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Para Platão, Aristóteles e Sócrates, dizem que a Filosofia nasce da admiração e do espanto. Marx Plank disse,
“efetivamente, em face de uma natureza infinitamente rica, em constante renovação, o Homem, por maior que seja o
progresso do conhecimento científico, é sempre uma criança admirada e deve estar sempre pronto para novas
surpresas”. Renè Descartes, A filosofia nasce da dúvida.
As questões Filosóficas, não são simples proposições terminadas com ponto de interrogação, são afirmações ou
negações ligadas a certas questões prévias e representam a formulação avaliadora de um princípio que exige
justificação.
Karl Jaspers, diz que as questões filosóficas dizem respeito ao Ser, que não pode ser objecto das ciências, pis não está
estruturado da mesma maneira. Marcel diz que as questões Filosóficas são mistérios. Para Denis Diderot, a
peculiaridade das questões filosóficas obtém-se da distinção de dois termos: “ Como e porquê”. Por ex: enquanto o
físico se preocupa em saber como se dá um fenómeno, o filosofo quer saber por que razão acontece tal fenómeno.
Os problemas filosóficos, surgem no interior de qualquer actividade humana. Qualquer questão de natureza científica,
política, moral, artística, etc, pode ter um desenvolvimento filosófico. Para que uma pergunta seja filosófica o seu
conteúdo deve compreender quatro (04) aspectos:
a) Universalidade: O alcance da questão não se pode circunscrever a realidades particulares;
b) Radicalidade: procura a raiz do problema, apresenta profundidade;
c) Autonomia: o filosofo deve ter a liberdade de raciocinar na busca da verdade e de fundamentos, distanciando-
se muitas vezes do que a História terá definido;
d) Historicidade: enquadramento histórico da questão.
Disciplinas da filosofia
Cada questão filosófica aponta para um campo de estudo específico. Emmanuel Kant, fez perguntas correspondentes
à diferentes áreas do saber filosófico:
a) Que posso saber? corresponde a Teoria do conhecimento ou Gnosiologia.
b) Que devo fazer? corresponde a Ética e a Moral;
c) Que me é permitido esperar? corresponde à religião; e
d) O que é o Homem? que corresponde à Antropologia Filosófica.
Na história da filosofia, muitas das suas disciplinas foram se tornando autónomas. Entre elas as principais disciplinas
da Filosofia são:
Metafisica: Ontologia e Teodiceia
é a disciplina que da Filosofia que investiga os primeiros princípios e as causas últimas de todas as coisas, ou seja, o
estudo da realidade por detrás ou além da física. A metafisica estuda o Ser enquanto Ser. Porem ela divide-se em duas:
Metafisica geral ou Ontologia, quando investiga a essência das coisas (em grego, Ontos significa Ser), então é a parte
da metafisica que estuda as teorias acerca da essência de todos seres existentes. E Metafisica Especial ou Teodiceia,
quando estuda a substância separada e imóvel (Deus), (em Grego Teo significa Deus), é a parte da metafisica que se
interessa pelo problema de Deus.
Epistemologia: é o ramo da filosofia que estuda os métodos e a validade do conhecimento científico, bem como a sua
importância e limites.
Teoria do conhecimento ou Gnosiologia: disciplina da Filosofia que se ocupa dos problemas do conhecimento;
reflexão sobre a possibilidade, origem, natureza e valor do conhecimento.
Lógica: do grego Logos, que significa razão, porem é a ciência do pensamento ou discurso válido. Estabelece as regras
que devem reger o pensamento humano.
Antropologia Filosófica: do grego Antropos que significa Homem, a Antropologia é um ramo da filosofia que estuda
a natureza do Homem. Analisa as dimensões do Homem e o sentido da sua existência.
Estética: disciplina da Filosofia que estuda, O Belo, a sua natureza e os fundamentos da arte enquanto expressão do
ser humano.
Ética: área da filosofia que estuda os costumes do ser humano em comunidade e a acção humana no que toca aos seus
princípios. Se a moral é um conjunto de regras de uma determinada comunidade, cultura, sociedade, etc, a ética é a
reflexão sobre a constituição das mesmas.
Filosofia Política: Pesquisa a melhor forma de organização de uma comunidade que se submente a uma mesma lei,
com a finalidade de encontrar formas da realização dos indivíduos que a essa comunidade pertencem.
• Qual é o elemento primordial, princípio explicativo de todas as coisas, (arché)? De que são feitas todas as
coisas?
• Como explicar as mudanças, os movimentos e as transformações que os seres naturais sofrem?
Os dois problemas estão intimamente ligados e, divergem nas respostas e no modo de os entender, a filosofia antiga
procurou o princípio (único ou múltiplo) originário, comum a todas as coisas, que subjaz à sua enorme diversidade e
que explique o devir ou as transformações que a experiência revela.
Tales de Mileto (a.C. 624-546 a. C.)
É conhecido como o pai da Filosofia grega, e de toda a filosofia ocidental. Foi o primeiro filósofo a trazer uma solução
racional para o problema da causa primeira de todas as coisas e do cosmos. Para Tales, esse algo seria a água. Para
Tales, a água (elemento húmido) é o princípio (arkhé) de todas as coisas. Pois da água, por processo de condensação
deriva a terra e por evaporação, deriva o ar e o fogo.
Anaximandro de Mileto (a. C 610 – 545 a. C)
Para Anaximandro, o arkhé - o princípio – é um elemento não determinado que não é nem se confunde com nenhuma
das substâncias já determinadas, mas contém em si todas as possibilidades de determinação das outras coisas ou entes,
porque é infinito, indelimitado, indeterminado; um elemento imortal, indestrutível e atemporal: é o apeiron, que quer
dizer indeterminado, indefinido, infinito.
A mudança ou a transformação dos seres ocorre porque no seio da ápeiron há tendências que se opõem contínua e
eternamente entre si, o que leva à luta dos contrários. Como se pode deprender, o seco se opõe ao húmido, o quente se
opõe ao frio. Assim, o domínio de uma destas tendências dá lugar às coisas que observamos.