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Projeto Arquitetônico:

Habitação Unifamiliar
Material Teórico
Análises

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Altimar Cypriano

Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Análises

• Referências Conceituais e Formais;


• Diagramas e Análises Gráficas;
• O Programa Arquitetônico.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Entender as referências arquitetônicas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Análises

Referências Conceituais e Formais


Nas unidades anteriores, discutimos a importância da pesquisa e da experiência
no processo de projeto. Vimos também a sua importância para a construção e
ampliação do repertório. Para Josep Maria Montaner (2009), “por trás dos reper-
tórios formais, há sempre implicações éticas, sociais e políticas”. Para ele, as pro-
postas formais são a representação do que pensam seus autores, relacionando for-
ma e ideologia. O entendimento da arquitetura pressupõe uma análise ampla que
considere “aportes teóricos” do pensamento contemporâneo. Montaner (2009) se
utiliza do conceito de “sistema” para transpor o olhar do objeto arquitetônico isola-
do, para tratar da relação dos espaços entre os objetos e o seu contexto.
Entendo, portanto, que um sistema é um conjunto de elementos hete-
rogêneos (materiais ou não), em distintas escalas, relacionadas entre si
[...] Cada parte do sistema está em função de outra; não há elementos
isolados. [...] Tomar como ponto de partida que o conceito de sistema é
uma resposta à consciência da total inter-relação em que se baseia a eco-
logia, para qual o que importa são as relações entre as espécies, mais do
que elas próprias. [...]. Abordar o conceito de sistema significa inscrever
cada obra em escalas maiores e menores, já que toda estrutura acessível à
análise situa-se sempre em outros sistemas de ordem superior. Podemos
falar, portanto, tanto de subsistemas de menor escala quanto de sistemas
de maior escala atuando como contextos.

Ao analisarmos um projeto arquitetônico, estamos interpretando não apenas


o objeto, mas conhecendo o pensamento do seu autor – uma vez que a forma
do objeto arquitetônico está de certa maneira impregnada do sujeito – procu-
rando entender outras dimensões que se relacionam com esse elemento, como
o contexto em que está inserido (social, político, territorial, etc.), reconhecendo
sua importância para a construção da paisagem, sua relevância para a sociedade
local, etc.

Estudar projetos arquitetônicos possibilita o entendimento de estratégias de pro-


jeto adotadas por arquitetos que enfrentaram “o problema” e, portanto, a prática
de estudar e analisar projetos será fundamental nesse processo.

O arcabouço constituído por esse processo analítico, vivencial e experimen-


tal deverá implicar direta e indiretamente o processo projetual. Quando se está
projetando uma residência, por exemplo, deve-se estudar e analisar projetos de
residências, buscando o entendimento das estratégias de projetos já adotadas,
o que poderá contribuir para o encaminhamento da solução do projeto. As re-
ferências podem ser formais ou conceituais; por exemplo, podem ser o ponto
de partida para o desenvolvimento de um projeto, que se apropria inicialmente
desses elementos referenciais, mas segue um outro percurso, dependendo de ou-
tras condicionantes. As referências poderão estabelecer relações de alinhamento
ou convergência de ideias, se houver uma sintonia, ou poderão representar um

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ponto de debate, discussão e até divergência de pensamento quanto ao enfrenta-
mento da realidade. As referências poderão determinar a adoção de estratégias
referentes à implantação, ao sistema estrutural e construtivo, materiais, compo-
sições formais, etc. Há, portanto, diversas categorias de referências e diversos
níveis de contaminação da referência no desenvolvimento do projeto, porém
o projeto estudado como referência nunca deverá ser utilizado ou reproduzido
literalmente, ou seja, não se deve utilizar do expediente da cópia de um projeto
total ou parcial de outro profissional, pois o plágio é proibido. Plagiar um projeto
implica desrespeitar o código de ética e disciplina do Conselho de Arquitetura e
Urbanismo – CAU, podendo implicar processos ou ações judiciais que procuram
proteger o direito da autoria de projetos.
Explor

Leia mais sobre o código de ética e disciplina no site do CAU: https://goo.gl/FzjbLH

Diversos autores que se dedicam à história e à crítica da arquitetura buscam


apresentar um panorama que permita uma visão ampla que contemple e subdivida
as correntes do pensamento arquitetônico. Montaner (2011) parte do pressuposto
de que os repertórios formais podem ser organizados em sistemas que congreguem
a postura, o posicionamento, o procedimento metodológico e projetual, reunindo
os arquitetos nessas “correntes” de pensamento ou “alinhamentos filosóficos”.
[..] o que faz que um seja diferente de outro e que alguns arquitetos pos-
sam agrupar-se em certas posturas. Descobrir quais são as regras formais,
tecnológicas, políticas e éticas que cada um segue, esclarecer se predomi-
na a vontade de continuidade da tradição ou a constante reinvenção, tudo
isso pode permitir que se desvende quais são as normas para elaboração
de conceitos e teorias. Isto significa que podem ser estabelecidas simili-
tudes e diferenças relacionadas com as concepções arquitetônicas domi-
nantes, para constatar [...] as diferentes atitudes relacionadas ao projeto,
à relação com o lugar e o entorno urbano, à estrutura espacial adotada,
aos materiais utilizados, ao uso de ornamentação ou não, à ideia desen-
volvida de usuário etc., podem ser agrupadas em diversas posturas que
mantenham uma coerência [...]

Um conceito pode estruturar e orientar os movimentos iniciais do projeto arqui-


tetônico, criando um caminho que irá conduzir o processo de projeto. Esse conceito
inicial pode estar fundamentado em premissas ou enunciados de diversas naturezas.

Para Montaner (2011), a tecnologia é uma das questões que se apresentam de


maneira sistemática na arquitetura, ou seja, há sempre uma resposta que englobe a
técnica construtiva que dê suporte e consiga realizar as propostas do pensamento
arquitetônico. Para ele, um “sistema” de aporte tecnológico – “high-tech” - pode
ser representado por soluções organicistas, como a do arquiteto espanhol Santiago
Calatrava1, que se utiliza de formas da natureza como elemento conceitual ordena-
dor. A chamada arquitetura biomimética traduz essas aproximações formais com
elementos da natureza.

1 Santiago Pevsner Calatrava Valls é um arquiteto e engenheiro espanhol, nascido em 28/07/1951 em Valência.

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UNIDADE Análises

Santiago Calatrava – Turning Torso, Malmö, Suécia


O edifício “Turning Torso” foi desenvolvido a partir da estrutura do tronco hu-
mano torcido. Neste projeto, Calatrava utiliza a anatomia humana e organiza os
espaços internos do edifício tendo no núcleo central a circulação vertical (escadas
e elevadores), que funciona como uma espinha dorsal. O edifício de uso misto
abriga unidades habitacionais e escritórios. O projeto participa de um programa de
requalificação urbana da região do Porto Ocidental de Malmö. O edifício é com-
posto por nove elementos empilhados, cada elemento possui cinco andares. Uma
estrutura metálica auxiliar externa contribui na distribuição das forças que solicitam
a estrutura principal nucleada.

Figura 1 – Croquis à esquerda e escultura à direita


Fonte: Acervo do conteudista

Figura 2 – Croquis
Fonte: Santiago Calatrava, 2005

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Figura 3 – Turning Torso
Fonte: Wikimedia Commons

Veja mais projetos de Santiago Calatrava no link abaixo (ATENÇÃO – clique em “traduzir
Explor

esta página” para ler o conteúdo do site em português): https://goo.gl/eQLUkG


Veja alguns projetos do arquiteto alemão Frei Otto no link abaixo (ATENÇÃO – clique em
“traduzir esta página” para ler o conteúdo do site em português): https://goo.gl/Faif8y
FRANCO, José Tomás. Arquitetura biomimética: o que podemos aprender da natureza?
No link a seguir: https://goo.gl/SGuu2u

Atualmente, um dos grandes problemas que se apresentam não apenas para o


arquiteto, mas para todo cidadão, é a escassez dos recursos naturais, portanto o
desenvolvimento do projeto arquitetônico deve contemplar a questão da utilização
cuidadosa desses recursos. As mudanças climáticas e o esgotamento dos recursos
implicam diretamente a “pegada ecológica”, e a arquitetura desempenha um papel
fundamental nesse processo, com a correta seleção de materiais utilizados, bem
como o destino adequado dos resíduos utilizados na construção.

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UNIDADE Análises

A Fita de Möbius
A fita de Möbius2 é um elemento tridimensional (com princípios matemáticos),
confeccionado a partir da união das duas extremidades de uma fita torcida, produ-
zindo um elemento sem início nem fim. A fita de Möbius foi o elemento conceitual
utilizado pelos arquitetos Peter Eisenman e Rem Koolhaas para o desenvolvimento
de um de seus projetos. Peter Eisenman parte da estrutura de Möbius para o pro-
jeto do edifício Max Reinhardt Haus, em Berlim, na Alemanha. O mesmo conceito
matemático foi utilizado pelo arquiteto Rem Koolhaas para o projeto da sede da
CCTV em Pequim, na China. O resultado formal dos dois edifícios apresenta algu-
ma semelhança.

Figura 4 – Fita de Möbius


Fonte: Wikimedia Commons

Fita de Möbius, o enigmático objeto com um só lado que fascina matemáticos, artistas e
Explor

engenheiros. Disponível em: https://goo.gl/znmG7k

2 August Ferdinand Möbius foi um matemático e astrônomo alemão. Nasceu em 17/11/1790 e faleceu em 26/09/1868.

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Peter Eisenman – Max Reinhardt Haus, Berlim, Alemanha

Figura 5 – Max Reinhardt Haus


Fonte: Acervo do Conteudista

Figura 6
Fonte: Acervo do Conteudista

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UNIDADE Análises

Explor
Para conhecer o projeto de Peter Eisenman – Max Reinhardt Haus, Berlim, Alemanha,
acesse: https://goo.gl/fRfZyN

Rem Koolhaas – CCTV, Pequim, China

Figura 7
Fonte: Acervo do Conteudista
Explor

Veja no site o projeto de Rem Koolhaas – CCTV, Pequim, China: https://goo.gl/sEr1nR

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Diagramas e Análises Gráficas
Manter um acervo de estudos de caso é importante, pois permite que se façam
comparações cada vez mais refinadas. Unwin (2013), entre outros autores, sugere
que se utilize um caderno de croquis para registrar essas experiências, essa prática
é consagrada entre os arquitetos. Os cadernos de croquis de arquitetos famosos em
geral são publicados: “Um caderno de croquis, no qual você possa analisar as obras
de outros arquitetos, faz parte da parafernália mínima necessária para se aprender
a praticar a arquitetura” (UNWIN, 2013).

Durante o processo de projeto, o arquiteto se utiliza de diversas ferramentas de


representação, sendo que o desenho tem uma participação frequente, sistemática
e que carrega um conjunto de informações.
Essencialmente, o trabalho dos arquitetos consiste em antecipar formas
(novas ou recicladas) destinadas a satisfazer necessidades futuras. Para
que o projeto possa ser desenvolvido, é preciso conhecer o máximo
possível a realidade e o contexto em que se atua e prever os usos e
experiências das pessoas em relação aos espaços. O arquiteto transfor-
ma solicitações funcionais, sociais, simbólicas, materiais e contextuais
em um projeto que por fim se materializa em formas. Para projetar, o
arquiteto registra e interpreta os dados da realidade utilizando diversas
ferramentas – croquis, desenhos, diagramas, planos, representações e
maquetes – que lhe permitem passar dos conceitos e ideias para as for-
mas do projeto. (MONTANER, 2017)

No desenvolvimento do projeto arquitetônico, os diagramas iniciais contribuem


na organização do pensamento, auxiliando na tomada de decisões, indicando ca-
minhos e estratégias a serem seguidas, porém neste momento os diagramas ainda
não possuem a qualidade ou função formal. Assim, diagramas podem ser utilizados
para “propor e projetar”, mas também em análises, auxiliando “a leitura analítica
da realidade”, como proposto por Kevin Lynch no entendimento da morfologia e
estrutura urbanas (MONTANER, 2017).

Os diagramas foram muito utilizados pelas vanguardas racionalistas e aparecem


tanto nos CIAM3 como nas reuniões do Team X4 (MONTANER, 2017).

3 CIAM – Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna – realizados entre 1928 e 1956.


4 Ou Team 10 – surge em 1956, quando da realização do CIAM, em Dubrovnik (Iuguslávia).

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UNIDADE Análises

Podemos definir o diagrama como uma ferramenta gráfica que permite vi-
sualizar fenômenos ou fluxos, tanto da realidade como do projeto. O dia-
grama, que surge da matéria ou phylum que ainda não possui nenhuma
forma ou figura precisa, é uma primeira etapa de cristalização momentâ-
nea, uma visão esquemática concebida para evoluir ao longo do tempo
sem condicionar a forma. Um diagrama é uma possibilidade, um meio ge-
ométrico que permite avançar do indizível para as palavras; isto é, do que
não tem forma nem linguagem para o que pode ser formulado, projetado
e formalizado [...] O diagrama é o menor elemento gráfico capaz de re-
presentar uma ideia em andamento. [...] Em arquitetura, o diagrama ainda
não é o fato arquitetônico; ele é pré-arquitetônico. (MONTANER, 2017)

Abaixo são apresentados diagramas que podem contribuir para a organização,


estruturação e entendimento das circulações e relação dos espaços e aberturas da
edificação (diagrama da esquerda). Também podemos analisar as áreas de ocupa-
ção e os espaços configurados por elementos definidores como as paredes, por
meio de diagramas de cheios e vazios (diagrama da direita)

Figura 8
Fonte: Adaptado de CHING, 2013 e UNWIN, 2013

Os diagramas podem também demonstrar sinteticamente o processo de projeto


– de onde se partiu e até onde se chegou – e as estratégias adotadas de setoriza-
ção, circulação, climáticas, de inserção urbana etc. adotadas e articuladas. Abaixo
diagramas do projeto 8 house, do escritório BIG, em Copenhagen, na Dinamarca.

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Figura 9 – Diagramas do projeto 8 house
Fonte: Acervo do Conteudista
Explor

Acesse o site para ver todo o conteúdo do projeto: https://goo.gl/aKXfgz

A palavra análise tem origem grega – análysis vem de analýein, isto é, aná
(para cima) + lýein ( decompor), portanto dissolver, desmanchar, e é oposta à pa-
lavra síntese, do grego – syn | tithenai – junto e colocar, portanto, podemos por
aproximação associar as análises a um processo de decomposição, separação de
um “todo” em partes e a síntese a uma recomposição dessas partes.

As análises gráficas se utilizam de diagramas com objetivo do entendimento das


estratégias adotadas, extraindo “camadas” de informações que podem ter maior
ou menor aprofundamento. Quanto mais criteriosa for a análise, maior será a
apreensão dos elementos que estruturaram o projeto analisado. Os diagramas a
seguir, desenvolvidos por Unwin (2013), apresentam uma análise do projeto da
Casa Schminke, projetada por Hans Scharoun em 1933 na Alemanha.

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UNIDADE Análises

Análise da implantação da residência no lote (segundo Unwin, um terreno difícil,


onde já havia a construção de uma fábrica do proprietário da casa).

Figura 10
Fonte: UNWIN, 2013

Abaixo, no desenho maior, estão identificadas áreas da casa que congregam


linhas de circulação e espaços de permanência, como a sala de jantar (demarcação
à esquerda superior), a sala de estar junto à lareira e piano (área central da planta)
e mais à direita no desenho a mesa no solário. O desenho menor mostra como a
escada logo na entrada da casa promove um desvio para a direita, orientando o
visitante para a sala de estar.

Figura 11
Fonte: UNWIN, 2013

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Abaixo, temos as três linhas principais de perspectivas visuais – uma definida
pela entrada principal, outra pela sala de estar e por fim outra alinhada em ângulo
com a escada principal e o solário.

Figura 12
Fonte: Adaptado de UNWIN, 2013

Os eixos de estrutura da casa definem sua forma, a geometria da construção


acompanha o perfil do terreno, as vistas e a orientação solar.

Figura 13
Fonte: UNWIN, 2013

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UNIDADE Análises

A iluminação artificial desempenha um papel importante na definição dos espa-


ços principais, criando ou reforçando a hierarquia desses ambientes.

Figura 14
Fonte: UNWIN, 2013

• A residência do arquiteto: uma análise gráfica das casas de Vilanova Artigas.


Explor

Disponível em: https://goo.gl/UN4P4U


• Análise gráfica, uma questão de síntese. A hermenêutica no ateliê de projeto
Disponível em: https://goo.gl/Gsfk3P
• Workshop análise gráfica. Concepção da forma arquitetônica 2.
Disponível em: https://goo.gl/yWWfU6
• Como criar diagramas. Disponível em: https://goo.gl/1upWrE

O Programa Arquitetônico⁵
Anteriormente, foi apresentado como o programa de necessidades participa no
processo de projeto, assim como a sua contribuição na organização espacial. Para
Doris Kowaltowski et al. (2011), “o objetivo do programa arquitetônico, primeiro
passo do processo de projeto, é descrever o contexto do projeto e, assim, estabe-
lecer o problema a que a forma deverá responder”:
A estrutura de um programa é um sistema com dados organizados para
atender ao processo de projeto e compreender as relações funcionais entre
o contexto e o espaço físico edificado ou planejado. Assim como as rela-
ções são funcionais, os problemas identificados pelo programa são coloca-
dos em termos funcionais. O programa é o primeiro passo do processo de
projeto, porque trata das condições observadas no decorrer do projeto, e
deve se ater à descrição do contexto ou dos aspectos gerais da forma.

5 Ver disciplina “Fundamentação de projeto arquitetônico” – “programa de necessidades”.

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O programa reúne informações básicas levantadas junto ao cliente que vão de
características e hábitos individuais, relacionando espaços e seus usos, a aspectos
ambientais, psicológicos e compositivos que deverão ser contemplados no desen-
volvimento do projeto. A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT edita
publicações de normas que regulamentam, organizam e fazem diversas recomen-
dações para diversas atividades. Essas diretrizes têm como objetivo assegurar um
bom padrão de serviços.
A NBR 13531 estabelece as fases de levantamento, programa de ne-
cessidades e estudo de viabilidade como as primeiras etapas de projeto,
antes do estudo preliminar. O estudo de viabilidade é a fase posterior ao
programa, em que as prescrições são avaliadas e, a partir de análises e
avaliações, surgem as recomendações de alternativas para a edificação.
(KOWALTOWSKI et al. 2011)
Explor

Acesse a Norma Brasileira – NBR 13531 – Elaboração de projetos de edificações – Ativida-


des técnicas. Disponível em: https://goo.gl/RNGbvF

Em Síntese Importante!

Até agora, já foram abordados nas unidades apresentadas assuntos de suma importân-
cia no processo do projeto arquitetônico, entre os quais: questões metodológicas, fases
do projeto, ferramentas para a construção do repertório contemplando a semântica e a
gramática da forma; questões relativas às pesquisas e estudos de projetos arquitetôni-
cos, assim como as experiências de vivenciar a arquitetura.
É de fundamental importância que se utilizem continuamente as práticas analíticas in-
dicadas para o desenvolvimento de habilidades necessárias para a prática profissional e
a consolidação do conhecimento.

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UNIDADE Análises

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Sites
Archdaily
https://goo.gl/hT7DvS
Freiotto
https://goo.gl/Faif8y
Big
https://goo.gl/aKXfgz
Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil
https://goo.gl/FzjbLH
Fita de Möbius
https://goo.gl/hVhKqZ
https://goo.gl/znmG7k
Projeto do arquiteto Santiago Calatrava
https://goo.gl/EDm6JB
https://goo.gl/eQLUkG

 Livros
Arquitetura: forma, espaço e ordem
CHING, F. D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem. Porto Alegre: Bookman, 2013.
Sistemas Arquitetônicos Contemporâneos
MONTANER, Josep Maria. Sistemas arquitetônicos contemporâneos. Barcelona:
Gustavo Gili, 2009.
Depois do Movimento Moderno. Arquitetura da segunda metade do século XX
MONTANER, Josep Maria. Depois do movimento moderno. Arquitetura da segunda
metade do século XX. Barcelona: Gustavo Gili, 2011.
Dos Diagramas às Experiências, rumo a uma arquitetura de ação
MONTANER, Josep Maria. Dos diagramas às experiências, rumo a uma arquitetura
de ação. São Paulo: Gustavo Gili, 2017.
O Processo de Projeto em Arquitetura da Teoria à Tecnologia
KOWALTOWSKI, D. C. C. K.; MOREIRA, D. C.; PETRECHE, J. R. D; FABRÍCIO M.
M. (orgs.) O processo de projeto em arquitetura da teoria à tecnologia. São Paulo:
Oficina de textos, 2011. ISBN 978-85-7975-033-5.

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Leitura
Programa de Necessidades
https://goo.gl/ft1kZd
A Residência do Arquiteto: uma análise gráfica das casas de Vilanova Artigas
https://goo.gl/UN4P4U
Análise gráfica, uma questão de síntese
https://goo.gl/Gsfk3P
Workshop Análise Gráfica - Concepção da Forma Arquitetônica 2
https://goo.gl/yWWfU6
Como criar diagramas
https://goo.gl/1upWrE
Arquitetura Biomimética: o que podemos aprender da natureza?
https://goo.gl/SGuu2u
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT
https://goo.gl/RNGbvF
Projeto do arquiteto Peter Eisenman
https://goo.gl/7YWdcL
Projeto do arquiteto Rem Koolhaas
https://goo.gl/xS94m5
https://goo.gl/sEr1nR

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UNIDADE Análises

Referências
CHING, F. D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem. Porto Alegre: Bookman, 2013.

MONTANER, Josep Maria. Sistemas arquitetônicos contemporâneos. Barce-


lona: Gustavo Gili, 2009.

MONTANER, Josep Maria. Depois do Movimento Moderno. Arquitetura da


segunda metade do século XX. Barcelona: Gustavo Gili, 2011.

MONTANER, Josep Maria. Dos diagramas às experiências, rumo a uma arqui-


tetura de ação. São Paulo: Gustavo Gili, 2017.

KOWALTOWSKI, D. C. C. K.; MOREIRA, D. C.; PETRECHE, J. R. D; FABRÍCIO


M. M. (orgs.) O processo de projeto em arquitetura da teoria à tecnologia. São
Paulo: Oficina de textos, 2011. ISBN 978-85-7975-033-5.

UNWIN, Simon. A análise da arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2013.

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Você também pode gostar