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Carta solar

Os diagramas ou cartas solares são representações do percurso do Sol na abóbada celeste nas
diferentes horas do dia e períodos do ano. Nelas são normalmente desenhadas as projeções da
trajetória do Sol em datas particulares – solstícios e os equinócios – e em algumas outras datas
intermediárias. A carta solar, além de variar em função da data e da hora, também é especifica
para a latitude do lugar. Mais detalhes sobre a Carta Solar podem ser vistos no link referente aos
dados cartográficos

Superpondo o diagrama de trajetória solar de projeção estereográfica, sobre as máscaras de


obstrução solar, obtidas pela 3Dskyview pôde-se verificar a quantidade de horas a que cada
ponto de medição estaria exposto nos solstícios de verão e inverno e no equinócio. Usando,
como exemplo a Figura, percebe-se que no ponto, o bloqueio gerado pelas edificações
(representado pela cor cinza) só permite que o ponto receba radiação solar, no solstício de verão
(22 de dezembro) entre 7h30 e 17h30. Já no equinócio (21 de março e 23 de setembro), o ponto
fica exposto durante todo o dia. Para o solstício de inverno (22 de junho) o ponto recebe
radiação em dois intervalos, o primeiro de aproximadamente uma hora (entre 7h30 e 8h30) e
depois entre 9h30 e 16h.

Representação da carta solar sobreposta sobre as obstruções Fonte: RIBEIRO, 2009

Portanto, para uma melhor compreensão da carta solar é importante relembrar o entendimento
dos movimentos de rotação e de translação da Terra. O primeiro quando considerado um ponto
da superfície, gera a sequência dos dias e das noites. No segundo, a Terra gira em torno do Sol,
formando uma trajetória elíptica, completando um ciclo por ano. Além disso, existe o eixo de
rotação da Terra, que passa pelos polos, e forma um ângulo de 23º 27’ 33“ em relação ao plano
que contém a trajetória elíptica (coincidindo com os trópicos). Essa relação pode ser observada
na Figura.
Percurso da Terra em torno do Sol ao longo do ano

Essa inclinação acarreta uma variação no fluxo da energia solar recebida pela Terra e divide o
ano em períodos: os solstícios (verão e inverno) e os equinócios (outono e primavera). Na Terra,
um observador pode perceber essa relação através do movimento aparente do Sol, que, ao longo
do ano o Sol ocupa diferentes posições na abóbada celeste numa região limitada entre os
trópicos de Câncer e Capricórnio.

Em uma projeção estereográfica da abóbada celeste, num plano horizontal, é possível


representar todas as posições do Sol ao longo do ano, dando origem à Carta Solar. Na carta
solar as linhas curvas horizontais e verticais representam os meses e as horas do dia,
respectivamente. As linhas horizontais indicam a projeção da trajetória solar durante os meses
do ano; as horas do dia são representadas pelas linhas verticais (06h às 18h). Na Figura 9a,
observa-se a carta solar para a latitude da cidade de João Pessoa, os ângulos de azimute e a
altura solar projetados num plano e na Figura

a) Carta solar para a cidade de João Pessoa e b) azimute e altura solar.

Conhecendo a orientação de edifício e a posição do Sol, podem ser determinadas as sombras


projetadas pelo edifício, em função da data e da hora, sobre pisos dos espaços externos, sobre
outros prédios e sobre si mesmo (dependendo de sua forma e orientação).

Assim sendo, o conhecimento de como o Sol percorre o céu de determinada localidade em


função do dia/mês do ano, de quanto tempo ele fica acima do horizonte e como aproveitar o
calor solar quando houver interesse em aquecer e evitando ou protegendo as construções
quando o clima for quente é fundamental na hora de projetar.

Referências

RIBEIRO, C. A. M. Aplicação de técnicas de geoprocessamento para análises das relações entre o


fator de visão do céu e as diferentes orientações da malha urbana . João Pessoa. Monografia –
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnológica da Paraíba, 2003.
http://analisegeo.wordpress.com/carta-solar/

trabalhando com carta solar


Por Elcio 16 Comentários

Análises de insolação atualmente são feitas, em sua


grande maioria, com o auxilio de computadores. Mas nem
sempre foi assim, antes os profissionais da área usavam
as cartas solares para saber a posição do sol em
determinada data do ano. Ainda hoje, apesar de toda
tecnologia, é interessante conhecer está técnica, pois em
alguns casos ela é mais pratica que a utilização de
computadores, pelo menos na fazer preliminar de esboço
do projeto. Nesta série em três artigos, demonstrarei seu
funcionamento e suas aplicações.

Há vários tipos de carta solar, em nosso caso usarei a


projeção estereográfica.

O funcionamento de uma carta solar é relativamente


simples. Basicamente ela lhe fornecerá dois ângulos que
serão usados para encontrar a orientação do raio solar
em determinado momento do dia. O primeiro ângulo
(azimute solar – a) é em relação ao norte, e mostra a
direção do raio solar, já o segundo (altura solar – h) é em
relação a superfície mostrará a inclinação desse mesmo
raio. veja as imagens abaixo.

Ângulos h e a:

Vista em 3d dos ângulos:

Quando olhamos a carta solar, vemos três fontes de


informação: um anel externo com ângulos em relação ao
norte (a); a malha, para localizar determinada data e
hora; e um seguimento na parte inferior para nos
fornecer a inclinação dos raios (h).
PS: Cada carta solar é feita para uma determinada
latitude (30º sul, por exemplo).

Agora vamos supor que eu queira achar a inclinação do


sol no dia 16/04, em uma localidade situada a 20° sul.
Para esta cidade teremos a seguinte carta:

A primeira coisa a fazer é cruzar as linhas de data (azul)


e hora (amarelo):

PS: As linha horizontais são as datas do ano, já as


verticais, os horários do dia.
Trace uma linha do centro da carta passando pelo ponto
do cruzamento de data e hora, até o anel externo. Feito
isso nos já temos a direção do sol em relação ao norte
(vermelho), que em nosso caso é algo entorno de 60°.

Agora vamos determinar a inclinação. Para isso rebata a


distância do ponto entre o cruzamento de data e horas e
o centro da carta, para a escala situada na parte de baixo
da mesma. Este ângulo encontrado revela a inclinação
em relação à superfície (h), que em nosso caso é algo
próximo de 40°.

Pronto, agora sabemos em que posição o sol estará nessa


data.
Este é o funcionamento básico de uma carta solar, nos
próximos artigos abordarei questões relativa a aplicação
prática das mesmas.

Neste site há um programa que gera cartas solares:

 http://www.labeee.ufsc.br/downloads/softwares/anal
ysis-sol-ar
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http://folhaazero.wordpress.com/2008/10/19/trabalhando-com-carta-solar/

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