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Períodos da Filosofia Grega

Período Pré-Socrático: fase naturalista.


Período Clássico ou Socrático: fase antropológica-metafísica.
Período Helenístico: fase ética e cética.
A partir do final do século VII a.C., surge a filosofia como a atitude de explicar o mundo
de forma lógica e racional.
Durante muitos anos, considerou-se essa passagem da mitologia para a filosofia como
algo sem muita explicação, um milagre.
Entretanto, não foi propriamente um milagre o que levou os gregos a filosofar. Uma
série de fatores afetaram o contexto grego e culminaram nessa mudança:

• o comércio, as navegações e a diversidade cultural;


• o surgimento da escrita alfabética;
• o surgimento da moeda;
• a invenção do calendário;
• o surgimento da vida pública (a política).
Os filósofos pré-socráticos fazem parte do primeiro
período da filosofia grega. Eles desenvolveram suas
teorias do século VII ao V a.C., e recebem esse
nome pois são os filósofos que antecederam
Sócrates.
Esses pensadores buscavam nos elementos
natureza as respostas sobre a origem do ser e do
mundo. Focando principalmente nos aspectos da
natureza, eram chamados de “filósofos da physis”
ou "filósofos da natureza".
Foram eles os responsáveis pela transição da
consciência mítica para a consciência filosófica.
Assim, buscaram dar uma explicação racional para Tales de Mileto
a origem de todas as coisas.

Escolas: Jônica (Mileto), Pitagórica, Heleática e Atomística


A mitologia grega explicava o universo através da cosmogonia (cosmo, "universo"
e gónos, "gênese", "nascimento"). A cosmogonia dá sentido a tudo o que existe através
da ideia de nascimento a partir de uma relação (sexual) entre os deuses.

Os filósofos pré-socráticos abandonaram essa ideia e construíram a cosmologia,


explicação do universo baseado no lógos ("argumentação", "lógica", "razão"). Os deuses
deram lugar à natureza na compreensão sobre a origem das coisas.

A filosofia nascida com esses primeiros filósofos deu origem a toda uma produção de
conhecimento e de representação da realidade. Toda essa construção serviu como base
para o desenvolvimento da cultura ocidental.

O lógos é identificado como a fala objetiva, clara e ordenada. Assim, o pensamento


grego foi abandonando à crença (consciência mítica) para assumir o que "faz sentido" o
que possui uma lógica, o que é capaz de ser explicado pelo ser humano (consciência
filosófica). Tales de Mileto é reconhecido como o primeiro filósofo, apesar disso, foi
outro filósofo, Pitágoras, que cunhou o termo "filosofia", uma junção das palavras
"philos" (amor) e "sophia" (conhecimento), que significa "amor ao conhecimento".
Desde então, a filosofia é a atividade que se dedica a compreender, identificar e
comunicar a realidade através de conceitos lógico-racionais. Ela surgiu do abandono
gradativo das explicações dadas pela mitologia (desmitificação) e a busca por um
conhecimento seguro.
Tales de Mileto
Assim, eram adeptos da chamada “Filosofia Unitarista”, cujo princípio estava baseado no
princípio único o qual explica todas as coisas e, no caso de Tales de Mileto, o elemento
água. Buscou respostas racionais para os fenômenos da natureza e as razões da
existência. Por isso, é considerado um dos primeiros filósofos a romper com o ponto de
vista religioso.
Anaximandro
Foi assim que ele criou o conceito de “ápeiron”, que difere da “arché” desenvolvida por
Tales. Assim, a “arché” inclui um dos quatro elementos como gerador de tudo (água).
Já o “ápeiron” define que o mundo teve origem de uma substância indefinida, que
representava o infinito e o indeterminado.
Nas palavras do filósofo: “O que vem antes e depois do finito, tende a ser infinito”.
Segundo ele, o “ápeiron” era indestrutível e representava a massa geradora do cosmo e
dos seres. Era criado pela luta entre os elementos contrários, como o frio o calor, o úmido,
o seco, etc.
Anaxímenes
Como nossa alma, que é ar, nos mantém unidos, assim um espírito e o ar mantêm unido
também o mundo inteiro; espírito e ar significam a mesma coisa.
Heráclito
Para ele, o princípio de todas as coisas estava contido no elemento fogo. Pai da dialética,
dos contrários, onde, das contradições, surgem a unidade dialética.
Em resumo, a dialética propõe a busca da verdade através da relação entre dois conceitos
opostos, numa relação de interdependência.
Pitágoras

Os números representavam a harmonia e a ordem, ou seja, eram considerados a


essência de todas as coisas.

Além do famoso "Teorema de Pitágoras", os pitagóricos descobriram os números


figurados e os números perfeitos.
Na área da astronomia, Pitágoras também avançou com questões sobre a esfericidade do
planeta Terra e o deslocamento dos astros utilizando conceitos matemáticos.
Parmênides
O “caminho da opinião” (doxa) estaria baseado na aparência, e, portanto, levaria ao
engano e as incertezas.
Enquanto o segundo, denominado de “caminho da verdade” (alétheia) é conduzido
pelo pensamento lógico baseado na razão.

Demócrito

"Teoria Atômica".
Segundo ele, o átomo, parte indivisível e eterna, que permanece em constante
movimento, é o elemento primordial, o princípio de todas as coisas.
Nesse ínterim, todo o universo está composto de dois elementos básicos: o vácuo (o
vazio ou o não-ser) e os átomos.
Empédocles

Apesar de não ter feito parte de nenhuma escola pré socrática, a origem do universo
somente poderia ser explica pela união de vários elementos.
Assim, segundo ele, os elementos primordiais e indestrutíveis que geram todas as coisas
são o fogo, a água, o ar e a terra.
Na teoria do filósofo, cunhada de “Teoria dos Quatro Elementos”, esses elementos
seriam misturados de acordo com dois princípios universais opostos: o amor (philia), que
leva a harmonização; e o ódio (nekos), associado com a separação.
Assim, o amor seria responsável pela força de atração, enquanto o ódio, pela força de
repulsão. Essas duas forças cíclicas, antagônicas e cósmicas geradas pelos dois princípios
revelariam toda a realidade e as coisas existentes no mundo.

Fim da Filosofia Pré-Socrática


A filosofia pré-socrática tem seu fim com a mudança do pensamento que tinha como
foco a natureza. Com a intensificação da vida pública, as atenções dos filósofos passaram
a se relacionar com a vida pública e a atividade humana.

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