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02. DEZ .

20 20

Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV)

CONJUNTO
H A B I T A C I O N A L J. R.

Jardim das Rosas - São Paulo

Preparado por Fernanda Fonseca


Arquitetura e Urbanismo
Sumário
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 3

2 INFORMAÇÕES GERAIS .......................................................................................................... 3

3. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO ........................................................... 4

4. CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO DO EMPREENDIMENTO ................................................... 7

5. DESCRIÇÃO DA ÁREA ........................................................................................................... 22

6. LEIS PERTINENTES ................................................................................................................ 23

7. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ................................................................... 24

8. MEDIDAS MITIGADORAS E PROGRAMAS AMBIENTAIS....................................................... 26

9. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 26

10. REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 27


1. INTRODUÇÃO

O presente Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) segue as


recomendações da Lei Federal n° 10.257, de 10/07/01 (art. 42-A e 42-B),
conhecida como Estatuto da Cidade, regulamentando os arts. 182 e 183 da
Constituição Federal, de 1988, estabelecendo diretrizes gerais da política urbana
e apresentando instrumentos a serem utilizados pelos Governos Municipais e as
comunidades locais.
Acordando com esta, o Município de São Paulo é regido com a Lei
Complementar Municipal n°16.402, de 22/03/2016 em conformidade com a Lei
Nº 16.050, de 31/07/2014, institui se ao Plano Diretor Municipal de São Paulo
com diretrizes e instrumentos que detém o princípio de assegurar o direito das
gerações, a Cidades Sustentáveis.
O estudo EIV é um dos instrumentos da política urbana, instituído pelo
Estatuto da Cidade. Na Seção I, Art. 5 da referida lei, cita que este deve ser
executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do
empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população
residente na área e suas proximidades, incluindo análise, no mínimo das
seguintes questões: Adensamento populacional; Equipamentos urbanos e
comunitários; Uso e ocupação do solo; Valorização imobiliária; Geração de
tráfego e demanda por transporte público; Ventilação e iluminação; Paisagem
urbana e patrimônio natural e cultural; Nível de ruídos; Qualidade do ar;
Vegetação e arborização urbana; Geração e destinação de resíduos sólidos;
Em razão destas, este estudo contém uma análise da área de influência que
permitirá realizar a identificação de possíveis impactos que podem afetar a
qualidade de vida da população residente nas proximidades, e as medidas
mitigadoras e compensatórias das atividades relativas à implantação do conjunto
habitacional de interesse social J.R.

2 INFORMAÇÕES GERAIS
2.1 Identificação do Empreendedor
Órgão responsável pelo projeto contratado é o Ministério das Cidades
juntamente com Prefeitura do Munícipio de São Paulo. A obra será realizada pelo
Programa de Aceleração do Crescimento para a Urbanização de Assentamentos
precários (PAC-UAP) em parceria com a Secretaria da habitação (SEHAB).
2.2. Identificação do Técnico Responsável Pelo EIV
Técnico Responsável: Fernanda Fonseca de Oliveira, Arquiteta e Urbanista.
2.3. Localização do Empreendimento
O terreno do empreendimento a ser estudado, está localizado no bairro do
Jardim das Rosas - SP, que está em fase de estudo preliminar para implantação,
em terreno cujo acesso é feito pela Rua Vital Rifarto.

LEGENDA:
Estado de São Paulo
Subprefeitura do Campo Limpo
Centro de São Paulo
Figura 1 - Mapa do Brasil com
destaque para o Estado de São
Paulo, Município de São Paulo e
Subprefeitura do Campo Limpo.
Fonte: reserarchgate.net, modificado
pela autora. Acessado em: setembro,
2020.

Legenda: Bairro Jardim das Rosas


Terreno em Estudo
Figura 2 - Mapa com destaque do bairro Jardim das Rosas – São
Paulo e o Terreno em Estudo. Fonte: google.com.br/maps
Modificado pela autora. - Acessado em: setembro, 2020.

3. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO


Uma forma cronologicamente primária do ser humano é a habitação. Sendo
assim, segundo Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) é possível
relacionar como um direito social e um direito fundamental desde 1948. Ademais,
“é necessário a moradia ser digna” (GOLÇAVES, 2013, p. online), e a criação de
meios que possibilitem sua aquisição, sobretudo para a população de baixa
renda, é função do Estado. No entanto, esse é um problema decorrente na
sociedade desde os primórdios, refletido nos desdobramentos irregulares
ocorrido nas cidades estão e no déficit habitacional intensificado.
Em função disso a população é sujeitada, por muitas vezes, a executar suas
próprias habitações em espaços urbanos irregulares, onde muitas das vezes são
habitações de técnicas precárias e de baixa qualidade que não são adequadas
para moradia, além disso, se pautam na irregularidade fundiária. A autora
Gonçalves (2013, p. online) afirma que a falta de moradia provêm de um
passado histórico, como fruto de ausência de políticas públicas, mais “também
de uma política que sempre esteve voltada para os interesses individuais,
deixando de lado os menos favorecidos, burlando, assim, todos os tratados
internacionais e os direitos sociais garantidos pela Carta Magna” (GONÇALVES,
2013, p. online ).
No Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/2001) consta o instrumento
urbanístico denominado Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), cujo objetivo
é promover a regularização fundiária, a inclusão e o reconhecimento de áreas
irregulares. São porções do território destinadas, prioritariamente, à recuperação
urbanística, à regularização fundiária e produção de Habitações de Interesse
Social. Tal distinção territorial, teve decorrência de escolhas históricas de nossa
sociedade, onde, a moradia e a terra urbanizada são postas como mercadorias
no meio de um mercado de consumo em que nossa sociedade efetua, acessível
mediante as leis do mercado, que se revelam “nas áreas metropolitanas o
resultado da desigualdade social exacerbada [...] representado pela segregação
espacial [...]” (MARICATO, 1997, p.52).
Diante do exposto, objetiva-se realizar um projeto de conjunto habitacional
de interesse social, inserido em uma ZEIS¹, a área proposta por este trabalho, é
o núcleo do bairro de Jardim das Rosas, Zona Sul da Capital de São Paulo.
Trata-se de uma ocupação urbana cujas moradias foram construídas pelos
próprios moradores, sem auxílio técnico e, portanto, apresentam baixa qualidade
projetual, espacial e construtiva. Para o projeto arquitetônico do conjunto de
Habitação de Interesse Social, deve-se priorizar o baixo custo para que seja
possível colaborar na manutenção e a melhoria das pessoas no local e vida na
cidade. No tocante à escala urbana do projeto, este visa desenvolver possíveis
soluções para as problemáticas levantadas, constituindo-se como ferramenta de
inclusão na medida em que suas ações desenham oportunidades de conexão,
através dos encontros sociais, vivências e trocas no espaço público a ser
urbanizado. Além de também ter como intenção possibilitar a regularização
fundiária de acordo com a ZEIS 1 para as novas moradias que estão em situação
irregular, promovendo assim, o direito à cidade com segurança, auxilio e
conforto.
Com a finalidade de se alcançar o objetivo geral, especificamente, pretende-
se desenvolver uma análise técnica dos efeitos que decorrerão da implantação
do projeto neste local, a fim de, que a Administração Pública análise e decida
pela implantação ou não do projeto por meio dos elementos que constam neste
documento que oferece uma visão abrangente das consequências, para realizar
um balanço entre todas as opções, consideradas, inclusive, aquelas de natureza
socioeconômica, sobretudo, atinja a proposta de regularização fundiária,
incorporando as pessoas residentes na cidade clandestina à cidade legal,
reconhecendo assim, a diversidade local no processo de desenvolvimento
urbano, por meio de padronização dos critérios e intervenções existentes sem
trazer consequências negativas para o meio.
Assim, o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) faz parte do terceiro grupo
de ferramentas, pois consolida um novo modelo de gestão pública ao incorporar
a participação direta da população nos processos de licenciamento de grandes
empreendimentos com potencial de afetar a vida e dinâmica urbanas, direta ou
indiretamente. Desta forma, ao tornar mais inclusivo, transparente e polifônica a
atividade administrativa, permitindo o envolvimento da 2 Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). 3 LEFEBVRE, H. O direito à cidade. São Paulo:
2ª Ed. Editora Centauro, 2001 [1968]. 4 Lei nº 10.257/01, Art. 1, parágrafo único.
3 comunidades impactada, o EIV “consagra o ‘Direito de Vizinhança’ como parte
integrante da política urbana, condicionando o direito de propriedade”5.
O local em estudo já foi alvo um processo de estruturação interna da cidade,
por meio da remoção da população existente para outras localidades da cidade,
no entanto, posteriormente, ocorreu a reocupação do espaço após a obra de
urbanização, onde as famílias ali residentes encontram-se em situação fundiária
irregular. Há, desta feita, a percepção da frágil presença do poder público para
o controle do espaço urbano.
Visto isso, o bairro de estudo Jardim das Rosas e região, segundo Teixeira
(2018, p. 52) trata-se de uma área de complexidade urbana, formada por
loteamentos irregulares, conjuntos habitacionais executados pelo poder público
e um grande número de favelas com ocupação precária e degradação ambiental,
que alterou a dinâmica local. Este Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) tem
como objetivo minimizar os conflitos provocados pelo uso e ocupação do solo
através da construção de conjunto habitacional de caráter social, que será
implantado nesse bairro.

4. CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO DO EMPREENDIMENTO

4.1. Zoneamento
Referente ao zoneamento Lei 16.402/16, o entorno do terreno em questão é
ordenado pela Zona Especial de Interesse Social 1 (ZEIS) e ladeado com Zona
Mista (ZM), conforme pode ser observado na Figura 1. As áreas demarcadas
como ZEIS 1 no PDE de 2002- 2004, são zonas caracterizadas pela separação
entre a legalidade e a ilegalidade, entre a formalidade e a informalidade e
fundamentalmente pela ausência do Estado provedor de políticas públicas
inclusivas (ROLNIK, 2015, pg. 174).
As ZEIS 1, “são um zoneamento que revelam territorialmente o estado de
exceção e separação social, que se fortalecem com a política do não
atendimento público; condição que caracteriza as áreas precárias periférica.”
(TEXEIRA, 2018 p. 127). Visto isso, o local em questão se caracteriza como uma
exceção, que, no entanto, ainda apresenta precariedade. Por ser uma tipologia
habitacional num núcleo urbanizados integralmente, onde já foi realizado uma
LEGENDA
ZEIS 1
ZM
Terreno em estudo

Figura 3 – Perímetro das Zonas


Disponível: www.geosampa.
prefeitura.so.gov.br
Acessado: novembro, 2020
Modificado pela autora.

proposta de regularização de loteamentos e da favela, além de que houve o


reassentamento de famílias. Com Isso o intermédio dessa ação segundo as
autoras Akaishi, Saraiva et al (2018), afirma que:

No âmbito do programa Bairro Legal, foram pensadas ações de


urbanização e integração das favelas à cidade, assim como ações de
regularização fundiária; estas resultaram na emissão de títulos de
Concessão de Uso Especial para fins de Moradia em 160 favelas em
áreas públicas (Lei 13.514/2003).

Dentre essas concessões estava incluso o bairro Jardim das Rosas. Com as
licitações já realizadas o PAC viabilizou intervenções que “tinham projetos de
saneamento integrado desenvolvidos no âmbito do PAT-PROSANEAR.”
(AKAISHI, SARAIVA ET AL, 2018 p. 8). Tal qual, tem como diretriz
compatibilização de tais intervenções em saneamento ações setoriais voltadas
ao atendimento das populações carentes.
Visto isso, a concessão do Direito de Construir pode se dispor na totalidade
da ZEIS e não em cada lote, conforme dispuser o Plano de Urbanização a ser
elaborado conforme disposto no decreto Nº 44.667/2004. Assim os percentuais
de área construída total por usos residenciais e não residenciais são:
4.1. Iluminação e Ventilação.
Foram estudadas posições de incidência solar no solstício de inverno (que
ocorre no dia 20/06) e o solstício de verão (que ocorre no dia 21/12). Nos dois
momentos o conjunto a ser implantado visa em não gerar impactos quanto a
iluminação recebida, ou mesmo sombreamento que o mesmo criará. A única
incidência estudada nos lotes lindeiros ocorre na manhã do solstício de inverno,
situação que se normaliza até o meio-dia.
Enquanto a ventilação, a partir do levantamento através dos serviços
interativos de previsão do tempo windy, foi observado que os ventos
predominantemente na região metropolitana de São Paulo, são provenientes,
sobretudo, da direção sudeste. Na figura 5 do anexo I é possível visualizar a
predominância dos ventos a partir desse levantamento.
Nesse sentido os impactos verificados, em função da taxa de ocupação da
área, recuos frontais e entre os blocos e altura das edificações, não implica em
consequências relevantes, não devendo existir mitigações nesse tópico. Além
disso, considerando o uso atual, o zoneamento vigente não apenas permite essa
nova implantação como induz a esse padrão de ocupação.

p.m.
a.m.

Figura 4: Insolação Figura 5: Ventilação segundo site windy


Disponível: google.com.br/maps. Disponível: google.com.br/maps.
Imagem de satélite modificada pela autora Imagem de satélite modificada pela autora
Acesso: setembro, 2020. Acesso: novembro, 2020.
Legenda: Sentido do vento SE.
Legenda: Sol nascente e poente.
4.2. Topografia
Devido a topografia acidentada com um desnível de 30m da rua Liberal
Bruant para a rua Vital Rifarto o entorno da área em estudo destaca as
edificações do entorno com a verticalidade. Além disso, devido à realização de
taludes durante a intervenção urbana anterior, o local ficou a princípio como
espaço de convivência e de transição, porém com as novas ocupações
favoreceu ainda mais para que construíssem casas ilegais nesses espaços já
urbanizados.

Corte A

780 Figura 6 – topografia


785 Modificado pela autora.
Disponível: www.geosampa.
790 prefeitura.so.gov.br
795 Acessado: setembro, 2020
800

805
Rua Vital Rifarto 810
815

LEGENDA
Limite Da Favela
Curva Mestra 5m em 5m.
A Curvas Intermediárias
Rua Liberal Bruant
Córrego
Terreno

+815

+785

Figura 7 – Corte AA – Topografia


4.3. Acessos

O terreno tem diferentes acessos por meio de vielas (1) da rua Briteiros e (2)
da rua Charles Garnier, escadão (6) da rua Liberal Bruant e pela rua (2,3 e 4)
Vital Rifato, da qual tem acesso direto ao terreno. A mesma, se localizam 3
blocos de conjuntos habitacionais.
Durante os horários com grandes fluxos, aos finais de semana ou em
horários de saídas da escola, as calçadas não comportam a demanda de
pessoas e muitas, por falta de alternativa, caminham pelas ruas, seja pela rua
Liberal Bruant ou pela Vital Rifato.

2 4
3 5

1
6

Figura 8 – Diagrama de
Densidade Urbana LEGENDA
Modificado pela autora. Caminhos no Terreno
Disponível:
www.geosampa.prefeitura.so.gov Acessos da Rua
.br
Acessado: setembro, 2020
Legenda Fotográfica
1. 2. 3.

4. 5. 6.

Figuras 9 – Levantamento Fotográfico dos Acessos.


Foto pela autora - agosto, 2020

4.4. Hierarquia Viária


A implantação do conjunto não traz impactos na hierarquia viária existente
para eventuais medidas mitigatórias como a necessidade de alteração de ciclos
de semáforo ou outras atividades de transporte em geral.
Haverá a necessidade de aplicar acessibilidade das calçadas da rua Vital
Rifato e diretriz para criação de uma via calma, além disso, o projeto terá que
indicar área para estacionamento e indicação das vias de acesso adequadas,
estando de acordo com o art. 93 do Código de Trânsito Brasileiro (Lei Federal n.
9.503/1997)
Av. João
da Cruz e
Souza

Rua Liberal
Rua Vital
Bruant
Rifarto

Av Dom
Rodrigues

Figura 10 – Hierarquia Viária LEGENDA


Modificado pela autora. Via Local
Disponível: www.geosampa.prefeitura.so.gov.br Via Coletora
Acessado: setembro, 2020 Via de Mão Dupla

4.5. Uso e Ocupação do Solo


O entorno do terreno é marcado com a predominância de uso residencial,
com algumas áreas de uso comercial e serviços. As áreas levantadas como uso
institucional está relacionado instituição religiosa. A praça presente no mapa foi
implantada quando houve intervenção de uma reurbanização no local, sendo
hoje o único espaço característico de uma pequena praça próximo ao terreno.
Além disso, outro espaço de lazer existente é uma associação esportivas de
caráter local, que se classifica na subcategoria de uso não residencial compatível
com a vizinhança residencial.
LEGENDA
Comércios/ Serviços
Residencial
Institucional
Área Verde
Especiais: Nr1-9
Em Construção
Misto (Comercial Ou
Serviços/
Residencial)

Figura 11 – Mapa de Uso e


Ocupação do Solo
Modificado pela autora.
Data: setembro, 2020

4.6. Gabarito de altura


Esse entorno por sua vez, tem como predominância a verticalidade, onde
em sua grande porção tem 3 pavimentos, no entanto as novas moradias ilegais
na área de intervenção têm predominância a 1 pavimentação, que em alguns
momentos devido a topografia acidentada, a edificação aparenta ter mais
pavimentos. Visto isso, a edificação terá altura 14.00 m, ou seja, até 4 andares
para que não altere a predominância já existente.
LEGENDA
Figura 12 – Gabarito de
Vazio
Altura - Modificado pela
1 Pavimento
autora.
2 Pavimentos
Disponível:
3 Pavimentos
www.geosampa.prefeitura
4 Pavimentos
.so.gov.br
5 Pavimentos
Data: setembro, 2020
ou mais

4.7. Diagrama de Densidade Urbana


O mapa de densidade urbana realizado com a técnica figura e fundo, foi
possível identificar um aumento de áreas construídas consideravelmente rápidas
entre o período d e 2017 a 2020. A imagem seguinte, apresenta o levantamento
realizado com base no mapa Ortofoto 2017 – PMSP.
LEGENDA Figura 13 – Diagrama de Densidade
Urbana
Vazio
Modificado pela autora.
Área Ocupada Disponível:
www.geosampa.prefeitura.so.gov.br
Acessado: setembro, 2020

Esse é um contexto recorrente nas cidades brasileiras quando se fala sobre


expansão do perímetro urbano para construção novas habitações ou mesmo
para regularizações de ocupações espontâneas. Essa expansão rápida pode
ser causa de uma “degradação progressiva de áreas de mananciais, com a
implantação de loteamentos irregulares e a instalação de usos e índices de
ocupação incompatíveis com a capacidade de suporte do meio”. Braga (2001,
p. 95).
No caso do terreno em estudo, se coincide com uso de uma ocupação
incompatíveis com a capacidade de suporte do meio. De acordo com
levantamento realizado in-loco em 2020, o terreno apresenta novas edificações
em um espaço que os torna em situação de vulnerabilidade. A imagem seguinte
apresenta a projeção dessas novas áreas ocupadas de edificações em
construção ou já concluídas.
LEGENDA Figura 14 – Diagrama de Densidade
Urbana
Vazio Modificado pela autora.
Novas áreas Ocupadas Disponível:
www.geosampa.prefeitura.so.gov.br
Área Ocupada Acessado: setembro, 2020

4.8. Equipamentos Urbanos


A proposta projetual do conjunto, instiga em revitalizar a praça existente
no terreno para a possibilidade de atendimento adequado da demanda atual
frente à nova realidade imposta ao local. Visto também que pelas
características do empreendimento e do perfil dos usuários, pode se afirmar
que não haverá impacto nos equipamentos comunitários da região.
3
2

1
LEGENDA
Praça
Quadra Esportiva

Figura 15 – Equipamentos
Urbanos.
Disponível:
www.geosampa.prefeitura.so.
gov.br
Acessado: setembro, 2020

1. 2. 3.

1 2

Figuras 16 – Levantamento Fotográfico dos Equipamentos.


Foto pela autora - agosto, 2020

4.9. Infraestrutura Urbana

Referente a infraestrutura viária, o bairro é servido com a disponibilidade


de transportes público pela empresa SPTRANS, as linhas que transitam por ele,
são as que tem conexões nos terminais Capelinha e Campo Limpo e os micro-
ônibus que vai para o bairro Santo Amaro. Todos os transportes passam nas
avenidas do bairro onde há pontos de ônibus que fica cerca de 5min a 10min de
distância da área em estudo.
1. 2. 4.

Figuras 17 – Imagem 1 – Encanamento de Esgoto a céu aberto/ Imagem 2 – Desvio do


encanamento que abastece as residências locais.
Foto pela autora - agosto, 2020

Outra questão de infraestrutura está relacionada com o sistema sanitário –


local é abastecido com distribuição de água potável e recolhimento de esgoto
pela rede SABESP. Porém, entorno da gleba devido as novas construções com
as instalações ilegais, começou apresentar dificuldade ou mesmo interrupções
na distribuição desse sistema, ocasionando falta de água para as residências já
existente. Esse é um ponto bem relevante esse trabalho, pois a regularização
dessa área poderá controlar casos de vazamentos e desperdícios, através de
políticas de medição, conscientização e tarifação.
Outra infraestrutura encontrada no local é o sistema energético, abastecido
pela distribuidora de energia elétrica pela rede da empresa ENEL. No mapa
apresenta pontos de distribuição segundo a Prefeitura de São Paulo no site
GeoSampa.
LEGENDA
Sistema Viário
Sistema Sanitário
Sistema Energético
Novas Construções

Figura 18 – Infraestrutura Urbana


Modificado pela autora.
Disponível:
www.geosampa.prefeitura.so.gov.br
Acessado: setembro, 2020

4.10. Contexto Ambiental

Próximo ao terreno de estudo existe sistema de drenagem em galeria


fechada que faz parte da bacia hidrográfica do Córrego Pirajussara.
Devido ao código de obras e Edificações de São Paulo Lei nº 16.642, de 9
de maio de 2017, o mesmo não apresentará problemas em relação a distância
para intervenção no terreno, porque o afastamento mínimo a constituir faixa não
edificável, é de “2,00m (dois metros) a contar de suas faces externas, no caso
de galeria ou canalização existente com largura igual ou inferior a 1,00m (um
metro)”;
Figura 19 – Contexto
LEGENDA Ambiental.
Disponível:
Praça geosampa.prefeitura.so.gov.
Quadra Esportiva br
Acessado: setembro, 2020

4.11. Caracterização Social e Econômica Local.


Com base nas pesquisas da Fundação Seade - IPVS (Índice Paulista de
Vulnerabilidade social, 2010), a área onde será inserido o terreno de estudo
encontra-se em sua grande parcela no grupo 3 que se caracteriza por baixa
vulnerabilidade e que a renda média por domicílios está em média de R$ 2,133.
No entanto, o terreno permeia entre os grupos de vulnerabilidade média, alta e
muito alta, se caracterizando assim um perfil socioeconômico de baixa renda,
onde a renda média por residência é de R$ 1.259,00 à R$ 1.521,00.
LEGENDA

GRUPO 7 GRUPO 4

GRUPO 3
GRUPO 3
Vulnerabilidade Muito baixa
GRUPO 6
Vulnerabilidade Baixa
Vulnerabilidade Média
Vulnerabilidade Alta
Figura 20 – Mapa IPVS
Modificado pela autora. Vulnerabilidade Muito Alta
Disponível: www.geosampa.prefeitura.so.gov.br
Acessado: setembro, 2020

Via Local
5. DESCRIÇÃO DA ÁREA
Via Coletora
5.1. Definição da Área de Estudo
Via de Mão Dupla

A = 4.100m²

Figura 21 – Terreno Atual.


Disponível: Google Earth - Modificado pela autora.
Acessado: novembro, 2020
O terreno onde será implantado o empreendimento possui uma área
aproximadamente de 4.100m², com um declive de mais ou menos 35m, e o
projeto pretende-se explorar essa declividade propondo blocos e níveis,
aproveitando a permanência de caminhos entre os mesmos. Sendo assim,
haverá necessidade de modificação em parte do terreno para acerto do nível.
Posto isso, a paisagem local passará por alterações com a construção de
umas torres residenciais, alterando os eixos visuais existentes caracterizados
por edificações horizontais, através da proposta da edificação de até 04
pavimentos, Além disso, o projeto visa no melhoramento na para qualificação
urbano-ambiental de resgatar o caráter público, através da criação de eixos
de circulação que conecta as cotas superiores e inferiores do terreno, com
escadas, rampas e passarelas para os moradores do conjunto e da vizinhança
que utiliza do espaço.
Contudo, o empreendimento em análise não propõe mudanças drásticas
nas características visuais do entorno de modo que atrapalhe a vizinhança,
visto que a união de um todo do projeto, irá dialogar com a declividade e o
entorno do terreno.

6. LEIS PERTINENTES
6.1. Leis e Decretos
Instrumento básico da política de
desenvolvimento e expansão urbana do
município; tem como objetivo trazer conjuntos

Lei Nº 16.050/2014 - Plano Diretor Municipal de diretrizes, estratégias e medidas para

de São Paulo. ordenar a transformação da cidade São


Paulo, visando alcançar o desenvolvimento
sustentável, a função social da cidade e da
propriedade.

O parcelamento do solo para fins urbanos é


Lei Nº 6.766 /1979 – Parcelamento, Uso e a regido por essa para cada Estado e
ocupação do Solo Municípios.

Disciplina o parcelamento, o uso e a


Lei Nº 16.402/2016 – Parcelamento, Uso e a
ocupação do solo no território do Município de
ocupação do Solo
São Paulo ficam disciplinados pelas
disposições desta lei, de acordo com a Lei nº
16.050,

Estabelece normas gerais sobre a proteção


da vegetação, áreas de Preservação
Lei Nº 12.651/2012 – Código Florestal Permanente e as áreas de Reserva Legal;
entre outros.

Política urbana que tem por objetivo ordenar


Decreto Nº 10.257/2001 – Estatuto da Cidade o pleno desenvolvimento das funções sociais
da cidade e da propriedade urbana

Considera como significativo impacto


ambiental ou de infraestrutura urbana, de
Decreto Nº 34.7131/1994 – Relatório De projetos públicos ou privados, referentes a
Impacto De Vizinhança
implantação de obras de empreendimentos
cujo o uso e área de construção computável
estejam enquadrados nos parâmetros do
decreto.

Decreto Nº 52.052/2007 – Programa Estadual Esta Resolução define e estabelece regras


de Regularização de Núcleos Habitacionais - para as ações de regularização de
Cidade Legal, no âmbito da Secretaria da parcelamentos do solo e de núcleos
Habitação habitacionais

6.2. Órgãos onde o Empreendimento será Analisado e Aprovado


• SEPLAN – Setor de Planejamento da Prefeitura Municipal;
• Procuradoria Geral do Estado
• SEMAV – Secretaria de Assuntos Viários da Prefeitura Municipal;
• GRAPROHAB – Grupo de Análise e Aprovação de Projetos
Habitacionais;
• Corpo de Bombeiros Municipal;
• CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental;
• SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo;
• DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica;

7. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS


7.1. Metodologia
Abaixo será apresentado uma Matriz apresenta as ocorrências
impactantes identificadas, definindo e classificando, segundo os critérios a seguir
expostos dos possíveis impactos possíveis, relacionando, ainda, os elementos
impactados e as medidas sugeridas para soluções.
Os métodos para a avaliação desses impactos são meios, de maior ou
menor eficiência, utilizados para determinar a viabilidade ambiental de um
empreendimento e respaldar o processo de tomada de decisão.
7.2. Identificação e Avaliação dos Impactos Ambientais

IMPACTOS DESCRIÇÃO SOLUÇÕES

Remoção total do núcleo com


Desapropriação Há moradias irregulares
famílias inseridas no programa
da população construídas no local, será
auxílio aluguel para o
existente do necessário a desapropriação
reassentamento desta
terreno do terreno para que ocorra
população no conjunto pós
melhorias.
construído.

A autorização de remoção dos


mesmos será pedida, caso
A área possui algumas haja necessidade, durante a
Arborização
vegetações não nativas. análise do projeto no
Departamento de Obras
Particulares (DAP.)

Movimentação de O material resultante do movimento de terra será levado para


terra locais devidamente cadastrados e autorizados.

Será utilizado caçambas para a colocação do entulho da obra,


seguindo as corretas separações por tipo de entulho e fará o
Entulho da Obra
encaminhamento aos locais cadastrados e indicados pela
municipalidade.

Geração de
ruídos e outros
Aumento do ruído devido as etapas da construção, inclusive por
efeitos sobre o
causa de ferramentas e caminhões transportadores de materiais
meio ambiente
para a obra.
durante a
construção.
O aumento na suspensão de poeira durante a demolições,
Microclima
movimentações de terra e a construção em si.

8. MEDIDAS MITIGADORAS E PROGRAMAS AMBIENTAIS

Toda ação espera uma reação, sendo assim, todas as medidas mitigadoras
mencionadas pretendem diminuir os impactos negativos causados pelo
empreendimento, principalmente no que diz respeito aos transtornos causados
durante as obras, considerando o grande número de residências como
vizinhança direta. Durante os horários permitidos para obra, os impactos serão
inevitáveis.
Além disso, no plano de educação ambiental, incluir orientação quanto à
separação dos resíduos sólidos gerados pela obra, tanto no que diz respeito à
separação dos entulhos de obra, para destinação aos pontos de reciclagem
devidamente cadastrados.

Arborização Compensatória: ação objetiva


compensar um impacto ambiental
negativo não mitigável, por meio de
melhorias, dentro da área de influência da
atividade.

Infraestrutura Urbana Compensatória: Melhoria da quantidade


e da qualidade do mobiliário; melhor
distribuição das espécies de árvores

Valorização Imobiliária O bairro torna se mais valorizados já que


possuí moradias adequadas na região
juntamente com a

Para o monitoramento dessas medidas, serão adotadas no período da obra


o controle através de relatórios que serão anexados no pedido de habite-se pelo
empreendedor.
9. CONCLUSÃO
Por fim, o presente Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) procurou
apresentar o local para implantação do Conjunto Habitacional, visando em
identificar as problemáticas do empreendimento e buscando reduzir e propor
soluções para os impactos que serão exercidos na região. Após essas análises
fica concluído que o processo de implantação do empreendimento poderá gerar
impactos desconfortáveis inicialmente, através das desapropriações, demolições
e da construção, mas que, no entanto, o resultado do empreendimento terá
impacto positivo devido as medidas que potencializarão o uso do espaço urbano.
Pode-se afirmar que o mesmo será importante para a auxiliar a promoção
das famílias a cidade legal tornando-o viável a construção do conjunto
habitacional.

10. REFERÊNCIAS

BOCUTTI, Yves Danillo, Habitação social em ZEIS 4: o caso de Capela do


Socorro, município de São Paulo, SP. / Yves Danillo Bocutti. São Paulo, 2018.
196p. Dissertação (Mestrado em Habitação: Planejamento e Tecnologia) -
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.

BRASIL. Lei n.º 10.257, de 10 de julho de 2001. Estatuto da Cidade.


Regulamenta os Arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes
gerais da política urbana e dá outras providências. Site do Planalto, s/d.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ LEIS_2001/L10275.htm.
Acesso em: 25 nov. 2020.

BRASIL. Resolução CONAMA n.º 01, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre


procedimentos relativos a Estudo de Impacto Ambiental. Site do Ministério do
Meio Ambiente, s/d. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html. Acesso em: 01
nov. 2020.

CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Instrução Técnica.


2019. Disponível em: Acessado em: 15 de nov. 2020.

GONÇALVES, FABIANA RODRIGUES, “Direitos sociais: direito à moradia”.


Âmbito Jurídico, 2013. Disponível em:
<https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/direitos-sociais-
direito-a-moradia/> Acessado em: 29 abr. 2020.

MARICATO, ERMÍNIA. Habitação e Cidade / Ermínia Maricato; coordenação:


Wanderley Loconte – São Paulo: Atual, 1997 – (Espaço & Debate)

SANTOS JUNIOR, AMAURY. Meio ambiente: o estudo de impacto ambiental


aplicado no ordenamento jurídico e na defesa dos recursos ambientai. Site JUS,
Disponível em: Meio ambiente: o estudo de impacto ambiental aplicado no
ordenamento jurídico e na defesa dos recursos ambientais - Página 4/4 -
Jus.com.br | Jus Navigandi. Acesso em: 25 nov. 2020.

SÃO PAULO. Projeto de lei n.º 688/2013. Aprova o Plano Diretor Estratégico do
Município de São Paulo. Site da Prefeitura de São Paulo. Disponível em:<
http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/projeto-de-lei-com-links/>. Acesso em:
01 nov. 2020.

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