Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Beira
2023
Degrasse Inácio Acácio
Beira
2023
Índice
Introdução...................................................................................................................................1
Objectivos...................................................................................................................................2
Objectivo geral:...........................................................................................................................2
Objectivos específicos:...............................................................................................................2
Metodologias...............................................................................................................................2
Conceitos iniciais........................................................................................................................3
Metafísica....................................................................................................................................3
Conclusão..................................................................................................................................11
Referências Bibliográficas........................................................................................................12
Introdução
O presente trabalho tem como tema "a Possibilidade de a metafísica ser uma ciência
segundo Kant e Relação entre o ente e o ser segundo Heidegger".
A palavra metafísica teve a origem em Andrónico de Rodes no século I a.C. quando
arrumava as obras de Aristóteles, colocou os livros que tratam da chamada filosofia primeira
após os oito livros de física, dando então ao conjunto desses livros a designação de metafísica,
precisamente por se sucederem aos da física. Actualmente o termo metafísica significa o
estudo que se ocupa do que está para além ou detrás do ser físico enquanto tal, ou seja, o ser
suprassensível.
A metafísica procura uma explicação e um sentido abrangentes e absolutos da
realidade, debruçando-se sobre o ser em si, a natureza ou a essência das coisas, os últimos
fundamentos e causas de toda a realidade.
Os escolásticos dividiram a metafísica em geral e especifica conforme o esquema:
Metafisica geral: ontologia- ser em geral e Metafísica especial: cosmologia (mundo),
psicologia (alma) e Teologia natural (Deus).
Os assuntos abordados pela metafísica sofreram duras criticas pelos positivistas e
neopositivista pois consideravam como único conhecimento legitimo aquele que se obtém
através da observação e da experiencia, pelo que as proposições da metafísica são desprovidas
de significado.
Há inclusive alguns filósofos contemporâneos (Kant, Marx..) que assumem o fim da
metafísica. Em substituição propuseram a hermenêutica, disciplina que tem por objecto a
interpretação de textos (principalmente as sagradas escrituras) envolvendo um conjunto de
técnicas que nos permitem decifrar o sentido.
Hans-Georg Gadameer de fende que a função da linguagem é a revelação do mundo
(constituído por tudo aquilo que faz parte da nossa experiencia). Acrescenta que a nossa
maneira de ser e estar no mundo se baseia ns; experiencia e também na compreensão, a
filosofia sugere-nos a hermenêutica.
Com Nietzsche e Heidegger poe em causa a metafísica ao considerarem o ser já não é
encarado como algo em si. Pois não há coisa em si mesmas independentes da interpretação e
da linguagem.
1
Objectivos
Objectivo geral:
Compreender a Possibilidade de a metafísica ser uma ciência segundo Kant.
Objectivos específicos:
Conceituar a Metafísica;
Destacar a Metafísica como ciência segundo Kant;
Descrever a Relação entre o ente e o ser segundo Heidegger.
Metodologias
A realização do presente trabalho, consistiu na leitura de varais obras `que tem haver
com a metafisica medieval. Usou- se como técnica de procedimento a consulta bibliográfica.
Em suma o Método Bibliográfico que segundo Lakactos (1992, p.44), "o método
bibliográfico é um método mais utilizado, sistemático, controlado e crítico que permite
descobrir novos factos, dados ou leis e qualquer tipo de conhecimento".
Mais do que isso, o método ajudou o autor deste trabalho na exploração das várias
teorias que sustentaram cientificamente tópicos relacionados as questões que constam no
trabalho.
Conceitos iniciais
Metafísica
Metafisica é a área que estuda e tenta explicar as principais questões do pensamento
filosófico, como a existência do ser, a causa e o sentido da realidade e ainda os aspectos
ligados a natureza. A metafisica serve de base para o conhecimento de todas as ciências, pois
busca compreender a origem de tudo, inclusive tenta entender a existência sobre Deus e a
alma.
Segundo Kant primeiro que são apenas os juízos sintéticos que podem dizer algo
sobre a coisa que não esteja contido em seu conceito e, segundo, que toda ciência prática
(medicina, química, biologia, etc) só tem um uso para os seres humanos quando desenvolvem
juízos sintéticos.
Kant concebe que é a partir da experiência que se dará o início de todo o conhecimento. Num
primeiro momento, aquilo que se recebe pelos sentidos forma por si próprio representações no
intelecto do conhecedor. Diferentemente do que se pensa a primeira vista, apesar de todo o
conhecimento ter sua gênese na experiência, isto não significa dizer que todo ele origine-se da
mesma.
Uma condição necessária e fundamental para que a metafísica seja considerada ciência
é estar situada no tempo e no espaço. No entanto, isto é impossível ocorrer, pois seus objetos
não são experimentáveis. Num momento posterior a resposta a este questionamento passa a
ser a prioridade de Kant na "Crítica da Razão Pura". Para obter esta solução, encontra-se
diante da necessidade de tentar aplicar aos objetos metafísicos juízos sintéticos a priori, pois
estes objetos são necessários ao conhecimento prático.
Analisando mais a fundo a metafísica, Kant constata que esta é antes uma disposição
natural do ser humano e está impossibilitada de tornar-se uma ciência. Ela encontra-se
desvinculada de toda e qualquer experiência. E como é necessário intuição sensível e conceito
para que haja conhecimento, Kant vê que não se pode conhecer nem Deus, nem a alma, nem o
mundo, pois estes três objetos não são passíveis de intuição sensível, mas somente podem ser
formulados conceitos deles.
Kant acha uma possível saída para essas dificuldades encontradas formulando a
seguinte solução: como não podem ser conhecidos, os objetos metafísicos somente devem ser
pensados. Dessa forma, ele mostra que na metafísica não é possível se chegar a juízos
sintéticos a priori.
Deus, alma e mundo são conhecimentos que estão acima da experiência. Ao postular
isto, Kant consegue desvencilhar-se da metafísica tradicional, que na sua época tinha o rótulo
de ser um discurso vazio, sem realidade.
Ao invés descrever o 'ser' por meio de conceitos abstratos ou por meio de medições
científicas, Heidegger buscou compreender o ser partindo do ser existente no mundo. Com
isso, contrapôs os valores da filosofia tradicional, desenvolvendo uma linguagem própria,
gerando novas compreensões e estabelecendo novos significados. Heidegger fez uma
distinção entre os termos "ser" e "ente". Para ele, o "ser" se refere ao fundamento da
existência e dos modos de existir; e o "ente" corresponde à existência concreta, ou, a realidade
humana, enquanto presença no mundo. Para que possamos compreender o "ser", precisamos
estudar o "ente", pois é este que manifesta concretamente as questões do "ser".
Desde a Grécia Antiga, o "ser" era entendido como coisa, essencial, atemporal, eterno
e imutável. Diferente dessa tradição, Heidegger propõe uma nova indagação sobre o "ser"
partindo da existência concreta, entendendo este como um participante do mundo, envolvido
com o mundo e com as coisas do mundo. Um conceito muito utilizado na filosofia de
Heidegger é o "Dasein", que costuma ser traduzido por "ser-aí", correspondendo ao ser
existente, que está aí concretamente no mundo e nas situações humanas, que se envolve na
vida cotidiana e prática; ao contrário da concepção de um ser meramente abstrato ou teórico.
Deste modo, cada pessoa está condenada ao mundo, pois não há como se separar dele.
Não há como não "ser-no-mundo", pois toda pessoa se faz no (e com o) mundo.
7
Martin Heidegger elaborou um pensamento com importantes consequências para a
compreensão do ser humano. Sua descrição do homem como Dasein implica numa mudança
de paradigma que pretende superar a relação objetificadora que se instalou na civilização
ocidental, ou seja, na Metafísica.
Com Nietzsche e Heidegger poe em causa a metafísica ao considerarem o ser já não é
encarado como algo em si. Pois não há coisa em si mesmas independentes da interpretação e
da linguagem.
Heidegger fez uma distinção entre os termos "ser" e "ente". Para ele, o "ser" se refere
ao fundamento da existência e dos modos de existir; e o "ente" corresponde à existência
concreta, ou, a realidade humana, enquanto presença no mundo.
Ser é cada vez o ser de um ente. O todo do ente pode se tornar o campo em que se põem em
liberdade e se delimitam determinados domínios de coisa, segundo seus diversos âmbitos.
Domínios de coisa que de sua parte, por exemplo, história, natureza, espaço, vida, Dasein,
linguagem, etc.
Heidegger define como existência toda a amplitude das relações recíprocas entre esta
(existência) e ser, e entre esta e todos os entes; através de um ente, que ele julga privilegiado,
que é o homem. E complementa que, de acordo com esse significado, só o homem existe; que
outras “coisas” são, mas não existem.
Heidegger (2012) propõe, em sua obra, uma análise existencial por meio de sua
ontologia fundamental. Para ele, ser é o conceito mais universal, já que está constantemente
presente em nossa lida cotidiana com o mundo, mas é simultaneamente o mais obscuro,
exigindo, portanto, discussão e reflexão, já que a compreensão de ser dada pela metafísica ao
longo da história sedimentou-se. O obscurecimento sobre a questão do ser se constituiu com o
modo como a questão foi colocada pela ontologia tradicional: ao se perguntar o que é o ser,
lançamos mão de uma compreensão prévia de ser no próprio interrogar. Na tradição filosófica
ocidental, o ser é concebido como simplesmente dado: visto que o ser se manifesta no ente,
vem sendo compreendido como um ente entre outros entes. Ao entificar o ser, o modo de
interrogar da tradição pressupõe nele um caráter de imutabilidade e de essência fixa passível
de ser encontrada ultrapassando-se a aparência. Tais pressuposições atribuem-lhe uma
substancialidade que restringe seu caráter acontecimental.
9
ser esse ser ele mesmo" (p. 59)1. Assim, nosso modo próprio de ser consiste em tornar-se, vir
a ser o que se é, em uma relação íntima com o ser mesmo.
Simultaneamente, temos uma relação-de-ser com aquilo que viemos sendo, nos
entendemos em nosso ser nós mesmos e somos abertura para aquilo que estamos
sendo. Dasein é a palavra alemã utilizada para denominar ser humano, pressupõe presença
que engloba o indivíduo no conjunto, como existente humano. Evoca o processo de
constituição ontológica de homem, ser humano e humanidade e aponta para a indiferenciação
humana: somos no próprio movimento de realização de nossas possibilidades de ser.
Ontologicamente o homem se configura como passado, cotidiano, presente e possibilidades
futuras e, portanto, como um ser temporal que em essência se mostra como projeto,
possibilidade. Podemos ver em suas palavras:
O Dasein não é um subsistente que possui além disso como dote adjetivo o poder de
fazer algo, mas ele é primariamente ser-possível. O Dasein é cada vez o que ele pode ser e
como ele é sua possibilidade (...). (Heidegger, 2012, p. 409)
A presença, denominada de Dasein ou ser-aí, é privilegiada por possuir "em seu ser a
possibilidade de questionar" (Heidegger, 1999, p. 33) sobre o sentido do ser, de modo que
"Elaborar a questão do ser é tornar transparente um ente - o que questiona - em seu ser"
(Heidegger, (1999, p. 33) e, assim, é por meio da explicitação desse ente que nós mesmos
somos que Heidegger procura iluminar a questão do ser. Questionar corresponde ao plano
ontológico, também chamado existencial, que considera o indivíduo como ser-no-mundo,
relacionando-se com as pessoas do seu universo social, entes que Heidegger
denomina Dasein, e também com as coisas, denominadas entes simplesmente dados. De
acordo com Heidegger, existe outro plano, o plano ôntico, também denominado existenciário,
que compreende o que se manifesta entre as possibilidades ontológicas do ser e se refere ao
próprio ente do modo como se mostra.
11
Conclusão
Depois de realizar o trabalho conclui que a Metafisica é a área que estuda e tenta
explicar as principais questões do pensamento filosófico, como a existência do ser, a causa e o
sentido da realidade e ainda os aspectos ligados a natureza. A metafisica serve de base para o
conhecimento de todas as ciências, pois busca compreender a origem de tudo, inclusive tenta
entender a existência sobre Deus e a alma.
Kant demonstra o que a metafísica não pode ser (uma ciência) para mostrar o que ela
pode ser (uma fé ou crença racional).
Kant, em sua Crítica da Razão Pura, toma para si a tarefa de colocar a metafísica no
caminho seguro da ciência. Era preciso, segundo Kant, não apenas seguir o modelo das outras
ciências, como a matemática e a física, e alterar o método pelo qual se fazia metafisica, mas
igualmente questionar a possibilidade da nossa capacidade cognitiva de conhecer os objetos
dessa ciência, objetos dados pela razão pura, a saber, Deus, a imortalidade da alma e a
liberdade, ou, em outras palavras, as unidades sintéticas incondicionadas de todas as
condições em geral. Para Kant, apenas com a razão pura teórica, é impossível, para nós,
conhecer o incondicionado, uma vez que sua natureza é pratica. Hegel, por sua vez, seguindo
os passos da revolução kantiana, pretendeu considerar o incondicionado não mais como algo
que transcende ao nosso conhecimento teórico e que deveria ser tomado como uma hipótese,
mas como algo que é imanente ao conhecimento e que deve ser puramente investigado, a
saber, o absoluto. Era preciso redefinir a noção de ciência da perspectiva filosófica e, a partir
disso, reformular seu método. O objetivo deste trabalho é, então, investigar como, nestes
termos, Hegel reformula o problema do incondicionado e, assim, da própria metafísica.
Referências Bibliográficas
ABRÃO, Bernadette (2004). História da Filosofia. São Paulo: Nova Cultural Ltda. (Coleção
Os Pensadores).
FRANCA, Leonel. (1990). Noções de História da Filosofia. 24ª ed. Rio de Janeiro: Agir.
HEIDEGGER, Martin. (2005). Ser e Tempo. 14ª ed. Rio de Janeiro: Vozes.
SCHUTZ, Duane; SCHULTZ, Sydney. (1992). História da Psicologia Moderna. 16ª ed. São
Paulo: Cultrix.
STEIN, Ernildo. Martin Heidegger (2005): conferências e escritos filosóficos. São Paulo:
Nova Cultural Ltda. (Coleção Os Pensadores).
KANT, Immanuel. (Seção VII 25, p.33.). Crítica da Razão Pura., (Os Pensadores)
https://www.ex-isto.com/2018/06/dasein-ser-ai.html
13