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Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2022
Benilde de Liberdade de Castro
Fombe Mário Fombe
Solange Fernando
Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2022
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Índice
1.Introdução................................................................................................................................2
1.1.Objectivos.............................................................................................................................2
1.1.1.Objectivo Geral..................................................................................................................2
1.1.2.Objectivos específicos........................................................................................................2
1.1.3Metodologia........................................................................................................................2
2. Resistência contra a dominação Colonial Portuguesa em Moçambique (Sul)........................3
2.1.O combate de Marracuene (2 de Fevereiro de 1895)............................................................3
2.1.1.Resistência de Magul.........................................................................................................4
2.1.2.Resistência de Coolela.......................................................................................................5
3.Conclusão.................................................................................................................................7
Bibliografia.................................................................................................................................8
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1.Introdução
O presente trabalho, tem como objecto trazer elementos relevantes da resistência do povo
moçambicano face à colonização portuguesa com enfoque no sul de Moçambique.
Para uma melhor compreensão, o mesmo vai contar com um amplo contexto histórico em
fases. A razão disso é o facto de existência de várias personagens que levaram a cabo a
resistência à dominação colonial portuguesa no sul de Moçambique, sendo a luta armada, o
culminar desses movimentos de resistência, daí a sua importância.
1.1.Objectivos
1.1.1.Objectivo Geral
1.1.2.Objectivos específicos
1.1.3Metodologia
No princípio de 1498 embarcações dirigidas por Vasco da Gama atracaram na costa sul de
Moçambique (Inhambane), sendo a partir daí que sucessivamente foram aparecendo, de
passagem, outras embarcações que se cruzavam e disputavam pelo espaço na costa
Moçambicana e pelas rotas marítimas do Oceano Índico com os Swahillis, Árabes e Indianos
(CABAÇO, 2007, pp. 27-30).
Segundo VILHENA (1999) na altura da conquista este Estado estava sob reinado de
Ngungunhane. Para a conquista de Gaza, Portugal usou duas vias: A diplomática e a militar.
As hostilidades entre o Estado de Gaza e a força portuguesa foram antecedidas de uma
pequena agitação em Angoana, Marracuene, como resultado da disputa de terras e aumento do
imposto.
Segundo CABAÇO (2007) em finais de Janeiro de 1895 uma força portuguesa, comandada
pelo major José Ribeiro Júnior e tendo como segundo-comandante o major Alfredo Augusto
Caldas Xavier, avançou para Marracuene, na margem direita do rio Incomati.
Devido a doença do major José Ribeiro Júnior a força passou a ser efectivamente comandada
pelo major Caldas Xavier, o qual foi o responsável quase único pela condução das operações.
Integraram a expedição 37 oficiais e 800 soldados (VILHENA, 1999).
As forças rongas, totalizando cerca de 4 000 homens, eram comandadas pelo jovem príncipe
ronga Nuã-Matidjuana CaZixaxa iMpfumo, que ficaria conhecido na historiografia
portuguesa por Zixaxa, e que seria, um ano mais tarde, um dos prisioneiros deportados para os
Açores.
No terreno ficaram mortos cerca dos 66 guerreiros vaRonga. Segundo o relatório do combate,
os ”mortos no local foram enterrados e os feridos eliminados, amontoados e cremados com
petróleo, deixando um cheiro nauseabundo no ar”. Do lado português são contabilizados 24
mortos e 28 feridos (VILHENA, 1999).
O confronto de Marracuene é hoje por vezes referido por Gwaza Muthine, expressão em
idioma xiRonga que significa lugar do trespasse com a lança. Neste contexto, muthine
significa lugar e gwaza pode ser traduzido por trespassar, atravessar com uma lança ou ainda
azagaiar.
Dias depois, os portugueses retiram-se para Lourenço Marques, enquanto as forças rongas se
reorganizam em torno de Magude, onde os régulos Nwamatibyane e Amgundjuana se
refugiam, ficando sob a protecção de Ngungunhane que lhes aceita a vassalagem (idem).
2.1.1.Resistência de Magul
O Combate de Magul foi uma batalha travada na região de Magul (Moçambique) entre uma
força expedicionária Portuguesa, liderada por Alfredo Augusto Freire de Andrade e os
guerreiros tribais Ronga, liderados por nuã-Matidjuana caZixaxa Mpfumo e pelo seu primo
Mahazul (CABAÇO, 2007).
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No dia 8 de Setembro de 1895, uma coluna portuguesa, vinda do Sul, trava a batalha de
Magul, onde se encontrava refugiado Nwamatibjana.
O poder de fogo das metralhadoras e da artilharia europeia era enorme, fazendo com que os
Ronga não conseguissem furar o quadrado Português. Ao fim de duas horas de combate, os
africanos retiram, deixando para trás 400 mortos. Do lado português contabilizam-se 5 baixas
entre os soldados continentais, uma vitória esmagadora e que muito desmoralizou os Ronga
(VILHENA, 1999).
Depois da vitória inquestionável, a tropa portuguesa aproveita para semear o medo entre as
povoações, tentando desta forma quebrar o sentimento de revolta contra o domínio colonial, e
são incendiadas varias aldeias.
Ngungunhane não intervém, pois aguardava ainda por ajuda inglesa que no entanto não surge.
Os britânicos ao verem a determinação que o governo português emprega nestas acções,
retiram o apoio ao imperador africano.
2.1.2.Resistência de Coolela
Segundo CABAÇO (2007) administração colonial portuguesa exigia a entrega dos régulos
Matibejane e Maazul, um pagamento anual de 10 mil libras em ouro, autorização da cobrança
de impostos e outras facilidades comerciais e militares.
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No entanto, Ngungunhane não aceitou tais condições que significavam a perda completa dos
seus direitos e a submissão do seu povo. Por isso reuniu todas as suas mangas num exército
sob o comando de Maguiguana.
Apesar de muitos chefes de tribo se recusarem a enviar os seus homens para combater os
portugueses, Maguiguana conseguiu reunir cerca de 10 mil homens equipados com cerca de
duas mil espingardas (idem).
Para FRANCISCO (2021) no dia 7 de Novembro de 1895, outra coluna, vinda de Inhambane,
trava batalha com o exército de Gaza, em Coolela, perto de Manjacaze.
A Batalha de Coolela foi um confronto travado entre forças portuguesas comandadas pelo
coronel Eduardo Galhardo e forças do Império de Gaza comandadas pelo imperador
Gungunhana.
De cordo com CABAÇO (2007) a batalha que se travou foi de curta duração, mas trágica com
enormes consequências para Ngungunhane, que dela saiu derrotado. Quebrada a resistência
nativa, no dia 11 de Novembro os portugueses incendiaram Manjacaze, o lugar sagrado dos
vátuas.
Em consequência desse sucesso, muitos chefes das tribos que residiam entre os rios Save,
Chengane e Limpopo apressaram-se a prestar vassalagem aos portugueses, aceitando as
consequentes imposições.
Foi no seu exílio, nos Açores, que Ngungunhane veio a morrer em 1906. Após a prisão de
Ngungunhane a resistência continuou liderada por Maguiguane, até Julho de 1897.
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3.Conclusão
Após a pesquisa do trabalho, concluiu-se que no início de 1895, António Eanes, Alto-
comissário para Moçambique, ordenou uma ofensiva militar contra Ngungunhane, que
naquela época já havia perdido a lealdade de muitos dos seus súbditos.
O seu império era, assim, invadido por confrontos sangrentos. Depois das batalhas em
Coolela e Mandlakasi, Ngungunhane fugiu para Chaimite, província de Gaza, a aldeia sagrada
do império onde o seu avô estava enterrado.
Assim, no dia 28 de Dezembro de 1895, o "Leão de Gaza" foi preso por Mouzinho de
Albuquerque, o governador português do distrito militar de Gaza. Deportado para a capital
portuguesa, Ngungunhane e a sua comitiva foram expostos à curiosidade popular.
Bibliografia