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Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-reitor:
Prof. Me. Ney Stival
Diretora de Ensino a Distância:
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Profa. Ma. Daniela Ferreira Correa
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não Designer Educacional:
vale a pena ser vivida.” Clovis Ribeiro do Nascimento Junior
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
ENSINO A DISTÂNCIA
01
UNIDADE
REPRESENTAÇÕES DO
DESENHO TÉCNICO
PROF. ME. RENAN AUGUSTO AVANCI
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
NOÇÕES DO DESENHO TÉCNICO ............................................................................................................................ 5
NORMALIZAÇÃO DO DESENHO ................................................................................................................................ 7
ESCALA ...................................................................................................................................................................... 11
APLICAÇÃO PRÁTICA DAS ESCALAS ..................................................................................................................... 14
COTAGEM .................................................................................................................................................................. 15
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INTRODUÇÃO
Nesta unidade vamos compreender como organizar e confeccionar o desenho técnico,
pensando nas suas normas. Em especial nas normas da ABNT, que serão melhor explicadas no
decorrer da exposição do conteúdo.
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ENSINO A DISTÂNCIA
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ENSINO A DISTÂNCIA
Para entendermos melhor, façamos um exercício proposto por French (2002) em seu
livro, Desenho técnico e tecnologia gráfica, observe a figura 3 e tente descrevê-la verbalmente, ou
seja, busque narrar com palavras o que você observa na figura de modo que alguém que não a
tenha visto possa formar uma imagem mental completa, clara e precisa daquilo que está repre-
sentado.
Provável que você tenha encontrado certa dificuldade em descrever verbalmente a ima-
gem. Além disso, ao tentar descrevê-la, você pode ter sentido a necessidade de usar um lápis e um
papel, e até mesmo de gesticular (que é uma forma não materializada do desenho), para esboçar
de forma preliminar alguma parte da figura, em busca de complementar sua descrição verbal. A
partir desse ponto de vista, podemos considerar que a linguagem falada não configura, muitas
vezes, por si só, um canal de comunicação claro e preciso de expressão da forma, do tamanho e
dos componentes daquilo que estamos vendo ou imaginando. É necessária uma linguagem grá-
fica! É necessário o desenho!
Desta forma, uma vez que o “desenho possa assim considerar-se uma linguagem, e como
tal deve ter uma gramática, uma ortografia e uma caligrafia própria, cujo estudo é necessário a
quem pretende ler e escrever corretamente essa linguagem” (CUNHA, 2004, p.23), é possível
distinguir dois tipos de desenho: o Desenho Artístico e o Desenho Técnico.
Para Cunha (2004), o desenho artístico possibilita uma maior liberdade e subjetividade
na representação. Segundo ele, dois artistas ao tratarem o mesmo tema podem transmitir a quem
observa sua ilustração, emoções ou impressões diferentes. Na prática, cada artista se valida de
conceitos e técnicas particulares para expressarem suas percepções em forma de distintas ima-
gens. Já no desenho técnico, “esta diversidade na representação e na interpretação não é admis-
sível, devendo o mesmo objeto, num determinado tipo de figuração, ser representado sempre da
mesma maneira” (CUNHA, 2004, p. 24). O desenho técnico deve ser perceptível e sem ambigui-
dades no modo como descreve determinado objeto, devendo essa descrição explicitar com rigor
a forma e as dimensões daquilo que está sendo representado. Portanto, estamos tratando de um
desenho tecnicamente sujeito a uma única interpretação, ou seja, de um desenho que é entendido
universalmente.
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ENSINO A DISTÂNCIA
NORMALIZAÇÃO DO DESENHO
Thomas French (2002, p.17) afere que, em síntese, os desenhos técnicos são “feitos de
linhas que representam superfícies, bordas e os contornos dos objetos. Símbolos, dimensões e pa-
lavras são acrescentados a estas linhas, fazendo uma descrição completa” daquilo que se pretende
ilustrar tecnicamente. De modo efetivo, os elementos gráficos e textuais que compõem o desenho
técnico configuram uma linguagem padronizada por meio de normas regulamentadas por cada
país. No Brasil, a normatização dos códigos que regem o desenho técnico é realizada pela ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) fundada em 1940.
A ABNT é uma entidade privada e membro fundador desde 1947 da International Or-
ganization for Standartization (Organização Internacional de Normalização – ISO) que aprova
normas internacionais das áreas de interesse econômico e técnico. Do mesmo modo, a ABNT
Tabela 1 - Normas brasileiras que regem o Desenho Técnico. Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS (2017).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Como visto, a ABNT estabelece uma norma geral – a NBR 10647 – designada ao desenho
técnico. Esta normativa define os termos empregados em desenho, bem como sua classificação
quanto ao aspecto geométrico. Neste sentido, a norma estabelece dois tipos de desenhos: o dese-
nho projetivo e o desenho não projetivo.
O desenho projetivo é resultante de projeções do objeto sobre um ou mais planos. São
desenhos que visam à demonstração de suas formas e do dimensionamento de suas proporções.
Estes desenhos compreendem uma representação por meio de “perspectivas” e “vistas ortográfi-
cas” e são utilizados em diversas áreas de concentração das engenharias e da arquitetura conforme
estudaremos mais adiante. Já o desenho não projetivo nega uma correspondência do objeto por
meio de sua projeção em uma superfície. São desenhos que compreendem uma larga variedade
de representações gráficas como: diagramas, esquemas, fluxogramas, organogramas e gráficos.
Nesta perspectiva, nossa finalidade é o estudo do desenho projetivo e por meio dele apre-
ender os códigos, símbolos e traços que configuram tecnicamente a representação de um objeto.
Embora o desenho projetivo englobe diversas áreas de atuação como a mecânica, a civil, a elétri-
ca, a arquitetura, a agrimensura e etc.; utiliza-se nessas distintas áreas os mesmos padrões técni-
cos estabelecidos pelas normas brasileiras. Adiante veremos os principais deles.
Caligrafia técnica
A NBR 8402 é a norma que fixa as exigências para que os componentes textuais sejam
utilizados em desenhos técnicos. A função desta normativa é estabelecer meios para que a escrita,
quando necessária no desenho, seja legível, uniforme e se adeque aos processos de reprodução
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Tipos de linhas
Em desenho técnico utilizam-se tipos e espessuras de linhas diferentes para cada infor-
mação a ser representada. Quanto ao tipo, as linhas podem ser:
• Contínuas: ______________
• Tracejadas: --------------------
• Traço e ponto: -.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-
A utilização dos tipos de linhas é estabelecida pela NBR 8403. Esta norma brasileira in-
dica 10 tipos de traços e suas respectivas gramaturas. Em síntese, é normativo que para a re-
presentação dos contornos e arestas visíveis do desenho utilizam-se as linhas contínuas e para a
representação dos contornos e arestas ocultos ao desenho empregam-se as linhas tracejadas. A
utilização correta dos tipos de linhas no desenho clarifica seu entendimento. A Tabela 3 apresen-
ta algumas denominações e aplicações gerais. No decorrer da disciplina vamos nos familiarizar
melhor com os significados dessa tabela.
Tabela 3 - Lista geral de especificação do tipo e espessuras das linhas no desenho técnico. Fonte: NBR 8403.
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Folhas de desenho
Os desenhos técnicos devem ser apresentados em pranchas, ou seja, em folhas de papel
devidamente padronizadas pela NBR 10068. Os formatos básicos para as dimensões destas pran-
chas correspondem à regulamentação da série “A”, cujo maior formato é nomeado de A0 (841mm
x 1189mm) e corresponde a uma área de 1m². Os outros formatos da série (A1, A2, A3, A4, A5 E
A6) são resultantes das subdivisões do A0 por meio de uma relação matemática onde configura
que o próximo formato será sempre a metade do formato anterior.
Atenção! As tabelas abaixo indicam as relações dos formatos das pranchas, a configuração
de suas margens e a disposição do carimbo e das legendas (informações atribuídas ao desenho).
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Até o momento, vimos que o desenho é uma demarcação em um plano daquilo que
enxergamos ou imaginamos. Vimos também que este desenho pode ser representado de for-
ma artística, quando ilustrado com maior liberdade de expressão ou de forma técnica, quando
configurado por meio de normativas e padronizações. Atento à noção de universalidade, os de-
senhos técnicos são regidos por normas, em sua maior parte de abrangência internacional, que
estabelecem parâmetros de execução e representação. Um destes parâmetros, conforme vimos
anteriormente, atenta-se às dimensões do papel onde serão reproduzidos os desenhos. Neste
ESCALA
Escala é a relação entre as dimensões do desenho e as dimensões reais do objeto.
ESCALA = D/R
ou seja,
1/X = D/R
• D = dimensão do desenho
• R = dimensão real do objeto
• X = escala indicada
A escala é utilizada quando não conseguimos representar um objeto por meio de suas
medidas verdadeiras. Imaginemos desenhar uma montanha em seu tamanho real, certamente
este desenho não se adequaria em nenhuma padronização das pranchas técnicas, além de gerar
uma série de dificuldades relacionadas à sua execução e posterior visualização e entendimento.
Nesta perspectiva, a redução proporcional das dimensões da montanha idealizaria tecnicamente
sua representação no papel sem, de fato, modificar sua forma. Por outro lado, como representar,
de modo legível, as minúsculas peças que compõem um aparelho celular, por exemplo? Segu-
ramente, a ampliação destas peças sob a folha de desenho expressaria uma maior legibilidade
daquilo que se está representando. Essas relações proporções estabelecem três tipos de escala: a
natural, a de redução e a de ampliação.
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• Escala natural: quando a dimensão do objeto no desenho é igual a sua dimensão real,
ou seja, o objeto é representado na sua verdadeira grandeza. Escala 1:x onde x=1. Representação:
1/1 ou 1:1 (lê-se: escala um para um).
• Escala de redução: quando a dimensão do objeto no desenho é menor que a sua dimen-
são real. Escala 1:x onde x>1. Representação exemplo: 1/5 ou 1:5 (lê-se: escala um para cinco)
– nesta escala as dimensões reais do objeto foram reduzidas cinco vezes.
• Escala de ampliação: quando a dimensão do objeto no desenho é maior que a sua di-
mensão real. Escala 1:x onde x<1. Representação exemplo: 5/1 ou 5:1 (lê-se: escala cinco para
um) – nesta escala, as dimensões reais do objeto foram ampliadas cinco vezes.
• Escala gráfica: quando indicamos as escalas por meio de uma figura geométrica. A
escala gráfica é uma representação da escala numérica. Essa representação dá-se por uma linha
fragmentada, como se fosse uma régua graduada pontuando as distâncias. Para construirmos a
escala gráfica, é necessário calcular o valor da divisão principal da escala. Por exemplo, a escala
gráfica correspondente a escala numérica 1:50, é representada por segmentos iguais de 2cm, pois
1/50 = 0.02m = 2cm. Isto quer dizer que 2cm no papel equivale a 1m do objeto real.
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Para facilitar o uso das escalas, tanto para a construção do desenho quanto para a legibili-
dade de sua leitura, utilizamos um instrumento chamado “escalímetro” (Fig.03). Este instrumen-
to funciona como uma régua triangular graduada de acordo com as principais escalas de redução
(1:20 – 1:25 – 1:50 – 1:75 – 1:100 e 1:125). Cada escala terá seus segmentos indicados e expressos
em metros, ou seja, o segmento de 0 a 1, por exemplo, representa 1 metro do objeto real. Visto
que 1 metro equivale a 100 centímetros, assim, conseguimos identificar as demais distâncias en-
tre os segmentos.
Figura 4 - Escalímetro triangular com as escalas de reduções. Fonte: Google Images (2017).
A seguir, dispomos de uma tabela que expressa as relações de cada escala no escalímetro
com as dimensões reais do objeto em cm (centímetros).
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Exercício 02: Uma propriedade urbana (terreno; lote ou data) mede 15m x 60m. Em uma
representação na escala 1:75 (uma para setenta e cinco), quais são as medidas desta propriedade
no desenho e qual dos formatos das folhas de papel (A0, A1,A2,A3,A4) poderíamos utilizar ade-
quadamente para sua representação?
Resolução (parte 1)
Utilizar a fórmula: 1/X = D/R
D = medida do desenho – (a saber)
Resolução (parte 2)
Utilizar a fórmula: 1/X = D/R
D = medida do desenho – (a saber)
R = medida real – 60m
*transforme para cm – (1500 x 6000cm)
X = escala – 1:75
Exercício 03: Uma estrada rural está desenhada em um mapa topográfico com 2cm (cen-
tímetros) de largura, sendo que sua medida real é 25m (metros). Em qual escala essa estrada rural
está representada no mapa?
Resolução
Utilizar a fórmula: 1/X = D/R
D = medida do desenho – 2cm
R = medida real – 25m
*transforme para cm – (250cm)
X = escala – (a saber)
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COTAGEM
Cotagem é o meio de definição e representação das dimensões e posições dos objetos.
Para Silva et al (2010), a correta representação geométrica de um objeto não é suficiente para
sua fabricação ou entendimento. Além da representação da sua forma, é necessário quantifica-la,
isto é, definir com exatidão as dimensões e posição dos diferentes elementos que o compõem.
Segundo a autoria, a representação dessas dimensões requer a aprendizagem de um conjunto de
regras e princípios que, cumpridos, permitem uma fácil interpretação daquilo que se está repre-
sentando. Neste sentido, a tarefa de cotar pode ser gerida por três aspectos principais tratados por
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• Em um desenho técnico as cotam devem ser sempre expressas com a mesma unidade.
As unidades não são indicadas nas cotas.
• Quando o espaço entre duas linhas de chamada não é suficiente para a representação
do caractere da cota, o mesmo pode ser posicionado abaixo das linhas de cota e ligado à linha
através de uma linha auxiliar.
Figura 11- Orientação da cota na folha de desenho. Fonte: (SILVA, et al, 2010, p.121).
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02
UNIDADE
REPRESENTAÇÕES DOS
SISTEMAS DE DESENHO
PROF. ME. RENAN AUGUSTO AVANCI
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 21
SISTEMAS DE DESENHO ........................................................................................................................................ 22
PROJEÇÃO ORTOGONAL ......................................................................................................................................... 24
SÍNTESE DAS PROJEÇÕES ..................................................................................................................................... 38
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INTRODUÇÃO
Nesta unidade, vamos compreender como representar fielmente o desenho técnico, le-
vando em consideração as normas e as diferentes maneiras de confeccionar um desenho técnico.
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SISTEMAS DE DESENHO
Os sistemas de desenho apresentam meios particulares de pensar e representar objetos,
ou qualquer que seja aquilo que vemos ou imaginamos em pensamento. Cada sistema será dota-
do de características que exploram como resultado, as informações que desejamos ocultar ou as
informações que, de fato, queremos revelar. Portanto, ao selecionarmos um sistema de desenho
em lugar de outro estamos decidindo a forma mais adequada para expressar os aspectos relevan-
tes do objeto ou do ambiente físico que escolhemos representar.
A construção, o entendimento e a aplicação desses sistemas exploram a noção de um
espaço tridimensional, ou seja, de um espaço que é definido em três dimensões (altura, largura
e profundidade). O objetivo de trabalhar esse espaço “é posicionar pontos, determinar compri-
mento e direção das retas e descrever o formato e a extensão de planos” (CHING, 2001, p.113).
Neste sentido, os sistemas de desenho englobam coordenadas cartesianas e princípios da geome-
tria descritiva.
Na verdade, a classificação dos diferentes tipos de sistemas de desenho é definida segun-
do o método de projeção. De acordo com Ching (2001, p.113), “a projeção refere-se ao processo
ou técnica de representação de um objeto tridimensional, realizada pela extensão de todos seus
pontos em linhas retas, chamadas linhas de projeção, em um plano de desenho”.
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• Projeção oblíqua: quando as linhas projetadas são paralelas umas às outras, mas oblí-
quas em relação ao plano de desenho.
Figura 16 - Projeção em perspectiva. Fonte: Ching (2010, p.114) DESENHO TÉCNICO | UNINDADE 2
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1. PROJEÇÃO ORTOGONAL
• Desenhos de vistas múltiplas
- PLANTA / CORTE / ELEVAÇÃO: superfícies planas de uma forma retangular, cujas
vistas são paralelas ao plano de desenho.
• Desenhos de vistas paralelas
- ISOMÉTRICA: os três eixos principais fazem ângulos iguais com o plano de desenho
- DIMÉTRICA: dois dos três eixos principais fazem ângulos iguais com o plano de dese-
nho
- TRIMÉTRICA: os três eixos principais fazem ângulos diferentes com o plano de dese-
nho.
2. PROJEÇÃO OBLÍQUA
• Desenhos de vistas paralelas
- CAVALEIRA: a face mais importante do objeto é projetada paralela ao plano de dese-
nho, sendo as outras faces projetadas de forma oblíqua.
3. PROJEÇÃO EM PERSPECTIVA
• Desenhos em perspectiva
- PERSPECTIVA COM UM PONTO DE FUGA
- PERSPECTIVA COM DOIS PONTOS DE FUGA
- PERSPECTIVA COM TRÊS PONTOS DE FUGA
PROJEÇÃO ORTOGONAL
Para French (2002, p151), a projeção ortogonal é “o método de representar a forma exata
de um objeto por meio de duas ou mais projeções do objeto sobre planos que, em geral, estão em
ângulo reto entre si, baixando-se perpendiculares do objeto ao plano”. O resultado da projeção
compreende os desenhos de vistas múltiplas, mais conhecidos como “plantas, elevações e cor-
tes”. Cada um deles, segundo Ching (2010), é a projeção ortogonal de um aspecto particular dos
objetos ou construções.
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A imagem mostra um polígono de lados (A, B, C e D). Este objeto (polígono) está para-
lelo ao plano de projeção (X). Para projetá-lo no plano prolongam-se, por meio de linhas pro-
jetantes perpendiculares ao plano, seus pontos de intersecção. O resultado dessa projeção será o
desenho de um polígono em verdadeira grandeza, ou seja, com sua dimensão real de distâncias,
ângulos e áreas.
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Observem agora essa outra imagem. O objeto mostrado, um retângulo, não está paralelo
ao plano de projeção, pelo contrário, encontra-se perpendicular a folha de desenho. Neste sen-
tido a projeção de sua forma no plano resultará em uma reta e não em um retângulo. Para que
isso ocorra é necessário projetar o objeto em outro plano de projeção, um plano lateral. Portanto,
como mostrado nas figuras 15 e 16, para a construção de uma projeção ortogonal, desenhamos
linhas de projeção, também chamadas de linhas projetantes, desde os vários pontos do objeto, e
que incidem perpendicularmente no plano do desenho, segundo Ching (2001). A imagem resul-
tante refere-se ao que chamamos de vista ortogonal.
Em síntese, a identificação de apenas uma vista não é suficiente para a representação
completa de um objeto tridimensional, sendo necessário, na maioria dos casos, o emprego de
outras vistas. Por certo, um conjunto de faces ortogonais que descrevam as várias dimensões do
objeto a ser representado. Este fato fica evidente, quando entendemos o sistema de projeção or-
togonal dos objetos representados na figura 17. Notem que, o resultado das projeções do círculo,
do cilindro e da esfera no plano de desenho vertical, configuram as mesmas figuras, não havendo
distinções entre elas. Como reconhecer, portanto, a forma do objeto a partir de suas vistas?
Neste sentido, para uma maior clareza de entendimento da tridimensionalidade do obje-
to e reconhecimento do seu formato, utilizam-se outras vistas de representação. Observem agora
a projeção destes mesmos objetos nos planos de desenho horizontal e percebam que o resultado
das projeções ilustra para cada objeto, uma figura diferente.
Na verdade, o número de vistas ortogonais que são necessários para a representação com-
pleta de um objeto é definida de acordo com sua geometria e complexidade. Em caso de objetos
simétricos, por exemplo, nem sempre existe a necessidade de representar duas de suas vistas la-
terais, uma vez que uma corresponde a outra e, assim, apresentam a mesma informação. De todo
modo, ao menos a definição de três vistas associadas é necessário para a representação clara de
um objeto.
Na figura 19, o círculo, o cilindro e a esfera foram projetadas em dois planos; o plano
horizontal e o plano vertical (frontal). Esta projeção definiu duas vistas ortogonais, nas quais,
podemos chamar de vista superior quando definida pelo plano horizontal e de vista frontal ou
principal quando dada pela projeção no plano vertical. Para a representação de uma terceira vista
seria necessário a adição de um novo plano de projeção, neste caso, o plano lateral ou plano de
perfil. Assim definimos que:
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Figura 20 - Projeção de um objeto em três planos de representação. Fonte: Silva (2010, p.51).
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REFLITA ou posição de trabalho deste objeto. Se estes critérios não definirem a vista
principal, deve-se escolher a face do objeto que apresentar maior dimensão.
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Tabela 11 - Quadro de vistas ortográficas com contornos visíveis. Fonte: Cataplan (2015, p. 29 e 30).
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Tabela 12 - Quadro de vistas ortográficas com contornos não visíveis: Fonte: Cataplan (2015, p. 29 e 30).
• Contornos não visíveis: as arestas da isométrica são representadas com linhas traceja-
das.
• Vista frontal – lateral e superior
Atenção! Procure identificar as respectivas vistas ortogonais das isométricas
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Dentro do sistema de projeções ortogonais, além dos desenhos em vistas múltiplas - con-
forme veremos mais detalhadamente na unidade seguinte - configuram-se também os desenhos
em vistas de linhas paralelas, mais conhecidos como projeções axonométricas. Teoricamente,
segundo French (2002, p.313), a projeção axonométrica “é uma projeção ortográfica na qual se
utiliza somente um plano, sendo o objeto colocado de modo a mostrar três faces”. As diferentes
orientações destas faces é que distingue uma axonometria da outra. Essas distinções são classifi-
cadas em perspectivas isométricas, dimétricas e trimétricas.
Ching (2001, p.173) aponta que, devido a sua natureza pictórica e facilidade de constru-
ção, as projeções axonométricas são apropriadas para visualizar uma ideia em três dimensões, no
inicio do processo de projetação. Elas são capazes de ilustrar padrões e composições do espaço
tridimensional. “Podem ser cortadas ou se tornar transparentes, para que se veja seu interior,
através de suas partes, ou ser expandidas, para ilustrar relações espaciais entre as partes do todo”.
• Perspectiva isométrica
Uma perspectiva isométrica é a projeção de um objeto tridimensional inclinado em um
plano do desenho, de tal modo que os seus três eixos principais produzem entre si ângulos de
120°. Neste sentido, podemos dizer que o sistema isométrico configura-se a partir de três semir-
retas que possuem o mesmo ponto de origem. Essas semirretas são nomeadas como eixos isomé-
tricos e configuram a partir do seu paralelismo as chamadas linhas isométricas. Ao se estabelecer
um eixo isométrico na vertical, os outros formarão ângulos de 30° em relação a horizontal na
superfície do terreno.
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Tabela 14 - Tabela explicativa de construção da isométrica de um prisma com rebaixo. Fonte: o autor.
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Projeção oblíqua
Quando as linhas projetantes fazem um ângulo diferente de 90° com o plano do desenho,
o resultado da projeção é denominado de perspectiva oblíqua, segundo French (2002). Neste
sentido, os eixos que se projetam neste plano não são perpendiculares, como visto nas projeções
ortogonais, e sim oblíquas em relação ao plano do quadro. Na projeção oblíqua, portanto, a face
paralela ao plano de projeção é configurada em verdadeira grandeza, isto é, apresentam-se a vista
frontal (principal) do objeto em seu tamanho e forma real. As demais vistas sofrem deformações
a partir dos ângulos estabelecidos.
• Perspectiva cavaleira
Concede-se o nome de perspectiva cavaleira ao tipo particular e mais usado de projeção
oblíqua na qual as linhas projetantes fazem um ângulo de 45° com o plano de projeção, segundo
French (2002). Na verdade, a inclinação deste ângulo pode assumir outros valores, sendo 30° e
60° os mais usados.
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UNIDADE
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 41
PLANTAS .................................................................................................................................................................. 42
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INTRODUÇÃO
Nesta unidade, vamos compreender como conceber o desenho técnico, de diversos refe-
renciais, em plantas.
Uma qualidade necessária para ler plantas baixas é a habilidade de poder dis-
tinguir entre matéria sólida e espaço vazio, e discernir, de modo preciso, onde a
massa encontra o espaço. Portanto, é importante enfatizar de maneira gráfica, o
que está sendo cortado na planta baixa, e diferenciar o material cortado daquilo
que vemos no espaço abaixo do plano de corte. Com a finalidade de expressar a
sensação da dimensão vertical e a existência do volume espacial, devemos utili-
zar uma hierarquia de pesos de linhas ou uma gama de tonalidades. A técnica a
utilizar depende da escala da planta baixa, do instrumental de desenho e do grau
de contraste requerido entre matéria sólida e vazio espacial. (CHING, 2001, p.
135).
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PLANTAS
Segundo Ching (2001), a planta é uma projeção ortogonal em um plano de desenho ho-
rizontal. De modo específico, ela representa em escala, uma vista de um objeto, um edifício ou
uma cena, quando mostrado de cima. Neste sentido, todos os planos que se encontram paralelos
ao plano de desenho preservam sua escala real de tamanho, formato e proporções. Deste modo, a
planta não deixa de ser uma vista ortogonal superior do modelo a ser representado.
A vantagem da representação dos objetos em planta é que elas amenizam a complexidade
tridimensional dos mesmos. A resposta para essa atenuação é um desenho do modelo voltado
para os seus aspectos horizontais de representação. Portanto, nesta perspectiva, as plantas ilus-
tram somente a largura e o comprimento dos objetos, e em tese não representam sua altura.
Como apontado por Ching (2001, p.134), A “ênfase na horizontal é tanto uma limitação da planta
quanto sua força”.
Inserida na maioria dos processos de representação de modelos a serem fabricados, a
planta exige particularidades de construção e de leitura. Seu entendimento é parte essencial na
materialização de um produto, independente do seu tamanho, complexidade e escala.
Como parte das peças gráficas dos desenhos projetivos de edificações é possível estabele-
cer ao menos três tipos fundamentais de plantas conforme classificação abaixo:
1. Planta baixa
2. Planta de situação / locação ou implantação
3. Planta de cobertura
A princípio iremos tratar dos conceitos, convenções, desenho e leitura da planta baixa.
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• Planta baixa
A planta baixa é o resultado da representação superior de uma edificação seccionada
horizontalmente na altura de 1.50m. Portanto, é um desenho que representa um edifício sendo
visualizado interiormente por meio de um plano que o intercepta. A incisão horizontal na edi-
ficação estabelece duas partes: a parte superior do plano cortado e a parte inferior. Nesta pers-
pectiva, a planta baixa é o desenho da projeção ortogonal da porção inferior do plano de corte.
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O desenho a seguir ilustra exatamente a planta baixa do edifício representado pelas figu-
ras 26 e 27. A partir dele, iremos explorar os elementos que configuram o desenho de uma planta
baixa e sua representação técnica.
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De modo geral, abaixo dos elementos do plano de corte representa-se o piso e o mobili-
ário e acima deste plano, as projeções da cobertura e demais elementos que sejam pertinentes ao
entendimento da planta baixa.
• Paredes: são representadas no desenho técnico de edificações por duas linhas parale-
las, largas e contínuas. Estas linhas podem apresentar-se retas, curvas e oblíquas, pois, depen-
dem da configuração do desenho da parede. Quanto à espessura, utilizam-se linhas largas para
representar paredes que foram cortadas e que estão mais perto do observador; e linhas estreitas
para paredes que não receberam intersecção pelo plano de corte, mas estão posicionadas abai-
xo deste plano e acima do solo. Já quanto à configuração do tipo destas linhas, empregam-se as
• Portas: A princípio, uma planta baixa não caracteriza graficamente a aparência total de
uma porta. Neste tipo de desenho, é possível compreendê-lo partir do seu sistema de abertura,
sua posição nas paredes e sua largura. Para que se tenha uma informação global deste elemento é
necessário o complemento de outros desenhos, como cortes e elevações conforme veremos mais
adiante.
Em síntese, representam-se quatro elementos da porta em uma planta baixa, a saber: a
folha, o batente, a guarnição/vista e a soleira.
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Os tipos de portas são classificados de acordo com o seu sistema de abertura. Cada sis-
tema, por sua vez, possui uma representação, principalmente em relação às linhas que denotam
o sentido de abrimento.
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Tabela 21 - Representação das portas em planta baixa de acordo o seu sistema de abertura. Fonte: o autor.
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A partir do esquema abaixo, é possível entender melhor as partes que compõem o dese-
nho das portas e que, de fato, são representadas na planta baixa em equivalência com a legibili-
dade da escala do desenho.
• 01 Batente
• 02 Guarnição
• 03 Soleira
• 04 Parede
• 05 Piso
Figura 35 - Esquema axonométrico das partes que compõem o desenho das portas. Fonte: Tamashiro
(2010, p.181).
• Janelas: Do mesmo modo que as portas, as janelas na planta baixa também não estabe-
lecem uma representação gráfica total do seu tamanho e proporção. São esquadrias que depen-
dem de outros desenhos, principalmente os que representam as dimensões verticais da edifica-
Figura 36 - Esquema de representação das partes que configuram uma janela: Fonte: Tamashiro (2010, p.
181).
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Figura 37 - Representação de janelas simplificada e mais detalhada no desenho da planta baixa. Fonte: o
autor.
Por sua vez, o posicionamento da esquadria (janela) em relação à parede também é ou-
tro determinante na leitura do desenho técnico. São elementos que podem alinhar-se pela face
interna ou externa da parede, pelo meio ou por fora da parede conforme representações abaixo.
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Figura 38 - Posição das esquadrias em relação à parede. Fonte: Tamashiro (2010, p. 181).
A representação dos sistemas de abertura das janelas se dá pelos seus desenhos em ele-
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Em síntese, definimos nesta unidade que, a planta baixa de uma edificação configura-se a
partir do desenho de suas vedações (paredes) e dos seus sistemas de abertura (portas e janelas).
Neste sentido, a sequência de representação destes elementos será organizada nas próximas pági-
nas como forma de demonstrar as etapas de sua materialização.
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1° ETAPA
- Definir a escala de representação do desenho.
- Marcar o contorno externo do projeto da edificação.
- Desenhar a espessura das paredes externas. Em geral, as paredes em alvenaria são repre-
sentadas com 15cm de espessura.
- Desenhar as vedações (paredes) internas.
Nesta primeira etapa, o desenho é realizado por linhas auxiliares, traços estreitos e fracos.
As linhas de cotas aparecem na representação abaixo apenas como orientação para o entendi-
mento do desenho.
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2ª ETAPA
- Marcar no desenho das paredes as larguras das portas e janelas.
- Desenhar as portas e janelas de acordo com o seu sistema de abertura. Portas represen-
tadas abertas e janelas representadas fechadas.
- Apagar os excessos de linhas traçadas.
- Desenhar a projeção da cobertura – linha tracejada.
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Figura 41 - Representação da 2° etapa do desenho de uma planta baixa. Fonte: Montenegro (2001, p.77).
3° ETAPA
- Adequar os pesos nas linhas de representação. Elementos que foram seccionados são
representados com linhas largas e contínuas, já os elementos não seccionados são ilustrados com
linhas mais estreitas.
- Desenhar as linhas de cota.
- Escrever os nomes dos ambientes, indicar sua área e seu revestimento de piso. Escrever
o título do desenho e sua escala.
- Indicar as simbologias de: posição dos cortes, indicação dos acessos, níveis dos ambien-
tes e orientação solar (norte).
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A norma que trata das simbologias nos desenhos de planta baixa é a NBR 6492
– Representação de Projetos de Arquitetura. Embora exista essa padronização,
a representação simbólica acaba sendo elástica podendo se adequar com a
estética gráfica e perfil de cada desenhista.
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04
UNIDADE
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 62
CORTES – VISTAS SECCIONAIS ............................................................................................................................. 63
LOCALIZAÇÃO DO PLANO DE CORTE .................................................................................................................... 66
PRINCIPAIS ELEMENTOS DE REPRESENTAÇÃO DOS CORTES ......................................................................... 69
ELEVAÇÕES – FACHADAS – VISTAS ....................................................................................................................... 76
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INTRODUÇÃO
Nesta última unidade veremos outros tipos de desenhos de vistas múltiplas, os cortes e
as elevações. Estes tipos de desenhos constituem uma série de vistas relacionadas, porém par-
ciais da realidade tridimensional, ou seja, da realidade real do objeto. Segundo Ching (2001), os
planos ortogonais, cortes e elevações são expressões diferentes do mundo da percepção visual e,
portanto, necessita de indicadores que retratam sua terceira dimensão, a profundidade visual.
Trataremos adiante dessas e de outras questões.
Figura 43 - Esquemas de desenhos de vistas múltiplas. Fonte: Daydec Design (2017). DESENHO TÉCNICO | UNINDADE 4
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Figura 44 - Representação esquemática de uma planta baixa mostrando seu plano de corte. Fonte: Mon-
tenegro (2001, p. 52 e 53).
Posto isto, o que diferencia o desenho de um corte do desenho de uma planta baixa, uma
vez que o último também envolve o ato de seccionar? A distinção entre esses dois tipos de de-
senho está na orientação dos planos de corte. Na planta baixa o objeto é cortado por um plano
paralelo horizontalmente ao objeto, já no desenho em corte o objeto é cortado por um plano
vertical. Observe as imagens a seguir e analise a diferença.
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Figura 45 - Orientação dos planos de cortes indicando a projeção de um desenho em planta baixa (A) e
indicando a projeção de um desenho em corte (B). Fonte: Schuler (2017, p. 27)
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Figura 48 - Imagem ilustrativa de um plano de corte transversal. Fonte: Schuler (2010, p. 50)
• Edificações que possuem planta baixa simétrica, ou seja, plantas em que duas de suas
faces são espelhadas representando o mesmo padrão entre elas, deve-se posicionar o plano de
corte ao longo do seu eixo de simetria.
Figura 49 - Plano de corte por meio de eixo de simetria. Fonte: IPFS (2017).
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• Os cortes dos edifícios devem ser posicionados em seus espaços mais significativos,
isto é, nas partes das edificações que necessitam revelar elementos ocultos internamente, ou es-
paços que são fundamentais para o entendimento do uso e estrutura do edifício. Elementos de
circulação vertical como rampas, elevadores e escadas, sempre que existentes no edifício devem
participar do plano de corte e assim, serem representados no desenho.
A indicação dos cortes é feito no desenho da planta baixa. O símbolo genérico de con-
venção é uma linha - contínua ou interrompida – formada por segmentos longos, separados por
pequenos traços ou pontos. Segundo a normativa adotada no Brasil, a linha que indica um plano
de corte utiliza traço e ponto.
Essas linhas não precisam necessariamente percorrer todo o desenho, ou seja, não é ne-
cessário representá-la perante toda a extensão da planta baixa, exceto quando o corte incluir cer-
to número de descontinuidades, fazendo com que a leitura do plano cortado não seja entendida
completamente. Em geral, indica-se a posição do corte na planta por meio de duas linhas curtas,
de onde o plano de corte emerge. Uma seta ao final de cada linha aponta a direção por onde o
plano de corte está seccionando.
Figura 51 - Indicação simbólica dos planos de corte no desenho da planta baixa. Fonte: Tashiro (2010, p.
162).
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A imagem abaixo exemplifica como se indica a representação de um corte que sofre des-
vio de direção.
A representação das setas de indicações das secções dos desenhos pode ser representada
de diversas formas desde que apontem o sentido de visão do plano de corte em relação ao dese-
nho da planta. Apresentam-se abaixo alguns exemplos de representação dos símbolos de corte
conforme já demonstrado na unidade anterior.
Figura 53 - Exemplos de representação de símbolos de corte em planta baixa. Fonte: Tashiro (2010, p.162).
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Como dito anteriormente, o desenho das setas simboliza a direção de visão do plano de
corte. Veja a imagem a seguir. Os planos de cortes são traçados de modo vertical, cada plano
possui uma direção de visão e irá representar no desenho projetivo os elementos que aparecem
no plano de corte e também os elementos que estão à frente deste plano.
Pela imagem é possível observar que existem dois planos de cortes transversais e dois
planos de cortes longitudinais.
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• Lajes: em corte deve ser representada tanto a laje de piso quanto a laje de cobertura
quando existente. A figuração é por meio de linhas paralelas conforme demonstrado na imagem
a seguir.
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• Esquadrias – portas e janela em cortes: Assim como no desenho da planta baixa as por-
tas e janelas são representadas, pois configuram parte do desenho projetivo do plano de corte
horizontal. Nos desenhos em corte vertical esses elementos também são representados. Quando
o plano vertical secciona uma janela ela possui representação semelhante ao seu desenho na
planta baixa. No caso do corte marca-se o peitoril como parede e a altura da janela representada
por quatro linhas em traço contínuo e estrito. Para a representação das portas segue-se a mesma
dinâmica, sem a marcação do peitoril, apenas da altura da porta.
• Esquadrias – portas e janelas em vista: as esquadrias em vista são indicadas pelo dese-
nho do seu contorno, preferencialmente com linhas duplas para representar tanto as guarnições
das portas quanto os marcos das janelas.
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C. Laje de piso: representação por linhas paralelas de traços contínuos e largos por repre-
sentar um elemento que está sendo seccionado. No interior das linhas aplica-se uma hachura de
representação do concreto em corte. Essa hachura é normatizada pela NBR 6492.
D. Parede / peitoril: representação dos elementos de vedação em corte. Duas linhas pa-
ralelas com traços contínuos e largos, contudo, geralmente sem preenchimento de hachuras em
seu interior.
E. Janela em corte: representa-se em corte o vão da janela na parede de vedação. Esse vão
estabelece a altura da janela. Os dois traços estreitos e paralelos no seu interior representam o
vidro seccionado da esquadria. A parede abaixo da ilustração da janela configura o peitoril.
F. Laje de cobertura: Nem todas as edificações possuem laje de cobertura, algumas pos-
suem apenas a estrutura do telhado que acaba ficando aparente. Quando existe a laje de cober-
tura, ela deve ser representada da mesma forma de ilustração da laje de piso. Linhas paralelas
contínuas de traços largos com hachuras de concreto em corte na sua parte interior.
G. Janela em vista: A representação das janelas em vista nos desenhos de corte acontece
quando o plano de corte não secciona a esquadria, no entanto, aponta seu sentido de direção
que contempla uma janela ou qualquer outro elemento em vista. Quando este fato acontece, os
elementos que estão em vista na direção do corte devem ser devidamente representados no dese-
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O desenho de cobertura, dos elementos que figuram o telhado não será con-
templado nessa apostila. Deve-se, portanto, consultar o livro, Desenho Arquite-
tônico, do autor Gildo Montenegro. As explicações e demonstrações do desen-
volvimento e desenho das coberturas encontram-se nas páginas 99 a 104.
As representações configuradas por meio dos desenhos, nos cortes, assim como nas plan-
tas existem simbologias que complementam as informações necessárias para clarificar o enten-
dimento e execução do projeto. Dentre essas informações, duas são especialmente importantes.
Trata-se de informar nos desenhos em corte os dimensionamentos dos seus elementos e a indi-
cação dos níveis das lajes de piso.
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De acordo com Tamashiro (2010, p. 164) deve-se evitar traçar o plano de corte ao longo
de uma parede e ao longo de pilares. Analise a ilustração a seguir para compreender as possibili-
dades de erros na representação de um corte.
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Figura 59 - Representações erradas na configuração dos desenhos em cortes. Fonte: Tamashiro (2010,
p.164).
Etapas:
1. Desenhar uma linha horizontal de representação da linha do terreno;
2. Desenhar a laje do piso (10 a 12 cm de espessura) de acordo com os níveis apresenta-
dos pelo projeto. A laje de piso pode ser plana, como pode representar níveis acima ou abaixo da
linha do terreno. Essas especificações devem estar definidas na planta;
3. Desenhar as paredes seccionadas pelo plano de corte: traçar as linhas de representação
da parede através do prolongamento das linhas ilustradas na planta baixa;
4. Desenhar as fundações: prolongamento das paredes abaixo da linha de terra;
5. Marcar no desenho das paredes a altura da edificação (pé – direito) e traçar uma linha
horizontal. Essa linha representa o forro ou a laje de cobertura;
6. Desenhar a laje de cobertura;
7. Desenhar a cobertura;
8. Desenhar as portas e as janelas que aparecem em corte ou em vista. Lembre-se que para
o desenho de esquadrias em corte deve se representar os vãos desses elementos nos desenhos
das paredes. A existência das esquadrias em vistas no desenho de corte depende do sentido de
direção do corte;
9. Hachurar os elementos necessários;
10. Indicar as simbologias necessárias. Título do desenho; escala, nome do ambiente;
níveis; cotas;
11. Definir os pesos de linhas.
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Nesta perspectiva, a elevação pode ser uma vista frontal, quando projetada nos planos
frontais da projeção, pode definir-se como uma “elevação norte, sul, leste ou oeste” quando rela-
cionada com o ponto cardeal correspondente ou “quando um edifício se refere a determinada ca-
racterística ou significativa do contexto, podemos denominar a elevação do edifício a partir dessa
característica, por exemplo, a elevação de uma rua é a fachada que está voltada para esta rua”.
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REFERÊNCIAS
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