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Nome: Cássio Murilo Aeroso Monteiro GRR:20196967

DEFINIÇÃO

Argamassa é um material constituído pela mistura de aglomerantes,


agregados miúdos e água, podendo também conter aditivos com a finalidade de
melhorar suas propriedades, que após tratamento de cura endurece atendendo às
propriedades e desempenhos especificados.

Quando recém misturadas, possuem boa plasticidade; enquanto que,


quando endurecidas, possuem rigidez, resistência e aderência. As argamassas
são normalmente constituídas por cal ou cimento, areia e água.

A areia funciona como material inerte, para dar solidez. Nas argamassas de
cimento, sua aplicação reduz a menos de 1/3 a quantidade de aglomerante
reduzindo custo e variação volumétrica. Nas argamassas de cal, a areia facilita a
passagem de anidrido carbônico do ar, que produz a recarbonatação do hidróxido
de cálcio, com conseqüente solidificação do conjunto.

A areia funciona como material inerte, para dar solidez. Nas argamassas de
cimento, sua aplicação reduz a menos de 1/3 a quantidade de aglomerante
reduzindo custo e variação volumétrica. Nas argamassas de cal, a areia facilita a
passagem de anidrido carbônico do ar, que produz a recarbonatação do hidróxido
de cálcio, com conseqüente solidificação do conjunto.

HISTÓRICO

Acredita-se que a argamassa surgiu na Pérsia antiga, onde usava-se


alvenaria de tijolos secos ao sol, com assentamento de argamassas de cal. Seu
desenvolvimento como sistema construtivo, entretanto, ocorreu em Roma.

Durante o Império Romano os homens tiveram a idéia de misturar um


material aglomerante, a pozolana (cinzas vulcânicas), com materiais inertes,
dando origem às primeiras argamassas. No Brasil, a argamassa passou a ser
utilizada no primeiro século de nossa colonização, para assentamento de
alvenaria de pedra (largamente utilizada na época). A cal que constituía tal
argamassa era obtida através da queima de conchas e mariscos. O óleo de baleia
era também muito utilizado como aglomerante, no preparo de argamassas para
assentamento.

Classificações e funções:

Classificação das argamassas.

Dependendo do ponto de vista considerado, podemos apontar várias


classificações para as argamassas. Algumas estão citadas abaixo.

Classificação segundo o emprego.

Comuns quando se destinam a obras correntes, podendo ser:

 Argamassas para rejuntamento nas alvenarias.


 Argamassas para revestimentos;
 Argamassas para pisos;
 Argamassas para injeções.
 Argamassas refratárias, quando devem resistir a elevadas temperaturas.

Classificação segundo o tipo de aglomerante:

Argamassas aéreas – Cal aérea, gesso, etc...

Argamassas hidráulicas – Clã hidráulica e cimento;

Argamassas mistas – Argamassa com um aglomerante aéreo e um hidráulico.

Classificação segundo a dosagem:

Pobres ou magras – Quando o volume de aglomerante é insuficiente para encher


os vazios do agregado.

Cheias – Quando os vazios do agregado são preenchidos exatamente pela pasta.

Ricas ou gordas – Quando houver excesso de pasta


Funções:

As argamassas são empregadas com as seguintes finalidades:

 assentar tijolos e blocos, azulejos, ladrilhos, cerâmica e tacos de madeira.


 Impermeabilizar superfícies;
 regularizar (tapar buracos, eliminar ondulações, nivelar e aprumar) paredes,
pisos e tetos.
 dar acabamento às superfícies (liso, áspero, rugoso, texturizado, etc.).

1- Argamassas comuns:

Assentamento de pedras, tijolos e blocos em alvenarias, onde favorecem a


distribuição dos esforços.

Revestimentos argamasssados como chapisco, camada única, emboço e


reboco.

Assentamentos de placas de revestimento para paredes e pisos.

Reparos de obras de concreto.

Injeções.

1.1 - Argamassas de assentamento

Uma argamassa tem boa trabalhabilidade quando distribui-se com


facilidade ao ser assentada, preenchendo todos os vazios. Não separa-se ao ser
transportada, agarra a colher do pedreiro, não endurece quando toca blocos de
sucção alta, e permanece plástica por um bom tempo.

Retentividade de água: está relacionada com a manutenção da


consistência da argamassa. É a propriedade da argamassa de não perder a água
que possui para o elemento onde foi assentada.

Aderência: não é uma característica própria da argamassa. Depende das


condições da mesma, e da unidade da alvenaria. A aderência é um processo
mecânico; a argamassa se ancora na alvenaria pela penetração nas suas
reentrâncias.
Resistência mecânica: o principal esforço que a argamassa de
assentamento sofre é o de compressão. Também sofre flexão e cisalhamento por
esforços laterais nas paredes, porém em menor quantidade.     

1.2 - Argamassas de revestimento

Revestimento é o recobrimento de uma superfície lisa ou áspera com uma


ou mais camadas superpostas de argamassa em espessura via de regra uniforme,
apta a receber, sem danos, uma decoração final.

Aderência é a propriedade do revestimento de resistir a tensões normais ou


tangenciais nas superfícies de interface com o substrato.

Entre outros usos importantes dos revestimentos argamassados, podemos


citar:

• estanqueidade à água;

• conforto térmico;

• isolamento acústico;

• resistência ao fogo;

• regularização da base;

• aparência e decoração;

• proteção da base.

Propriedades da argamassa de revestimento que quando estão fresca


são:

• Adesão inicial: é a propriedade que a argamassa fresca de revestimento possui


de permanecer adequadamente unida à base de aplicação, após o seu
lançamento.

• Consistência e plasticidade: são os principais fatores condicionantes da


trabalhabilidade das argamassas, a qual pode garantir que o revestimento fique
adequadamente aderido ao substrato e dar o acabamento superficial conforme
prescrito.

• Retenção de água de consistência: define-se retenção de água de uma


argamassa como a propriedade que a mesma possui de reter mais ou menos
água de amassamento ao entrar em contato com uma superfície de maior nível de
absorção.

Argamassas aéreas: compostas por cal aérea ou gesso.

   A cal dá à argamassa uma boa trabalhabilidade e capacidade de reter


água, entretanto, quando está endurecida, apresenta baixa resistência. v
Argamassas hidráulicas: compostas de cal hidráulica ou cimento portland.

   As argamassas de cimento e areia são indicadas para suportar maiores


cargas, pois possuem alta resistência. v Argamassas mistas: compostas por um
aglomerante aéreo e um hidráulico (cal e cimento).

Argamassas simples: possuem apenas um elemento ativo.

   Argamassas compostas: possuem mais de um elemento ativo.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO A SUA DOSAGEM

Argamassas pobres ou magras: O volume de aglomerante é insuficiente


para preencher os vazios entre os grãos do agregado.

Argamassas cheias: Os vazios são preenchidos perfeitamente pela pasta.

Argamassas ricas ou gordas: Quando há excesso de pasta.


CLASSIFICAÇÃO QUANTO A SUA CONSISTÊNCIA

Secas - A pasta aglomerante somente preenche os vazios entre os


agregados, deixando-os ainda em contato. Existe o atrito entre as partículas que
resulta em uma massa áspera.

Plásticas - Uma fina camada de pasta aglomerante “molha” a superfície dos


agregados, dando uma boa adesão entre eles com uma estrutura pseudo-sólida.

Fluidas - As partículas de agregado estão imersas no interior da pasta


aglomerante, sem coesão interna e com tendência de depositar-se por gravidade
(segregação). Os grãos de areia não oferecem nenhuma resistência ao
deslizamento, mas a argamassa é tão líquida que se espalha sobre a base, sem
permitir a execução adequada do trabalho.

Rejuntamento:

Rejuntamento Tipo II: Uso em ambientes internos e externos, desde que


observados as seguintes informações: a) Todas as condições do tipo I; b)
Aplicação em locais de trânsito intenso de pedestres / transeuntes; c) Aplicação
em placas cerâmicas com absorção de água inferior a de 3%; d) Aplicação em
ambientes externos, piso ou parede, de qualquer dimensão, ou sempre que se
exijam as juntas de movimentação; e) Ambientes internos ou externos com
presença de água estancada.

Assentamento:

Argamassa indicada para ligação de componentes de vedação no


assentamento em alvenaria, com função de vedação. - Argamassa indicada para
ligação de componentes de vedação no assentamento em alvenaria, com função
estrutural. - Argamassa para complementação da alvenaria (encunhamento).

Revestimento:

Argamassa para revestimento interno: indicada para revestimento de


ambientes internos da edificação, caracterizando-se como camada de
regularização. - Argamassa para revestimento externo: indicada para revestimento
de fachadas, muros e outros elementos da edificação em contato com o meio
externo, caracterizandose como camada de regularização

Argamassa para revestimento interno monocamada: indicada para


revestimento de ambientes internos de edificação, aplicada em camadas únicas
ou sobre emboço, proporcionando uma superfície extralisa pronta para pintura. -
Argamassa de uso geral: indicada para assentamento de alvenaria sem função
estrutural e revestimento de paredes e tetos internos e externos.

Argamassa para reboco: indicada para cobrimento de emboço,


proporcionando uma superfície fina que permita receber o acabamento, também
denominada massa fina. - Argamassa decorativa bicamada pigmentada: indicada
para revestimento com fins decorativos, pigmentada, que permite variados
acabamentos em camada fina.

Argamassa decorativa monocamada pigmentada: indicada para


revestimento de fachadas, muros e outros elementos de edificação em contato
com o meio externo, com fins decorativos, pigmentada, hidrofugada e que permite
variados acabamentos em camada úmida.

QUALIDADE DAS ARGAMASSAS

Propriedades reológicas – estado fresco

Resistência mecânica

Compacidade /massa específica

Impermeabilidade / Permeabilidade / Isolação

Aderência

Constância de volume e Durabilidade


Qualidade e quantidade do aglomerante.

Qualidade e quantidade do agregado.

Quantidade de água.

Observações a serem levados em conta:

Os grãos do agregado miúdo devem estar totalmente envolvidos e aderidos


à pasta.   

Os vazios entre os grãos do agregado devem ser inteiramente completados


pela pasta. Caso contrário, sua resistência à tração será baixa e apresentará
grande permeabilidade.

Dosagem adequada.

Condições para uma boa aderência

a) Os grãos dos agregados devem ser hidrófilos (que absorvem bem a água).

b) Os grãos devem ser molhados pela água diretamente, ou pela pasta, permitindo
a aderência entre os grãos de aglomerante e os grãos do agregado em fase de
endurecimento.

c) A relação de aderência entre aglomerante e agregado deve ser de afinidade


(ações moleculares individuais). Estas ações necessitam de deslocamentos de
moléculas (íons) que são diferentes dependendo da quantidade de água próxima
aos grãos.

d) A limpeza dos grãos do agregado é fundamental para a aderência entre eles e o


aglomerante.      v As interposições sob a forma de película, de argila e) matérias
orgânicas, caulinização ou alteração superficial de alguns agregados torna o
contato dos grãos inertes com os elementos ativos do aglomerante aleatório ou
ilusório prejudicando a aderência.

h) Integrar o sistema de vedação dos edifícios. v Isolamento acústico.


Isolamento térmico.

Resistência ao fogo.

Estanqueidade de águas e gases,e resistência ao desgaste.

Abalos superficiais.

Fixação e chumbamento de peças.

ARGAMASSA NO ESTADO FRESCO

O estado fresco da argamassa é o período decorrido entre a mistura de


aglomerantes e agregado miúdo com a água e o início das reações de pega.
Entende-se como a condição na qual a argamassa ainda é trabalhável ou
deformável plasticamente sob a ação de pequenas solicitações (ABCI, 1990).

PROPRIEDADES:

Consistência: É a propriedade de uma argamassa ter maior ou menor


facilidade de opor resistência a uma dada deformação. As argamassas são
classificadas segundo sua consistência em secas, plásticas ou fluidas, porém os
limites destas consistências não são bem definidos.

Retenção da Consistência: É a propriedade da argamassa de manter sua


consistência após entrar em contato com um substrato. Esta propriedade é
importante para argamassas de assentamento das alvenarias e peças cerâmicas
de revestimento e dependem de outra propriedade, a retenção de água.

Coesão: É a propriedade da argamassa de manter seus constituintes


homogêneos, sem segregação. As argamassas de assentamento e revestimento
de alvenaria devem possuir uma boa coesão.

Tixotropia: Esta propriedade está relacionada com a coesão, numa escala


bem acentuada. As argamassas tixotrópicas exigem uma baixa energia para
alterarem sua forma, que uma vez alterada, consegue mantê-la mesmo sob ação
da gravidade. A tixotropia é exigida nas argamassas de assentamento de peças
cerâmicas e argamassas de recuperação.   

Plasticidade: É a propriedade que permite à argamassa deformarse e reter


certas deformações após a redução das tensões que lhe foram impostas. Esta
propriedade está ligada diretamente a sua coesão, consistência e retenção de
água.

Retenção de água: Define-se retenção de água como a capacidade da


argamassa fresca de manter sua consistência ou trabalhabilidade quando sujeita a
solicitações que provoquem perda de água (evaporação ou sucção do substrato).

Adesão inicial: É a propriedade que a argamassa possui de permanecer


adequadamente unida ao substrato após seu lançamento. Esta propriedade é
fortemente influenciada pela plasticidade e coesão da argamassa e pelas
propriedades do substrato onde é aplicada (absorção inicial e rugosidade).

Propriedades das Argamassas

O desempenho de uma argamassa depende de suas características no


estado plástico e no estado endurecido.

No estado plástico a argamassa deve apresentar boa trabalhabilidade para


facilitar o assentamento dos blocos e uma capacidade de retenção de água
adequada para garantir a hidratação do cimento. As características para o estado
endurecido são: resistência à compressão adequada, boa resistência de aderência
ou ao cisalhamento, boa resiliência.

A Associação Brasileira das Normas Técnicas (ABNT), através de um


conjunto de ensaios normatizados estabelece os requisitos necessários para cada
característica que deve ser controlada através de procedimentos normativos. A
tabela abaixo apresenta um resumo destes requisitos.

Uma argamassa tem boa trabalhabilidade quando adere bem na colher de


pedreiro, desliza sem dificuldade e adere bem nas superfícies verticais das
paredes. Deve permanecer plástica pelo tempo necessário para os ajustes de
alinhamento, prumo e nível das unidades.

A NBR 13276/2005 padronizou a trabalhabilidade de uma argamassa


através do ensaio de consistência (NBR 8798 para Blocos vazados de concreto)
que mede o diâmetro do espalhamento da argamassa de um cone.

A argamassa deve reter a água de amassamento que serve tanto para


lubrificar os materiais secos quanto para garantir a hidratação do cimento. Neste
sentido a presença da cal na mistura ajuda a reter água devido a sua grande
superfície específica.

Estas duas propriedades do estado plástico estão muito ligadas ás


propriedades do estado endurecido. Uma boa resistência depende da resistência
dos blocos e da quantidade de cimento da argamassa. A aderência argamassa-
bloco é melhorada quando a argamassa tem boa trabalhabilidade e boa retenção
de água.

A aderência é a segunda propriedade mais importante na alvenaria após a


resistência à compressão das unidades. Depende da rugosidade e aspereza da
unidade de alvenaria e de sua absorção inicial. Contribui para combater os
esforços de tração e os esforços tangenciais.

Trabalhabilidade

Uma consistência padrão de 255±10 mm. Seguindo a NBR 13276

Resistência à compressão

Deve ser especificada no projeto. Seguindo a NBR 13279

Resistência de aderência

Deve ser especificada no projeto. Seguindo a ASTM E518

Retenção de água

80% < normal < 90%


90% < alta

Seguindo a NBR 13277

Teor de ar incorporado

Grupo a < 8%

8% < Grupo b < 18%

18% < Grupo c

Seguindo a NBR 13278

Fórmula da resistência a compressão da argamassa:

Resistência da argamassa entre os limites:

Referências bibliográficas:

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REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA. 1. ed. São Paulo, Associação Brasileira de
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estudo de caso do mercado público de Jardim de Piranhas/RN. 2019. 51 f. TCC
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