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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CCHLA – CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES


DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA

PRÉ-SOCRÁTICOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CCHLA – CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA

CLÉCIO OLIVEIRA DA SILVA – 11517198

TRABALHO REALIZADO PARA DISCIPLINA DE


INTRODUÇÃO A FILOSOFIA
PROF. SEVERINO DUTRA
Período dos Pré-Socráticos

No estudo da história da filosofia, os primeiros filósofos são chamados de


pré-socráticos. Apesar de passar a ideia de que existiram antes de Sócrates, o
termo pré-socrático indica uma tendência de pensamento, estando relacionado
também com filósofos que viveram na mesma época de Sócrates e até mesmo
depois dele.
Aquilo que une os filósofos pré-socráticos é a preocupação em perguntar e
compreender a natureza do mundo (a physis). Queriam entender a origem, aquilo
que originou todas as coisas, o princípio delas. Os filósofos pré-socráticos são
divididos em escolas do pensamento: Escola Jônica, Escola Itálica, Escola
Eleática, Escola Atomística; de acordo com o local e problemas discutidos por seus
pensadores.

Escola Jônica:

A Escola Jônica recebe este nome por se desenvolver na colônia grega


Jônia, na Ásia Menor, local onde hoje é a Turquia. Seus principais filósofos foram:
Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e Heráclito de
Éfeso. Pensavam sobre o elemento primeiro, chegando a conclusões diferentes.
Para Tales, o elemento que forma todas as coisas é a Água. Para Anaximandro, o
elemento é o Ápeiron, aquilo que é ilimitado e que possibilita a união e separação
dos diferentes corpos. Para Anaxímenes, o elemento é o Ar. De acordo com
Heráclito, o elemento que representa a natureza das coisas é o fogo. Apesar das
diferenças sobre qual seria o elemento primeiro, os filósofos da Escola Jônica
pensavam o mundo como algo em movimento, a água que congela e evapora, o
ápeiron que não pode ser determinado e não é estático, o ar nada palpável e o
fogo que está sempre em movimento e transformando o que queima.

Escola Itálica:
A Escola Itálica se desenvolveu no sul da Itália. O filósofo principal desta
escola foi Pitágoras de Samos. Nascido na ilha de Samos, foi na península itálica,
na cidade de Crotona, onde ele desenvolveu suas ideias. Pensou serem os
números as essências das coisas. Suas investigações da física e matemática eram
misturadas com misticismo. São atribuídos aos discípulos de Pitágoras, os
pitagóricos, diversas descobertas matemáticas. Foi Pitágoras o responsável pela
criação da palavra filosofia (amizade pela sabedoria) ao chamar a si mesmo de
filósofo (amigo da sabedoria).

Escola Eleática:

A Escola Eleática se desenvolveu na cidade de Eleia, ao sul da Itália. Seus


principais filósofos foram Xenófanes de Cólofon, Parmênides de Eleia e Zenão de
Eleia. Apesar de não ter nascido em Eleia, Xenófanes se estabeleceu na cidade
após levar uma vida andando de povoado em povoado. A ideia principal ensinada
por Xenófanes e posteriormente trabalhada por Parmênides é a ideia de Um.
Xenófanes pensava no Um a partir de um pensamento mais voltado à religião,
dizendo que Deus é Um, não foi feito, é eterno, perfeito e não se modifica. Em
oposição à Escola Jônica, Parmênides pensa que o mundo é formado por um Ser-
Absoluto, que não foi feito, é eterno, perfeito e não se modifica. Contra a ideia de
movimento, Zenão desenvolveu argumentações que foram e são muito discutidas.
Entre elas está a ideia de que uma flecha em voo sempre ocupa o seu espaço de
flecha, logo a flecha está em repouso e todo movimento é uma ilusão.

Escola atomística:

A Escola Atomística, ou atomismo, desenvolveu-se a partir da ideia de que


são vários os elementos que formam as coisas. A ideia de átomo (a = negação
e tomos = divisão, ou seja, aquilo que não pode ser dividido) foi desenvolvida por
Leucipo de Mileto e depois trabalhada por Demócrito de Abdera e Epicuro de
Samos. Para Leucipo, o mundo é formado a partir do choque aleatório e
imprevisível de infinitos átomos.
Embora diversos destes filósofos tenham escrito mais sobre outros assuntos
do que sobre a natureza das coisas, como é o caso de Demócrito, que escreveu
sobre ética, é o questionar-se sobre a natureza das coisas que os une neste
período.

Anaxímenes de Mileto (Cerca de 585-528/5 A.C.)

Dados Biográficos

ANAXÍMENES foi discípulo e continuador de Anaximandro. Escreveu sua


obra, Sobre a Natureza, também em prosa. Dedicou-se especialmente à
meteorologia. Foi o primeiro a afirmar que a lua recebe luz do sol. Os antigos
consideravam Anaxímenes a figura da escola de Mileto.

Doxografia

Simplício, física, 24, 26 (Dk 13 a 5)

ANAXÍMENES DE MILETO, filho de Eurístrates, companheiro de


Anaximandro, afirma também que uma só é a natureza subjacente, e diz, como
aquele, que é ilimitada, não porém indefinida, como aquele (diz), mas definida,
dizendo que ela é ar. Diferencia-se nas substâncias, por rarefação e condensação.
Rarefazendo-se, torna-se fogo; condensando-se, vento, depois nuvem, e ainda
mais, água, depois terra, depois pedras, e as demais coisas (provêm) destas.
Também ele faz eterno o movimento pelo qual se dá a transformação. E preciso
saber que uma coisa é o ilimitado e limitado em quantidade, o que era próprio dos
que afirmavam serem muitos os princípios, e outra coisa é o ilimitado e limitado em
grandeza, o que precisamente... se adapta ao caso de Anaximandro e
Anaxímenes, que supõem o elemento único e ilimitado em grandeza. — Pois só a
respeito deste (Anaxímenes) Teofrasto, na História, falou da rarefação e
condensação, mas é evidente que também os outros se serviam (das noções) de
rarefação e condensação.

Crítica Moderna
Lugar da matéria indeterminada de Anaximandro, põe ele novamente um
elemento determinado da natureza (o absoluto numa forma real) — em vez da
água de Tales, o ar. Ele achava, com certeza, que para a matéria era necessário
um ser sensível; e o ar possui, ao mesmo tempo, a vantagem de ser o mais liberto
de forma. Ele é menos corpo que a água; não o vemos, apenas experimentamos
seu movimento. Dele tudo emana e nele tudo se dissolve. Ele o determinou
igualmente como infinito. Diógenes Laércio diz que o princípio é o ar e o infinito,
como se fossem dois princípios. Mas Simplício diz expressamente que "para
Anaxímenes o ser originário foi uma natureza infinita e una, como para
Anaximandro, só não, como para ele, uma natureza infinita, mas uma determinada,
a saber o ar", que ele, porém, parece ter concebido como algo animado. Plutarco
determina a maneira de representação de Anaxímenes, que do ar (posteriores
chamaram-no éter) tudo se produz e nele se dissolve, mais precisamente assim:
"Como nossa alma, que é ar, nos mantém unidos (syncratei), assim um espírito
(pneuma) e o ar mantêm unido (periékhei) também o mundo inteiro; espírito e ar
significam a mesma coisa". Anaxímenes demonstra muito bem a natureza de seu
ser pelo exemplo da alma; ele como que caracteriza a passagem da filosofia da
natureza para a filosofia da consciência ou a renúncia ao modo objetivo do ser
originário. A natureza do ser originário era antes determinada de maneira estranha,
negativa, com relação à consciência;

a) tanto sua realidade, a água, ou também o ar,

b) enquanto o infinito é um além da consciência. Mas como a alma (assim o


ar) é este meio universal: uma multidão de representações sem que esta unidade,
continuidade, desapareçam — e seu desaparecimento e surgimento; ele é tão ativo
quanto passivo, fazendo sair de sua unidade as representações, dispersando-as e
sobressumindo-as e presente a si mesmo em sua infinitude — significação
negativa positiva. Expresso de maneira mais determinada, e não apenas para fins
de comparação, é esta natureza do ser originário pelo discípulo de Anaxímenes,
Anaxágoras.
BIBLIOGRAFIA

mundoeducacao.bol.uol.com.br

Coleção Os Pensadores, Os Pré-Socráticos - Editora Nova Cultural Ltda.


Uma divisão do Círculo do Livro Ltda., São Paulo, 1996

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