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Projeto Arquitetônico
Material Teórico
Análise Formal do Objeto Arquitetônico – Segunda Parte
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Análise Formal do Objeto Arquitetônico
– Segunda Parte
• Estudos de Caso;
• Sólidos Primários.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Compreender os principais métodos e simbologias para as análises gráficas nos pla-
nos em três dimensões.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Análise Formal do Objeto Arquitetônico – Segunda Parte
Estudos de Caso
Como vimos na Unidade anterior, os estudos de caso auxiliam na concepção
arquitetônica sobre como começar a esboçar graficamente uma ideia, isto é, um
programa de necessidades específicas para um lote/local.
Tais estudos geralmente são realizados com base em uma metodologia ativa,
ou seja, exigindo que o aluno ou profissional tenha uma abordagem questio-
nadora sobre o assunto analisado e, ao mesmo tempo, manifeste inquietação
e vontade de ir atrás de materiais para melhor entender o que é analisado.
Dessa forma, tal indivíduo terá capacidade crítica e repertório de projetos para
começar a elaborar os seus próprios pensamentos com relação a um projeto
de autoria própria.
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Com o entendimento desta citação, constatamos que o desenho é o principal mate-
rial para a plena compreensão arquitetônica, bem como à criação do mesmo. Ademais:
[...] o desenho é um grande instrumento de pesquisa, manifestação e de
revelação de intenções do ato de criação arquitetônica. Por intermédio
de desenhos procuramos analisar e comparar procedimentos metodoló-
gicos adotados e aplicados nos projetos selecionados. Apesar da ênfase
nos aspectos formais, os itens também permitem analisar aspectos fun-
cionais, técnicos e estéticos. (FLÓRIO et al., 2002, p. 12)
A seguinte Figura nos mostra um volume final idealizado pelo arquiteto Paulo
Mendes da Rocha.
Explor
Loja Forma (1987), arquiteto Paulo Mendes da Rocha, São Paulo: https://goo.gl/YazQXd.
Forma
Quando discutimos as questões de forma, não podemos esquecer do significado
desse termo:
A forma em Arquitetura é a realização material de toda a construção, or-
ganicamente composta pelos espaços interiores que ela determina e cuja
a razão de ser tem sempre base numa necessidade prática, construtiva
e estética. A manifestação concreta da forma se faz através das múlti-
plas combinações obtidas pelas linhas, pelas superfícies e pelos volumes,
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UNIDADE Análise Formal do Objeto Arquitetônico – Segunda Parte
Com tal definição podemos entender que a forma está ligada a um raciocínio
que resulta em um volume com relação a um programa de necessidades e local fí-
sico onde será edificada, passando por diversas discussões de espaço, mas sempre
pensando em seu usuário, o homem.
Com um pensamento similar, Ching (2012, p. 34) define forma da seguinte maneira:
Forma é um termo abrangente que tem vários significados. Pode se refe-
rir a uma aparência externa passível de ser reconhecida, como a de uma
cadeira ou de um corpo humano que se senta nela. Pode também aludir a
uma condição particular na qual algo atua ou se manifesta, como quando
falamos de água na forma de gelo ou vapor. Em arte e projeto, frequente-
mente utilizamos o termo para denotar a estrutura formal de um trabalho
– a maneira de dispor e coordenar e partes de uma composição de forma
a produzir uma imagem coerente.
A seguinte Figura nos mostra uma forma idealizada para um museu projetado
pela arquiteta italiana Lina Bo Bardi, para a Cidade de São Paulo.
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Figura 1 – Museu de Arte de São Paulo (Masp, 1968),
arquiteta Lina Bo Bardi, São Paulo
Fonte: masp.org.br
Tamanho
Quando pensamos no tamanho de um objeto arquitetônico, devemos mensurar
a dimensão do programa de necessidades para começarmos a entender o tamanho
da volumetria a ser desenvolvida ao seu usuário. Segundo Ching (2012, p. 34)
são: “As dimensões físicas de comprimento, largura e profundidade de uma forma.
Embora essas dimensões determinem as proporções de uma forma, sua escala é
determinada por seu tamanho relativo a outras formas de seu contexto”.
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Figura 2
Fonte: Acervo do Conteudista
Posição
Quando pensamos em posições, devemos ficar atentos sempre com relação a
uma ou mais referências como, por exemplo, o lote – este como o partido inicial
à composição e posição do(s) volume(s) arquitetônico(s), conforme retrata Ching
(2012, p. 35):
Posição: a situação de uma forma relativamente ao seu ambiente ou
campo visual dentro do qual é vista.
Com tais conceituações, devendo ter, pelo menos, uma referência, fica clara a
análise das questões compositivas volumétricas de um estudo de caso, podendo-
-se, assim, especular a organização espacial de um ou mais objetos arquitetônicos
localizados em um lote/lugar.
Nesse sentido, a seguinte Figura nos retrata um lote com volumes dispostos e
organizados de forma a criar áreas vazias apenas pela posição dos objetos implan-
tados no terreno.
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Figura 3
Fonte: Acervo do Conteudista
Perceba que essas áreas vazias, frutos de tal composição, estão demarcadas na
cor verde e foram configuradas a partir da locação dos volumes em vermelho.
Sólidos Primários
Quando pensamos em objetos sólidos, vêm à nossa mente diversos exemplos,
mas é inevitável não pensar em cinco sólidos que auxiliam na composição e criação
de objetos arquitetônicos, a saber:
• Esfera: elemento tridimensional gerado a partir de um semicírculo onde, por
meio da sua revolução, gera pontos equidistantes do centro, isto é, do raio
da esfera e, consequentemente, concebe a superfície curva que há na esfera.
Segundo Ching (2012, p. 42), a esfera é caracterizada por ser:
Um sólido gerado pela revolução de um semicírculo em torno de seu diâ-
metro, cuja superfície é, em todos os pontos, equidistante do centro. Uma
esfera constitui uma forma centralizada e altamente concentrada. Como o
círculo do qual é gerada, é autocentralizadora e normalmente estável em
seu meio. Pode estar inclinada em direção a um movimento de rotação
quando situada em um plano inclinado. De qualquer ponto de vista, ela
conserva seu formato circular.
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Figura 4
Fonte: Acervo do Conteudista
Figura 5
Fonte: Acervo do Conteudista
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• Pirâmide: forma geométrica tridimensional com faces triangulares que se en-
contram em um ponto em comum, independentemente da quantidade de lados
que tenha em sua base. Segundo Ching (2012, p. 43), pode ser caracterizada
também do seguinte modo:
Um poliedro de base poligonal cujas faces triangulares se encontram em
um ponto comum ou vértice. A pirâmide encerra propriedades seme-
lhantes àquelas do cone. Como suas faces constituem superfícies planas,
entretanto, a pirâmide pode repousar de uma maneira estável sobre qual-
quer uma delas. Enquanto o cone constitui uma forma suave, a pirâmide
é relativamente dura e angular.
Figura 6
Fonte: Acervo do Conteudista
• Cubo: forma geométrica constituída por seis planos quadrados iguais, organi-
zados conforme a seguinte Figura:
Figura 7
Fonte: Acervo do Conteudista
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Figura 9 – Museu do Louvre, pirâmide caracterizando o acesso principal ao museu
Fonte: iStock/Getty Images
Explor
Para compreender como realizar esses dois métodos, devemos entender o que
significa essas palavras no âmbito arquitetônico.
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Figura 10
Fonte: Acervo do Conteudista
Por meio dessa citação e Figura entendemos que através de um objeto primá-
rio podemos criar transformações pela subtração ou recortes do mesmo a partir
de outras figuras geométricas, a fim de alterar e adaptar uma forma arquitetônica
e organizar um programa de necessidades.
Já adição, na Arquitetura, consiste em adaptar volumes a fim de suprir e
organizar um programa e fluxograma para que se construa um pensamento e
objeto arquitetônico.
“Uma forma pode ser transformada pela adição de elementos ao seu volume.
A natureza do processo aditivo e o número e os tamanhos relativos de elementos
acrescentados determinam se a identidade da forma inicial será alterada ou manti-
da” (CHING, 2012, p. 48). Nesse sentido, vejamos a seguinte Figura:
Figura 11
Fonte: Acervo do Conteudista
Note que por meio de um objeto primário é possível operar transformações pela
adição dos mesmos através de outras figuras geométricas, a fim de alterar e adaptar
uma forma arquitetônica e organizar um programa de necessidades.
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topográficas existentes em um lote dentro de uma cidade. Essa identificação das
principais configurações sobre um edifício, isto é, a sua forma, mostra-nos as prin-
cipais “massas” de uma edificação.
Para a metodologia de adição percebe-se que uma forma principal sofre mo-
dificações por meio da agregação de partes no mesmo volume; já no método de
subtração, um objeto principal sofre inserções, criando vazios de modo a diminuir
um volume principal, isto é, deduzindo partes do todo.
Figura 12
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Arquitectura: Temas de Composición
CLARCK, R. H.; PAUSE, M. Arquitectura: temas de composición. 3. ed. México:
Gustavo Gilli, 1997.
Dicionário da Arquitetura Brasileira
CORONA, E.; LEMOS, C. Dicionário da Arquitetura brasileira. 2. ed. São Paulo:
Romano Guerra, 2017.
Projeto Residencial Moderno e Contemporâneo: Análise Gráfica dos Princípios de Forma, Ordem e Espaço de
Exemplares da Produção Arquitetônica Residencial
FLÓRIO, W. et al. Projeto residencial moderno e contemporâneo: análise gráfica
dos princípios de forma, ordem e espaço de exemplares da produção arquitetônica
residencial. 2 v. São Paulo: Mackpesquisa, 2002.
Lições de Arquitetura
HERTZBERGER, H. Lições de Arquitetura. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
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Referências
CHING, F. D. K. Arquitetura, forma, espaço e ordem. 3. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2012.
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