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Os prazos e a companhia de Zambézia

O declínio desses prazos na segunda metade do século xvII possibilitou, nos primórdios do
século xIx, o aparecimento de estados cujas dinastias reinantes, profundamente envolvidas no
comércio de escravos questionam a soberania portuguesa. Pressionando pelas grandes
potências imperialistas, Portugal procedeu a << ocupação efectiva>> da Zambézia e destruiu
aqueles Estados, enquanto em 1890 fazia promulgar legislação que, repondo muitas
características dos antigos prazos da coroa, atraiu o capital internacional e fomentou o
desenvolvimento do sistema plantação destinadas as industrias Europeias.

Recenseamento, trabalhou forcado, baixos salários, exploração desenfreada dos recursos


naturais e migrações caracterizaram a penetração imperialista na Zambézia, entre 1890 e 1930.

Recorda que praticamente toda margem direita do Zambeze, desde Tete até a foz do oceano
indico, se encontrava partilhada pelo Estado de Massangano (da família Cruz) e pelo Estado de
gorogosa (de Manuel António de Sousa). Na margem esquerda do mesmo rio, os Estados da
Macanga (da família de caetano Pereira) e de Massingire (família Vaz dos Anjos) dominavam
uma área que ia do rio Chire ao território UNDI, em Tete. Na Maganja, dominava João Bonifácio
da silva (o «Mpasso,››), grande mercador de escravos, cujas ambições expansionistas o levaram
a entrar em guerra com Mussa Quanto de Angoche.

Extintos pela primeira vez em 1832 por um decreto régio, em 22 de Dezembro de 1854, um
outro decreto «extinguia›› pela segunda vez, os prazos da coroa, mandando reverter para o
Estado as terras possuídas em três gerações. Apesar de extintos na lei, os prazos existiam de
facto. Por isso, o governo colonial em Moçambique procurou reverter a situação em seu favor,
restruturando o velho esqueleto dos prazos e transformando-os em plantações.

Em 1888, o governo português nomeou uma comissão encarregada de estudar a introdução


de reformas dos prazos. Um ano depois, a comissão identificava três tipos de prazos no vale do
Zambeze;

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 Os prazos de fazenda industrial, que fabricavam tijolos e produziam bebidas alcoólicas;
 Os prazos fiscais que cobravam o mossoco;
 Os prazos feudais.

Perante este quadro, a comissão concluiu que Moçambique não reunia condições para ser uma
colónia de povoamento ou colónia comercial, para colónia de plantação. Assim sugeriu que se
mantivesse o sistema de prazos para se incrementar o sistema de plantação e que parte do
mossoco fosse cobrada em trabalho.

Com base nesse relatório, em 18 de Novembro de 1890 publicava-se um decreto do futuro


comissário-régio de Moçambique, António Enes, que num dos artigos dizia o seguinte: o
arrendatário fica obrigado a cobrar dos colonos, em trabalho rural, pelo menos metade da
capitação de 800 reis, pagando esse trabalho aos adultos na razão de 400 reis por semana e aos
menores na de 200 reis.

A companhia da Zambézia

Fundada em 1892 (nasceu da fusão da sociedade dos fundadores da companhia geral da


Zambezia, criada em 1880, com a central África and Zoutpamberg Exploration company), a
companhia da Zambezia não possuía direito majestáticos. Era uma companhia arrendatária. A
maior parte das acções foram compradas por sul-africanos, ingleses, alemães, francesas e pelos
príncipes de Mónaco, encontrando-se as duas sedes principais em Lisboa e Paris. Exercendo as
actividades numa área de cerca de 110 000 km², cobria os terrenos agrícolas mais férteis de
Moçambique.

O decreto de 24 de Setembro de 1892 concedia a companhia da Zambézia a administração por


conta própria e pelo período de dez anos dos prazos da coroa situados a norte do rio Zambeze e
a oeste dos rios Luenha e Mozoi. O sistema de prazos, legislado em 1890, permitiu a companhia
um extenso controlo sobre a forca de trabalho (os camponeses tinham de pagar metade do
Mussoco em trabalho rural e a outra em dinheiro) e sobre os recursos naturais do seu território,
bem como o monopólio de mercado sobre a produção camponesa.

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Os prazos e a companhia da Zambézia

A acção do Estado colonial e a transformação dos prazos em plantações

Segundo António Enes, o mestre da colonização em África, era necessário tornar as


terras dos prazos mais rentáveis para a coroa. A formula encontrada foi passa-las para as mãos
das companhias agrícolas e agro-industriais.

[O decreto de 1890 deixava claro a necessidade do] desenvolvimento da agricultura industrial


na terra dos prazos e para isso converter o imposto do mossoco em meio indirecto de obrigar
de quem o paga e quem o cobre a ampliar-se a exploração do solo porque a Zambézia
‘’agricultura da e retaliadas em propriedade particular, ficara mais sujeita a autoridade da coroa do que ocupada
miliariamente`.`

Foi na base do decreto de 1890 que grandes extensões de terra das províncias nortenhas da
Zambézia e de Tete foram entregues a indivíduos e a empresas privadas. A falta de capitais por
parte dos capitalistas portugueses levou as autoridades portuguesas a transferirem os direitos
de exploração a grandes companhias estrangeiras. Sem capital, Portugal nunca conseguiria
assegurar a ocupação efectiva de territórios tão vastos como Tete e a Zambézia. A criação de
companhia acabou por ser a estratégia possível, no entanto, demorou bastante tempo a operar
em pleno.

O surgimento da companhia

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Na sequência do decreto de 1890, criaram-se varias companhias arrendatárias. Uma delas foi a

companhia da Zambézia.

Tabela das companhias da Zambézia

Nomes das Fundação Prazos e datas de compra, arrendamento ou


companhias subarrendamento

Zambézia 1892 Massingire, Andone, Anquaze(1897) e Timbué (1900)

Boror 1898 Boror, macuse, Licungo, Tirre (1898) e Nameduro (1916)

Societedu Madal 1904 Madal (1903 pelos predecessores Gonzanga, Bovay e C,ª),
Tangalane, cheringone (1903), Maindo (1904) e Inhassunge
(1916)

Empresa Agrícola 1906 Lugels, Milange (1906) e lomue (1910)


do Lugela

Sena sugar estates 1920 Maganja d`Aquem Chire (1894,pela predecessora companhia
A do Acucar de Mocambique); Luambo (1911, pela segunda
predecessora Sena Sugar Factory) e meral(1922,ssf)

companhia da Zambézia foi constituída em 1892 com direitos arrendatários. A sua área até
1894 cobria cerca de 100 mil hectares de terra, que foram entregues a chefia de Paiva de
Andrade. O seu território ficava a norte da companhia de Moçambique, ocupando as terras de

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Chire, a fronteira co a Niassalandia e a Rodesia do Norte (Zâmbia), as quais se juntavam as
terras da margem direita do Zambeze, entre o Zumbo e o Luenha (idêntica a actual província de
Tete).

Ao longo dos anos, a companhia apoderou-se de áreas territoriais no curso do Zambeze. Acabou
mesmo por ficar na posse de vários prazos da coroa, quer Tete quer em Quelimane. Por volta de
1897, incluiu os prazos de massingir, Milange, Lugela e Lomue. A companhia, para além da
posse das terras dos prazos no quadro da legislação de prazos de 1890, passou também a
controlar toda a forca de trabalho e os recursos naturais no seu território, bem como o
monopólio do mercado sobre a produção camponesa.

O impacto do mussaco e do trabalho nas plantações para a população


camponesa

O mossoco foi o principal responsável no atraso das forcas produtivas no seio das comunidades
camponesas locais. Devido a sua prática, houve varias mortes na bacia do Zambeze e foi a
principal causa da fuga da mão-de-obra local para regiões distantes.

A destruição das forcas produtivas locais continuou quando a companhia introduziu a


exploração das propriedade destinada as plantações, sendo os principais alvos os camponeses
locais.

Para além dos problemas de mão-de-obra local, alguns arrendatários da companhia da


Zambézia confrontaram-se com aspectos negativos, tais como: fraca densidade populacional,
falta de vias de comunicação e transporte, carência de culturas e minerações lucrativas.

Havia várias formas de pagar o mossoco: Do simples pagamento em género até aos trabalhos
forcados, como o transporte da carregas pesadas as costas durante vários quilómetros. A
violência e a injustiça do mussoco acabaram por levar muitos habitantes da Zambézia a emigrar
para regiões menos exigentes.

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A companhia da Zambézia e seus arrendatários, incapazes de dinamizar a sua acumulação com
a exploração agrícola ou mineira, enveredaram pela coerção e cobranças de mussoco,
provocando a fuga da população para a Rodesia do Sul, onde as condições eram melhores,
embora não maravilhosas.

Para estes êxodos contribuíram significativamente as pressões exercidas sobre a população para
o trabalho de construção de estrada, cobranças de impostos, comercio fraudulento e transporte
das carregas pesado

Impactos do mussoco e trabalho nas plantações:

 Emigração maciça de produtores para ares de companhias menos exigentes, para


territórios sob controlo do Estado ou para o exterior. As causas da migração foram,
fundamentalmente, as seguintes: diferença entre os montantes dos impostos cobrados
em Moçambique e foram de Moçambique; serviços forcados após a liquidação do
Mussoco; serviços gratuitos a prestar ao Estado; vexames sofridos no recrutamento de
voluntários.
 Destruição da infra-estrutura económica Africana local.

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA

PEREIRA, José Luís Barbosa, História da 12ª classe 1ª edição, 3ª edição, Lisboa, plural
editoras, 167-169 págs.

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NHAPULO, jelesfero de jesus, História da 12ª classe, 3ª edição, Lisboa, plural editora,
167-169 págs.

Introdução

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Certamente o presente trabalho fala sobre a os prazos da Zambézia, companhia da Zambézia, o
surgimento da companhia, impacto do mussaco e do trabalho para plantações da população
camponesa e impactos do Mussoco nas plantações.

O modelo de gestão de competências são processo de gerenciamento que visam reconhecer,


manter e ampliar conhecimentos, habilidades e atitudes positivas no trabalho. As organizações
dotam este modelo de busca de aprimoramento, inovação e aprendizagem organizacional,
acreditando que os recursos humanos são peҫas estratégicas e representam oportunidades de
investimentos, especialmente quando o objectivo é a competição.

A premissa básica é a da que o aluno saiba ou pode aprender a identificar suas próprias
competências, necessidades, pontos fortes, pontos fracos e metas, assim, ele e a pessoa mais
capaz de determinar o que é melhor pra si.

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Conclusão

Ao final do presente trabalho o grupo chegou a falar sobre os prazos da Zambézia, companhia
da Zambézia, o surgimento da companhia, impacto do mussaco e do trabalho para plantações
da população camponesa a que é de Meira importância ter o conhecimento sobre a disciplina
História seja elas competências profissionais. Também. Porque a competência de estudo em
grupo ajudam também para que possamos relacionar da melhor maneira com os nossos colegas
de trabalho consequentemente tendo bom desempenho naquilo que são as funções no seu
posto de trabalho.

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ESCOLA SECUNDARIA DE maparra

TRABALHO DE PESQUISA DE HISTÓRIA

Tema: Os prazos e companhia da Zambézia

O presente trabalho é de
carácter avaliativo da disciplina
de geografia, leccionado por:

Docente: Mussa chiporo

12ª Classe Turma A1

Nampula, Agosto 2019

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ESCOLA SECUNDARIA DE maparra

TRABALHO DE PESQUISA DE HISSTÓRIA

Tema: Os prazos e companhia da Zambézia

Nome e número do elemento do trabalho

 Bento Agostinho Nº8


 Graça orlando Nº 23
 Isac Lemos Nº23
 Momade Saide Nº39
 Saleiro Gabriel Nº51
 Valdimiro Domingos Nº59
 Zainabo Biche Nº 62

12ª Classe Turma A1

Nampula, Agosto 2019

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Índice

Introduçãã o---------------------------------------------------------------------------------------------------1
Os prazos e a companhia da Zambézia----------------------------------------------------------------------------------2

Companhia da Zambézia----------------------------------------------------------------------------------------------------3

O surgimento da companhia----------------------------------------------------------------------------------------------5

Impacto do mussaco e do trabalho para plantações da população camponesa-------------------6

Impacto do mussaco e do trabalho para plantações----------------------------------------------------7

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