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2th Year
Beira
2022
Alberto Luís Goma
Ucapa Luís
Docente: Militao
Beira
2022
Sumário
Introdução..................................................................................................................................1
A religião Tradicional Africana: o culto aos antepassados, crença na magia e feitiçaria..........2
A magia......................................................................................................................................4
Feitiçaria.....................................................................................................................................7
Conclusão...................................................................................................................................9
Bibliografia..............................................................................................................................10
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Introdução
A religião Africana traz consigo Uma realidade diferente e em alguns enigmática por
causa de Como ela se apresenta no mundo e pela visão do mundo que tem uma religião
diferente nos actos, a nossa religião é considerada obscura, isto, porque a componente magia,
feitiçaria e cura são aplicadas a ela, com o destaque para feitiçaria.
Vamos compreender que esses aspectos fazem parte das outras formas de religião, as
religiões tradicionais Africanas, são destinados a manter as relações com os ancestrais e
entidades divinas, entre o mundo visível e invisível como vamos entender no trabalho.
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vivos está uma comunidade dos mortos. Entre as ambas comunidades, vivos e mortos, ocorre
uma relação simbiótica.
Certos componentes do homem são a herança, outros são dom e outros ainda existem
porque o indivíduo decidiu integrá-los, os reforçar e os consentir através de diversos
sacrifícios e rituais que exigem esta integração. Todos esses componentes são vivos, móveis e
se transformam. O munthu, homem, deve exercer a sua vigilância permanente para os
conservar e fazer convergir todas as energias nas quais ele sente e é resultante.
Bernardi tem aqui um resumo feliz sobre a linguagem religiosa. Com ela o símbolo
exprime a analogia entre um elemento e o seu significado religioso: a floresta para os
africanos é símbolo de “plenitude, de vida e de ordem”, ao passo que para um europeu é
símbolo de “desordem, perigo, de extravio” (Bernardi 1988: 388).
A magia
A magia faz parte da natureza e do homem, e os africanos acreditam que esse poder
magico vem de Deus e assim sendo, eles usam esse poder de diversas formas. Isto é, para o
bem de uma comunidade ou de particulares e desta forma para o mal também.
A magia, quer dizer o esforço de captar esses dinamismos e suas propriedades, está na
lógica de pressuposto. Um dos fundamentos de arte de viver Africano é a “participação” ou
comunhão profundo com Universo. Para Africanos tradicional, o seu projeto maior é aquele
da vida em harmonia com humanidade e com a natureza. Para ele o mal é antes de tudo, a
desintegração. O bem é integração que passa pela participação total da vida humana, na
grande família que compreende os Ancestrais, os vivos e aqueles que virão.
E é por isso que a ação do mundo oscila entre os dois polos: a técnica, que consiste no
saber empírico, muitas vezes incontestável (farmacopeia; procedimentos agrícolas, etc.) e o
sacrifício que invoca os deuses para que os fenômenos cósmicos sejam favoráveis ao homem.
E é nesse mundo entre dois mundos que se encontra a magia e se manifesta como certa
técnica de cura e ao mesmo tempo como ação religiosa, mágico-religiosa. (Domingos L. T.,
2021, p. 10697).
A filosofia teve e tem um Grande papel no estudo e descoberta das diversas vertentes
de religiões, sendo elas Africanas (o culto aos antepassados, crença na magia e feitiçaria),
Ocidentais.
As religiões africanas são, por natureza, iniciáticas (Verger 1999). Tal fato constitui
todo um envolvimento de maior profundidade entre o sujeito e a divindade.
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Pelo que Podemos entender, is africanos tem Como objectivo iniciar a sociedade no
conhecimento da divindade e desta forma criar Uma relação profunda com Essa divindade
que os concede o poder da magia para diversos fins.
Somos apresentados dois polos, duas posições que nos leva a perceber a dinâmica e
acção do homem no Mundo. E é por isso que ação do mundo oscila entre os dois polos: a
técnica, que consiste no saber empírico, muitas vezes incontestável (farmacopeia;
procedimentos agrícolas, etc.) e o sacrifício que invoca os deuses para que os fenômenos
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cósmicos sejam favoráveis ao homem. E é neste mundo entre dois que se encontra a magia e
se manifesta como técnica “profana” de cura e ao mesmo tempo como ação religiosa, ação
magico/religiosa.
Qualquer ser humano é colocado numa relação de forças vitais, algumas mais
desenvolvidas do que a sua própria força. Essas forças mais desenvolvidas são o próprio
Deus, os antepassados, os defuntos da linhagem, da família; são os pais, feiticeiros, bruxos,
etc. Elas podem influenciar a sua vida no bom sentido (saúde, riqueza, poder, promoção na
profissão, etc.), aumentando a sua força vital, ou no mau sentido (doença, morte, pobreza,
insucesso na profissão, etc.), diminuindo a sua força vital. Por isso, o culto aos ancestrais,
num mundo criado por um deus que dele se distanciou, constitui o aspecto mais observável
da cosmovisão Africana - bantu sem se reduzir a ele. O que está por trás do culto aos
ancestrais, senão a busca da conservação e do crescimento constantes da força vital, fonte
inesgotável da vida e de todas as felicidades? (MUNANGA,1995/6, cit. (Domingos T. L.,
2015, p. 167) ).
O negro-Africano tradicional, aquele que possui “saberes endógenos” não vive apenas
no mundo das aparências, os vivos e os mortos estão em relação permanente: os vivos
visíveis da “aldeia sobre a terra” ficam em relação estreita com os defuntos, os vivos
invisíveis da “aldeia sobre terra”. Não se trata apenas de ir além das aparências, mas de
capturar simbolicamente o mundo invisível; na qual, os ritos de sacrifícios, as práticas de
adivinhação, a arte de magia, a crença na feitiçaria, etc.
A força, a vida possante, a energia vital” são objetos das orações e invocações a Deus,
aos espíritos e aos defuntos, assim como tudo o que se denomina magia… na linguagem
Bantu descobrir-se-á facilmente palavras ou locuções que designam uma força, que não é
exclusivamente corporal, senão totalmente humana. (ALFREDO, 2018, p. 27)
vezes, videntes, sacerdotes e mágicos, etc. Os adivinhos que procuram conhecer a origem ou
a causa do mal e a natureza da doença, sacerdotes oferecem sacrifícios aos génios
responsável e causador da doença, e mágico que usam a magia para as circunstâncias
específicas.
Feitiçaria
Nesta pesquisa, a ênfase é dada às tensões sociais experimentadas pelas pessoas no
seio familiar e na comunidade, como resultado dos discursos e práticas que envolvem a
possessão espiritual e a feitiçaria.
De certo temos autores que apresentam uma visão diferente e tentam trazer um
diferencial entre a feitiçaria e a bruxaria. Vamos observar essas ilações no decorrer da
pesquisa. No entanto, para este estudo a distinção é irrelevante, pois quer a feitiçaria quer a
bruxaria resultam da crença do grupo social que pratica. O termo feitiçaria tal como o
pretendemos usar neste estudo, refere-se a todos os atos de magia e de bruxaria cometidos
pelas pessoas para fazer mal às outras. Porque fazer uma análise nessa vertente? Vamos fazer
porque nos identificamos com esta realidade.
Debates sobre feitiçaria incorporam ideias de fontes diversas. Noções como poder
satânico, antepassados invejosos, ervas mágicas, poderes pessoais de provocar o mal,
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O que tentamos trazer é como o acto de feitiçaria toma lugar e quais podem ser as
motivações que leva a utilização desse poder, considerado magia negra. Ela nos remete a um
tipo de violência contra uma certa individualidade, podemos citar o (Mahumane, 2015, p. 6)
que nos diz “às práticas sobre feitiçaria produzem e reproduzem ideologias que legitimam a
violência e a subserviência no contexto familiar, sobretudo na relação entre mais velhos e
mais novos (gerontocracia), pais e filhos, homens e mulheres.”
Os mais velhos são os que mais tem conhecimentos a respeito desta pratica e certos
casos eles mesmos praticam, quer para o bem, quer para o mal. No bem, para proteger e
cuidar de sua família e para o mal é usado para ganhar algo em detrimento, sofrimento e
destruição da pessoa alheia.
Esse poder da magia negra como já foi comentado traz-nos aqui o negativo e o
positivo da aplicação deste poder. Existe uma confusão entre o relacionamento de feitiçaria,
magia e cura, para nós o relacionamento destas esferas é claro.
A magia tem sido a mãe de todas outras forças ou poder dependente de como cada um
pode preferir chamar. Assim sendo, a feitiçaria e cura são os dois polos conforme esta patente
acima quando falamos do bem e do mal, ou aqui do negativo e o positivo. Neste caso a
feitiçaria representa esse poder maligno que cujo objectivo é fazer mal a outrem; o que vem a
ser positivo e benéfico é o acto de cura.
Conclusão
Nesta pesquisa, podemos concluir que, a religião africana contem aspectos diferentes
de outras formas de religião existente no mundo, mas de certa forma contem também uma
certa semelhança no que nos liga a mesma forca ou poder de uma divindade, ou seja um ser
superior.
A religião africana presta o seu culto aos deuses e aos mortos que eles chamam de
ancestrais (mortos que viveram bem aqui na terra e que acreditam estar próximos da grande
divindade). A magia e feitiçaria fazem parte dessa religião como parte integrante desse culto
africano.
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Bibliografia