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PROPÓSITO
Reconhecer a evolução histórico-filosófica da Ciência, contextualizando o conceito de Método
Científico e a aplicação da Metodologia Científica.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 1
INTRODUÇÃO
Desde os primeiros passos da humanidade interagindo com a natureza por meio de fenômenos
físicos, químicos, biológicos, médicos, entre outros, sempre foi muito comum nossos
antepassados associarem tais fenômenos às mitologias, divindades e crenças ou cultura religiosa
sem quaisquer questionamentos que, atualmente, faríamos.
Uma questão mais delicada ainda é se nossa Ciência preenche os requisitos do Método
Científico sem comprometer suas conclusões com crenças ideológicas, culturais ou religiosas,
acreditando serem conhecimentos científicos. Na verdade, ainda precisamos estudar, refletir e
aprimorar habilidades para compreendermos a Metodologia Científica.
Imagem: Shutterstock.com
Não vamos abordar questões religiosas, apenas discutir a Metodologia Científica do que
chamamos Método Científico. Discutiremos o que é Ciência e apresentaremos um pouco de nossa
história filosófica e científica.
Vejamos agora um pouco sobre as principais contribuições dos filósofos da Grécia Antiga:
Imagem: Lavallen
Busto de Tales de Mileto, autor desconhecido.
Tales de Mileto (624-546 a.C.) propôs que a água fosse a matéria-prima do Cosmo e há relatos
históricos de que ele teria previsto um eclipse solar em 585 a.C. Infelizmente, nenhum dos seus
escritos foi conservado, mas sabemos que sua escola introduziu avanços na Matemática, em
particular na Geometria, e na previsão de melhores colheitas a partir da observação dos
fenômenos climáticos, diferente das anteriores súplicas aos deuses.
Pitágoras (570-495 a.C.), provável discípulo de Anaxímenes da escola de Mileto, avançou nas
ideias racionais e lógicas. Propôs que poderíamos compreender o Cosmo e suas relações por
meio da Matemática como modelo ideal do pensamento filosófico metafísico.
Pitágoras acreditava que somente a razão e a Matemática seriam imortais. Devemos a ele os
conhecimentos iniciais da Geometria, Álgebra e Trigonometria, o Teorema de Pitágoras e a
compreensão dos fundamentos da Matemática na música, com os harmônicos e as divisões em
oitavas.
TEOREMA DE PITÁGORAS
Imagem: Skies
Busto de Pitágoras, autor desconhecido.
Imagem: Rotatebot
Busto de Heráclito, autor desconhecido.
Heráclito (535-475 a.C.) sugeriu o eterno fluxo dos contrários (dia e noite, quente e frio etc.),
apresentando a ideia de equilíbrio e de conservação.
Imagem: BjörnF
Busto de Parmênides, autor desconhecido.
Demócrito (460-371 a.C.) e Leucipo (século V a.C.) introduziram a atomística e afirmaram que,
além de átomos, nada mais existe. Segundo eles, existiria um número infinito de átomos, mas que
a combinação deles seria finita, o que explicaria o número limitado de substâncias.
Empédocles (490-430 a.C.) apresentou o conceito dos quatro elementos, ao qual chamou de
quatro raízes da matéria: fogo, água, ar e terra.
Imagem: Pasicles
Empédocles, Thomas Stanley, 1655.
Seu método dialético é a base do pensamento científico moderno. Não deixou nenhuma obra
registrada, pois acreditava que a linguagem escrita não favorecia o debate e o confronto dialético.
Quase tudo o que sabemos sobre Sócrates é por meio dos diálogos de Platão, seu aluno.
Platão (427-347 a.C.) nos apresentou o pensamento socrático. Fundou uma escola filosófica em
Atenas, a Academia, para propagar o método de Sócrates e a sua própria Filosofia das formas
perfeitas, ideais e imutáveis. A razão seria capaz de explicar todos os fenômenos universais e
humanos, reforçando assim a base da filosofia grega. Ele pregava que estamos presos no mundo
dos sentidos ilusórios e que, para reconhecermos a verdade das coisas, devemos racionalmente
compreender o ideal perfeito.
Para exemplificar suas ideias das Formas perfeitas e de como somos frágeis na compreensão da
verdade por meio dos sentidos, ele nos apresentou a Parábola da Caverna.
SAIBA MAIS
A Parábola da Caverna
Imagine uma caverna na qual todos estão aprisionados e amarrados desde o nascimento. Só
podem olhar uma parede à sua frente. Uma chama brilhante atrás dos prisioneiros ilumina os
objetos e todas as formas. Os prisioneiros só podem ver as sombras dos objetos projetadas na
parede. Essas sombras são as experiências dos prisioneiros por meio dos sentidos.
Se algum prisioneiro se desamarrar, verá os objetos como são na verdade, mas depois de toda
uma vida em aprisionamento, talvez não consigam compreender e se voltem fascinados para a
chama e novamente para as sombras na parede, sua única realidade. Conclusão: a verdade só
pode ser alcançada pela razão, pelo mundo das ideias, não por nossos sentidos, opiniões e por
experiências de sombras.
Imagem: Sociologialiquida.org
Aristóteles (384-322 a.C.) estudou na Academia de Atenas, foi aluno de Platão, de quem recebeu
grande influência, mas discordava da filosofia das formas porque acreditava ser possível,
observando a natureza, encontrar a verdade sobre os fenômenos. A partir das experiências com o
mundo, compreenderíamos as qualidades universais de que falava Platão. Essa abordagem de
Aristóteles é um dos pilares das ciências modernas, a obtenção do conhecimento pela
experiência, buscando racionalmente a verdade.
Fundou sua escola em Atenas, o Liceu. Sua abordagem inicial se deu nos campos da Botânica e
da Zoologia. Aristóteles introduziu um método lógico e sistemático de seleção dos reinos animal,
vegetal e mineral, conhecido por silogismo. Também foi o autor da classificação básica das
ciências.
SILOGISMO
Imagem: Jonund
Aristóteles e Alexandre, Charles Laplante.
O pensamento de Aristóteles, apesar de imperfeições nos campos da ética atual (não rejeitava a
escravidão) e da Astronomia, provocou uma revolução na Filosofia e nas Ciências.
Aristóteles foi o instrutor (preceptor) de Alexandre, o Grande. Com a morte de Alexandre, veio o
declínio da Grécia Antiga e o início do período Helenístico, com a ascensão de Roma.
IMPORTANTE
A divergência de Aristóteles em relação a Platão, deu origem a duas linhas filosóficas no século
XVII, os Racionalistas (Platônicos) e os Empiristas (Aristotélicos).
Eratóstenes (276-194 a.C.) obteve um incrível feito científico, a medida da circunferência da Terra
por meios geométricos e experimentais:
Imagem: Louis-garden
Eratóstenes ensinando em Alexandria, Bernardo Strozzi, 1635.
Ele posicionou hastes verticalmente durante o solstício (o dia mais longo do ano) nas cidades de
Syene (atual Assuã) e Alexandria.
Imagem: Soerfm
Arquimedes, Domenico Fetti, 1620.
Neste vídeo, o professor nos apresenta a história da relação entre a Filosofia e a Ciência. Vamos
assistir!
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) Pac-Man deve seguir a lógica racional e fazer suposições plausíveis do que ocorre e, passo a
passo, eliminar variáveis, aprimorar sua suposição até concluir que outra dimensão espacial
existe.
C) Pac-Man deve considerar sua experiência um acontecimento espiritual.
D) Pac-Man deve seguir sua intuição e tirar suas conclusões do que ocorre até considerar um ser
invisível a lhe falar.
A) A Filosofia de Platão não tem qualquer relação com a existência de constantes físicas da
natureza.
B) A Filosofia de Platão nos guiou na construção da Filosofia científica, mas não tem relação com
as constantes físicas da natureza.
D) A Filosofia de Platão foi superada por Arquimedes e, portanto, não tem consequências hoje em
dia.
GABARITO
O pensamento filosófico científico evoluiu a partir dos filósofos gregos que nos deixaram como
legado métodos criteriosos, racionais e lógicos para se chegar às verdades do mundo. Essa é a
base do pensamento científico, de forma isenta, sem dogmas ou crenças quaisquer.
Platão falou sobre a filosofia das formas perfeitas e ideais, do mundo das ideias perfeitas,
das qualidades universais imutáveis perfeitas e das formas imperfeitas em nossas
realidades, como sombras das formas ideais. Considerando a existência de constantes
físicas fundamentais da natureza, assinale a resposta correta:
O pensamento filosófico de Platão, em sua teoria das formas perfeitas, indicava a existência de
formas e qualidades ideais, às quais deveríamos buscar racionalmente e que nossos sentidos só
experimentariam suas imagens ou sombras, como chamou. Assim, as constantes fundamentais da
natureza são essas qualidades perfeitas e imutáveis.
MÓDULO 2
MÉTODO CIENTÍFICO
A ascensão do Império Romano (27 a.C.-395 d.C.), antes da divisão em Impérios do Ocidente e
do Oriente, introduziu uma ruptura na difusão do conhecimento e da Filosofia na Europa, em
contraposição ao imenso florescimento cultural ocorrido anteriormente na Grécia.
ATENÇÃO
A única exceção foi o estoicismo, escola de pensamento admirada pelos romanos por sua
valorização da conduta virtuosa e do cumprimento dos deveres. Foi o início da Idade da Trevas,
no sentido desse recrudescimento, a Era Medieval (250-1500 d.C.).
O cristianismo romano (380-395 d.C.) e o crescimento do poder da Igreja como religião e Estado
(depois da queda de Roma), monopolizando as verdades de forma dogmática e contrariando o
pensamento filosófico grego livre de crenças, favoreceu interpretações da natureza, como a
geocêntrica (a Terra como centro do Universo), estendendo essa estagnação científica e cultural
por mil anos, durante toda a Idade Média.
Filósofos cristãos, como Santo Agostinho (354-430 d.C.), Boécio (480-525 d.C.) e São Tomás de
Aquino (1225-1274), propunham a harmonia entre as escrituras cristãs e seus dogmas com as
filosofias dos gregos Platão e Aristóteles. Também buscavam a hegemonia da Igreja no
pensamento filosófico em várias de suas dimensões, a exemplo da Metafísica, Ética,
Epistemologia, entre outras.
A filosofia grega arquivada na biblioteca de Alexandria foi traduzida para o árabe entre 800 e 950
d.C., o que permitiu a era de ouro do pensamento filosófico islâmico.
Imagem: GTVM92
Avicena, autor desconhecido.
Pensadores como Avicena (980-1037) e Alhazen (965-1040), este tido como o primeiro cientista
do mundo islâmico, usaram o Método Científico em suas descobertas pela primeira vez. Seus
trabalhos e métodos em Óptica produziram grande influência nos filósofos e cientistas europeus
na Renascença.
Imagem: Viaros17
Alhazen, Johannes Hevelius, 1647.
RACIONALISTAS
EMPIRISTAS
Vários foram os pensadores de alta relevância e alguns tiveram importância completamente
transformadora na filosofia da Ciência. Vamos conhecê-los.
Francis Bacon (1561-1626 d.C.) não foi o primeiro cientista experimental que se tem notícia;
Alhazen, no mundo islâmico, e outros conduziram experimentos séculos antes. A enorme
importância de Bacon se deve à sua estruturação do Método Científico. Para ele, o propósito da
Ciência era a qualidade de vida das pessoas e, para tanto, a Ciência deveria seguir sem
influência da Igreja, distante de dogmas e ser estruturada em um método para alcançar seu
intento, colocando a experiência prática em nível fundamental de importância.
Imagem: Artinpl
Francis Bacon, Paul van Somer I, 1617.
Bacon foi além da mera observação dos fenômenos, ele propunha a experimentação ativa,
induzida e repetitiva em busca das verdades da natureza. Em 1620, com a publicação de seu
livro Novum Organum, foi o primeiro a explicar seu método de raciocínio e experimentação com
três pilares:
OBSERVAÇÃO
DEDUÇÃO
EXPERIMENTAÇÃO
Ele nos ensinou a lutar contra as quatro barreiras psicológicas que perturbam a trajetória científica,
as quais chamou de ídolos da mente:
Segundo Bacon, devemos lutar contra todos esses ídolos para alcançar o conhecimento sobre a
natureza e o mundo. A filosofia de Bacon coloca a experimentação ativa e prática em primeiro
plano na ciência.
Criticado por não considerar que a formulação teórico-hipotética pura poderia produzir relevantes
saltos científicos, Bacon introduziu uma fundamental mudança no modo de pensar em ciências
com sua lógica de pensamento científico, a filosofia da Técnica Científica.
Galileo Galilei (1564-1642, d.C.), conhecido como o teórico do empirismo, aquele que nos
ensinou didaticamente que a experimentação física era fundamental à compreensão dos
fenômenos da natureza. Em seu famoso livro Discorsi e dimostrazioni matematiche intorno a due
nuove scienze, attenenti alla meccanica e i movimenti locali, Galileo descreve suas observações,
suas hipóteses, seus modelos e suas conclusões fenomenológicas. Tendo por fundamento a
experiência natural, mesmo sem os recursos atuais, Galileo descreveu os fenômenos de fricção e
como o movimento se processa sem fricção, o que é algo genial.
Em sua descrição sobre a queda-livre de uma pena e uma bola de canhão, concluiu de forma
correta que ambos chegariam ao solo simultaneamente na ausência de atrito com ar atmosférico.
Com isso, ele nos ensina a pensar de forma isenta, analisando cada efeito e sua ausência. Depois
de Galileo, cujos ensinamentos nos foram deixados como legado, não podemos desconsiderar o
poder do Método Científico para toda a Ciência e para a humanidade.
Imagem: Elidire
Livro Discorsi e dimostrazioni matematiche intorno a due nuove scienze, attenenti alla
meccanica e i movimenti locali, Galilei.
René Descartes (1596-1650, d.C.), autor do aforismo “Penso, logo existo”, buscava verdades
inquestionáveis a partir das quais pudesse construir seu raciocínio e pensamento científico.
Encontrou, ao propor sempre duvidar de tudo, a certeza da própria existência que chamou de
primeira verdade, seu primeiro axioma. Assim, em 1637, com seu livro Discurso do Método,
propôs seu método de raciocínio cartesiano:
Duvidar de tudo
Imagem: Wikipedia
METODOLOGIA CIENTÍFICA
Vamos imaginar que um ser humano teve contato com uma civilização inteligente extraterrestre
jamais conhecida e recebeu conhecimentos médicos sobre fisiologia humana, estrutura molecular
e genética, com saberes sobre algumas doenças para as quais não temos cura ou solução ainda.
Considerando que essa pessoa tenha recebido autorização para usar tais conhecimentos de cura
sem, no entanto, revelá-los, não é difícil imaginar que ela seria alçada a patamares divinos, um
semideus, diriam alguns.
Mesmo que isso ocorresse atualmente, com todo o conhecimento científico vigente, não
poderíamos saber como aquelas doenças e problemas médicos foram curados e, fatalmente,
reverenciaríamos esse indivíduo como alguém enviado pelos céus. Caso alguém suscitasse a
possibilidade de essa pessoa ter adquirido conhecimentos de uma outra civilização, a população
afetada com as tais doenças elevaria as mãos ao “semideus” não se importando com a hipótese
levantada, ainda que muito razoável.
Essa pequena paródia, mais parecida com um filme de ficção científica, serve para nos mostrar o
quão frágil somos acerca de nossas limitações cientificas.
SAIBA MAIS
Nos últimos anos, quando a Física estava por acreditar que faltava pouco para compreendermos a
natureza universal com todo o conhecimento adquirido ao longo de séculos e com o trabalho de
milhares de cientistas, um pequeno grupo de astrofísicos estava preocupado em saber se nosso
Universo estaria expandindo, contraindo ou se seria estacionário, como previsto nas soluções das
equações da relatividade geral de Albert Einstein (1879-1955).
SUPERNOVAS TIPO IA
São estrelas em colapso gravitacional que emitem radiação como um farol de navegação e
assim permitem que se possam usar essas informações para triangular sua localização a
partir do deslocamento para o vermelho (redshift) dessa radiação.
Se estávamos em expansão, acreditava-se que seria com desaceleração, pois a força
gravitacional universal é atrativa e assim o Universo visível deveria desacelerar. Mas todos os
dados foram revistos por mais grupos que refizeram medidas de todas partes, de todos os
radiotelescópios e a conclusão, em 1998, foi que aquele grupo tinha razão: nosso Universo está
em expansão acelerada!
Imagem: Shutterstock.com
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1) Experimentação é a observação dos fenômenos, sejam físicos ou não. Qualquer fenômeno
requer experimentação ou observação. Antes de qualquer coisa, sem nos apegarmos a crenças,
ideologias, dogmas ou opiniões, devemos observar os fenômenos por experimentação. Qualquer
fenômeno científico é passível de observação e precisa ser primeiramente observado por
experimentos amplos, não limitadores das considerações, livres de crenças e ideologias, e os
dados gerados devem ser completamente respeitados.
Atenção
Crenças devem ser respeitadas, é claro, mas, do ponto de vista humano e filosófico, não devem
interferir nas observações de uma área científica. A isenção do ato de experimentar é fundamental
ao método. Para se ter noção desse preceito, atualmente, um observador físico ideal deve ser
uma máquina, um detector, um sensor. Deve apenas medir, isentamente, placidamente, sem
pensamentos, sem opiniões, sem sentimentos; algo de enorme dificuldade para um ser humano.
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2) Hipótese é a formulação sobre o que se intui que ocorrerá, o que produzirão os fenômenos
observados. Hipóteses são sugestões acerca do que acontece, dos fenômenos, dos mecanismos,
da matemática, dos processos, dos meios, enfim, tudo que possa ter produzido os dados
observados com o intuito de formular modelos ou modelagens.
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EXEMPLO
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A delimitação dos modelos, das teorias e das leis físicas é recorrente, pois todas as teorias físicas
são efetivas. Após a propositura de um modelo teórico ou fenomenológico, realiza-se a
confrontação do modelo proposto com os dados observados experimentalmente.
EXEMPLO
A mecânica newtoniana é uma teoria efetiva do estudo do movimento mecânico dos corpos
rígidos, ou seja, ela não tem condições de explicar fenômenos térmicos ou quânticos. Significa
que essa teoria tem limite de validade de baixas velocidades (quando comparada à velocidade da
luz), dimensões não quânticas (não explicando fenômenos do Universo das partículas
fundamentais e ou de escalas pequenas), e não explica fenômenos de larga escala do Universo,
regidos pela relatividade geral.
c) Teste dos modelos é fase, também fundamental, em que os modelos serão testados dentro de
seus limites de validade e parametrizações hipotetizadas, confrontando dados obtidos da
experimentação e da observação. Por meio de gráficos, com tratamento estatístico, expõem-se os
dados dos fenômenos com suas curvas representativas, muitas vezes utilizando dados simulados,
gerados pelo modelo de simulação, com curvas teóricas ou teórico-simuladas.
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EXEMPLO
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3) Tese ou Teoria. Com o acordo entre hipóteses, com a modelagem dentro dos limites
estabelecidos por elas, confrontados os resultados do modelo com os experimentos por testes
científicos com rigores estatísticos, e verificados os resultados por outros grupos científicos, pode-
se então elevar o modelo à condição de tese ou teoria. De acordo com o Método Científico, teoria
é o estágio final de uma investigação científica, quando não restam mais dúvidas quanto aos
aspectos mais fundamentais de um fenômeno.
MÉTODO CIENTÍFICO
Vamos conhecer um pouco mais sobre o Método Científico!
Neste vídeo, o professor nos conduz por um exemplo do Método Científico aplicado, explicando
suas etapas. Vamos assistir!
VERIFICANDO O APRENDIZADO
C) Como o Método Científico tem a hipótese como uma de suas características fundamentais,
devemos usá-la de forma ampla, buscando os recursos de nossas experiências pessoais como
auxílio ao método.
B) Galileo não sabia a resposta e escolheu a que lhe traria mais atenção da comunidade científica.
GABARITO
O Método Científico refuta qualquer forma de investigação não isenta. As experiências pessoais,
opiniões, sentimentos e crenças não são o caminho da Ciência, como bem ensinado por filósofos
e cientistas desde a Renascença.
Considere o problema da queda livre da pena e da bola de canhão, apresentado por Galileo
Galilei. Ele afirmou que se retirássemos as forças de atrito do ar atmosférico no ambiente
do experimento, tanto a pena quanto a bola de canhão chegariam ao solo simultaneamente,
desde que lançadas no mesmo instante e da mesma altura vertical. Marque a resposta que
melhor se adequa a como Galileo conseguiu chegar a essa incrível conclusão, já que não
possuía condições de realizar o experimento em sua época, tendo sido realizado 500 anos
depois.
Galileo descreveu seu método dedutivo a partir dos experimentos com planos inclinados e de
queda livre. Apesar de não ter as condições de idealmente realizar o experimento em sua época,
seguiu um método criterioso e racional, modelou o experimento matematicamente e pôde chegar à
sua conclusão, na esperança que pudesse ser realizada no futuro, como de fato ocorreu.
MÓDULO 3
Reconhecer a Metodologia Científica na Ciência Moderna
A CIÊNCIA MODERNA
Uma das habilidades humanas básicas é a de medir. Desde a necessidade mais elementar até a
mais sofisticada, a medida está associada à nossa capacidade científica. Contar o número de
membros de uma comunidade ou a quantidade de alimentos, de cada tipo ou classe, por número
de elementos, tamanho ou peso, significa medir. Verificar os danos causados por um evento
climático ou o resultado de uma batalha entre tribos da Antiguidade são procedimentos de medida.
Sempre estamos medindo grandezas e quantidades em unidades de medidas.
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Sempre que comparamos quantidades de uma grandeza, estamos medindo. Essa medida pode
ser objetiva ou subjetiva (por exemplo, quando dizemos que determinado alimento é mais
saboroso que outro). Tudo que puder ser mensurado com técnicas metrológicas – de forma
isenta, livre de dogmas, crenças, aspectos ideológicos ou religiosos – e puder seguir o caminho
do Método Científico e suas metodologias, absolutamente tudo que cumprir esses requisitos,
será considerado Ciência. No entanto, para que haja uma tese, é preciso propô-la em hipótese e
testá-la, confrontando-a com a Metrologia. Assim, temos o Método Científico completo.
EXEMPLO
Suponhamos que um juiz de execuções penais, que lida com os detentos e apenados pela
Justiça, queira levantar informações sobre a efetividade e os resultados de modelos de
cumprimento de penas diferentes. Necessariamente, esse juiz terá de estabelecer os diferentes
modelos a comparar (identificar os detentos por classes de periculosidade, tamanho da pena, tipos
criminais, idade, sexo, educação, para citar algumas), fazer um levantamento estatístico dos
resultados quanto à efetividade da pena (tranquilidade das casas de detenção, recorrência dos
libertados), e comparar as estatísticas, da forma mais isenta, para cientificamente aferir os
modelos de cumprimento de penas. Portanto, o Método Científico também alcança o campo das
ideias filosóficas quando a medida estiver em questão.
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O Sistema Internacional de Unidades (SI) definiu o metro (m) como unidade física básica de
comprimento. Isso significa que, para medirmos a grandeza comprimento com instrumentos de
medida padronizados e calibrados de acordo com o SI, compararemos o metro (m) padrão com o
que estivermos medindo dessa grandeza. Se quisermos medir a grandeza massa, utilizaremos a
unidade padronizada do quilograma (Kg).
Todas as grandezas físicas possuem padrões no SI, ou seja, unidades de medida SI.
Comprimento metro m
Massa quilograma kg
GRANDEZA UNIDADE SÍMBOLO
Tempo segundos s
Temperatura kelvin k
A escala pode ser linear, quadrática, exponencial, logarítmica etc. Assim, o comprimento, com sua
unidade de medida SI, o metro, tem variações lineares desde o zero até o infinitamente grande,
pertencentes ao conjunto matemático dos números reais.
lineares 10-4, 10-3, 10 -2, 10-1, 100, 101, 102, 103, 104... do metro. Isso equivale a dizer que a
rodovia com 3.585Km pertence à escala de 107 m, pois o Km tem escala de 103 metros.
Essas grandezas são independentes por convenção. Todas as outras, chamadas de grandezas
derivadas, podem ser definidas por equações algébricas baseadas em leis físicas em termos das
grandezas básicas. Logo, no escopo dimensional, força é definida como M L T-2, ou seja, em
O metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo
de 1/299 792 458 de segundo.
O ampere é a intensidade de uma corrente elétrica constante que, se mantida em dois condutores
paralelos, retilíneos, de comprimento infinito, de seção circular desprezível, e situados à distância
de 1 metro entre si, no vácuo, produz entre os condutores uma força igual a 2 x 10-7 newton por
metro de comprimento.
O kelvin é a fração 1/273,16 da temperatura termodinâmica do ponto triplo da água. Disso resulta
que a temperatura termodinâmica do ponto triplo da água é exatamente 273,16 kelvins, Ttpw =
273,16 K.
A candela é a intensidade luminosa, numa dada direção, de uma fonte que emite uma radiação
monocromática de frequência 540 x 1012 hertz e que tem uma intensidade radiante nessa direção
de 1/683 watt por esferorradiano.
A definição do metro padrão foi modificada para a atual definição em termos da constância da
velocidade da luz no vácuo.
As unidades básicas Kelvin, ampere e mol também foram alteradas em função de constantes
fundamentais da natureza:
Kelvin será função da constante de Boltzmann.
Ampere será função da carga do elétron.
Mol será função do número de Avogadro.
Todos esses desenvolvimentos dos processos de medida e definição destas três unidades
básicas, já haviam sido obtidos, mas somente em fins de 2018, conseguiu-se aprovar a nova
definição do quilograma padrão em função da constante de Planck, sendo implementadas
conjuntamente em 20 de maio de 2019.
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Esta é a essência do Princípio da Medida: toda medida possui uma incerteza. Não é possível
medir com exatidão ou perfeita acuracidade; nenhuma medida é ou será exata. Devemos, então,
observar esse princípio, lidando com as incertezas oriundas dos instrumentos, dos processos e
dos fenômenos físicos, ainda que exatos nas equações teóricas.
Se lançarmos uma pequena esfera sólida de um plano inclinado, descrevendo uma parábola, e
forrarmos o solo na área de impacto da esfera com papel carbono, de modo a marcarmos os
pontos de impacto, perceberemos que, a cada lançamento e impacto, a probabilidade da esfera
marcar o carbono em pontos diversos não é desprezível. Na verdade, para cada altura de
lançamento, encontraremos uma dispersão de pontos de impacto no solo, evidenciando-a.
É importante notar que esse efeito não desaparecerá se aprimorarmos nossa técnica, apesar de
podermos aperfeiçoar os resultados, pois sempre haverá dispersão. Logo, podemos afirmar que
todo dado medido tem sua incerteza, ou desvio. Essa dispersão dos resultados da amostra
de dados será tratada matematicamente com estatística padrão, sendo as incertezas o
resultado de desvios.
EXEMPLO
Quando localizamos um endereço por meio de um GPS, o equipamento usa as antenas do
sistema de telefonia celular e mais informações de satélites GPS. Ao combinar essas informações,
o sistema nos apresenta o local mais provável, estatisticamente, da localização requerida e a
sombra de entorno é o desvio desse resultado, a incerteza dessa medida. Quanto mais precisa a
localização do sistema GPS, por usar mais antenas e satélites, menor a incerteza e
consequentemente menor a sombra de desvio de localização.
O ponto central pode variar, pois o resultado é estatístico. Dessa forma, todo dado medido não
representará mais um ponto e sim um intervalo de validade da grandeza medida, um valor nominal
e sua incerteza que, em termos de diagramas de representação gráfica, seria representada como
uma barra de desvio, um intervalo de valores da grandeza medida entre o valor nominal menos o
desvio e o valor nominal mais o desvio, formando um binômio de elementos, um intervalo de
confiabilidade.
um valor mediano dos alcances de impacto, xm, para uma mesma altura de lançamento, com um
desvio estatístico δx. Repare que se representarmos graficamente R, alcance, este será
representado como uma barra variando desde xm - δx até xm + δx, no intervalo de validade da
dimensão x. Isso significa que toda medida tem uma incerteza, não sendo possível alcançar a
exatidão.
SAIBA MAIS
Busque na internet o documento Avaliação de dados para Medição, Guia para expressão de
incerteza de medição GUM 2008 e consulte as definições dos conceitos de medição, resultado de
medição, desvios ou incertezas de medição, erros de medida, erros sistemáticos e aleatórios.
ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS
São os algarismos representativos que compõem o valor de uma grandeza, excluindo-se os zeros
à esquerda. Eles indicam a precisão dessa medida, na qual o último algarismo representado é
incerto. Zeros à direita são significativos. Na tabela, podemos observar um mesmo valor do
deslocamento de uma partícula descrito com diferentes números de algarismos significativos.
57,896 5
5,79 x 101 3
5,789600 x 101 7
0,6 x 102 1
Incorreto Correto
124,5 ± 11 125 ± 11
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
A representação gráfica será executada levando-se em consideração os dados medidos de uma
amostra, com suas incertezas representadas como barras de desvio, ou barras de incertezas, nas
quais os dados serão interpretados como intervalos representados graficamente, tendo sido
escalonados para essa representação, seja em uma mídia de representação linear, quadrática,
exponencial ou logarítmica. As barras representarão o intervalo de confiança da grandeza
mensurada.
V (m/s) X(m)
As barras de desvios ou de incertezas do espaço, na abscissa, não foram representadas, pois são
menores que os pontos. Foi ajustada uma reta média que representa os pontos experimentais.
A reta mediana é traçada procurando passar a reta equilibradamente o mais próximo possível do
maior número de pontos, sempre dentro das barras de desvio, e não há uma âncora de
representação, como a origem ou outro ponto.
O SISTEMA DE MEDIDAS
Vamos conhecer a importância das medidas!
Neste vídeo, o professor nos ajudará a entender o sistema de medidas e a sua importância para o
universo das ciências exatas e para a nossa vida. Vamos assistir!
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) Não há uma única definição, toda atividade humana pode ser classificada como Ciência.
D) Tudo que puder ser medido, com os princípios do Método Científico e suas metodologias, de
forma objetiva e isenta, livre de dogmas, crenças e opiniões, pode ser classificado como Ciência.
E) Ciência não pode ser classificada em termos do Método Científico e suas metodologias, mas
sim dos avanços científicos alcançados.
B) O trabalho descrito pelo suposto descobridor do monopolo magnético deve ser considerado
falso ou, no mínimo, inconclusivo.
C) O monopolo magnético não foi observado com os preceitos do Método Científico e, portanto, os
demais cientistas não conseguiram reproduzir o experimento.
GABARITO
De forma simplificada, como se pode definir o que é Ciência?
Ciência não pode depender de dogmas, culturas, folclores, crenças mitológicas de qualquer ordem
ou de experiências de vida. A Ciência fundamenta-se no Método Científico, em suas metodologias
e na medida experimental, sempre de forma isenta.
Anos atrás, um cientista afirmou ter encontrado um monopolo magnético, uma partícula de
carga magnética não prevista na teoria eletrodinâmica de Maxwell. Essa busca era o desejo
de Paul M. Dirac para explicar a origem da quantização da carga elétrica. No entanto, toda a
comunidade de Física que se dispôs a repetir o experimento descrito por esse cientista não
conseguiu observar o tão procurado monopolo magnético. O que você diria que ocorreu?
Todo trabalho científico que passou pelo crivo do Método Científico e suas metodologias deve ser
reproduzível dentro dos princípios da medida. Se nenhum outro cientista conseguiu reproduzi-lo
com o resultado alegado, e não faltariam interessados nesse tema, o trabalho só pode ser
considerado falso ou inconclusivo.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento do Método Científico, desde a Grécia Antiga até os dias atuais, relaciona-se à
nossa evolução científica, tecnológica e do próprio conhecimento, o que chamamos de Teoria do
Conhecimento. Não é possível fazer Ciência e seus recursos sem o Método Científico e suas
metodologias.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. Resumo do Sistema
Internacional de Unidades (SI). Tradução da publicação do BIPM. Rio de Janeiro: INMETRO,
2006.
BRASIL. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. GUM - Guia para a Expressão
da Incerteza de Medição 2008. Tradução da publicação do BIPM. Brasília: INMETRO, 2012.
DE OLIVEIRA, A. J., Bóson de Higgs: Divulgada foto mais nítida da partícula. In: Revista
Galileu, 2 set. 2015.
SEARS & ZEMANSKY; YOUNG, H.; FREEDMAN, R. A. Física I, II, III e IV. 12. ed. São Paulo:
Pearson, 2009.
EXPLORE+
1) Leia os textos a seguir e aprofunde seu conhecimento:
Bóson de Higgs: divulgada foto mais nítida da partícula, de André Jorge de Oliveira, Revista
Galileu, 2015.
Dicionário de Física Ilustrado, Horácio Macedo, São Paulo: Nova fronteira, 1976.
CURRÍCULO LATTES