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A palavra metafísica possui origem grega e significa: meta: depois de, além de e
física/physis: natureza ou físico, e trata-se de um ramo da filosofia que se ocupa em
estudar a essência do mundo. Pode ser definida como o estudo do ser ou da realidade, e
se destina a buscar respostas para perguntas complexas como: O que é realidade? O que
é a vida? O que é natural? O que é sobre-natural? O que nos faz essencialmente
humanos?
A metafísica (do grego antigo μετα [metà] = depois de, além de; e Φυσις [physis] =
natureza ou física) é uma das disciplinas fundamentais da filosofia. Os sistemas
metafísicos, em sua forma clássica, tratam de problemas centrais da filosofia teórica:
são tentativas de descrever os fundamentos, as condições, as leis, a estrutura básica, as
causas ou princípios primeiros, bem como o sentido e a finalidade da realidade como
um todo, isto é, dos seres em geral.
Concretamente, isso significa que a metafísica clássica ocupa-se das "questões últimas"
da filosofia, tais como: há um sentido último para a existência do mundo? A
organização do mundo é necessariamente essa com que deparamos, ou seriam possíveis
outros mundos? Existe um Deus? Se existe, como podemos conhecê-lo? Existe algo
como um "espírito"? Há uma diferença fundamental entre mente e matéria? Os seres
humanos são dotados de almas imortais? São dotados de livre-arbítrio? Tudo está em
permanente mudança, ou há coisas e relações que, a despeito de todas as mudanças
aparentes, permanecem sempre idênticas?
Em sua concepção clássica, os objetos da metafísica não são coisas acessíveis à
investigação empírica; ao contrário, são realidades transcendentes que só podem ser
descobertas pelas luzes da razão. Essa pretensão de estabelecer teses gerais que não se
curvam à orientação da experiência foi repetidas vezes criticada - as críticas sistemáticas
aos projetos metafísicos tradicionais tornaram-se parte importante de várias correntes e
escolas filosóficas, especialmente nos séculos XIX e XX, e atualmente podem ser vistas
como um traço importante da concepção de mundo moderna.
"Metafísica" é o título de uma obra de Aristóteles composta por quatorze livros sobre
filosofia geral. Uma hipótese bastante difundida atribui ao peripatético Andrônico de
Rodes (século I a.C.) a iniciativa de chamar esse conjunto de escritos de "Metafísica".
Ao realizar a primeira compilação e sistematização dos escritos de Aristóteles,
Andrônico o elencou depois dos oito livros que tratavam da Física, e os chamou de tà
metà tà physiká, ou seja, "os livros que estão após (os livros da) física". Desse modo, o
título faria referência, sobretudo, à posição daqueles quatorze livros na classificação das
obras de Aristóteles realizada por Andrônico.
História da metafísica
Uma alteração significativa ocorreu na Idade Moderna por obra dos filósofos
racionalistas. Temas que para a tradição aristotélica seriam próprios de outros campos
de pesquisa, foram reunidos pelos racionalistas sob o termo "metafísica": entre as novas
frentes de investigação metafísica estariam a discussão sobre as relações entre a mente e
o corpo e sobre as origens e fundamentos da realidade física. No quadro geral esboçado
pelos racionalistas, a investigação do ser enquanto ser constituiria a chamada metafísica
geral. Mas, além dessa abordagem generalíssima das características dos entes, os
racionalistas inauguraram subdivisões na disciplina conforme os seus novos interesses e
problemas. Desse modo, no âmbito da chamada metafísica especial teríamos as
seguintes subdivisões: a teologia racional, que trata do Ser divino e de suas relações
com os demais seres; a cosmologia racional, que trata dos princípios fundamentais da
constituição do cosmos (a natureza da matéria, do vácuo, etc.); e a psicologia racional,
que trata da substância espiritual e de suas relações com a matéria.
A Metafísica em Platão
As Idéias
O divino platônico é representado pelo mundo das idéias e especialmente pela idéia do
Bem, que está no vértice. A existência desse mundo ideal seria provada pela
necessidade de estabelecer uma base ontológica, um objeto adequado ao conhecimento
conceptual. Esse conhecimento, aliás, se impõe ao lado e acima do conhecimento
sensível, para poder explicar verdadeiramente o conhecimento humano na sua efetiva
realidade. E, em geral, o mundo ideal é provado pela necessidade de justificar os
valores, o dever ser, de que este nosso mundo imperfeito participa e a que aspira.
As Almas
Logo, segundo Platão, a união da alma espiritual com o corpo é extrínseca, até violenta.
A alma não encontra no corpo o seu complemento, o seu instrumento adequado. Mas a
alma está no corpo como num cárcere, o intelecto é impedido pelo sentido da visão das
idéias, que devem ser trabalhosamente relembradas. E diga-se o mesmo da vontade a
respeito das tendências. E, apenas mediante uma disciplina ascética do corpo, que o
mortifica inteiramente, e mediante a morte libertadora, que desvencilha para sempre a
alma do corpo, o homem realiza a sua verdadeira natureza: a contemplação intuitiva do
mundo ideal.
O Mundo
No seu conjunto, o mundo físico percorre uma grande evolução, um ciclo de dez mil
anos, não no sentido do progresso, mas no da decadência, terminados os quais, chegado
o grande ano do mundo, tudo recomeça de novo. É a clássica concepção grega do eterno
retorno, conexa ao clássico dualismo grego, que domina também a grande concepção
platônica.