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FACMED – FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E JURÍDICAS

CURSO DE BACHAREL EM DIREITO


1° PERÍODO

HANNA NEVES MACIEL

RESUMO BREVE “O QUE É FILOSOFIA”


AS ORIGENS
O SURGIMENTO DA FILOSOFIA NA GRÉCIA ANTIGA

PROFESSOR WANDER CAIRES LIMA

Porto Seguro – BA
2023
Resumo

A filosofia é uma disciplina intelectual que busca compreender e


questionar aspectos fundamentais da existência, conhecimento,
realidade, ética, mente e valores humanos. Originada na Grécia Antiga, a
filosofia é uma busca por respostas sobre questões fundamentais da vida,
frequentemente abordando questões sobre a natureza da realidade, a
origem do conhecimento, a moralidade, a existência humana e a busca
pelo significado.
Ao invés de oferecer respostas definitivas, a filosofia busca explorar,
investigar e analisar criticamente ideias, argumentos e conceitos por meio
da razão e do questionamento lógico. Ela procura compreender o mundo
e a condição humana por meio de debates, teorias e métodos de reflexão.
Em suma, a filosofia é uma busca contínua por compreensão,
questionamento e reflexão crítica sobre o mundo, a existência e os
aspectos fundamentais da vida humana, fornecendo uma base para o
pensamento crítico e para a exploração de questões complexas que
permeiam a experiência humana.

Palavras-chave: filosofia, vida humana, realidade, reflexão

BRIEF SUMMARY “WHAT IS PHILOSOPHY”


THE ORIGINS
THE EMERGENCE OF PHILOSOPHY IN ANCIENT GREECE

ABSTRACT

Philosophy is an intellectual discipline that seeks to understand and


question fundamental aspects of existence, knowledge, reality, ethics,
mind and human values. Originating in Ancient Greece, philosophy is a
search for answers about fundamental questions of life, often addressing

Porto Seguro – BA
2023
questions about the nature of reality, the origin of knowledge, morality,
human existence, and the search for meaning.
Rather than offering definitive answers, philosophy seeks to explore,
investigate and critically analyze ideas, arguments and concepts through
reason and logical questioning. She seeks to understand the world and
the human condition through debates, theories and methods of reflection.
In short, philosophy is an ongoing quest for understanding, questioning,
and critical reflection about the world, existence, and fundamental aspects
of human life, providing a basis for critical thinking and the exploration of
complex issues that permeate the human experience.

KEYWORDS: philosophy, human life, reality, reflection

1 Introdução
1.1 Origens da filosofia

As origens da filosofia remontam à Grécia Antiga, um período marcado


por avanços intelectuais e uma mudança de paradigma no pensamento
humano. O surgimento da filosofia na Grécia antiga é um marco
significativo na história do pensamento ocidental, onde a curiosidade
humana e o desejo de compreender o mundo através da razão e do
questionamento crítico ganharam destaque.
Antes do surgimento da filosofia, explicações sobre a natureza, a
existência e o universo frequentemente estavam ligadas à mitologia e à
religião. No entanto, por volta do século VI a.C., na cidade grega de Mileto
e outras regiões da Grécia, surgiram indivíduos que buscavam respostas
para questões fundamentais de forma diferente, através da observação,
da reflexão e do uso da razão.
Pensadores como Tales de Mileto, considerado por muitos o primeiro
filósofo, introduziram a ideia de buscar explicações racionais para
fenômenos naturais, afastando-se das narrativas mitológicas. Outros

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filósofos gregos, como Pitágoras, Heráclito, Parmênides, entre outros,
exploraram questões sobre a natureza da realidade, a origem do
universo, a natureza do conhecimento e a ética, contribuindo para a
formação das bases da filosofia ocidental.
A busca por respostas racionais e a ênfase na investigação crítica e na
observação direta da natureza marcam o início da filosofia na Grécia
antiga. Esse período foi crucial para o desenvolvimento do pensamento
filosófico, fornecendo os alicerces para os debates e as reflexões que
moldaram a tradição filosófica ocidental. A transição do pensamento
mitológico para a busca por explicações racionais e sistemáticas marcou
um ponto de virada na história do pensamento humano e estabeleceu os
fundamentos da filosofia como disciplina intelectual.

2 Desenvolvimento

2.1 Passagem do pensamento mítico para o filosófico-científico

A transição do pensamento mítico para o filosófico-científico marcou um


momento fundamental na história do pensamento humano. Antes do
surgimento da filosofia, explicações sobre a natureza, o universo e os
fenômenos naturais eram frequentemente baseadas em narrativas
mitológicas, crenças religiosas e mitos que buscavam dar sentido ao
mundo ao redor. As explicações eram muitas vezes sobrenaturais,
fundamentadas em histórias e mitos sobre deuses, entidades divinas e
forças sobrenaturais.
No entanto, a partir do século VI a.C. na Grécia Antiga, houve uma
mudança paradigmática. Pensadores como Tales de Mileto e outros
filósofos gregos introduziram uma abordagem diferente, baseada na
razão, observação e busca por explicações racionais para fenômenos
naturais. Eles propuseram teorias e tentativas de compreender a
natureza, afastando-se das explicações mitológicas.

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Essa transição foi caracterizada pela ênfase na investigação crítica e na
observação direta da natureza, em contraste com o pensamento mítico
baseado em narrativas mitológicas. Esses primeiros filósofos buscavam
compreender o mundo natural através da razão, questionando a natureza
das coisas, a origem do universo e dos fenômenos observados, e
procurando explicações mais fundamentadas e baseadas na observação
empírica.
Essa mudança representou um importante avanço na história do
pensamento humano, inaugurando uma abordagem mais sistemática,
racional e crítica para a compreensão do mundo. A transição do
pensamento mítico para o filosófico-científico estabeleceu as bases para
o desenvolvimento posterior da ciência e da filosofia como disciplinas
distintas, baseadas na investigação, no questionamento e na busca por
explicações racionais e fundamentadas sobre a natureza e o universo.

É nesse sentido que a tentativa dos primeiros filósofos da escola jônica


será buscar uma explicação do mundo natural (a physis, daí o nosso
termo “física”) baseada essencialmente em causas naturais.

A chave da explicação do mundo de nossa experiência estaria então,


para esses pensadores, no próprio mundo (PHYSIS = NATUREZA), e
não fora dele, em alguma realidade misteriosa e inacessível.

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2.2 Noções fundamentais do pensamento filosófico-científico

A principal contribuição desses primeiros pensadores ao desenvolvimento


do pensamento filosófico, e também científico, encontra-se em um
conjunto de noções que tentam explicar a realidade através de alguns
conceitos básicos:

 A noção de physis (natureza)


 A causalidade interpretada em termos estritamente naturais.
 O conceito de arqué ou elemento primordial.
 A concepção de cosmo (o universo racionalmente ordenado).
 O logos como racionalidade deste cosmo e como explicação racional.
 O caráter crítico dessas novas teorias que eram sujeitas à discussão.

A "physis", termo grego para natureza física, é um conceito fundamental


na filosofia grega antiga que se refere à essência primordial ou substância
fundamental que compõe e governa o universo. Essa ideia foi explorada
pelos primeiros filósofos pré-socráticos, que buscavam compreender a
origem e a constituição do universo.

Para os pré-socráticos, a "physis" representava a substância básica


subjacente a todas as coisas e era considerada como o princípio
primordial responsável pela ordem e pelas leis que regiam o mundo
natural. Cada filósofo tinha sua própria interpretação sobre a natureza
dessa substância primordial, com ideias variando de água a ar, fogo,
terra, até conceitos mais abstratos como o "apeíron", uma substância
indefinida e ilimitada.

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A compreensão da "physis" pelos pré-socráticos marcou uma mudança
significativa no pensamento humano, afastando-se das explicações
mitológicas e buscando uma compreensão racional e naturalista da
realidade. Essa abordagem foi fundamental para o desenvolvimento
posterior da filosofia e da ciência, estabelecendo as bases para a
investigação sistemática e racional da natureza física e para a busca de
explicações fundamentadas sobre o mundo natural.

2.3 Noção de causalidade

A noção de causalidade refere-se à relação entre causa e efeito, onde um


evento (a causa) é entendido como capaz de gerar outro evento
subsequente (o efeito). Esta ideia é fundamental tanto na filosofia quanto
na ciência, influenciando a compreensão do funcionamento do mundo e
das relações entre os eventos.

A causalidade descreve a ideia de que certos eventos são responsáveis


pela ocorrência de outros eventos, criando uma conexão necessária entre
eles. Isso implica que a presença de uma causa específica leva sempre a
um efeito correspondente.
Na ciência, a causalidade é investigada por meio de experimentos e
análises que buscam estabelecer relações consistentes entre variáveis,
permitindo previsões e explicações sobre fenômenos naturais. Essa
busca por identificar e compreender as relações de causa e efeito é
crucial para o desenvolvimento do conhecimento científico.
No entanto, a compreensão completa da causalidade pode ser
desafiadora, especialmente em sistemas complexos, nos quais múltiplos
fatores podem interagir e influenciar um evento. Além disso, na filosofia,
há debates sobre a natureza da causalidade, questionando se a relação
entre causa e efeito é apenas uma regularidade observada ou se há uma
conexão necessária intrínseca entre eles.

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Em síntese, a noção de causalidade é essencial para nossa compreensão
do mundo, oferecendo uma estrutura para entender como eventos estão
interligados e como ações e fenômenos se relacionam, permitindo-nos
explorar as relações entre causa e efeito em nossas experiências
cotidianas e na busca pelo conhecimento mais aprofundado sobre o
funcionamento do universo.

2.4 Noção de arqué (elemento primordial)

A noção de "arqué" remete à busca dos primeiros filósofos gregos por


identificar o princípio fundamental ou elemento primordial subjacente a
tudo o que existe no universo. Essa ideia foi explorada pelos pré-
socráticos, os primeiros pensadores que se dedicaram a investigar a
origem e a constituição do mundo.
O termo "arqué" é frequentemente associado aos pré-socráticos Tales de
Mileto, Anaximandro e Anaxímenes, cada um dos quais propôs um
elemento primordial diferente como origem ou substância básica do
universo. Por exemplo, para Tales, a água era a "arqué", representando a
substância fundamental que compõe todas as coisas. Anaximandro, por
sua vez, propôs o "apeíron", uma substância indefinida e ilimitada, como a
fonte primordial de tudo. Já Anaxímenes acreditava que o ar era o
elemento primordial.
Esses primeiros filósofos buscavam identificar uma única substância
subjacente a todas as coisas, um princípio unificador que explicasse a
origem e a constituição do universo. A noção de "arqué" representava
essa busca por uma explicação racional e naturalista para a natureza
fundamental da realidade, afastando-se das explicações mitológicas e
religiosas.

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Embora as propostas dos pré-socráticos sobre o "arqué" tenham variado,
essa busca pelo elemento primordial contribuiu para o surgimento da
filosofia e estabeleceu um modelo inicial de investigação racional e
sistemática sobre a natureza do universo, influenciando profundamente o
desenvolvimento posterior do pensamento filosófico e científico.

2.5 Noção de cosmo

A noção de "cosmo"(ou kosmos) refere-se ao universo em sua totalidade,


incluindo tudo o que existe: estrelas, planetas, galáxias, matéria, energia,
espaço e tempo. Este termo é frequentemente usado para descrever o
sistema ordenado e organizado que constitui o mundo ou o universo
observável.
Na filosofia antiga, especialmente na Grécia, o "cosmo" era considerado
não apenas como um termo descritivo para o universo físico, mas
também como uma expressão da ordem e harmonia presentes na
natureza. Pensadores como os pré-socráticos viam o cosmo como um
sistema ordenado, regido por leis naturais, onde todos os elementos
interagiam em um equilíbrio preciso.
A ideia de um cosmo harmonioso influenciou as concepções de beleza e
perfeição na filosofia grega antiga. Platão, por exemplo, acreditava que a
ordem e a simetria observadas no cosmo físico eram reflexos de formas
ideais ou arquétipos perfeitos.

No contexto da cosmologia moderna, o termo "cosmo" refere-se ao


universo observável, incluindo toda a matéria, energia, espaço e tempo
que compõem o nosso mundo. Os avanços na astronomia, física e
cosmologia trouxeram uma compreensão mais complexa e detalhada do
cosmos, explorando sua origem, evolução e estrutura em escalas
cósmicas.

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Em resumo, a noção de "cosmo" engloba o universo em sua totalidade,
representando não apenas o conjunto de todos os objetos e entidades
físicas, mas também expressando a ideia de ordem, harmonia e
complexidade que caracterizam a natureza e o mundo que nos rodeia.

2.6 Noção de logos

A noção de "logos" é um conceito central na filosofia grega antiga e tem


sido interpretado de várias maneiras ao longo da história. Originalmente,
o termo grego "logos" se refere à palavra, razão, discurso, princípio de
ordenação ou lógica por trás do universo e da natureza.
Para os pré-socráticos e filósofos posteriores, o "logos" representava a
razão cósmica subjacente à ordem e ao funcionamento do universo. Era
concebido como uma força racional ou princípio inteligível que governava
a natureza e a realidade. Heráclito, por exemplo, acreditava que o "logos"
era o princípio unificador que controlava a mudança constante e a
harmonia no mundo.
Além disso, na filosofia platônica, o "logos" também foi associado à razão
divina ou inteligência superior, um princípio ordenador que governava o
mundo das ideias e o mundo sensível.
Posteriormente, na filosofia estoica, o "logos" era considerado uma força
universal que permeava o universo e que estava conectada à razão
divina, uma ordem racional que governava o mundo e ditava o destino
humano.
Na tradição judaico-cristã, o termo "logos" foi adotado, especialmente no
Evangelho de João do Novo Testamento, onde é usado para se referir a
Jesus Cristo como o "Verbo" ou a "Palavra" divina que se fez carne,
transmitindo a ideia de uma manifestação ativa e criativa de Deus.

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Em resumo, a noção de "logos" representa um conceito multifacetado que
abrange a razão, a ordem, a palavra, o princípio inteligível e a estrutura
subjacente ao universo e à natureza, sendo interpretado de diferentes
maneiras ao longo da história da filosofia e da religião.

2.7 Noção de caráter crítico

A noção de caráter crítico refere-se à capacidade de analisar, questionar


e avaliar informações, ideias, argumentos ou situações de maneira
reflexiva e ponderada. Trata-se da habilidade de pensar de forma
independente, examinar detalhes, identificar falhas ou inconsistências e
formar julgamentos fundamentados.

Um indivíduo com caráter crítico possui a habilidade de não apenas


aceitar informações ou ideias sem questionamento, mas de investigar,
ponderar diferentes perspectivas e analisar criticamente a validade,
coerência e relevância das informações apresentadas.
Desenvolver um caráter crítico envolve a disposição para buscar
evidências, considerar diversos pontos de vista, reconhecer possíveis
viéses, analisar argumentos com base na lógica e evidências, além de
estar aberto a reconsiderar suas próprias opiniões à luz de novas
informações ou análises mais aprofundadas.
Ter um caráter crítico é uma habilidade valiosa não apenas na academia
e na pesquisa, mas também na vida cotidiana, permitindo tomar decisões
mais informadas, discernir informações confiáveis de fontes duvidosas, e
contribuir para um pensamento mais claro e racional.

Em suma, o caráter crítico é a capacidade de examinar, avaliar e refletir


sobre informações e ideias de maneira objetiva e fundamentada,
promovendo um pensamento mais analítico, questionador e consciente.

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3 CONCLUSÃO

O pensamento filosófico-científico representa uma síntese poderosa entre


a filosofia e a ciência, buscando compreender o mundo por meio de uma
abordagem racional, crítica e fundamentada. Esta fusão de disciplinas
oferece um método rigoroso para investigar a natureza da realidade,
buscando respostas para questões fundamentais sobre a existência, a
natureza, a verdade e o funcionamento do universo.

Ao longo da história, o pensamento filosófico-científico tem sido uma força


motriz na evolução do conhecimento humano. A filosofia proporciona o
arcabouço conceitual, a análise lógica e as perguntas profundas sobre a
natureza da realidade, enquanto a ciência oferece a metodologia
empírica, as observações sistemáticas e os experimentos para testar e
validar hipóteses.

Essa abordagem combinada permitiu avanços significativos na


compreensão do mundo natural, possibilitando a exploração das leis da
física, da biologia, da química, entre outras áreas científicas. Através do
pensamento filosófico-científico, os seres humanos foram capazes de
desenvolver teorias, descobertas e tecnologias que transformaram
radicalmente a sociedade e o modo como vivemos.
No entanto, é importante ressaltar que o pensamento filosófico-científico
também reconhece os limites do conhecimento humano e a necessidade
de uma abordagem aberta, questionadora e em constante evolução. As
descobertas científicas continuam a desafiar e expandir os limites do que
sabemos, enquanto a filosofia nos instiga a refletir sobre o significado e as
implicações éticas do conhecimento adquirido.

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Assim, o pensamento filosófico-científico representa uma parceria
intelectual dinâmica, que não apenas impulsiona a busca por
conhecimento, mas também inspira a curiosidade, o questionamento
crítico e o aprimoramento contínuo da compreensão humana sobre o
mundo e sobre nós mesmos.

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