado

Temperado

Aramado
Vidro Temperado – vidro de segurança

A fabricação consiste no processo de têmpera obtida pelo aquecimento


gradativo a uma temperatura próxima ao ponto de amolecimento (700oC),
depois ocorre um resfriamento rápido através de jato de ar. Esse processo
gera tensões internas de tração no interior e compressão na superfície,
resultando em uma resistência mecânica cinco vezes maior que o vidro
comum. Aplicação em grandes painéis e lugares altos.
Desvantagens

• Peças não podem ser furadas, nem cortadas


após o processo de têmpera. Se houverem
medidas milimetricamente erradas, a peça
inteira será perdida;
• Pouca flexibilidade em comparação ao vidro
normal ou laminado;
• Pouco indicado para ser utilizado como
suporte;
• Qualquer dano pode provocar estilhaçamento
total da peça.
Sacada Cobertura

Janela
Vidro laminado – Vidro de segurança
Duas ou mais lâminas de vidro coladas, sob pressão e calor, pela intercalação de
um até quatro filmes de policarbonato ou polivinil butiral (PVB) .

A produção do vidro laminado abrange as seguintes etapas: as chapas de vidro já cortadas,


lavadas e secas são montadas na sala especial, intercalando-se a folha de PVB flexível. Em
seguida, os conjuntos montados são transportados para uma estufa, para uma remoção
preliminar de ar entre as chapas de vidro. Posteriormente, os conjuntos vidro-PVB-vidro são
tratados em autoclave, no qual são submetidos a um ciclo que atinge 10 a 15 atm de
pressão, a mais de 100 °C de temperatura. Após o ciclo no autoclave, as lâminas de vidro e
PVB estão firmemente unidas, constituindo o laminado.
O laminado mais usado consiste em duas lâminas de vidro float de 3 mm e
uma película de PVB de 0,38 mm ou 0,76 mm

Desempenho

• Em caso de quebra acidental, os fragmentos ficam retidos e as


lâminas permanecem integras e podem distender 5 vezes antes de
romper.

• Resistentes a impactos e punções - As espessuras chegam a 60 mm,


com resistência a balas de armas de fogo de diversos calibres. Neste
caso, são fabricados com várias camadas de vidro e várias camadas
intercaladas de PVB e/ou policarbonato, resultando em vidros
multilaminados.

• Bom comportamento acústico – o PVB flexível amortece as vibrações


sonoras das lâminas de vidro, transmitida pela lâmina de vidro
externa.

• Excelente filtração de raios ultravioletas


Utilização do vidro laminado

Vitrine

Escadas

Guarda corpo
Esquadrias
Recomendações O vidro de segurança laminado requer maiores cuidados
de projetos e aplicação do que os vidros recozidos comuns.

■o vidro laminado deve chegar à obra com as dimensões exatas para


aplicação no vão, respeitadas as tolerâncias admissíveis; não se recomenda
que sejam cortados na obra, pois essa operação pode causar danos à borda
do vidro, com consequente penetração de umidade;

■a estocagem do material deve ser feita, necessariamente, em local seco e


ventilado, em cavaletes apropriados;

■a selagem ou vedação das placas de vidro laminado deve ser feita com
selantes que não ataquem a película de PVB. Silicones que contenham ácido
acético ou selantes à base de polissulfetos e óleo de linhaça não devem ser
utilizados;
■deve-se evitar o uso de materiais de limpeza à base de cloro, pois, na
presença da água, o cloro se torna um eletrólito de alta condutibilidade
elétrica, provocando a corrosão da caixilharia, e consequente aparecimento
de erupções de ferrugem, que introduzirão esforços indesejáveis nas
chapas de vidro.
Vidro aramado – vidro de segurança

A principal característica desse vidro é sua


resistência ao fogo, sendo considerado um
material anti-chama. Reduz também o
risco de acidentes, pois, caso quebre, não
estilhaça, e os fragmentos mantêm-se
presos à tela metálica. É resistente à
corrosão, não se decompõe, nem
enferruja.
Pele de vidro – fachada cortina - structural glazing

É um método para aplicação de vidro em fachadas

A instalação pode seguir três modelos:

Stick ou grid

Unitizado

Híbrido
Pele de vidro – fachada cortina - structural glazing

Stick ou grid - primeiro é feita a montagem da estrutura de fixação no prédio


e, depois, a colagem dos vidros nesses elementos.
Pele de vidro – fachada cortina - structural glazing

Unitizado - a colagem do vidro na estrutura de fixação é feita em fábrica. O


conjunto chega na obra pronto para ser fixado — requer equipamentos de
elevação, como guindastes.
Pele de vidro – fachada cortina - structural glazing

Híbrido - mistura dos dois sistemas acima. Ou seja, em determinados espaços


da fachada a instalação pode seguir o esquema unitizado e, em outras, o
stick/grid.

Vantagens:
• Economia de energia
• Conforto térmico
• Dispensa o uso de cortinas
• Estética
• Isolamento acústico
• Selo de sustentabilidade

Desvantagens:
Custo
Manutenção da pele de vidro (limpeza)
Vidro impresso ou fantasia

Possui desenhos ou motivos ornamentais em uma ou duas de suas faces.

Os vidros impressos gravados e esmaltados são indicados quando se deseja obter


luminosidade sem comprometer a privacidade. O tipo de vidro a ser escolhido
dependerá do grau e tipo de privacidade e difusão luminosa que o projeto
especifique.

Exemplos de utilização desses vidros são painéis decorativos, janelas, portas,


divisórias, fachadas, coberturas, boxes de banheiro, revestimento de paredes, e
na indústria moveleira.
Tipos de vidro impresso
Vidro serigrafado

O processo de serigrafia consiste na aplicação de camadas de esmalte


por meio de uma tela serigráfica na(s) face(s) do vidro.

Essas camasdas possibilitam um controle de sombreamento e


privacidade, além do uso para escrita e propaganda
Vidros de baixa emissividade (low-e)

Desenvolvido inicialmente para ser aplicado em edifícios de países de clima


frio, que precisam manter o interior do edifício aquecido, os vidros low-e são
de baixa emissividade e impedem a transferência térmica entre dois
ambientes.
Sua eficiência vem de um filme fino de óxido metálico aplicada em uma das
faces do vidro. Essa película filtra os raios solares — intensificando o controle
da transferência de temperaturas entre ambientes —, sem impedir a
transmissão luminosa. (Abravidro)
Superwindows

Combinação de múltiplas camadas de películas low-e;

Inserção de vidros de gases com baixas condutâncias (argônio e


Kriptônio) – reduzem a transmitância térmica total (U);

Caixilhos mais estanques e isolantes.


Fibras de vidro

A lã de vidro é produzida despejando-se o vidro fundido no centro de um


disco de platina horizontal que gira em alta rotação, o que faz com que o
vidro líquido seja arremessado para a periferia do disco, onde estão
localizados pequenos furos ou orifícios. À medida que os filetes de vidro
fundido escoam pelos orifícios, eles são atingidos por jatos de ar ou vapor
de alta pressão ,de cima para baixo, fazendo com que um produto, um
emaranhado de fibras de diversas dimensões, com aspecto de lã, seja
produzido. A temperatura do vidro, a dimensão dos orifícios e a pressão
dos jatos condicionam o tipo de fibra fabricada.
Fibras têxteis de vidro

Processos de produção:
Pequenas esferas de vidro são fundidas e fluem por pequenos orifícios com
embuchamento em liga de platina, formando-se fibras de 4 μm a 20 μm de
diâmetro. Em seguida, uma camada protetora à base de material orgânico é
aplicada e os filamentos são aglutinados em um único cordão antes de serem
enrolados em bobinas.
Para a produção dessas fibras em grande escala, inicialmente ocorre a fusão
de matérias-primas vidreiras. O vidro líquido e homogêneo é então
despejado sobre pratos perfurados. Filetes de vidro fluem pelos orifícios do
prato e, em virtude de seus diâmetros diminutos, resfriam-se rapidamente,
recebendo a seguir uma camada polimérica de proteção, sendo então
diretamente enroladas em uma variedade de formas: fios individuais, em
feixes, em rovings etc.
Aplicações especiais do vidro

Diversos produtos e aplicações novas têm sido desenvolvidas ao longo dos


últimos anos, as quais devem tornar-se mais acessíveis e cada vez mais
empregadas, à medida que a melhora na tecnologia de fabricação e a
economia de escala permitam que seus preços tornem-se acessíveis ao
grande público.

Vidro Eletrocromático
Possui habilidade de tornar-se
desde completamente incolor e
transparente, até fosco ou
colorido, por meio do
acionamento de um controle
elétrico externo.
A corrente elétrica tanto pode ser
ativada por meio de um
interruptor como a ativação pode
ser programada através de
sensores sensíveis à intensidade
da luz.
Vidro Autolimpante

Trata-se de um vidro que apresenta a característica de manter sua superfície


livre de sujeiras.
Etapa fotocatalítica - é conseguida a partir da deposição de uma camada
invisível, manométrica de TiO2, na superfície do vidro - a radiação ultravioleta
provoca transições eletrônicas do átomo de titânio, que degradam as
moléculas e partículas de sujeira depositadas na superfície do vidro.

Etapa hidrofílica - uma vez que a superfície do vidro torna-se hidrofílica com a
quebra da sujeira. Desse modo, ao atingir o vidro, a água da chuva, no lugar de
formar gotículas sobre a superfície do vidro, denotando o comportamento
hidrofóbico da superfície, espalha-se extensivamente pela superfície do vidro
(comportamento hidrofílico), levando embora a sujeira já degradada.

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