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Instituto Médio do Deporto e Educação Física de Moçambique – Beira

Curso: Educação Física e Desporto

Disciplina: Dança e Jogo tradicional

2o ano

Tema: Dança, dança tradicional, jogo tradicional, cultura, culturação e tipo de dança
por província

Turma: 2

Discente:

Artur José Branquinho Colher

Docente:

Natércia Ernesto Bazo

Agosto de 2022

Beira
1
Índice

Introdução...................................................................................................................................3

CULTURA..................................................................................................................................4

Culturação...................................................................................................................................5

Globalização...............................................................................................................................6

DANÇA TRADICIONAL..........................................................................................................6

DANÇA TRADICIONAL..........................................................................................................6

JOGOS TRADICIONAIS...........................................................................................................7

ORIGEM.....................................................................................................................................7

TIPOS DE DANÇA POR PROVINCIA....................................................................................7

PROVÍNCIA DE MAPUTO.......................................................................................................7

DANÇA XIGUBO......................................................................................................................7

DANÇA MARABENTA............................................................................................................8

PROVINCIA DE CABO DELGADO........................................................................................8

DANÇA MAPIKO......................................................................................................................8

Dança Lingundumbwe................................................................................................................9

Dança Tufo................................................................................................................................10

Província de Zambézia e Nampula...........................................................................................10

Nhambaro..................................................................................................................................10

Niketxe......................................................................................................................................10

Província de Niassa...................................................................................................................11

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Dança Masseve.........................................................................................................................11

Nganda......................................................................................................................................11

Província de Inhambane............................................................................................................12

Significado e função social do Msaho......................................................................................12

Província de Manica.................................................................................................................13

Mutxongoyo..............................................................................................................................13

Província de Tete......................................................................................................................14

A dança Tahura.........................................................................................................................14

Dança Nyau: das origens aos nossos dias.................................................................................14

Namulene..................................................................................................................................15

Dança Zore................................................................................................................................15

Zore (Zona sul ´´Inhambane``).................................................................................................15

Conclusão..................................................................................................................................17

Referência bibliográfica............................................................................................................18

3
Introdução

Neste trabalho irei abordar sobre as danças tradicionais de Moçambique.

Ao longo do trabalho aborda-se aos tópicos como: conceito de cultura, cultuarão, dança, jogos
tradicionais e tipos de dança por província. Assim como também abordaremos com mais
ênfase a dança Mutxongoyo, dança Ngalanga, dança Zore e dança Namulene.

Devido ao risco de desaparecimento a que estão sujeitas muitas expressões culturais, face à
globalização e a outros factores, a organização das nações unidas para a educação, ciência e
cultura (UNIESCO) decidiu adoptar, em 1997, um programa de proclamação de expressões
culturais, como obras-primas da humanidade. Dentre elas dança Xigubo, dança Mapiko,
dança Lingundumbwe, dança Tahura, dança Nyau, dança Tamandune, dança Tufo entre
outros que irão se desenrolar neste trabalho a aculturação (do inglês Acculturation) e a
interpenetração de culturas. É um termo que foi criado inicialmente por antropólogos Norte-
Americanos para designar as mudanças que podem acontecer em uma sociedade diante de sua
junção com elementos culturais externos, geralmente por meio de dominação politica, militar
e territorial.

Porém, segundo o historiador francês NATHAN WATCHEL, a aculturação é todo fenómeno


de interação social que resulta do contacto entre duas culturas, e não somente da sobre
posição de uma cultura a outra. Já ALFREDO BOSI, em dialéctico da colonização afirma que
esse fenómeno provém do contacto entre sociedades distintas e podem ocorrer em diferente
períodos históricos dependendo apenas da existência do contacto entre duas culturas diversas,
constituindo-se, assim, um processo de sugestão social. Maiorias dos outros acreditam que a
aculturação é sempre um fenómeno de imposição cultural. Trata-se de aculturação quando
duas culturas distintas ou parecidas são absorvidas uma pela outra formando uma nova cultura
diferente. Além disso, aculturação pode ser também entendida como a absorção de uma
cultura pela outra, onde essa nova cultura terá aspectos de cultura inicial e da cultura
absorvida.

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CULTURA

Cultura é toda actividade física ou mental que não devem necessariamente da biologia, mas
uma aculturação social, partilhada pelos membros de um grupo que possuem características
comuns entre si. É algo aprendido, assimilado e em constante transformação.

ʺ Possuidor de um tesouro de signos que tem a faculdade de multiplicar infinitamente, o


homem é capaz de assegurar a retenção de suas ideias erudita, comunica-las para outros
homens e transmiti-las para os seus descendentes como uma herança sempre crescente. Basta
apenas a retirada da palavra erudita para que esta afirmação de Turgot possa ser considerada
para uma definição aceitável do conceito de cultura. (TURGOT, 1727-1781 apud LARAIA,
2001, Pag.26-27).

A cultura é um complexo que compreende os conhecimentos, as crenças, a arte, o direito, a


moral, os costumes, e todas as outras aptidões e hábitos que o homem adquire enquanto
membro de uma sociedade podemos também dizer que a cultura é própria do homem, porque
trata-se de actividade do homem, que ela realiza enquanto um ser que domina o universo.
Deste modo a cultura vai significar os hábitos e costumes do homem.

A cultura é um fenómeno necessariamente social, partilhado pelas pessoas de determinado


grupo. Não é difícil supor que os grupos partilham valores, regras da vida modos de agir, de
falar, de se vestir etc. Portanto, tenha em mente que a diferenças é similaridades entre um
grupo e outro. A diversidade cultural refere-se aos diferentes modos de ser desses grupos de
pessoas que precisam conviver e a relacionar nos mesmos espaços, o mercado de trabalho é
um exemplo em que a diversidade cultural é bastante expressiva, em que precisa ser
compreendida para transpor os conflitos.

O termo vem da Alemanha que significa KULTUR, surgido em 1871, que significa aspectos
espirituais de uma comunidade. Já civilizatio (inglês) significa as realizações materiais de um
povo. Culture (inglês) refere-se a conhecimentos, crenças, arte, moral, lei, costume ou
qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma
sociedade.

A dimensão simbólica do conceito de cultura esta ligada ao facto de que é inerente aos seres
humanos a capacidade de simbolizar. Mas o que isso significa? Bem, simbolizar significa
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representar questões materiais através da linguagem ou de símbolos abstractos. Quando
erguemos o nosso polegar por exemplo estamos simbolizando que algo está certo, ou seja,
estamos representando uma situação concreta com um gesto.

A aculturação, de acordo com essa perspectiva, se dá pelos símbolos comuns que ela possui.
O homem utiliza muitos meios para cessar a cultura de sua sociedade e interagir com ela: as
línguas, os valores, as crenças, o modo de fazer as coisas etc. Assim, é possível dizer que toda
acção humana é construída através de símbolos, que integra redes de significados e varia
conforme os diferentes contextos sociais e históricos (GEERTZ, 2008).

Culturação

A aculturação (do inglês aculturation) é interpretação de culturas. É um termo que foi criado
inicialmente por antropólogos Norte-Americanos para designar as mudanças que podem
acontecer em uma sociedade diante de sua junção com elementos culturais externos,
geralmente por meio de dominação política, militar e territorial.

Porém, segundo o historiador francês Nathan Watchel, aculturação é todo fenómeno de


interacção social que resulta do contacto entre duas culturas, e não somente da sobreposição
de uma cultura a outra. Já ALFREDO BOSI, em dialéctico da colonização afirma que esse
fenómeno provém do contacto entre sociedades distintas e podem ocorrer em diferente
períodos históricos dependendo apenas da existência do contacto entre duas culturas diversas,
constituindo-se, assim, um processo de sugestão social. Maiorias dos outros acreditam que a
aculturação é sempre um fenómeno de imposição cultural. Trata-se de aculturação quando
duas culturas distintas ou parecidas são absorvida uma pela outra formando uma nova cultura
diferente. Além disso, aculturação pode ser também entendida como a absorção de uma
cultura pela outra, onde essa nova cultura terá aspectos de cultura inicial e da cultura
absorvida.

As culturas não são entidades estáticas nem encerradas em se mesmas. Uma das principais
barreiras que dificultam o diálogo intercultural é o nosso hábito de concebe-las como algo
fixo, como se houveram linhas de fracturas que as separa. As interligações culturais
verificadas ao longo da história manifestaram-se em diversas formas e praticas culturais,
desde os intercâmbios e importações culturais até à imposição de valores culturais por meio
de guerra, das conquistas e, mesmo, da localização (Idem).
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Hoje os processos de globalização contribuem para que se produza encontros, importações e
intercâmbios culturais de modo mais sistemáticos. Esses novos vínculos transculturais pode
facilitar consideravelmente o diálogo intercultural, repensar as nossas categorias culturais,
reconhecendo as múltiplas fontes da nossa identidade, contribua para deixar de insistir nas
diferenças e, em seu lugar, prestar atenção a nossa capacidade comum de evoluir mediante a
interacção mútua. A sensibilização para a história e para a compreensão dos códigos culturais,
reveste-se de uma importância crucial para superar os estereótipos culturais no percurso do
diálogo intercultural.

Globalização

Com a crescente globalização, a aculturação vem se tornando um dos aspectos fundamentais


da sociedade. Pela proximidade das culturas e rapidez de comunicação entre os diferentes
países do global, alguns autores sustentam que as culturas estão perdendo a sua identidade,
aderindo em parte a outras culturas. Um exemplo disso, são os elementos da cultura ocidental
que são cada vez mais presente em muitos países distintos. Embora a aculturação não tire
totalmente a identidade social de um povo, especula-se que talvez, no futuro, não existe mais
uma diferença cultura tão acentuada como aquela que ainda se observa entre os países, em
especial entre o oriente e o ocidental.

DANÇA TRADICIONAL

Conceitos:

DANÇA é um conjunto de movimentos rítmicos do corpo passos ou saltos cadenciados ao


som compassados da música ou da voz e uma actividade muito importante para o completo
desenvolvimento de ser, contribuindo para a sua exerção na sociedade.

DANÇA TRADICIONAL

Uma dança tradicional e características de determinada zona ou país é composta por uma série
de passos definidos, as danças tradicionais, são uma das formas de expressão da cultura de um
povo pelo que deve ser relembradas e ensinadas aos jovens, na dança estão associados as
roupas e modo de vestir específico.

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Em Moçambique, as danças tradicionais são geralmente complexas e altamente
desenvolvidas em todo o País. Tal como a sua diversidade cultural, há muitas diversidades das
danças tribais, que geralmente são ritualistas por natureza. Abaixo apontamos algumas das
danças tradicionais das zonas sul do nosso país.

JOGOS TRADICIONAIS

Os jogos tradicionais transmitidos oralmente desde a antiguidade eram, como qualquer


objecto cultural, um espelho de sua época. Portavam crença, valores, discursos, trazia em se a
representações da forma tradicional de viver e compreender a existências. São jogos que
falam sobre o grande jogo da vida.

Os jogos tradicionais são aqueles típicos jogos de uma região ou país, que são feitos sem a
ajuda ou intervenção de brinquedos tecnológicos, só é necessário o uso do seu próprio corpo
ou recurso que pode ser facilmente obtidos a partir da natureza (pedras, ramos, terra e flores).

ORIGEM

Este tipo de jogo varia de regiões para regiões e possui um significado magico religiosos. É
normalmente praticado em épocas bem determinadas do ano em intervalo de trabalho
agrícola, contribuindo de modo saudável para a ocupações da horas livres. Os jogos
tradicionais são muitos antigos, praticados desde há séculos e são transmitidos oralmente de
geração para geração. No entanto, conforme os condicionalismos de cada região, as diferentes
gerações adapta-nos a sua maneira de viver e de ser.

TIPOS DE DANÇA POR PROVINCIA

PROVÍNCIA DE MAPUTO

DANÇA XIGUBO

É uma dança tradicional moçambicana e que representa a existência colonial do país sobre
tudo na região sul. Maioritariamente pratica nas regiões interiores de Gaza e Maputo, a dança
tem poucos praticantes ao nível das cidades.

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DANÇA MARABENTA

Segundo muitas pesquisas feitas, esta dança nasceu e se desenvolveu em Lourenço Marques
(Hoje Maputo) nos anos 50.

Durante a época colonial, os grupos de músicas e danças tradicional só tinha a oportunidade


de demonstrar as suas danças, seus instrumentos e as suas músicas e variante das suas culturas
nos desfiles carnavalescos que aconteciam anualmente. Segundo entrevistas realizadas há
vários músicos dos anos 50/60, relata firmemente que no determinado momento de um desfile
carnavalesco que passava pela AV. De Angola junto ao bairro de Mafalala, um determinado
grupo folclórico vindo a marracuene, apresentava um ritmo tradicional alegre, com uma
melodia contagiante que acompanha um determinado estilo de dança muito sensual o que fez
com que o público aplaudisse de forma eufórica. Nessa altura já existia o tipo/grupo musical
jambo, que actuava nas associações dos negros localizados no Chamanculo. Alguns elementos
deste grupo estavam inseridos no público que assistia ao desfile. Chamaram interessante o
ritmo que atraia o público e a forma como as bailarinas dançam de formas entusiásticas. A
imagem do acontecimento e o ritmo ficou memorizado nas mentes desses músicos. Ao
chegarem.

PROVINCIA DE CABO DELGADO

DANÇA MAPIKO

É uma dança originária da comunidade maconde, e é sem dúvida a dança mais conhecida e
mais divulgada em toda província de Cabo Delgado e até mesmo em todo país. A sua difusão
chega a ultrapassar as fronteiras nacionais.

Mapiko é uma das principais danças macondes, e praticas nos ritmos de iniciação e cumpre a
função lúgubre, em caso de morte de um membro de grupo de comunidade. Pratica-se
também em algumas cerimónias de investimentos de chefes clanicos-linhageiros (Vahumu).

O elemento central do mapiko é o lipiko, do dançarino principal, este deve estar


necessariamente em volta de panos e mascarados. A mascara tanto pode representar figura de
animais (coelho, leão, cão, leopardo, hiena), como também pode representar uma figura
humana, que simboliza o espírito de um defunto a ser invocado. Da cintura para cima todo
corpo de dançarinos fica coberto de guizos.
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A dança inicia com o tocar de batuque, licutie é acompanhado por um coro formado pela
assistência, que se dispõem de modo a formar um corredor por onde deve passar. O lipiko na
extremidade, surge o dançarino que, a velocidade, entra no recinto de dança e se atira contra o
muro formado pela assistência, que recua assustada. O coro canta e dialogo, através de gestos,
com o lipiko.

Dança Lingundumbwe

Es uma versão feminina do mapiko, a bailarina principal a mulher. Ela tanto pode ser adulta
como adolescente. Alias, o habitual tem sido uma rapariga adolescente, capaz de executar os
movimentos com mais rigorosidade.

Para bailar num terreno da aldeia, ou em qualquer outro recinto, ela é completamente coberta
de pano de cabeça aos pés. Este pano cruza o tronco, partindo das espáduas até a cintura. A
este nível é colocada uma capulana. Localmente designa por inguvo ya magombe. Outras
capulanas são dobradas varias vezes e enroladas nos braços e nas pernas da dançarina. Na
execução da dança, essa capulana abana, acompanhado os movimentos rápidos, para frente e
para traz, da jovem dançarina.

Na encenação, a bailarina segura nas mãos um ou dois lenços e um pequeno machado ou


enxada na falta desses objectos, ela pode pegar na mão uma simples vara. Quando dança o
tronco da bailarina inclina-se ligeiramente para frente, dobrando sobre os rins com os braços
estendido para os lados e para frente, levemente curvada. Nessa posição, move-se em
pequenos passos, abanando o tronco ao ritmo do batuque.

A dança tem lugar no lipando, local onde decorre as cerimónias de iniciação feminina.
Todavia, a prática do lingundumbwe tornou-se de tal modo livre que toda gente pode
conhecer a mulher mascarada. Esta dança es característica dos ritos femininos, constituindo o
principal divertimento das iniciadas dos primeiros ou ultimo dia.

Os instrumentos dos lingundumbwe compreende um batuque principal (ntoji) e dos auxiliares


sendo umlingoma e outro o lukuti. A orquestra instrumental da dança é assegurada por
homens. A presença masculina a semelhança com a maior parte das danças femininas, não só
visa garantir o manejo dos instrumentos, como também serve também para assegurar a

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protecção dos instrumentos como também serve para assegurar a protecção dos respectivos
agrupamentos, sobretudo em caso de deslocações.

Dança Tufo

É uma dança de origem árabe ligada a religião muçulmana, que pode ser praticada em
cerimónia, festas e datas específicas dos calendários islâmicos. Ela tornou-se vulgar na região
norte do país, mais precisamente, litoral da província de Cabo delgado, Nampula e Zambézia,
é uma dança essencialmente feminina, na qual os homens apenas participam como
instrumentistas. Toda via há caso em que os grupos são compostos só por mulheres.

Participam na dança principalmente mulheres adultas. No momento da actuação elas


apresentam-se habitualmente maquilhadas e com o rosto pintado de mussiro, um produto
cosmético natural, que trata a pele feminina e empresta as mulheres um ar singular. Entre as
dançarinas do tufo é estabelecida uma hierarquia com a designação de uma rainha. Dos
critérios adaptados para a sua escolha é a graciosidade e beleza das linhas do rosto e do corpo,
assim tomadas para simbolizar as femininas das mulheres makua.

Nas danças tufo o rigor nos trajes e nos adornos são fundamentais. As mulheres e as raparigas
usam um uniforme formado por capulanas, blusas e lenços quase sempre decorrem garridas.
As capulanas são amaradas na cintura, uma por cima de outra, cobrindo as pernas.

Província de Zambézia e Nampula

Nhambaro

A dança Nhambaro é executada principalmente por mulheres que ao ritmo ecoa dos batuques,
vão enchendo o seu corpo compassando com o som. Pratico na baixo Zambézia que
compreende a cidade de Quelimane, Nicoadala, Nacura e Inhassungue.

Niketxe

Enquanto isto, o Niketxe é uma dança tradicional originaria das etnias lomué e macua, mais
preciosamente norte da Zambézia e nas províncias de Nampula e Niassa. No distrito de

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Namarrio, no extremo norte de Zambézia, o Niketxe tem a componente de cobra viva e
naturais que os executantes transportam durante exibição.

Província de Niassa

Dança Masseve

É originária da província de Niassa e esta intimamente ligada ao chocalho chamado masseve.


O chocalho é feito com frutos pequenos, duro e series onde são colocados sementes duras que
em movimento dentro do fruto produzem uma sonoridade interessante. Este chocalhe é
amarrado as pernas dos dançarinos para acompanhar todas as movimentações dos passos
executados. Geralmente o grupo tem três tambores, onde os percussionistas vão tocando de
forma compassada com cadência certa de forma a seguir as sequências dos passos que é
executa por quatro, cinco ou mais dançarinos.

Existe um tambor que é percutido por duas barras que marca a cadência. Os outros dois
tambores vão solando com os passos executados e acrobacia existente. O vestuário desta
dança é bastante interessante, pois os homens que dança MASSEVE, colocam um vestido de
palha ou então de pano, de forma que faca conjunto com a camisola e um lenço que é marrada
na cabeça. Esses homens musculados que praticam essa dança ficam trajados de forma
feminina colocando nas costas pele de antílope ou de cabrito. Para executar esta dança é
preciso uma certa preparação física, pois num conjunto de passos cadenciados que segue em
várias direcções estão misturados com a sonoridade dos chocalhos, e com grandes saltos para
o chão alem do rodopio enérgicos que com os pés descalços vão batendo com forca no chão
para que sonoridade dos chocalhos seja mantida a um nível bem alto. Esta dança é uma das
identidades do povo rural da província de Niassa.

Nganda

Originaria do litoral do lago de Niassa, Nganda é uma dança em que os homens manifestam
alegria obtida na produção, após as colheitas e nas guerras em que saiam vitoriosos. Foi uma
das danças que se desenvolveu particularmente no século passado, altura dos combates que,
movidos pelos interesses dos chefes se destinavam a captura de escravos para os vender na
costa Moçambique.

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Posteriormente, a dança desenvolve-se dentro de competições inter-regionais e tribais (era
executada só pelo Nianja), em que se procurava o melhor grupo.

Ai os aspectos obscurantistas tinha uma grande importância. Cada grupo dispunha de um


grupo de (conselheiros), geralmente velhos considerados com poderes de magias. Este
distribuía amuletos a cada dançarino, entre os quais se destacavam bocados das plantas
Utimbafuti, que se pensava ter poderes especiais.

O conteúdo das canções reflectia o respeito competitivo dos grupos e outros problemas de
ordem social, como o roubo, o rapto de mulheres, etc. Acompanhando a dança existiam dois
tipos de instrumentos musicais: tambores e instrumentos de sopro.

Província de Inhambane

Quando falamos Msaho, a dança das timbilas, não podem desliga-lo da música de teatro, de
toda a vida e manifestações culturais do povo moçambicano que habita as regiões do Chopes,
na verdade, divide-se em 9 a 11 movimentos. Nos primeiros movimentos citam Msitso
uocata, uombidi, e msitso ou uoraro o maestro inicia um solo que é, logo em seguida
acompanhado pelos restantes músicos.

A orquestra de timbila (Ngodo) inclui todos esses tipos de representações artísticas


estreitamente relacionados com a organização social. Cada Msaho dura aproximadamente 45
minutos os dançarinos entra no quarto movimento Nguenisso e coloca-se em fila a cantar,
gesticular com os braços e a balançar o corpo. O chefe dos dançarinos Chaimene bassinhi
destaca-se do meio da fila, bate com o escudo no chão e inicia alguns passos de dança começa
então o Mdano (quinto movimento) em que o dançarino entra em acção depois da introdução
musical das timbilas. Depois, para de dançar e ficam alinhados a cantar, gesticulando com os
braços e balançando o corpo na fase seguinte Cidadiuuna combidi a dança é mais lenta e é
cantada um poema mais longo. No Chibudo (sétimo movimento) a dança é mais movimentada
e é acompanhada na fase final pelo canto de alguns versos.

Significado e função social do Msaho

Ate agora limitamo-nos a descrever sumariamente como se desenrola um Msaho, quais as


fases que o constituem, mais importante do que isso é tentar referir o seu significado e funcao

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no seio da comunidade, ainda que as informações de que dispomos nem sempre nos permite
responder a todas questões que se possa levantar. O Msaho pelo seu traje, movimentos e
passos, parece ser uma dança tradicionalmente executada pelos guerreiros chopes. No entanto
a tradição oral já não relaciona esta dança com acções militares e sua preparação. O seu
significado profundo, apesar disso parece não ter-se modificado continuando Msaho a ser uma
das principais formas das autoridades tradicionais chopes manter a suas dominações
difundindo através dessa dança os valores da comunidade. Assim, junto de cada autoridade
tradicional existia uma orquestra que, quando actuava, referia os acontecimentos mais
importantes da vida das populações através dos poemas das canções (cada Msaho pode incluir
em media 6 ou 7 poemas).

Província de Manica

Mutxongoyo

Originaria da África do sul esta dança foi trazida para Moçambique por velhos que para lá
haviam emigrados a partir das regiões «Machongues» (bilene macia).

Ela surge em Manica vinda de Gaza através de Mussurize. O Mutxongoyo era a dança de
acolhimento do filho que tinha ido a trabalho nas minas era uma das formas que a família
tinha de mostrar alegria que tinha pelo filho «regressado», que ficava entre assistência,
mudava várias vezes de roupa, não sou como uma forma de obter prestígio social mas
também com objectivo de mostrar aquele que temia o perigo de trabalho nas minas que não
havia razão para isso.

Dada a forca física que exige, um mutxongoyo é dançado principalmente pelos homens. A
aprendizagem processava-se numa espécie de arena aberta no meio do mato durante o período
da tarda (após o almoço), sendo os velhos que a ensinava. Antigamente, a dança processava-
se da seguinte forma: as mulheres e os jovens de ambos sexos formavam um circulo para qual
do meio entra os velhos cerca de 15 executando a dança acompanhado pelos coros
(constituídos pelas mulheres e pelos jovens dispostos em círculos) e ainda por uma batuque
tipo «Xigubo». Este batuque era tocado com uma moca, por um homem. Da mesma forma
que a maioria das cerimonias (casamento etc.). O Mutxongoyo realizava-se em Agosto que é
o período que se segue a colheita de mapira.

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Província de Tete

A dança Tahura

Considerada muito antiga pelos habitantes de Nahupu, em Montepuez. Liga makhua, tahura
quer dizer batuque grande.

Participam na dança homens e mulheres adulto que usa um pano preto cingido em forma de
saia, uma camisola interior ou lenço branco e um cinto. Nas pernas os dançarinos amaram os
chocalhos que, com o bater dos pés no chão produzem um som. Dispõem-se em círculo
empunhando objectos como machadinhos, enxadas ou paus. Esta dança é praticada a noite,
em cerimónia funeral, ritos de iniciação e no período de colheitas.

Para assinalar este período, o chefe da aldeia organiza a recolha do produto para confeição de
otheka um tipo de cerveja de fabrico caseiro, bebe-se e dança-se toda noite como forma de
expressar alegria pelas colheitas conseguidas. Esta é também uma forma de manifestar
agradecimento aos espíritos por ter proporcionado boas colheitas.

Os instrumentos são compostos por quatro tipos de batuques: tahura grande, um likuti, um
nikoni e um ntxuntxu. As canções retratam, essencialmente o dia-a-dia da vida social e
económica da comunidade.

Dança Nyau: das origens aos nossos dias

O Nyau (Gule Wankulo) é uma dança praticada por vários grupos étnicos espalhados pelas
regiões transfronteiriças de Moçambique, Malawi e Zâmbia. De entre eles, figuram os Chewa,
Achipetas e Azimbas.

A sua origem é associada a formação do estado onde, por volta do século 17, (Gabinete de
organização do 1o festival de dança popular, 1978), altura em que se supõem, ter sido
adaptado como uma forma de manifestação do seu poderio perante os povos conquistados. Do
ponto de vista lendário, as fontes orais continuam a relacionar esta origem aos Undi, que
supostamente ´´ do Malawi teria vindo ensinar essa data aos moçambicanos``. (Entrevista com
um Nyau de Malawi, 20. 04. 07).

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O termo Nyau designa igualmente o dançarino, quando já equipado com os vestes,
nomeadamente as mascaras e o restante fardamento. Por sua vez, ´´ Gule Wankulo`` significa
grande dança. De facto, o Nyau é uma dança invejável que atrai molduras humanas
espectáculos que proporciona, ensuma, pelos seus elevados valores artístico-culturais. Por
outro lado, o Nyau é igualmente um símbolo de contestação das comunidades locais, primeiro
contra invasão Nguni e depois contra a presença colonial portuguesa, está aliada a igreja
católica.

Com efeito, a há indicações da presença de grupo Nguni, chefiados por descendente de


Zuangedaba e Nguana Maseko, por volta de 1890, em território moçambicanos como, Tete,
Niassa, submetendo os chewas (UEM, historia de Moçambique, vol. 1, 1988). Admite-se que
tinha sido quando desta submissão que se enriqueceu a dança Nyau, procurando contestar
contra esta invasão.

Namulene

É uma dança feminina. Os homens apenas participam como instrumentistas. A esta dança foi
atribuído o nome de tamadune em honra de uma mulher makonde co-fundadora do grupo
cultural que assim era chamado. É praticado por ocasiões das recepções dos recém-iniciados,
rapazes e raparigas, e também em dias festivos, não possuem nenhuma traje específico e para
a sua execução, as dançarinas formam um círculo, destacando-se duas para o meio da roda.
Usa-se, como instrumentos seis batuques: Ntodje, três makuti e dois magoma. As canções
entoadas invocam alguns acontecimentos importantes das comunidades e factos ligados a luta
de libertação nacional, como é o caso de Massacre de Mueda.

Dança Zore

Zore (Zona sul ´´Inhambane``)

A dança Zore é originaria da região de Zavala, em Inhambane essa dança era feita devido as
guerras constantes quês Chopes (tribo de sul de Moçambique) travavam os Ngunis (tribo sul
africano). Esta dança era praticada para celebrar as vitórias dos guerreiros nas batalhas que
estes travavam, hoje ela praticada geralmente pelas mulheres, os homens tocam instrumento,

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batuque, timbila, lata, etc.). Para além da Zore, nesta província podemos encontrar o Timbila
que já fez parte do património da UNESCO.

A dança é caracterizada pela apresentação de tambores ou batuque feito de madeira oca


revestido com pele de animal, por utilizar as mãos e dois chocalhos para tocar batuque, utiliza
apito para dar uma determinada atenções, por combinar som de batuque com as canções
sintonizando a formação histórica, identidade social e cultura do povo do local de Gole e por
ser executado em pares ou individuais ou mesmo mais de dois homens e mulheres com algum
movimento com o corpo recto mantendo o ritmo vibrante com mais incidência para acentuar.

Zore é uma dança que antigamente era executado pelos bitonga, após as colheitas agrícolas.
Realizava-se principalmente nas noites de lua cheia, pois esta constituía um símbolo da
fertilidade. Ela era apresentada nas festas organizadas pelas autoridades tradicionais para
comemorar o fim das colheitas integrada em concurso entre os grupos de várias regiões. Um
toque de pundu (chifre de impala) chamava-se as pessoas para o local.

Normalmente a dança era executada pelas mulheres em movimento trepidantes das ancas,
nádegas, barriga e perna, enquanto os homens tocavam os tambores. As dançarinas formam
um semi-circulo com os tocadores a frente, e entram duas a duas para o meio disputando entre
si a primazia de continuar a dança com outras. Mas recentemente, esta dança passou a ser
acompanhada de Xakala instumento feito com lata de zinco enquanto dançam, as mulheres
utilizam apito e chocalho (Nzela), feito actualmente com lata de leite no interior das quais se
põem semente. As canções entoadas nos seus coros tiveram sempre como tema de dominante
a critica social, referindo-se aos régulos e chefes que maltratavam as populações, as mulheres
que abandonavam a família, etc.

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Conclusão

Depois de realizar o trabalho conclui que a cultura é toda actividade física ou mental que não
advêm necessariamente das biologias mas uma construção social, partilhada pelos membros
de um grupo que possuem características comum entre si. É algo aprendido, assimilado e em
constante transformação. Possuidor de um tesouro de signo que tem a faculdade de
multiplicar infinitamente, o homem é capaz de assegurar a retenção de suas ideias eruditas
comunica-las para outros homens e transmiti-las para seus descendentes como uma herança
sempre crescente. Basta apenas a retirada erudita para que esta afirmação de Turgot possa ser
considerada uma definição aceitada de conceito de cultura.

A cultura é um complexo que compreende os conhecimentos, as crianças, a arte, o direito, a


moral, os costumes, e todas as outras aptidões e hábitos que o homem adquiri enquanto
membro de uma sociedade, também podemos dizer que a cultura es própria do homem porque
trata de actividade do homem, que ele realiza enquanto um ser que domina o universo. Deste
modo a cultura vai significar os hábitos e costumes do homem.

Porem, segundo o historiador francês Nathan Watchel, a cultura é todo fenómeno de


interacção social que resulta de contacto entre duas culturas e não somente de sobreposição de
uma cultura a outra. Já Alfredo Bosi, em dialéctica da colonização afirma que esse fenómeno
prove do contacto entre sociedades distintas e pode ocorrer em diferentes períodos históricos
dependendo apenas da existência do contacto entre cultura diversas, constituindo assim um
processo de sujeição social.

A dança é um conjunto de movimento rítmicos do corpo passo ou salto cadenciados ao som


compassado da música ou da voz é uma actividade muito importante para o complemento,
desenvolvimento de ser, contribuindo para a sua exerção na sociedade.

Uma dança tradicional é característica de uma determinada zona ou pais é composta por uma
serie de passos definidos, as danças tradicionais, são uma das formas da expressão da cultura
que um povo deve ser lembrada e ensinada aos jovens, na dança estão associados as roupas e
modo de vestir específico.

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Referência bibliográfica

ALVES.P.Albano. dança tradicional.1957

ANUARIO DA CAMPANHA DE MOCAMBIQUE.1930.17. edição. A.W. Bayly.com.ltd

FERNANDO, Dava (director do ARPAC/Instituto de Investigação Sociocultural)

FENHANE João Batista.1988.historia 9 classe. Diname. Maputo

SILVA, M.H (2006). Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto

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