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O Primeiro Filósofo

O primeiro filósofo de que se tem notícia é Tales, da colônia grega de Mileto, na Ásia
Menor. Tales foi um homem que viajou muito. Acredita-se que, certa vez, em uma de suas
viagens no Egito, ele calculou a altura de uma pirâmide medindo a sombra da pirâmide no exato
momento em que a sua própria sombra tinha a mesma medida de sua altura.

Tales de Mileto

Tales, segundo indicam fontes, inclinou-se pela filosofia já


homem maduro depois de ter-se dedicado aos negócios públicos.
Desconforme com as explicações fantasiosas sobre a origem da
Natureza, cansado das histórias mitológicas, ele inaugurou um modo
original de pensar, buscando a causa natural das coisas. Por que,
especulou ele, não imaginar as coisas emergindo da própria matéria?
Um corpo gerando outro corpo, sem nenhuma interferência divina. E,
em segundo lugar, qual seria o elemento formador dessa mesma
Natureza (Phisys), e o que poderia ser comum a tudo que existe do
mundo visível? Ao responder essas indagações Tales, segundo
Aristóteles, mereceu o título de ser o primeiro dos filósofos, pois,
para atingir aquele propósito foi preciso buscar um princípio único
(monista), ou ainda um reduzido grupo Tales de Mileto
de princípios (pluralista), dos quais
toda a realidade deriva ou consiste. Deste novo modo de
interpretar as coisas do mundo, nasce um enfoque científico, o que
transcende os fatos concretos, os métodos puramente empíricos,
estabelecendo as leis abstratas gerais. Portanto, bem contrário do
Ruínas de Mileto, o berço da que chamava de teólogos, isto é, os que se deleitavam com as
Filosofia explicações míticas sobre a origem das coisas.

A Origem de Tudo

Tales considerava a água a origem de todas as coisas.


Imagina-se que o que ele queria dizer com isso era que todas
forma de vida surge na água e a ela retorna quand o se desfaz.
Quando esteve no Egito, Tales certamente pôde observar como
os campos inundados ficavam fecundos depois que as águas do
rio Nilo retornavam ao seu delta. É possível que ele tenha
observado também que, depois da chuva, apareciam rãs e
minhocas.
Além disso, é bem provável que Tales tenha se
perguntado como a água podia se transformar em gelo e vapor e
depois voltar a ser água
Anaximadro: Sucessor de Tales

O segundo filósofo conhecido é Anaximandro de Mileto (611-547 A.C.), geógrafo,


matemático, astrônomo, discípulo e sucessor de Tales. Anaximandro, contrapondo Tales, põe
como princípio universal e início de tudo o apeiron (algo ilimitado, indeterminado, indefinido e
eterno).Do apeiron, por um processo de separação ou "segregação" teriam derivado os diferentes
corpos. Anaximandro imagina a terra como um disco suspenso no ar. Eterno, o apeiron está em
constante movimento, e disto resulta uma série de pares opostos - água e fogo, frio e calor, etc. -
que constituem o mundo. O apeiron é assim algo abstrato, que não se fixa diretamente em
nenhum elemento palpável da natureza. Com essa concepção, Anaximandro prossegue na mesma
via de Tales, porém dando um passo a mais na direção da independência do "princípio" em
relação às coisas particulares. Para ele, o princípio da natureza (physis) é o apeiron.

Anaxímenes: O Ar é o Princípio de Tudo

Anaxímenes foi o terceiro filósofo de que se tem conhecimento. Assim como Tales e
Anaximandro, Anaxímenes também é de Mileto, local onde nasceu a Filosofia. Segundo
Anaxímenes (550-526 a.C.), o que comanda o mundo é o ar, um elemento não tão abstrato como
o ápeiron, nem palpável demais como a água. De acordo com ele, tudo provém do ar, através de
seus movimentos: o ar é respiração e é vida; o fogo é o ar rarefeito; a água, a terra e a pedra são
formas cada vez mais condensadas do ar. As diversas coisas que existem, mesmo apresentando
qualidades diferentes entre si, reduzem-se a variações quantitativas (mais raro, mais denso) desse
único elemento. Anaximenes dedicou-se especialmente à meteorologia. Foi o primeiro a afirmar
que a Lua recebe sua luz do Sol.

Heráclito

Por volta de 540 a 480 a.C., na cidade de Éfeso, Ásia Menor,


viveu Heráclito, um outro importante filósofo na história da
Filosofia. Para ele, as constantes transformações eram justamente a
característica fundamental da natureza.
“Tudo flui”, dizia Heráclito. Tudo está em movimento nada
dura para sempre. Logo “não podemos entrar duas vezes no mesmo
rio”, pois quando entramos pela segunda vez em um mesmo rio,
tanto ele quanto nós já estamos mudados.
Heráclito também destaca que o mundo está impregnado por
constantes opostos. Se nunca ficássemos doentes, não saberíamos o
que significa a saúde. Se nunca houvesse guerras, não seria
conhecido o valor da paz.
De acordo com Heráclito, tanto o bem quanto o mal são necessários ao todo. Sem a
constante interação dos opostos, o mundo deixaria de existir. E em todos estes opostos e
transformações da natureza, Heráclito via uma unidade, um todo. Essa unidade que era comum a
tudo ele chamava de Deus ou de logos (que significa razão).

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