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CONSTRUÇÃO CIVIL
AULA 6
CONVERSA INICIAL
sistema construtivo convencional. Assim sendo, nesta etapa, veremos os tipos de revestimentos,
às normas e aos detalhes nisso envolvidos, pois, além de eles representarem um percentual importante
do custo da obra, podendo chegar a até 40% do custo total, eles determinam, aos contratantes, por
serem visualmente detectáveis seus defeitos, a aferição da qualidade das obras. Finalizaremos a etapa
estudando como é feita, tecnicamente, a cobertura da construção, mostrando opções de telhados,
nomenclatura utilizada, tipos de materiais, sempre amparados pelas normas pertinentes e guiados por
uma ótica de arquiteto construtor.
acabamentos posteriores. São utilizadas, para isso, camadas, podendo ser sobrepostas, em bases de
concreto, tijolo e bloco cerâmico, bloco de concreto, bloco de concreto celular e bloco silicocalcário,
conforme a norma ABNT NBR 7200:1998 (ABNT, 1998).
nivelamento fixados nas respectivas normas de alvenaria e de estruturas de concreto, além de estarem
isentas de poeira, substâncias gordurosas, eflorescências ou outros materiais soltos, tendo em vista que,
conforme a norma, a aderência do revestimento está relacionada com o grau de absorção da base, que
propicia a microancoragem, e com a rugosidade superficial, que contribui para a macroancoragem.
1.1 CHAPISCO
O chapisco é a camada de preparo da base, de acordo com a ABNT NBR 13529:2013, constituída de
mistura de cimento, areia e aditivos, aplicada de forma contínua ou descontínua, com a finalidade de
uniformizar a superfície, quanto à absorção, e melhorar a aderência do revestimento (ABNT, 2013). O
objetivo desse revestimento é deixar a superfície mais áspera, servindo como ancoragem para o
revestimento posterior, o emboço, mas outras funções devem ser destacadas tais como:
A camada de chapisco deve ser uniforme, com espessura máxima de 5 mm e acabamento áspero e
irregular.
Chapisco rolado: aplicado com o rolo de textura, tem por finalidades a melhoria da aderência, o
não desperdício de material e uma maior facilidade de execução (no caso de lajes).
Chapisco desempenado: executado sobre estruturas de concreto armado ou placas de drywall, é
aplicado com desempenadeira dentada, eventualmente utilizando-se de argamassa colante (de
cerâmica), em sua composição.
Vimos, anteriormente, que, para a execução dos revestimentos, a base deve estar regularizada e
preparada para receber as camadas; logo, o arquiteto deve estar atento quanto à eliminação de
irregularidades preenchendo furos, tratando de pré-umedecer as áreas onde será aplicado o chapisco.
O processo executivo do chapisco convencional deve seguir esta sequência, após a superfície estar
adequada e a argamassa já preparada (trataremos da argamassa no próximo tópico):
Lançá-lo sobre o paramento previamente umedecido, em uma única camada de argamassa, pelo
1.2 EMBOÇO
O emboço, também chamado de reboco grosso, é a camada de revestimento executada para cobrir
e regularizar a superfície da base com ou sem chapisco, propiciando uma superfície que permita receber
outra camada de reboco ou de revestimento decorativo ou que se constitua no acabamento.
Os cuidados com a base e o conhecimento dos objetivos do emboço evitam situações comumente
verificadas em obra, como a correção de prumos e esquadros mal-executados nas alvenarias e
estruturas, por meio do aumento da espessura desse revestimento, que não deve ultrapassar 2,5 cm,
em áreas internas, e 3 cm, em áreas externas.
A argamassa mista, composta de cimento, areia e cal, estudada em capítulo à parte na sequência,
deve estar preparada, assim como providenciado o umedecimento da superfície que receberá o emboço
e verificados o prumo e as espessuras da camada, mediante criação de referências que são pré-
Deve-se, assim:
Criar referências com taliscas (pequenas peças de madeira ou de ladrilhos cerâmicos), fixando-as
Após o processo executivo finalizado, o mínimo de cura é de 7 dias, tempo necessário para de 60%
a 80% da retração acontecer, sendo que, para se executar revestimentos sobrepostos ao embolo, o
período ideal será de 21 dias.
1.3 REBOCO
Reboco é uma camada fina de argamassa, de em torno de 2 mm, utilizada para o cobrimento do
emboço, propiciando que a área aplicada fique menos porosa e receba revestimentos de acabamento,
como pintura.
madeira com feltro, em movimentos circulares, uniformizando-se toda a área de aplicação. Obviamente,
cuidados com a base, como limpeza e remoção de resíduos, devem ser feitos antecipadamente.
Sendo considerada uma preparação para o acabamento das superfícies, sua aplicação pode ser
dispensada, conforme o acabamento posterior, por exemplo: se houver revestimento cerâmico, o reboco
será executado diretamente sobre o emboço.
Também conhecido como massa única ou emboço único, o emboço paulista é o revestimento
executado numa camada única, cumprindo as funções do emboço e reboco, por sobre o chapisco,
eliminando-se o reboco e deixando-se a superfície do emboço mais lisa para receber o acabamento. O
emboço paulista é aplicado da mesma forma que o emboço, com argamassas industrializadas
(compostas de areias de granulometria mais fina), que podem oferecer um melhor custo-benefício à
obra, em função de eliminarem uma das atividades, sem se perder a qualidade e lisura da superfície.
TEMA 2 – ARGAMASSA
Como vimos no tópico anterior, cada revestimento argamassado possui funções específicas e, para
cumpri-las, as argamassas a serem utilizadas “[...] devem possuir características e propriedades que
sejam compatíveis com as condições a que estarão expostos, com as condições de execução, com a
natureza da base, com as especificações de desempenho, e com o acabamento final previsto” (ABCP,
[S.d.], p. 70). A norma ABNT NBR 7200:1998 define como argamassa inorgânica a mistura homogênea
de agregado(s) miúdo(s), aglomerante(s) inorgânico(s) e água, contendo ou não aditivos ou adições,
com propriedades de aderência e endurecimento (ABNT, 1998). E determina ainda as condições em que
as argamassas devem ser preparadas, estabelecendo condições de armazenamento dos materiais de
O arquiteto deve estar atento às determinações da norma ABNT NBR 7200:1998 (ABNT, 1998), com
destaque aos itens de produção:
O volume de produção de argamassa de cimento ou mista deve ser controlado de modo que sua
utilização se dê em prazo máximo de 2 horas e 30 minutos.
Para temperaturas acima de 30 °C, forte insolação direta sobre o estoque de argamassa ou
umidade relativa do ar inferior a 50%, o prazo deve ser reduzido para 1 hora e 30 minutos.
No processo de mistura mecanizado, o tempo não deve ser inferior a 3 minutos nem superior a 5
minutos.
Esses prazos estabelecidos podem ser alterados pelo emprego de aditivos retardadores, seguindo-
se as recomendações de uso previamente estudadas. Cada tipo de argamassa deve ter uma composição
em que seus componentes se misturem de forma a se cumprir a função dos revestimentos, que não
durabilidade;
proteção;
capacidade de isolamento e resistência;
estanqueidade;
facilidade de manutenção;
regularidade da superfície.
Conhecendo as características das argamassas, a isso sendo somado o aprendizado sobre materiais
de construção, o arquiteto poderá compor os traços para atendimento de cada projeto específico. A
norma ABNT NBR 13280:2005 especifica os requisitos exigíveis para a argamassa utilizada em
assentamento e revestimento de paredes e tetos e se aplica igualmente à argamassa industrializada,
dosada em central e preparada em obra, preparada em central ou preparada em obra.
a. Simples de cimento:
aplicação não recomendada sobre bases de baixa resistência e alta porosidade (concreto leve,
celular, blocos e tijolos leves);
secagem rápida;
baixa plasticidade;
baixa retenção de água;
pouca trabalhabilidade.
Argamassa para reboco: indicada para cobrimento de emboço, propiciando uma superfície fina
que permita receber o acabamento. Também é denominada massa fina.
Argamassa decorativa em camada fina: argamassa de acabamento indicada para
Os revestimentos podem ser divididos em: argamassados – chapisco, emboço e reboco – e não
argamassados, que oferecem uma infinidade de possibilidades, como gesso, madeira, pedra, texturas,
entre outros. Nesta etapa, veremos os revestimentos cerâmicos, muito utilizados em todos os tipos de
construções e elencados, em nosso cronograma físico, no sistema construtivo convencional, cujas
características o arquiteto deve conhecer, assim como o procedimento de aplicação desse tipo de
material.
A fabricação dos revestimentos cerâmicos se dá com base em uma mistura de argila e outros
componentes inorgânicos (como feldspato e quartzo), passando por um processo de queima em altas
temperaturas, sendo a variação dessas misturas, conjuntamente com a evolução da tecnologia,
causadoras de suas peças apresentarem várias possibilidades de cores, tamanhos e modelos, podendo
revestir diversos tipos de ambientes. Com a função de proteger as superfícies, podem atuar de modo
refratário, além de terem também uma função decorativa.
As placas cerâmicas são divididas em grupos, de acordo com seu método de fabricação e sua
capacidade de absorção de água.
As placas cerâmicas são divididas em grupos segundo dois critérios: a capacidade de absorção de
água, diretamente relacionada com a porosidade do material; e o método de fabricação, que influencia
diretamente as suas variações geométricas, cores e diversidade de aspectos e aplicações:
1. Grupos por capacidade de absorção de água: indicam o quanto de umidade a peça chega a
absorver, a saber:
a. Grupo I: baixa absorção (menor que 3%), subdivide-se em:
Ia: absorção entre 0% e 0,5% – porcelanato
Ainda podemos classificar as placas esmaltadas conforme sua resistência à abrasão (desgaste por
raspagem), medida sob critério definido pelo Instituto de Esmalte de Porcelana (Porcelain Enamel
Institute – PEI), que regulamenta e para classifica os revestimentos nesse quesito; ou pela ABNT NBR ISO
10545-7:2017 (ABNT, 2017), que apresenta as seguintes classes de resistência à abrasão:
a. Classe 0 ou PEI 0: não recomendadas para uso em pisos e indicada apenas para paredes.
b. Classe 1 ou PEI 1: pisos em áreas com pouco tráfego e áreas com o contato com as placas pouco
abrasivo.
c. Classe 2 ou PEI 2: pisos em áreas com pouco tráfego e exclusivamente de pessoas, com no
máximo pequenas quantidades ocasionais de sujidades abrasivas.
d. Classe 3 ou PEI 3: pisos em áreas que trafegadas com maior frequência e dependências
residenciais sem portas externas, com pequenas quantidades de sujidades abrasivas. Não se aplica
a calçados anormais, por exemplo, botas com biqueira.
e. Classe 4 ou PEI 4: indicada para áreas que com tráfego regular, como dependências residenciais e
salas comerciais.
f. Classe 5 ou PEI 5: pisos em áreas sujeitas a tráfego constante, como dependências residenciais,
comerciais e industriais.
A especificação das placas cerâmicas, nas edificações, está relacionada, principalmente, com o tipo
do piso cerâmico (de acordo com as classificações apresentadas) e o tráfego previsto, além da questão
estética. O porcelanato, por exemplo, diferencia-se pelo seu processo de produção, em temperaturas
superiores das dos revestimentos cerâmicos, podendo ter acabamento acetinado ou receber polimento,
pelos controles de porosidade, tamanho e formato das placas, dados eletronicamente, uma vez que sua
fabricação é toda automatizada. Outro exemplo são as pastilhas cerâmicas, ou de porcelana, destinadas
usualmente a revestirem fachadas, piscinas, boxes de chuveiros, pelas características de baixíssima
absorção de água e capacidade de exposição a intempéries, além de possuírem grande variedade de
cores e tamanhos.
A ABNT NBR 14081-5:2012 designa os tipos de argamassa colante industrializada (AC), indicando
AC I: utilizada para revestimentos internos horizontais (pisos), com exceção de sua aplicação em
saunas, churrasqueiras, estufas e outros revestimentos especiais.
AC II: com características de adesividade, é indicada para o assentamento de placas cerâmicas
horizontais e verticais, pois permite que se absorvam reforços existentes em revestimentos de
pisos e paredes internos e externos, à exceção de áreas sujeitas a variações intensas de
temperatura.
AC III: usada no assentamento de placas cerâmicas em áreas internas ou externas submetidas a
condições de exigência de resistência mecânica e a variação térmica elevada, apresenta alta
adesivagem e aderência superior em relação às argamassas dos tipos I e II. Pode ser utilizada em
porcelanatos, pastilhas de porcelana, placas de grandes formatos e inclusive para assentamento de
cerâmica sobre cerâmica.
Tipo E: AC dos tipos I, II ou III, mas com o tempo em aberto estendido.
A reunião de condições das superfícies para receber o revestimento cerâmico, seja em emboço, seja
em contrapiso, respeitados os tempos de cura das argamassas de cimento estudados anteriormente,
assim como a limpeza dessas áreas, é fundamental. Cuidados como não aplicar cerâmicas em condições
extremas como sol intenso, manter proteção contra chuvas (em áreas externas) e verificar se as peças
estão secas são igualmente importantes.
Os projetos específicos indicando onde e como serão executados os revestimentos são chamados
de projetos de paginação e devem estar disponíveis para assentamento. A sequência da instalação, a ser
acompanhada pelo arquiteto, é a seguinte:
Crédito: AlexeiLogvinovich/Shutterstock.
TEMA 4 – PINTURA
A pintura faz parte do acabamento de uma obra e se engana quem imagina ser essa uma atividade
simples ou de menor relevância, sob o ponto de vista técnico. Trata-se de um serviço normatizado, com
uma infinidade de possibilidades de materiais e produtos a serem utilizados, em que o arquiteto deve
conhecer os conceitos e objetivos para poder acompanhá-lo.
A norma ABNT NBR 13245:2011 tem como objetivo fixar as condições exigíveis para a execução de
pinturas em edificações não industriais, aplicadas em diversos substratos, sendo que, em caso de
superfícies expostas a atmosferas industriais ou em contato com produtos químicos e/ou alta
temperatura, essa norma não é aplicável (ABNT, 2011). Pinturas internas e externas são abordadas de
modo a se definir quais materiais devem ser empregados e sua respectiva forma de aplicação, nos
diversos tipos de superfícies existentes, atendendo aos principais objetivos desse serviço: conferir
proteção e valor estético.
O serviço de pintura faz parte das atividades elencadas no cronograma físico de uma construção, a
qual elencamos no início de nossos estudos, com ênfase no sistema construtivo convencional. Para a
atividade de pintura poderemos ampliar as possibilidades, mostrando esse revestimento em outros
tipos de materiais como madeira e materiais ferrosos e aplicado em superfícies no caso de reformas.
https://univirtus.uninter.com/ava/w eb/roa/ 14/23
10/01/2024, 15:45 UNINTER
A primeira etapa desse serviço é analisar o tipo e a condição da superfície onde será aplicada a
tinta, que a norma trata como substrato, sendo comum a todos os tipos – o substrato estar firme, coesa,
limpa, seca, isenta de partículas soltas e livre de contaminações, tais como por óleo, graxa, poeira, sabão,
mofo e outras impurezas (ABNT, 2011).
Vejamos as condições específicas dos substratos, conforme a ABNT NBR 13245:2011 (ABNT, 2011):
a. Os tempos de cura dos revestimentos argamassados (vistos em tópico anterior) devem ser
respeitados, ou seja, não deve haver aplicação pelo menos por 30 dias após o término de uma
execução.
b. As partes soltas ou mal-aderidas deverão ser recompostas.
c. Deve-se aplicar uma demão de selador acrílico em base água.
d. Cada demão deve ser aplicada com espessura uniforme e livre de escorrimentos.
e. A indicação da tinta para esse tipo superfície é de uso de tintas acrílicas (à base de água) em duas
ou três demãos, de aspecto fosco, semibrilhante ou acetinado.
f. A fim de se aumentar o nível do acabamento conferindo um aspecto mais liso à superfície, deve-se
aplicar duas demãos de massa corrida de base acrílica, lixando-se até se obter o nivelamento
desejado.
a. O substrato deve estar seco (com 20% de umidade, no máximo), limpo, sem poeira ou presença de
a. Precisa-se lixar a superfície e limpar o pó resultante com um pano umedecido com aguarrás ou
tíner.
b. Em caso de acabamento deteriorado, deve-se lixar ou aplicar removedor de pintura até a total
remoção do acabamento e limpar a superfície com um pano umedecido com aguarrás ou tíner.
a. Deve-se lixar e limpar a superfície com um pano umedecido com aguarrás ou tíner.
b. Precisa-se aplicar uma demão de fundo anticorrosivo.
c. Em caso de metais oxidados, lixa-se e remove-se toda a oxidação e limpa-se o substrato com um
pano umedecido com aguarrás ou tíner.
a. Lixa-se o substrato até se eliminar o brilho, limpando-o depois com pano umedecido com
aguarrás ou tíner.
b. Em caso de acabamento deteriorado, lixa-se ou aplica-se removedor de pintura até a total
remoção do acabamento e limpa-se então a superfície com um pano umedecido com aguarrás ou
tíner.
4.3 TINTAS
A principal função das tintas é proteger os substratos da ação direta de intempéries e agentes
agressivos, além de decorar ambientes e contribuir esteticamente para a valorização das edificações.
Podemos destacar algumas das normas que regem esse material: ABNT NBR 11702:2021; ABNT NBR
12554:2022; e ABNT NBR 13245:2011 (ABNT, 2011, 2021a, 2022).
Tinta à base de óleo (ou solvente): tem cobertura mais espessa na primeira demão, com um
tempo de secagem entre 8 e 24 horas. Sua aderência, comparada à da tinta à base de água, em
substratos não muito limpos é maior, porém ela não deve ser aplicada em superfícies que não
estejam totalmente curadas (vide tempos de cura dos revestimentos argamassados, por exemplo).
Para melhor proteção do substrato, a quantidade de tinta aplicada em cada demão deve ser a
mínima possível e espalhada ao máximo, em um número de demãos (usualmente duas a três, com
tintas de boa qualidade) suficientes para cobrir e fechar toda a superfície.
A vida útil desse serviço, de acordo com a ABNT NBR 15575-1:2021 será o “[...] período de tempo
em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às atividades para as quais foram projetados e
construídos considerando a periodicidade e correta execução dos processos de manutenção
especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção” (ABNT, 2021b, p. 10).
TEMA 5 – TELHADO
A norma ABNT NBR 15575-5:2021 estabelece os requisitos e critérios de desempenho exigidos dos
sistemas de cobertura para edificações habitacionais e define o sistema de cobertura como o conjunto
de elementos/componentes dispostos no topo da construção com as funções de assegurar
Para cada tipo de telha há uma regra específica que determinará as inclinações e o detalhamento
técnico do serviço, segundo a norma ABNT NBR 15873:2010 (ABNT, 2010).
O telhado, em sua estrutura, varia conforme a especificação do projetista, as condições onde será
apoiado e o tipo de telha. Essa estrutura, usualmente, será de madeira ou metálica, sendo responsável
por sustentar, além das telhas e do peso próprio da estrutura, o peso dos forros suspensos, as cargas
dos ventos e outros elementos que nela se apoiem, distribuindo o peso do telhado por todo o suporte.
A sequência construtiva dependerá de cada projeto, mas há como destacar algumas características
comuns a todas as execuções:
5.2 TELHAS
As telhas são as responsáveis pela vedação do telhado. Com formas e materiais variados,
determinam o isolamento termoacústico e as inclinações dos telhados. Das mais utilizadas no Brasil, as
telhas cerâmicas apresentam diversos modelos como telha cerâmica portuguesa, paulistinha, colonial,
americana, romana e francesa, e a inclinação do telhado para esse modelo varia normalmente entre
30% a 35%. Com o avanço tecnológico, diversos modelos se desenvolveram ou se aprimoraram, e
outras possibilidades de formatos e materiais são utilizados como telhas de fibrocimento, concreto, PVC,
aço galvanizado e alumínio etc.
Quando conseguimos observar o telhado (as telhas) da edificação, nos é possível identificar o
telhado exposto. Vejamos a nomenclatura utilizada nos componentes, na Figura 5.
A ABNT NBR 15575-5:2021 define ainda a possibilidade de o telhado ser dividido em partes, com
direções diferentes, conduzindo-se assim o escoamento da água que nele cai para diferentes locais,
conforme a conveniência e a característica estética definida (ABNT, 2021c). A nomenclatura dada em
A montagem das telhas se inicia com base na estrutura do telhado executada e pronta para recebê-
las, mediante as seguintes considerações:
A montagem das telhas deve seguir o sentido das calhas em direção à platibanda (de baixo para
cima).
As fiadas devem ser montadas perpendiculares às terças.
A estanqueidade é um dos objetivos do telhado; logo, deve-se ter cuidado com espaçamentos e
NA PRÁTICA
Conhecer como se aplicam os materiais em cada etapa de uma obra é fundamental para que o
arquiteto possa gerir uma execução. Mais do que isso, pode oferecer a garantia para que o arquiteto
projetista especifique corretamente os materiais e, entendendo como são aplicados, ele assegure que o
projeto arquitetônico seja rigorosamente executado, contemplando todas as dificuldades construtivas.
FINALIZANDO
As construções exigem dos arquitetos conhecimento dos materiais e da mão de obra disponíveis,
além do planejamento detalhado de cada atividade que as compõe. Eles devem ser sempre guiados
pelas normas que nortearão cada serviço. Os revestimentos argamassados: chapisco, emboço e reboco,
vistos, nesta etapa, sequenciados pelo estudo das argamassas utilizadas nesses serviços demonstram a
diversidade de conhecimentos que um profissional da engenharia deve possuir sobre as atividades e a
gestão de materiais e mão de obra, sendo que os serviços subsequentes, revestimentos cerâmicos e
pintura, dependerão qualitativamente dessa base. Examinados esses dois importantes serviços de
acabamento, encerramos o conteúdo desta etapa com o tema do telhado, não menos importante, sobre
o que existem inúmeras possibilidades de materiais e estruturas a serem executados nas construções,
pertinentes a uma linguagem técnica e que o arquiteto construtor deve conhecer a fim de vedar a
edificação respaldado sempre pelas normas vigentes e pelas boas práticas construtivas.
A sequência construtiva do sistema convencional, em suas atividades principais, foi exposta para
que o futuro arquiteto tenha a base para acompanhar sua execução, sendo que cada uma delas deverá
ser ainda mais estudada em cada obra de responsabilidade do profissional.
REFERÊNCIAS
ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland. Manual de revestimento. São Paulo, [S.d.].
_____. ABNT NBR ISO 10545-7:2017: placas cerâmicas – parte 7: determinação da resistência à
abrasão superficial para placas esmaltadas. Rio de Janeiro, 1 nov. 2017.
_____. ABNT NBR 11702:2021: tintas para construção civil – tintas, vernizes, texturas e
complementos para edificações não industriais – classificação e requisitos. Rio de Janeiro, 21 dez. 2021a.
_____. ABNT NBR 12554:2022: tintas para edificações não industriais – terminologia. Rio de
Janeiro, 14 mar. 2022.
_____. ABNT NBR 13245:2011: tintas para construção civil – execução de pinturas em edificações
não industriais – preparação de superfície. Rio de Janeiro, 17 maio 2011.
_____. ABNT NBR 13280:2005: argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos –
determinação da densidade de massa aparente no estado endurecido. Rio de Janeiro, 30 set. 2005.
_____. ABNT NBR 14081-5:2012: argamassa colante industrializada para assentamento de placas
cerâmicas – parte 5: determinação do deslizamento. Rio de Janeiro, 10 abr. 2012.
_____. ABNT NBR 15575-5:2021: edificações habitacionais – desempenho – parte 5: requisitos para
os sistemas de coberturas. Rio de Janeiro, 29 set. 2021c.
_____. ABNT NBR 15873:2010: coordenação modular para edificações. Rio de Janeiro, 1 set. 2010.