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EDIFÍCIOS E CIDADES
AULA 3
Esta etapa é a última acerca do assunto conforto térmico. Apresentamos aqui a ferramenta do
diagrama solar e o diagrama bioclimático de Givoni, que são fundamentais para o projeto bioclimático.
O diagrama de Givoni possibilita que você identifique as estratégias bioclimáticas indicadas para um
determinado local, enquanto o diagrama solar permite que você compreenda a movimentação do sol
no céu ao longo do ano, como também possibilita a projetação de aberturas corretamente posicionadas
muito do desconforto por calor em climas predominantemente quentes e úmidos e, para finalizar,
entenderemos os fundamentos para o uso dos sistemas mecânicos complementares para climatização
ativa do ar.
Saiba mais
Para conhecer a obra do arquiteto Severiano Porto, acesse a dissertação de mestrado de Lins
O diagrama ou carta solar permite que identifiquemos as coordenadas do sol na abóboda celeste
em um determinado dia e horário no ano. Somente com o conhecimento das posições solares é que
podemos dimensionar, de forma exata, elementos arquitetônicos para sombrear ou permitir a entrada
da luz do sol nas edificações, conforme intencionamos. Se precisarmos identificar onde colocar a
piscina no lote, essa ferramenta possibilita que simulemos o sombreamento do entorno e da própria
A ventilação natural, como já dito, é indicada recorrentemente como a estratégia bioclimática mais
eficiente para a obtenção de conforto térmico nos espaços urbanos e arquitetônicos. Um aspecto muito
importante relacionado à ventilação é o seu o alcance social, haja vista que não necessita consumir
energia e cabe somente ao profissional que projeta a edificação promovê-la no ambiente construído e
Em casos em que as estratégias passivas para o conforto térmico não são suficientes, cabe a
artificialmente.
O diagrama solar (ou carta solar) nos permite atuar com a geometria do movimento do sol
conforto térmico e lumínico. Dessa forma, podemos gerenciar elementos para sombreamento da
edificação (beirais, brises e varandas), bem como a distribuição das aberturas nas fachadas.
Por uso dessa ferramenta podemos inferir, para os elementos sombreantes, exatamente os
momentos em que devem promover sombra e quando precisam deixar a insolação incidir nas
Para auxílio efetivo ao projeto, o diagrama solar possibilita sabermos exatamente onde está
posicionado o Sol em um período desejado, ou seja, é possível conhecer a direção e a angulação dos
raios solares, à medida que o sol se movimenta ao longo do ano. Para entendermos como identificamos
a posição solar, observe as Figuras 1 e 2.
Figura 1 – Esquema de uma trajetória solar genérica, demonstrando as coordenadas solares azimute (a)
Crédito: Diniz.
A posição tridimensional do sol pode ser reproduzida no projeto em função da sua altura solar (α)
e do seu azimute (a). Para identificarmos o azimute solar (a), marcamos os pontos cardeais sobre um
plano horizontal e a projeção da posição solar sobre esse mesmo plano e então traçamos um ângulo
desde o eixo norte até essa projeção. O ângulo que a projeção horizontal (azimute) forma com o Sol no
Figura 2 – Esquema de uma trajetória solar genérica, demonstrando o zênite e o meio-dia solar (que
Para cada latitude temos um diagrama solar específico devido às variações nos ângulos solares
causadas pela diferença de latitude. Assim, para cada local, cada dia específico e cada hora do dia
identificamos uma única posição solar e um único valor de radiação térmica. Por enquanto é o que você
precisa assimilar a respeito dos diagramas solares: quais os fundamentos dessa ferramenta e seus
elementos. Acerca dos elementos sombreantes (brises, beirais e marquises) e das aberturas nas
e no mesmo horário dos diagramas para Belém, PA. Observe as diferenças, principalmente em relação
Um aspecto evidente é a diferença entre as trajetórias de verão e inverno nas duas cidades. Em
Belém, temos trajetórias praticamente iguais no verão e no inverno. Se comparamos com o clima local,
Já em Curitiba, PR, a trajetória de inverno é bem mais curta em relação à trajetória de verão.
Percebam que no solstício de inverno o sol nasce às 7h e se põe às 17h30, enquanto no solstício de
verão o sol nasce às 5h23 e se põe às 19h07. Será que isso tem relação com os invernos frios e os
verões quentes? Ocorre uma maior radiação solar no verão e bem menos no inverno?
Percebam que no verão de Curitiba o sol está incidindo bem perto do zênite (ver Figura 6),
enquanto no inverno está afastado. Esse aspecto estabelece uma inclinação solar maior no inverno,
produzindo sombras bem mais longas nessa estação em relação ao verão. Inclinação maior do sol,
menor a energia térmica na radiação solar, mais frio.
Figura 6 – Diagrama solar da cidade de Curitiba, PR, no plano horizontal
Basta modelar sua edificação e importar no sunpath3d em arquivo *.obj; *.stl e *.ply. Agora você precisa
treinar bastante o uso da ferramenta sunpath3d, experimentando a carta solar de várias cidades e da
sua cidade variando os dias do ano e os horários. Essa ferramenta é muito completa e permite inclusive
animar a trajetória solar.
Saiba mais
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F.O.R. Eficiência energética na arquitetura. 3. ed. Rio de
Janeiro, 2014. Disponível em: <https://labeee.ufsc.br/sites/default/files/apostilas/eficiencia_energet
para o interior da edificação por meio das aberturas (Ashrae, 2003), produzida por dois mecanismos:
mecanismos.
Ventilação por efeito chaminé – Ocorre pela diferença de altura entre as aberturas de entrada e
saída do ar e pela diferença de densidades da temperatura, entre o ambiente interno e o ambiente
externo. Na medida em que o ar frio é mais denso, ele é mais pesado em relação ao ar quente
(menos denso e mais leve). Esse gradiente gera a movimentação natural do ar.
Ventilação devido a ação dos ventos – Ocorre em função das pressões dinâmicas produzidas pelo
vento ao atingir as edificações.
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A pressão dinâmica é a pressão produzida pela força da velocidade do vento e está associada
com a energia cinética do movimento da corrente de ar. Algumas vezes é chamada pressão de
estagnação nos pontos onde a velocidade é levada a zero e a energia cinética é transformada em
pressão.
Manter a qualidade do ar nos ambientes internos, obtida por meio da renovação adequada do ar
Remover a carga térmica adquirida pela edificação em decorrência dos ganhos de calor externos
e internos. Visa resfriar a edificação por meio da retirada da carga térmica absorvida pela
Promover o resfriamento fisiológico dos usuários. Refere-se ao efeito refrescante provocado pela
evaporação do suor da pele e pelas trocas de calor por convecção, que ocorrem quando o fluxo de
ar entra em contato com o corpo humano. Nos períodos de inverno, a ventilação pode ser
indesejável. Por isso, devem-se prever formas de controle nas aberturas para ventilação em locais
do ar reduz a temperatura efetiva pela evaporação do suor da pele e pelas trocas convectivas entre a
corrente de ar e o corpo humano.
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UR em 100% e que produza uma sensação imediata de conforto. Proporcionar conforto térmico no
ambiente de trabalho é uma obrigação para o empregador, conforme consta nos artigos da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). De acordo com o art. 176, os locais de trabalho devem ter
ventilação natural compatível com o serviço realizado ou, caso não seja possível, torna-se
necessária a ventilação artificial (Brasil, 1943). Segundo a NR17, do Ministério do Trabalho, a
inferior a 40%. A norma ISO 9241 estabelece que o ideal é manter a temperatura entre 20 e 24 °C
graus no verão e 23 e 26 °C no inverno, com UR entre 40% e 80%.
ANÁLISE da temperatura efetiva na ergonomia – Aula #025. Débora Dengo – Tudo sobre
condições sem vento pode ser estendido em função da existência de ventos no ambiente. Ou seja, em
condições sem vento, a temperatura limite para conforto em climas tropicais é de 29 °C, enquanto que
em condições com velocidades do ar aceitáveis (entre 0,5 e 2,5 m/s), essa tolerância pode se elevar para
temperaturas do ar até 31, 32 °C. Acima de 33 °C a velocidade do ar não afeta de forma significativa a
sensação térmica no ser humano (Givoni, 1994) porque a proximidade entre a temperatura do ar e da
temperatura corporal – entre 36,1 e 37,2 °C – reduz consideravelmente a eficiência das trocas térmicas
para resfriamento entre o corpo humano e o ar.
A velocidade máxima do ar considerada aceitável pode variar entre 0,5 e 2,5 m/s, sendo que o
limite máximo tem relação com aspectos práticos como papéis voando das mesas em ambientes de
Em climas frios e temperados, um fluxo de ar constante e com velocidades em torno dos 2,5 m/s
pode, de fato, causar muito desconforto. Na medida em que os seres humanos não estão adaptados
fisiologicamente para ter um fluxo de ar frio e contínuo em contato com a sua pele (Fanger, 1970), o
desconforto é iminente e pode inclusive colocar a saúde das pessoas em risco devido à perda excessiva
de energia térmica para o ambiente.
As estações meteorológicas também fornecem os dados relacionados aos ventos, como a direção,
Podemos identificar que a orientação leste é a frequência predominante dos ventos, tanto na faixa
de velocidade entre 0-2 m/s quanto na faixa 2-4 m/s. Isso significa que, se queremos captar ventos para
nossa edificação, devemos posicionar as aberturas para leste. É nessa direção que teremos a maior
pressão (ou pressão positiva) para impulsionar a movimentação dos fluxos de ar. Para que o ar circule
naturalmente, precisamos ter aberturas para captação como também as saídas do ar em oposição,
As medições nas estações meteorológicas são padronizadas para serem realizadas na altura de
10m acima do solo. Portanto, caso a captação do ar nos nossos projetos esteja abaixo ou acima dessa
cota, precisaremos corrigir o valor da velocidade do vento, como também incluir o efeito produzido
pelas diferentes características do entorno da edificação. Para saber o que é a ferramenta Rosa dos
Ventos, devem-se realizar os cálculos de ventilação e ver exemplos práticos. Para isso, acesse a leitura 8,
especificamente entre as p. 174 a 181.
Saiba mais
Leia o capítulo 6, p. 173 a 192, do livro a seguir para conhecer mais sobre ventilação natural e
para saber o que é a ferramenta Rosa dos Ventos, devem-se realizar os cálculos de ventilação e ver
exemplos práticos. Para isso, acesse a leitura 8, especificamente entre as p. 174 a 181 do mesmo
livro:
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F.O.R. Eficiência energética na arquitetura. 3.ed. Rio de
Janeiro, 2014. Disponível em: <https://labeee.ufsc.br/sites/default/files/apostilas/eficiencia_energet
devem ser considerados e incluídos no processo projetual desde as etapas iniciais, como na definição
Exemplo de arquitetura vernacular do Oriente Médio, eles são utilizados há vários séculos em
regiões com clima quente e seco, característicos dessa região. São elementos arquitetônicos
constituídos por torres verticais com aberturas na sua parte superior e inferior. Acesse o artigo abaixo
para ver imagens com exemplos desse elemento, bem como sua descrição.
Saiba mais
Este artigo contém imagens com exemplos de captadores de vento, bem como sua descrição.
STOUHI, D. Ventilação natural e seu uso em diferentes contextos [Back to Basics: Natural
Ventilation and its Use in Different Contexts] ArchDaily Brasil, 20 Jul 2021. (Trad. Rafaella Bisineli).
Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/964055/ventilacao-natural-e-seu-uso-em-difere
locais.
externo e para resfriar o ar que está sendo inserido na edificação, por meio de recipientes com água e
tecidos umidificados, resfriamento evaporativo, uma estratégia bioclimática para reduzir a temperatura
de um ambiente.
Saiba mais
Acesse o link a seguir e escute o podcast indicado para conhecer um pouco mais a respeito
A ENGENHOSA SOLUÇÃO dos antigos persas para “capturar o vento” e se refrescar no calor
escaldante. BBC News Brasil, 2022. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xFBPuhD
Localizadas na cobertura da edificação, as aberturas tipo shed são uma solução projetual bastante
utilizada pelo arquiteto brasileiro João Filgueiras Lima, o Lelé, nos seus projetos de hospitais para a
Saiba mais
JOÃO FILGUEIRAS Lima – Sistema de ventilação Hospital Sarah Kubitschek. Matheus Pereira,
VÍDEO-ANIMAÇÃO sobre a construção do Hospital Sarah Rio - Arq. Lelé. André Wissenbach,
2023.
Esses elementos projetuais podem funcionar como captadores ou extratores de ar, dependendo de
sua localização em relação à direção dos ventos dominantes. O aumento da velocidade interna do vento
é mais potencializado quando o shed funcionava como extrator de ar do que como captador de vento.
3.3 PÁTIOS
Os pátios são amplamente utilizados nas soluções projetuais vernaculares, funcionando como
espaços abertos internos para proteção contra velocidades de vento excessivas. Quando associados a
fontes de água, umidificam e reduzem a temperatura do ar, promovendo condições mais confortáveis,
estabelecidas.
Em climas quentes e úmidos, os pátios são utilizados em associação com a vegetação. Desse modo,
promovem condições de conforto a partir da redução da radiação solar do ambiente por meio da
captação de energia térmica pelas plantas para realizarem a fotossíntese, além do sombreamento que
O peitoril ventilado foi criado pelo arquiteto Augusto Reinaldo e foi descrito por Holanda (1976)
Saiba mais
EQUIPE ARCHDAILY BRASIL. Roteiro para construir no Nordeste. ArchDaily Brasil, 19 set
HOLANDA, A. Roteiro para construir no Nordeste: arquitetura como lugar ameno nos
executado em formato de L invertido, sobreposto a uma abertura localizada abaixo do peitoril inferior
da janela. Pode promover o movimento de ar de forma permanente devido a estar protegido das
chuvas pela sua configuração invertida, de modo a permitir a passagem dos ventos sem que haja a
penetração de chuvas nem de radiação solar direta. Portanto, pode ser mantido aberto durante a noite
3.5 PILOTIS
Construções sobre pilotis vêm sendo utilizadas pela arquitetura vernacular como recurso para
aumentar a ventilação em edificações. Na Figura 9 temos um exemplo de um silo para guarda de grãos
sobre pilotis, na região da Galícia, Espanha. Para manter os grãos secos, o recurso dos pilotis era
Na Malásia, a utilização dos pilotis para elevar a edificação e assim possibilitar o alcance de ventos
mais eficientes para ventilar a edificação é bastante comum na arquitetura tradicional, além de
promover o sombreamento de áreas que podem ser utilizadas para várias finalidades.
Pensar o projeto arquitetônico de modo a contribuir com a economia de fontes energéticas é parte
edificação, bem como o impacto ambiental para produção de energia de forma tradicional.
Além disso, há vários benefícios diretos relacionados a essa premissa para o projeto arquitetônico:
A definição do desempenho energético dos equipamentos deve ocorrer nas primeiras fases de
projetação, etapa em que definimos as diretrizes projetuais como o desempenho energético mínimo da
edificação. Existem recomendações em todo o mundo para um desempenho energético mínimo, sendo
que muitas vezes no Brasil adotamos recomendações norte-americanas por demanda do mercado da
construção civil.
PBE Edifica, parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). Embora poucos conheçam esse
programa para eficiência energética nacional, ele é cobrado em projetos com financiamento da Caixa
Econômica Federal. Também temos no nosso país o Selo Azul Caixa, o primeiro sistema de classificação
da sustentabilidade de projetos desenvolvido para a realidade da construção habitacional brasileira.
Saiba mais
“O Selo Casa Azul Caixa, tem como objetivo o reconhecimento e incentivo de projetos que
Trataremos com mais profundidade acerca de eficiência energética em outra ocasião. Neste
4.1 AR-CONDICIONADO
temperatura do ar, da umidade relativa, da qualidade e da taxa de renovação do ar. Os aparelhos para
No entanto, apesar de esse recurso tecnológico ter possibilitado que a humanidade habitasse em
quase todos os lugares do planeta, o uso indiscriminado do ar-condicionado contribuiu para o fim da
promoviam o conforto passivo nas edificações – como pergolados, varandas, paredes grossas, áticos e
aberturas para ventilação cruzada – deixaram de ser fundamentais para estabelecer conforto nas
Desse modo, as residências ficaram cada vez mais padronizadas e sem considerar as condições
climáticas locais para definição das estratégias de projeto. Cada vez mais dependentes do ar-
transferência de calor de um elemento para outro ocorre mediante a diferença de temperatura entre
eles – o calor flui do elemento de maior temperatura para o elemento de menor temperatura –, o
e hermético, para que o calor possa ser transferido de dentro para fora da edificação ou de fora para
dentro.
janela ou split não renovam o ar interno e sim recirculam esse ar pela unidade interna para promover
eficiência ao sistema. Ou seja, o elemento que faz a troca de calor é o gás refrigerante que circula entre
dentro e fora da edificação. Caso seja necessário renovar uma determinada taxa de ar interno, é
O resfriamento acontece quando o calor do ambiente interno é retirado para o exterior por meio
do ciclo de refrigeração do ar-condicionado. O calor presente no ambiente interno é transferido para o
entrando em contato com a serpentina contendo o gás resfriado por aumento da sua pressão,
reduzindo a temperatura interna do ambiente. Para transferir o calor do gás refrigerante para o ar
externo, o gás é expandido para estar a uma temperatura maior do que o exterior.
O sistema do ar-condicionado deve resfriar o ambiente interno na mesma taxa da carga térmica
gerada nesse ambiente pelas pessoas, equipamentos, fontes internas de calor, janelas, paredes e
cobertura. Portanto, a carga térmica é representada pelo calor que deve ser retirado do ambiente para
Saiba mais
REDAÇÃO GUIA AC. Calculadora de carga térmica ideal para seu ar-condicionado. Guia do Ar-
CICLO BÁSICO da refrigeração Parte 1/2. Sala de Climatização, 2019. Disponível em: <http
Para aquecimento, o aparelho de ar-condicionado transfere calor para o ambiente interno por meio
do ciclo de bomba de calor. Para que ocorra esse aquecimento, o gás refrigerante deve estar a uma
temperatura mais alta que o ar interno para que ele repasse calor para esse ambiente, aquecendo-o.
O aquecimento satisfatório ocorre quando o ar-condicionado eleva a temperatura interna na
energia térmica – que deve ser adicionado ao ambiente para que a sua temperatura interna se eleve ou
mesmo permaneça constante. Essa carga térmica de aquecimento corresponde às perdas de calor no
ambiente por meio das paredes, coberturas, janelas e vãos. Nos vídeos contidos na seção anterior de
leitura abaixo (ventilação, aquecimento e resfriamento). Devido à extensão desse conteúdo, ele estará
disponibilizado na leitura complementar. Portanto, essa leitura é obrigatória. Indicamos também que
acesse o website de grandes fabricantes de equipamentos para climatização artificial, como a Carrier e a
Munters.
Saiba mais
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F.O.R. Eficiência energética na arquitetura. 3. ed. Rio de
Janeiro, 2014. Disponível em: <https://labeee.ufsc.br/sites/default/files/apostilas/eficiencia_energet
2023.
A definição de um sistema de climatização ideal é que esse sistema deve atender às condições de
conforto térmico humano, além de consumir a menor quantidade de energia possível. Portanto, o
para que esse sistema consuma somente a energia necessária para o seu funcionamento.
Os métodos para dimensionamento são diversos, sendo os mais comuns para seleção do aparelho
em função da área do ambiente ou o cálculo por meio de planilhas eletrônicas. No entanto, podem ser
simplificados demais para aplicações mais complexas ou com demandas específicas. Sendo uma
atribuição profissional da engenharia mecânica, esses profissionais são capacitados para assinar a
A ASHRAE apresenta métodos para estimar o porte e capacidade dos sistemas de climatização
artificial para serem executados por profissionais da engenharia mecânica. Estão descritos no
F29).
Existem ainda diversos programas gratuitos e comerciais que podem ser encontrados facilmente
na internet. Trazemos a seguir o vídeo 7, explicativo de como calcular a carga térmica e três website
É necessário enfatizar que o uso de um programa para simulação térmica e energética demanda
treino e experiência para ser utilizado adequadamente. Seu uso correto possibilita pouca margem de
erros, análises especificas (como por períodos; dias ou horas), projetar sistemas complexos, bem como
Saiba mais
Existem diversos programas gratuitos e comerciais que podem ser encontrados facilmente na
internet. A seguir, indicamos um vídeo explicativo de como calcular a carga térmica e alguns
5.1 VAZÃO DO AR
Embora a renovação do ar seja necessária para manter as condições saudáveis dentro das
edificações, é fato que, quanto mais renovações existirem, haverá aumento da carga térmica e aumento
do porte do equipamento – para aumentar a capacidade de condicionamento do ar – e,
consequentemente, o aumento do consumo de energia.
TROCANDO IDEIAS
Nesta etapa, você conheceu a ferramenta do diagrama solar e agora está apto(a) para desenvolver
seus elementos relacionados a gestão da insolação em seus projetos. Também pôde ver como a
ventilação passiva em uma edificação resolve grande parte das condições de desconforto sem consumir
energia elétrica e conheceu diversos sistemas para condicionamento artificial do ar e seus fundamentos
técnicos e normativos.
Saiba mais
A seguir, temos um vídeo e uma playlist da professora Keila Kotaira, relacionados ao uso do
software REVIT e o planejamento de sistemas de climatização artificial.
No vídeo e na playlist do canal da profª Keila Kotaira, você encontra tutoriais de como
desenvolver um projeto em programa BIM, com a simulação do comportamento térmico da
REVIT HVAC: Copy Monitor. Como iniciar um novo projeto MEP, de climatização, do zero
PLAYLIST Revit MEP HVAC: Demonstrações e Dicas. Canal Keila Kotaira CG & BIM, 2023.
Disponível em: <https://www.youtube.com/playlist?list=PLmTKtrUIA2Uzpgk_LVk4pOHEWcUqXPJ_x
>. Acesso em: 6 fev. 2023.
NA PRÁTICA
corte e da elevação, visto que os principais elementos climáticos que impactam os parâmetros de
conforto – insolação e ventos – atuam na edificação relacionados à altura das aberturas em relação ao
solo.
Desse modo, propomos alguns passos para o desenvolvimento do projeto de forma a integrar o
bioclimatismo na atividade projetual.
Compreender e definir o usuário e seu perfil: quem e quantos são? Quais suas idades? Condições
de saúde? Como ocupam os ambientes? Quais as atividades domésticas que provocam liberação
de calor e/ou umidade? Quais atividades causam ruídos? Devido ao clima local ou a uma
atividade, é necessário o uso de condicionamento artificial de ar? Em quais momentos?
Diagnosticar, analisar e representar o entorno: identificar a topografia – acessos, morros, praias,
noturnas, ventos dominantes, elementos dentro do lote – árvores de grande porte, riachos,
desníveis no terreno.
diretrizes bioclimáticas por meio do uso de simuladores virtuais, como os softwares BIM.
Esses passos nos possibilitam, apoiados nos instrumentos de auxílio ao projeto como a plataforma
O software Ansys Academic é pago, mas disponibiliza versão gratuita para professores e
estudantes utilizarem. Esse programa requer conhecimento técnico para operá-lo, mas entrega
simulações de ventilação precisas e confiáveis.
Saiba mais
fev. 2023.
FINALIZANDO
Finalizamos o contato inicial com o conforto térmico em edificações. Acreditamos que agora você
tem a consciência da importância de considerarmos estratégias para o conforto térmico humano em
nossos projetos, na medida em que esse é o fator de desconforto que mais nos incomoda e pode até
nos adoecer, incluindo a falta de ventilação adequada. Agora é só o início, mas pratique as ferramentas
e não deixe de promover o uso do bioclimatismo em todos os seus projetos que abrigarão seres vivos,
REFERÊNCIAS
Sistemas centrais e unitários – Parte 2: Parâmetros de conforto térmico. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.
ASHRAE – American Society of Heating Refrigerating and Air Engineers Conditioning (ASHRAE).
ASHRAE 55-2010: Thermal Environmental Conditions for Human Occupancy. Atlanta: Ashrae, 2010.
BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Rio de Janeiro, 9 ago. 1943.
GIVONI, B. Passive and low energy cooling of buildings. New York: Van Nostrand Reinhold,
1994.
HOLANDA, A. Roteiro para construir no Nordeste: arquitetura como lugar ameno nos trópicos
paisagismo e critérios para projetos. São Paulo: Saraiva, 2014. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536518596/>. Acesso em: 6 fev. 2023.