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Universidade Federal do Paraná

Campus Pontal do Paraná


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA FRIA E QUENTE


Profª Elizabete Yukiko Nakanishi Bavastri, MSc,Dr.Eng

1 – Introdução Geral Continuação

1.1 Coluna de Distribuição (atual/moderno): SETORIZAÇÃO do consumo de água

A medição de água através de um único hidrômetro, em edificação multifamiliares, esta sendo


gradativamente substituída pela medição de água individual que se constitui sinônimo de economia de água
e justiça social (o consumidor paga efetivamente pelo seu consumo).
O sistema consiste na instalação de um hidrômetro no ramal de alimentação de cada unidade
habitacional, de modo que seja medido todo o seu consumo, c/a finalidade de racionalizar o seu uso e fazer
a cobrança proporcional ao volume consumido. Hoje, esse tipo de medição desperta o interesse de muitos
arquitetos e projetistas, bem como dos administradores de condomínios e concessionária (empresas) de
abastecimento de água p/combater a inadimplência.
A medição individual de água em condomínios prediais é importante por várias razões:
 redução do desperdício de água e, consequentemente, do volume efluente de esgoto;
 economia de energia elétrica devido a redução do vol. bombeado p/o reservatório superior;
 redução do índice de inadimplência;

 identificação de vazamento de difícil percepção.

Fig.1: Caixa de proteção metálica Fig.2: Sistema de alimentação predial com medidor
p/6 hidrômetros. individual em cada andar.

A seguir alguns tipos de sistemas de instalação de hidrômetros individuais p/medição do consumo


por apto.
(1º) Sistema com Medição nos Halls, leitura visual.

Hidrômetro Geral
(2ºA) sistema com medição no andar térreo: hidrômetro com leitura convencional.

(2ºB) sistema com medição no andar térreo: com leitura remota (computadorizada).

2°A 2°B

(3º) sistema com medição no barrilete.


2 - Sistema com REDUÇÃO de PRESSÃO
É cada vez mais frequente, em cidades de médio porte, encontrar edifícios de 20
a 30 pavimentos. Cidades como Balneário Camboriú, Itapema, Recife e Goiânia,
por exemplo, conhecidas por serem bastante verticalizadas, pode-se encontrar
edifícios c/mais de 50 pavimentos. Nestes edifícios mais altos a pressão d’água
passa a ser um problema, pois excedem os 4 kgf/cm² (40 m.c.a.), que é a pressão
máxima recomendada pela norma NBR 5626 (ABNT, 1996).

Mas qual o problema de possuir pressões maiores que 40 mca? Os fabricantes de


chuveiros, torneiras, registros e outros equipamentos seguem a NBR 5626
(ABNT, 1996) e estabelecem a pressão de 40 mca como a pressão máxima de
operação dos equipamentos hidráulicos. Logo, uma pressão maior aumentará o
risco de falhas e ocasionará perda da garantia dos equipamentos.
Assim a limitação das pressões e velocidades de escoamento máximas no sub-sistema de distribuição
é feita c/o objetivo de evitar problemas de ruído, corrosão e golpe de aríete, além de evitar danos nos
equipamentos/instalações. Em edifícios de gde altura, a limitação dessa pressão pode ser obtida pelo uso
de: (1°) pela construção de um reservatório intermediário ("caixa de quebra-pressão") ou (2°) válvulas
redutoras de pressão (VRP).
Devido ao fato de o RESERVATÓRIO INTERMEDIÁRIO tomar um espaço útil muito importante no
interior do edifício, e tbém à dificuldade de se executar um barrilete intermediário p/a distribuição da água,
a solução mais comumente adotada tem sido a de empregar válvulas redutoras de pressão.
A VÁLVULA REDUTORA DE PRESSÃO (VRP) é um dispositivo que é instalado no sub-sistema de
distribuição c/o objetivo de introduzir uma gde PERDA de carga localizada, reduzindo, assim, a pressão
dinâmica a jusante da mesma.
A alternativa p/evitar a utilização de reservatórios intermediários é o uso de válvulas
de redução de pressão de água (VRP), que limitam as pressões nas tubulações p/
atender a pressão de 40 mca estabelecida pela NBR 5626 (item 6.9.4 ABNT, 2020).
https://thorusengenharia.com.br/valvula-redutora-de-pressao-o-que-e-como-funciona-aonde-usar-como-escolher-como-dimensionar-exemplos/

ou

1° Instalação de reservatório intermediário 2° Instalação de VRP

A válvula redutora de pressão (VRP) pode ser instalada na posição onde a pressão estática superou o
máximo permitido em norma NBR 5626 ou, o que é mais comum, ser instalada no subsolo ou térreo.
Detalhe da instalação da VRP válvula redutora de pressão
https://www.youtube.com/watch?v=xzYXS5mefuQ
https://www.youtube.com/watch?v=g9D6TDuQLRs
https://www.youtube.com/watch?v=WMbz4P_YU7Q
https://www.youtube.com/watch?v=ZZ0ydkez6vE

3 - Sistema com ELEVAÇÃO de PRESSÃO

Para aumentar a pressão e vazão no sistema de água fria ou quente predial (residencial ou comercial),
utiliza-se a bomba pressurizadora, onde o motor gira e impulsiona a força p/a água, e normalmente é
acionada automaticamente pelo sistema Pressostato ou o Fluxostato.
(1°) O fluxostato funciona pelo fluxo de água na rede hidráulica. Qdo algum pto de consumo é aberto
e a água passa por dentro da bomba pressurizadora, o fluxostato detecta seu fluxo de água e aciona um
comando p/a bomba pressurizadora começar a trabalhar. Qdo essa movimentação da água é interrompida
ao se fechar o pto de consumo, então o fluxostato deixa de detectar o fluxo e o comando desliga a bomba.
Vale ressaltar que o fluxostato não é um equipamento muito sensível, então ele precisa de um fluxo e uma
pressão mínima p/ser acionado. Isso significa que abrir muito pouco um pto de consumo ou m/m um
pequeno vazamento passará “desapercebido” p/o fluxostato e a bomba pressurizadora não será acionada.
Além disso, a bomba pressurizadora equipada c/ fluxostato só conseguem atender ptos de consumo que
estejam abaixo de sua instalação, ou seja, esse tipo de bomba pressurizadora precisa ser instalada no teto,
e o fluxostato só poderá ser instalado se o reservatório se encontrar acima do sistema de bombeamento.
(2°) O pressostato mantém constante a pressão e vazão da água nos ptos de utilização, responsável
por detectar a pressão da água na rede hidráulica. Sendo assim, toda vez que se detecta que a pressão da
água diminuiu é acionada a bomba, então qdo a pressão estabiliza a bomba pressurizadora é desligada. Isso
significa que toda vez que se abre um pto de consumo a pressão da água na rede hidráulica cai, fazendo
c/que a bomba seja acionada. Diferente do fluxostato, que não detecta pequenos fluxos de água, o
pressostato é muito mais sensível e detecta inclusive poucas variações de pressão. Outra característica
marcante é que mantêm a rede hidráulica pressurizada o tempo todo.
Característica Vantagem Desvantagem
PRESSOSTATO
 Equipamento mais complexo;  Assim que se abre qq. pto de  Preço mais elevado;
 Mantém a rede hidráulica consumo já recebe água  Menor durabilidade;
sempre pressurizada; pressurizada;  Maior incidência de
 Pode ser utilizado p/elevar a  Mais flexibilidade na instalação, manutenção;
água. podendo estar abaixo ou acima  Aciona em caso de vazamento;
dos ptos de consumo;  Não é recomendada a sua
 Pode ser utilizada c/boilers de instalação em redes
alta pressão. hidráulicas mais antigas.
FLUXOSTATO
 Equipamento mais simples;  Preço mais atrativo;  Só atende os ptos de consumo
 Não mantém a rede  Maior durabilidade; que estão abaixo dele;
pressurizada;  Menor incidência de  Pode demorar um pouco p/
 Precisa de um fluxo e pressão manutenção; acionar;
mínima de água p/ser  Pode ser instalado em redes  É mais restritivos em relação
acionado; hidráulicas mais antigas; ao local de instalação;
 Não pode ser instalado  Em caso de pequenos  Não pode ser utilizado
abaixo dos ptos de consumo. vazamentos não fica acionando. c/boiler;

4 TUBULAÇÃO DE RECALQUE (alimentação)

4.1- Definição de uma Bomba para Efetuar o recalque de Água


A definição de uma bomba é feita essencialmente por meio da vazão a ser bombeada e da altura
manométrica total capaz de ser produzida pela bomba, a essa vazão.
A altura manométrica total (Hman) corresponde ao desnível geométrico (Hg) verificado entre os níveis
da água no início e no fim do recalque, acrescida de todas as perdas localizadas e por atritos que ocorrem
nas tubulações e peças, qdo se bombeia uma vazão (Q).
Essas podem ser desdobradas em perdas na sucção (hfsuc) e perdas no recalque (hfrec).
A fig.abaixo mostra esquematicamente o significado desses valores.

Grandezas características de uma bomba


Em consequência, a altura manométrica pode ser desdobrada em:
1ª) altura manométrica de recalque é a soma da altura geométrica de recalque com as perdas
verificadas, no trecho correspondente.

Hmanrec  Hgemrec  J. Lr  n.
V2 ∆pre
2.g c

2ª) altura manométrica de sucção é a soma da altura geométrica de sucção com as perdas verificadas
na sucção.
V2 ∆psuc
Hmansuc  Hgemsuc  J. Ls  n.
2.g
3ª) altura manométrica Total
Hman  Hmanrec  Hmansuc

Portanto, a ALTURA MANOMÉTRICA, é o incremento de pressão que se deve fornecer ao sistema


para que a água atinja a altura desejada.

Δp  ΔpTR  Δp LR  ΔpTS  Δp LR
∆p =  das perdas de cargas
∆pTR = perda de carga na Tubulação de Recalque
∆pLR = perda de carga Localizada no Recalque (peças: RG, tee..)
∆pTS = perda de carga na Tubulação de Sucção
∆pLS = perda de carga Localizada na Sucção (peças: RG, cotovelo 90°..)

4.2 - Cálculo da BOMBA para efetuar o recalque de água


A potência da bomba, expressa em cavalo-vapor (CV), é determinada por meio da expressão:
 .Q . Hman
P
75 .
 = peso especifico da água (kgf/m3) =  = eficiência ou rendimento do conjunto elevatório
1.000 kg/m3 P = potência do conjunto elevatório (CV)
Q = vazão a ser bombeado (m3/s)
Hman = altura manométrica total (m)

Adotam-se, no mínimo, dois conjuntos elevatórios (moto-bomba), sendo um de reserva. É


conveniente programar a instalação de conjuntos elevatórios de acordo c/ a evolução da população e por
consequência do consumo da cidade.
Lembrando que, em algumas aplicações, por condições topográficas ou por qq. outro motivo, um
sistema poderá exigir gdes alturas manométricas, que em alguns casos, pode exceder às faixas de operação
de bombas de simples estágio; então a solução é a associação de bombas em série ou em paralelo.

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