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A investigação sobre a Natureza: os primeiros pensadores do território grego

Como surgiu a filosofia?


1ª hipótese: Milagre Grego
 A Filosofia foi um produto exclusivo da genialidade dos gregos
 Essa tese defende que a filosofia foi produto da genialidade e da inteligência sem igual dos gregos
e que não poderia acontecer de outra maneira.

2ª hipótese: continuação em relação aos mitos


 A Filosofia representa uma continuação dos mitos.
 As novas interpretações assumiram uma maior continuidade e diálogo entre as explicações
mitológicas e o discurso racional da Filosofia.

3ª hipótese: Origem com a Política


 O surgimento da pólis e da democracia em Atenas deu origem a uma nova estrutura política e
social
 As decisões eram tomadas com base em discussões realizadas na Ágora, aumentando a
necessidade de reflexão e uso da fala para decidir a melhor forma de se organizar a vida coletiva

4ª hipótese: Espanto diante da realidade


 Aristóteles propôs que a Filosofia surgiu a partir do espanto diante do mundo
 Busca pela explicação dos fenômenos: para ele, a racionalidade é o cerne da capacidade de se
espantar com a realidade circundante e com a lógica que organiza a vida dos seres vivos.
 A Filosofia surge quando alguém busca superar a ignorância e entender o mundo.

Pré-socráticos
 A pergunta sobre a origem de todas as coisas é uma questão que moveu a filosofia desde seu
nascimento na Grécia antiga.
 Na tentativa de abandono do pensamento mítico fundamentado em imagens e fabulações, buscou-
se uma explicação lógica e racional para o princípio originário do mundo.
 Cosmologia: Explicação racional sobre a origem e o fundamento do cosmos.

Pensadores de Mileto
 É na Pólis de Mileto, em uma das cidades da Grécia antiga que surge o primeiro filósofo
reconhecido do território grego, Tales.
o Principal preocupação: busca pelo elemento fundamental da natureza.

Arché: Elemento fundamental (substância primordial) que, para os filósofos pré-socráticos, compõe e dá
origem ao Universo, sendo encontrado a partir da natureza (physis).
Cosmologia: A cosmologia é o estudo do Universo, de sua origem e de sua organização. A tarefa do
cosmólogo é determinar qual é a origem do Universo, de maneira científica e racional.

Tales de Mileto
 Pai da Filosofia: primeiro filósofo conhecido, da Grécia Antiga.
 Tales de Mileto a partir de suas viagens até o Egito observou a importância da água para o
desenvolvimento de todas as coisas visíveis. Um corpo vivo possui água enquanto um corpo morto
desidrata. Contudo, sua força argumentativa ficou na observação de que a água passaria por três
estados (líquido, sólido, gasoso) mantendo sua essência intacta. Daí um dos porquês de Tales
considerar a água como o princípio de todas as coisas;
 Para ele a Arché (matéria-prima básica do kosmos e substância primeira) deveria obedecer alguns
aspectos: 1) Ser uma matéria-prima a partir da qual tudo pudesse ser formado; 2) Essencial para a
vida; 3) Capaz de movimento e mudança.
 Encontrando na água a causa material de todas as coisas.

Anaximandro
 Arché ilimitada e indeterminada: Ele pensou numa substância diferente e ilimitada e por meio da
qual nascessem o céu e todos os mundos nele contido. Ela seria uma massa geradora dos seres
do Cosmos contendo em si todos os elementos opostos e toda a natureza, portanto, o mundo não
teria surgido a partir do nada, como narrava a mitologia grega (com a criação dos deuses).
 Arché = ápeiron ou indeterminado

Anaxímenes
 Substância ilimitada/infinita (como o ápeiron), porém definida/determinada: o ar.
 Rarefação e condensação do ar: acreditava que o ar se condensava para formar outros elementos,
como a água e a terra, e se rarefazia para originar o fogo e os corpos celestes. Ele também
defendia que a respiração humana e a dos outros animais era uma forma de troca entre o ar interior
e o ar exterior, que mantinha o equilíbrio e a saúde do organismo.
 Arché = ar

Heráclito de Éfeso
 Segundo ele, é o movimento e o choque entre os opostos que dá origem a tudo: "as coisas são
possibilidades sempre…"
 Segundo o autor não existe um ser nem um não-ser, só existe o devir ou o vir-a-ser que seria esse
fluxo constante ou constante mutação.
 “Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio”
 Se há um elemento primordial na natureza este teria que ser o fogo , pois ele representa mudança e
movimento.

Parmênides de Eleia
 Esse autor afirmou que o maior equívoco da maioria dos pensadores era conceder demasiada
importância aos dados fornecidos pelos sentidos. Ele decide abandonar os sentidos e optar pela
razão, proclamando que só existe o Ser.
 Arché: O Ser.
 Para ele, “tudo o que existe é” e o que “não existe, não é”; logo, a afirmativa: o ser é e o não ser
não é
 Se o ser é tudo, o não-ser só pode não existir, por consequência lógica.

Zenão de Eleia
 Foi discípulo de Parmênides e deu prosseguimento à tese de seu mestre buscando provar como a
noção de movimento é inviável e contraditória.
 Para ele, se alguém que sai de um ponto A e quer atingir um ponto B, deve primeiro atingir um
outro ponto no meio do caminho e assim sucessivamente e infinitamente, tornando impossível
atingir o ponto B.
 O intuito não é demonstrar qual caminho leva a verdade e, tendo em vista que ele acreditava que
os sentidos eram enganadores, logo a verdade só poderia ser alcançada pela lógica, que é infalível
e não depende de nenhum ponto de vista.
 Arché: os números

Leucipo e Demócrito de Abdera: a Escola Atomista


 Demócrito foi contemporâneo de Sócrates e o último entre os pré-socráticos.
 Arché: átomos (não divisível). Percebidos apenas pelo intelecto. São invisíveis, imutáveis, plenos e
eternos.
 Átomos e o vazio: ambos existentes e reais, mas apenas o átomo é corpóreo; o vazio é o lugar no
qual os átomos se movimentam (admitindo a existência do “não-ser”).

Os Sofistas
 Os sofistas eram um grupo de filósofos, sábios e eruditos que viajavam de cidade a cidade para
divulgar os conhecimentos, em troca de dinheiro.
 Em seus ensinamentos, os filósofos sofistas defendiam algumas perspectivas, elencadas abaixo:
o Relativismo: todas as questões ligadas à vida, como cultura, religião e política, poderiam ser
modificadas.
o Natureza da alma: a alma era, para os sofistas, passiva, e poderia ser moldada por
discursos convincentes e bem elaborados;
o Rejeição à metafísica: os sofistas se empenhavam em discursar sobre questões da vida
prática e útil para o desenvolvimento da excelência;
o Argumentação: os sofistas preocupavam-se em desenvolver excelentes argumentos para
desestabilizar e pôr em xeque a argumentação de seus interlocutores. A argumentação em
público e a oratória eram importantes para o desenvolvimento da política.

Principais filósofos:
 Protágoras: um dos nomes mais importantes da corrente sofista. Era grande defensor do
relativismo e apontava o homem como sendo a medida de todas as coisas. Sendo o homem o
centro das suas explicações, elas não poderiam, portanto, ser baseadas na existência de deuses.
 Górgias: grande defensor da persuasão e da ideia de que a alma humana poderia ser moldada por
bons argumentos.
 Hípias: criador do método da Mnemotécnica, a arte de exercitar a memória, é descrito como o
pensador sofista que mais enriqueceu com a transmissão de conhecimento.

Qual é a crítica que Sócrates fez aos sofistas?


Sócrates defendia o diálogo e a argumentação como maneiras de levar os homens ao conhecimento,
enquanto que, para os sofistas, o diálogo e a refutação serviria apenas para vencer o interlocutor, sem que
houvesse grande preocupação com o conhecimento de fato.

Qual é a crítica que Platão fez aos sofistas?


Platão também teceu críticas aos sofistas e afirmou que os tutores estavam interessados apenas nos
ganhos financeiros e seriam apenas enganadores habilidosos sem nenhuma preocupação com o
conhecimento verdadeiro. Na visão platônica, os sofistas estavam pouco preocupados com as questões
morais e o caminho que levava ao conhecimento, sendo movidos apenas pelo dinheiro e prestígio entre
seus ensinados.

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