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3 AS MINORIAS PSICOLÓGICAS
Objeto quase exclusivo das suas pesquisas: que problemas constituem o centro da exploração e da
experimentação da psicologia social
DEMOGRAFIA E PSICOLOGIA
AS MINORIAS JUDIAS
Judeus reconhecidos como seres humanos somente a partir da Revolução Francesa e americana.
Necessidade de um bode expiatório. Uma minoria privilegiada consegue mobilizar uma massa cuja
agressão canaliza contra uma minoria rejeitada. O sucesso dos judeus também provoca o anti-
semitismo. Antes, a discriminação era justificada por motivos religiosos. Depois, os nazistas utilizaram
argumentos baseados n antropologia e biologia.
Trata da educação que o jovem judeu deveria receber para evoluir normalmente. Lewin compara a
educação do judeu a de uma criança adotada.
Na medida em que o grupo da status social, o indivíduo sente-se seguro. A segurança ou insegurança no
grupo confere solidez ou fluidez do terreno sobre o qual o indivíduo se mantém.
Problema de qualquer grupo humano (para Lewin): em que medidade um indivíduo, pertencendo a seu
grupo, pode satisfazer suas próprias necessidades ou aspirações psíquicas sem comprometer
indevidamente a vida e os objetivos do grupo
A criança deve conhecer o mais cedo possível a sua condição de pertencimento a um grupo
discriminado. Explicar que essa é uma questão social.
Explicar que o que constitui um grupo e dele faz um todo dinâmico é a interdependência da
sorte de seus membros. Perigo para o jovem judeu: ser um marginal na sociedade e permanecer
durante toda a vida como um adolescente incapaz de se identificar ao grupo ao qual pertence ou
quer pertencer.
O mais importante dos três estudos. Trata dos mecanismos de auto-depreciação do seu próprio grupo.
Um fenômeno de grupo: afeta as relações intragrupais no interior da grande família judia. Ex:
judeus alemães culpavam os judeus eslavos pela perseguição dos nazistas e judeus emigrados
para os EUA culpavam judeus alemães.
Um fenômeno individual: alguns criticam os judeus, outros difamam a família, outros rejeitam a
si próprios. Há também os que rejeitam os costumes, língua, valores, cultura dos judeus.
Um fenômeno social: para Lewin o ódio de si depende muito mais das atitudes que cada
indivíduo adota em relação ao problema judeu do que das estruturas mentais ou emotivas da
sua personalidade. O ódio de si é observado em todas as minorias discriminadas. Ex. Negros
mais claros discriminam negros mais escuros; 2ª geração de imigrantes americanos
menosprezam os pais. Para judeus: percebem que por serem judeus suas ambições podem ser
frustradas e passam a odiar o seu próprio grupo. Conflito criado pela situação social na qual o
indivíduo é forçado a viver – fenômeno sócio-psicológico. Quando são aceitos em uma
coletividade, os traços de neurose típicos dos judeus desaparecem.
MINORIAS E MINORITÁRIOS
Publica novo estudo, Cultural Reconstruction (1943), onde, a partir dos estudos sobre judeus, tenta
explicar a psicologia de todo grupo minoritário.
Tese principal: toda minoria psicológica tem suas dimensões antes de tudo sociais, em suas origens,
estrutura e em sua evolução.
Em relação à estrutura:
Força centrípeda - campo de força exercido sobre seus membros – coesão (traços culturais),
chauvinismo posiivo. Engedram atitudes de lealdade para com o grupo.
Forças centrífugas – influência dissolvente sobre os membros da minoria. Desejo de pertencer à
maioria, em função dos privilégios / prestígio. Chauvinismo negativo.
Constitutivo do grupo: fator de unificação – faz desses indivíduos múltiplos um só grupo coerente.
Unidades articuladas de modo orgânico: o grupo étnico é percebido com valência positiva.
Minorias mal ou não integradas: agregação de indivíduos submetidos às mesmas restrições e
privações. Não é um grupo propriamente dito. Querem se integrar à maioria. As ligações entre
os membros do grupo são frágeis. O grupo étnico é percebido com valência negativa.
Minorias integradas: condição de minoritários é aceita, então unem-se na luta pela emancipação.
Minorias não integradas: condição de minoritários é suportada. Não existe interdependência entre os
membros.
Opções possíveis:
Grupo dos que perdem a crença na sua sobrevivência: buscam tudo que favoreça a sua
assimilação à maioria
Grupo dos que optam por sua sobrevivência: sobrevivência como emancipação do jugo
arbitrário da maioria.
o Grupo A: querem assegurar a sobrevivência através da integração com a maioria, pela
igualdade de direitos e privilégios. Tendem a destacar os aspectos que os unem à
maioria.
o Grupo B: buscam assegurar a sobrevivência separando-se ou emancipando-se
totalmente da maioria para garantir a integridade da cultura e a conquista da plena
identidade. Para Lewin, só esse grupo tem a possibilidade de assegurar a sua
sobrevivência.
A pesquisa em psicologia social deve originar-se a partir de uma situação concreta a modificar. E deve
inspirar-se nas transformações e componentes novos que surgem durante e sob a influência da pesquisa.
2. Os fenômenos sociais não podem ser observados do exterior ou em laboratório (de modo
estático). O pesquisador deve prosseguir suas pesquisas no próprio campo em que se
manifestam os fenômenos que estuda e só tentar modificar sua dinâmica com o consentimento
dos membros do grupo que servem à experimentação.
O pesquisador deve assumir dois papéis complementares: de observador e participante.
Lewin é um dos principais teóricos do Gestaltismo. Seus estudos em psicologia social baseiam-se em
postulados da Gestalt.
Atitudes Coletivas
Até então, os psicólogos sociais orientavam suas pesquisas para determinar o contexto mais propício ao
aprendizado das atitudes sociais democráticas. O meio educacional: o mais apto a formar o cidadão
americano perfeito.
A partir de Lewin: interesse dos pesquisadores volta-se para atitude coletivas, comportamentos em
grupo e atitudes sociais.
Situação social: cadeia de fenômenos cuja resultante é o comportamento do grupo. No início e fim
dessa cadeia encontram-se as atitudes coletivas. Tempos da cadeia:
Adaptação social: atingir seus objetivos pessoais sem romper os laços funcionais com a realidade
coletiva ou o campo social em que se insere.
A liberdade de movimento e a escolha indivdual dependem do clima social que prevalece no grupo. A
conduta do indivíduo depende da dinâmica dos fatos e dos valores percebida em cada situação.
O campo de força que se destaca da interação dos fatos e valores depende de:
Tendências do eu: maneira única pela qual cada indivíduo percebe cada instante presente em
função do seu passado pessoal.
Tendências do super-ego: imperativos da sociedade (como foram interiorizados pelo indivíduo)
A própria situação social – conjunto de fragmentos do universo social com os quais ele está em
estado de interdependência
Modificações nas relações dialéticas para que a mudança social ocorra deve unir:
A pesquisa em psicologia social deve ser uma ação social. O observador deve perceber o grupo
como Gestalt, para depois descobrir sua dinâmica essencial, deve empreender de dentro a tarefa
de reestruturá-los.
Condições para assegurar a validade da experimentação:
o A. operar em pequenos grupos socias engajados em problemas sociais reais e
preocupados em se reestruturar
o B. Deve ser realizado por grupos-testemunhas, engajados em relação às mudanças
sociais que querem introduzir.
Etapas
o A. Análise das percepções do grupo, sub-grupos e indivíduos.
o Conjecturas sobre a evolução das percepções do grupo
o Prever novos modos de comportamento do grupo em harmonia com a reestruturação
da percepção de grupo.