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Resumo - Texto de apoio

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Manaus, Amazonas - Brasil

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PRINCIPAIS PERÍODOS DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA

VII – V V – IV IV – III III – ano 0 – VII VII – XIV XIV – XVI XVI - XIX
PERÍODO
HELENÍSTICO OU
PERÍODOPERÍODO
PERÍODO FILOSOFIA
GRECO ROMANO RENASCIMENTO MODERNA
SISTEMÁTICO
ANTROPOLÓGICO
COSMOLÓGICO FILOSOFIA
OU SOCRÁTICOI – VII
OU
PATRÍSTICA:
MEDIEVAL XVIII – XIX
PRÉ-SOCRÁTICOSistematização sobre
cosmologia eÉtica, conhecimento,
antropologia. Política,
Origem doInvestiga e as que relação
as questões
mundoMostrando tudo pode ser –
homem teologia
conhecimento ILUMINISMO
causas dashumanas: ética
transformações política
objeto enatureza – deus.
do conhecimento técnicas
as técinicas. filosófico
da natureza Razão
Filosofia Filosofia Moderna
FILOSOFIA ANTIGA
Medieval

Filosofia Contemporânea: meados do século XIX até hoje


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Os primeiros filósofos
A fase inicial da filosofia grega é conhecida como período pré-socrático (anterior à Sócrates
ou à sua filosofia).
Esse período abrange o conjunto das reflexões filosóficas desenvolvidas desde Tales de
Mileto, no século VII a.C., até o século V a.C. Cabe ressaltar, porém, que alguns présocráticos
foram contemporâneos de Sócrates, sendo assim designados porque mantiveram o tipo de
investigação de seus predecessores, centrado na natureza.

OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS Concentraram-se, basicamente, em duas questões:

Qual é a origem, a matéria ou principio da Natureza? Qual é a autêntica realidade?

Dependendo das escolas, haverá diferentes respostas: O que nos oferece os sentidos ou o
fogo, água, ápeiron, etc. que oferece a razão?

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A busca da arché
Dentre os objetivos desses primeiros filósofos, destaca-se a construção de uma cosmologia –
explicação racional e sistemática das características do universo – que substituísse a antiga
cosmogonia – explicação sobre a origem do universo baseada nos mitos.
Assim, com base na razão e não na mitologia, os primeiros filósofos gregos tentaram
encontrar o princípio substancial ou substância primordial (a arché, em grego) existente em
todos os seres, a “matéria-prima” de que são feitas todas as coisas.
Algumas das principais características desse período incluem:
1. Busca pela origem e natureza do mundo: Estavam interessados em compreender a
origem e a natureza do universo e das coisas que o compõem. Eles buscavam explicações
racionais e naturais para entender o mundo, em contraste com as explicações mitológicas
tradicionais.
2. Racionalidade e observação: Enfatizavam a importância da razão e da observação para
compreender o mundo. Eles acreditavam que era possível alcançar conhecimento confiável
por meio da investigação racional e da observação direta da natureza.
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Diversidade de teorias: Apresentaram uma variedade de teorias e perspectivas sobre a
natureza fundamental da realidade. Cada filósofo tinha sua própria visão sobre qual era o
princípio básico ou elemento fundamental que constituía o universo.
Argumentação e debate: Frequentemente engajavam-se em debates e discussões filosóficas,
refutando as ideias uns dos outros e construindo novas teorias baseadas em argumentos
lógicos.
Introdução de conceitos abstratos: Alguns filósofos pré-socráticos começaram a introduzir
conceitos mais abstratos, como a "mente" (nous) de Anaxágoras, que sinalizou uma tentativa
de compreender não apenas a matéria física, mas também os princípios organizadores e
intelectuais.
Preocupação ética e cosmológica: Além de questões cosmológicas, alguns pré-socráticos
também exploraram questões éticas e morais, embora esses aspectos não fossem tão
proeminentes quanto nas filosofias posteriores.
Os filósofos desse período buscavam compreender os aspectos naturais do mundo,
chamados de physis. Buscavam identificar e entender quais são os elementos primeiros, que
deram origem a todas as outras coisas existentes no mundo.

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As principais escolas de pensamento do período são:
Escola jônica: os pensadores dessa escola consideravam o universo
estático e buscavam as explicações para o surgimento do mundo e
de todas as matérias a partir de um único elemento fundamental e
essencial, chamado arché. Nem sempre os filósofos dessa escola
consideravam o mesmo elemento como formador de todas as
coisas.
Escola itálica: escola desenvolvida no sul da Itália. Seus pensadores
entendiam que a matemática e os números eram os elementos
responsáveis pela essência das coisas.
Escola atomística: os seus pensadores desenvolveram a
ideia de que a junção de vários elementos, os átomos, é
que formam os objetos.

Escola eleática: o principal pensamento


desenvolvido é a ideia da unidade, da
imutabilidade. Uma coisa existe, ela não pode vir a
ser, apenas existe. A unidade está ligada à religião,
a ideia de que Deus é único, imortal e imutável.
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Escola Jônica ou Milesiana Monistas
Os principais nomes dessa escola são: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro
de Mileto (e Heráclito de Éfeso). Todos pensavam em elementos naturais como sendo
fundamentais para a formação de todas as coisas, mas não concordam sobre qual seria tal
elemento.
São físicos, e seu interesse centra-se em compreender de que a matéria ou “arché” é composta
na Natureza.
Substituem as explicações antropomórficas dos mitos por elementos naturais.
A origem da Natureza é um elemento natural e determinado

•Não se conhecem textos de Tales.


(Aprox. 624-546 a.C.)

• Aristóteles via em Tales o primeiro “físico” (equivalente a filósofo).


Tales de Mileto

•É o mais antigo dos Sete Sábios. Inquieto, viajante, matemático,


astrônomo e político
Teorema de Tales Previu um Eclipse do Sol (585 a.C)
Esta é a primeira concepção monista da filosofia, pois considera que tudo o que existe
pode ser reduzido a um princípio único ou realidade fundamental.
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Anaximandro de Mileto Estabelece que o elemento originário é indeterminado e eterno:
Ápeiron ()
Chegou-nos um único fragmento: “Onde as coisas têm sua origem, aí ocorre sua
dissolução, segundo a necessidade. Pois pagam reciprocamente a penitência por
sua injustiça, conforme a ordem do tempo”.
O Cosmos como dependente de forças polares primordiais ou idênticas (calor e
frio; água e terra; masculino e feminino).
Ápeiron → Opostos → Mundo
O ápeiron seria a “massa geradora” dos seres e do cosmo, contendo em si todos os elementos
opostos. Segundo sua explicação, por diversos processos naturais de diferenciação entre
contrários (p. ex.: frio e calor) e de evaporação teriam surgido o céu e a Terra, bem como os
animais, etc.
Para ele as coisas se constituem através de uma eterna luta entre
contrários, onde algo não pode existir enquanto existe também o seu
contrário.
O ápeiron era a realidade inicial e final de todas as coisas
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Discípulo de Anaximandro.
Ele concordava que a origem de todas as coisas era indeterminada, mas
recusouse a atribuir a essa indeterminação o caráter de arché.
Para ele, a substância primordial não poderia ser um elemento situado fora
dos limites da observação e da experiência sensível, como o ápeiron de
Anaximandro.
Este filósofo propôs o ar como princípio de todas as coisas.
Ele considerou o fato de que o ar, quase inobservável, é um elemento mais sutil que a água,
mas que ao mesmo tempo nos anima, nos dá vida, como testemunha nossa respiração.
Infinito e ilimitado, penetrando todos os vazios do universo, o ar constituiria uma arché
menos indeterminada que o ápeiron.
Tudo o que existe são diferentes formas de ar que é o que forma tudo. O ar
sob a influência do calor se expande aumentando seu volume e sob a
influência do frio se contrai diminuindo seu volume. Tudo vai depender se é
o calor ou o frio que vai predominar

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Observava que a realidade é dinâmica e que a vida está em constante
transformação.
O filósofo dizia que tudo flui, nada persiste nem permanece o mesmo. O ser não é
mais que o vir a ser.
“Tu não podes descer duas vezes no mesmo rio, porque novas águas correm sobre ti”
Para ele o fluxo constante da vida seria impulsionado justamente pela luta de forças
contrárias: a ordem e a desordem, o bem e o mal, o belo e o feio, a justiça e a
injustiça, o racional e o irracional, a alegria e a tristeza etc.

É pela luta das forças opostas que o mundo se modifica e evolui. Por essa
razão, Heráclito imaginou que, se devia haver um elemento primordial da
natureza, este teria que ser o fogo, governando o constante movimento dos
seres com chamas vivas e eternas.
Pela importância que deu ao movimento, a escola heraclitiana de pensamento é
chamada de mobilista. Heráclito é considerado um dos mais destacados filósofos
pré-socráticos e o primeiro grande representante do pensamento dialético.
“Todas as coisas
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Achava contraditório buscar a essência naquilo que não é essencial, buscar a
permanência naquilo que não permanece (a mudança, o movimento), ou
supor que aquilo que é permanente pudesse converterse em algo
impermanente.
Assim, optou por escutar o que lhe dizia a razão – e não os sentidos, que o
faziam sentir a mudança – e proclamou que existe o ser e não é concebível
sua não existência. “O ser é e o não ser não é”.

“O ser é” – expressa a ideia de que o ser (ou aquilo que é) é eternamente, pois o ser constitui,
para ele, a substância permanente das coisas. Logo, o ser é de maneira imutável e imóvel, e é
o único que existe. O ser é a arché de Parmênides. O ser é uno, pleno, contínuo e absoluto.
“O não ser não é” – traz a ideia de que o não ser (a negação do ser) não é, não tem ser,
substância, essência. Portanto, é nada, não existe. Se o ser é tudo, o não ser só pode não
existir. Para Parmênides, o não ser se identificaria com a mudança (o devir), pois mudar é
justamente não ser mais aquilo que era, nem ser ainda algo que é.
Parmênides é considerado o primeiro filósofo a expor o princípio de identidade (A=A) e de
não contradição (se A=A, é impossível, ao mesmo tempo e na mesma relação, A= não A).

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Entre os diversos filósofos pré-socráticos, destacamos duas tendências de pensamento que se
contrapuseram: a de Heráclito, que defendia a multiplicidade do ser e seu movimento como
condição de existência, e a de Parmênides, para quem o ser é imóvel.
Para Parmênides, apenas o ser pode ser pensado, porque o não ser não existe e, portanto,
não pode ser pensado.
Parmênides foi o responsável por introduzir uma das distinções mais básicas no pensamento
filosófico: a distinção entre realidade e aparência. Seu pensamento consiste em caracterizar o
movimento apenas como aparente, como um aspecto superficial das coisas. Para ele, a
verdadeira realidade é única, imóvel, eterna, imutável, sem princípio nem fim, contínua e
indivisível.
Heráclito foi responsável por aquilo que hoje chamamos de devir – a mudança contínua da
natureza, a aparência e a essência são unificadas pelo movimento. O duelo entre os opostos é
vital para a composição do movimento. Mesmo sem ter usado o termo “dialética”, é em
Heráclito que a sua ideia nasce. Para ele, esta oposição era bem simbolizada no entrave entre
a “guerra” e a “paz”.
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