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CAPÍTULO 3

ENERGIA HIDRÁULICA
CICLO DA ÁGUA

Fonte: <https://goo.gl/NNLst9>. Acesso em: 17.05.2022


INTRODUÇÃO
 A energia hídrica é uma fonte de energia renovável
 Para a geração de energia em hidroelétricas, aproveita-se o
fluxo da água
 Normalmente é feito o desvio do curso do rio e a formação de
reservatórios
 É importante salientar, portanto, que não se trata de uma energia
“limpa”, uma vez que com a formação desses reservatórios de
água, ocorre a decomposição vegetal, processo que emite gases
para a atmosfera.
INTRODUÇÃO
Neste capítulo não são tratados os aproveitamentos de grande porte, por
serem as grandes hidrelétricas consideradas como geração convencional, que
causam grandes impactos ambientais e, portanto, não estão incluídas entre
as fontes alternativas de energia. Assim sendo, a ênfase é dada apenas às
pequenas centrais hidrelétricas (PCH), bem como aos geradores hidrocinéticos.
HIDRELÉTRICA DE STO ANTÔNIO
HIDRELÉTRICA DE STO ANTÔNIO
PRIMEIRA HIDROELÉTRICA DO BRASIL
A primeira hidroelétrica do Brasil foi construída no reinado de D.
Pedro II, no município de Diamantina (MG). Para o seu
funcionamento, com apenas 0,5 megawatt de potência,
utilizavam-se as águas do Ribeirão do Inferno, um afluente do rio
Jequitinhonha e uma linha de transmissão de energia de apenas
2 km. Apenas cerca de 100 anos depois, a potência instalada nas
hidroelétricas sofreu um significativo aumento e hoje o Brasil é um
dos principais exploradores de energia hidroelétrica do mundo.
COMO SABER SE UMA INSTALAÇÃO É MICRO,
PEQUENA OU GRANDE CENTRAL HIDROELÉTRICA?
Algumas variáveis são utilizadas para fazer a classificação das centrais
hidroelétricas:
 a localização da central Todas essas variáveis citadas são
 a vazão interdependentes, ou seja, existe uma
 a altura da queda d’água influência mútua entre os fatores: a altura da
queda, por exemplo, depende do local em
 a capacidade ou potência instalada
que a central será instalada, o que por sua
 o tipo de barragem vez influenciará nos aspectos técnicos, como
 a Turbina os tipos de barragem, turbina e reservatório
 o reservatório. que serão construídos.
CENTRAIS QUANTO À POTÊNCIA INSTALADA E
QUANTO À QUEDA DE PROJETO

Fonte: BOYLE, G. (Editor). Renewable Energy. Second Edition, Oxford, UK: Oxford University
Press & The Open University, 2 ed., 2004. ISBN: 0199261784, 9780199261789
DEFINIÇÃO DE PCH
RESOLUÇÃO NORMATIVA N° 875, DE 10 DE MARÇO DE 2020
 Central Geradora Hidrelétrica com Capacidade Instalada Reduzida (CGH) são
aqueles cuja potência seja igual ou inferior a 5.000 kW
 Pequena Central Hidrelétrica (PCH), são aproveitamentos hidrelétricos com as
seguintes característica: a) potência instalada superior a 5.000 kW e igual ou
inferior a 30.000 kW; b) - área de reservatório de até 13 km² (treze quilômetros
quadrados), excluindo a calha do leito regular do rio.
PCH A FIO D’ÁGUA
 Esse tipo de PCH é empregado quando as vazões de estiagem do rio são iguais
ou maiores que a descarga necessária à potência a ser instalada para atender à
demanda máxima prevista.
 Despreza-se o volume do reservatório criado pela barragem
 Dispensa estudos de regularização de vazões; sozonalidade de carga elétrica do
consumidor; e facilita os estudos e a concepção de tomada d’água
 As barragens são normalmente baixas, pois têm a função apenas de desviar a
água para o circuito de adução
 Pequena área inundadas
PCH A FIO D’ÁGUA

Fonte: BOYLE, G. (Editor). Renewable Energy. Second Edition, Oxford, UK: Oxford University
Press & The Open University, 2 ed., 2004. ISBN: 0199261784, 9780199261789
VÍDEOS

Como funciona um reservatório fio d’água


https://youtu.be/wyTnYUojUO0
PCH DE ACUMULAÇÃO COM REGULARIZAÇÃO
DIÁRIA DO RESERVATÓRIO
 Empregada quando vazões de estiagem do rio são inferiores à necessária para
fornecer a potência para suprir a demanda máxima do mercado consumidor e
ocorrem com risco superior ao adotado no projeto
 O reservatório fornecerá o adicional necessário de vazão regularizada
 Necessidade de estudos de regularização diária
PCH DE ACUMULAÇÃO, COM REGULARIZAÇÃO
MENSAL DO RESERVATÓRIO
 Quando o projeto de uma PCH considera dados de vazões médias mensais no seu
dimensionamento energético, analisando as vazões de estiagem médias mensais,
pressupõe-se uma regularização mensal das vazões médias diárias, promovida pelo
reservatório, para a qual devem ser feitos estudos de regularização mensal.
CENTRAIS QUANTO AO SISTEMA DE ADUÇÃO
 Adução em baixa pressão com escoamento livre em canal/Alta pressão em
conduto forçado
 Adução em baixa pressão por meio de tubulação / alta pressão em conduto
forçado.
A escolha de um ou outro tipo dependerá das condições topográficas e geológicas
que apresente o local do aproveitamento, bem como de estudo econômico
comparativo.
CENTRAIS QUANTO À POTÊNCIA INSTALADA E
QUANTO À QUEDA DE PROJETO
 Para as centrais com alta e média queda, onde existe um desnível natural elevado,
a casa de força fica situada, normalmente, afastada da estrutura do barramento.
Consequentemente, a concepção do circuito hidráulico de adução envolve,
rotineiramente, canal ou conduto de baixa pressão com extensão longa.
 Para as centrais de baixa queda, todavia, a casa de força fica, normalmente,
junto da barragem, sendo a adução feita através de uma tomada d’água
incorporada ao barramento.
CENTRAIS QUANTO À POTÊNCIA INSTALADA E
QUANTO À QUEDA DE PROJETO
COMPONENTES DE UMA PCH

Os componentes básicos são: 1 - reservatório superior; 2 - barragem e vertedouro; 3 - tubulação de


pressão; 4 - chaminé de equilíbrio; 5 - blocos de ancoragem; 6 - tubulação forçada; 7 - tubulação de
reação; 8 - gerador; 9 - canal de fuga; 10 - casa de máquinas.
Processo de produção de energia elétrica

MONTANTE
PRODUTO
ENERGIA
ELÉTRICA
PROCESSO DE
56,65

TRANSFORMAÇÃO
Ha
INSUMO
ÁGUA
34,10

JUSANTE

ENERGIA ENERGIA ENERGIA ENERGIA


POTENCIAL CINÉTICA MECÂNICA ELÉTRICA
120
Nível Máx

Guia dos stopos logs


Nível Mín

103,1 Grad

Guia dos stopos logs


99...459 tf e STOP LOG Nível
98
95,4
STOP LOG
Canal de
fuga
CGH (MICRO CENTRAIS HIDRELÉTRICAS)
GERADORES HIDROCINÉTICOS
 Este tipo de gerador utiliza turbinas que são capazes de aproveitar a correnteza
do fluxo normal de um curso d’água, sem necessidade de serem construídas
barragens ou outro tipo de obras civis de maior porte.
 Na maioria das vezes, a velocidade da própria corrente já é suficiente para
operar a turbina na sua capacidade nominal
 Entretanto, se este não for o caso, podem ser feitas pequenas obras de
estreitamento de seção, permitindo um aumento na velocidade do fluxo d’água.
TURBINA HIDROCINÉTICA
GERADORES HIDROCINÉTICOS
 Funciona de forma similar a uma turbina eólica, com a diferença de que o fluido,
neste caso, é a água e não o ar.
 A densidade da água é cerca de 1.000 vezes mais densa que o ar
 O diâmetro fica limitado a valores relativamente pequenos, se comparado com os
da turbina eólica
 Atendimento de cargas de pequeno porte
CURVA DE POTÊNCIA TÍPICA DE GERADORES
HIDROCINÉTICOS
VANTAGENS DA TURBINA HIDROCINÉTICA
 Tecnologia nacional
 Fácil fabricação
 Robustez e durabilidade
 Facilidade de manutenção e operação
 Facilidade de transporte
 Facilidade de instalação
 Utiliza energia cinética do rio
 Custo competitivo
ENERGIA HIDROCINÉTICA DOS RIOS
Pdisponível = 0,5 . Cp . A . ρ . v3
Pdisponível é a potência máxima que uma turbina pode extrair da energia cinética do
rio segundo o modelo de Betz (W);
Cp é o coeficiente de Betz (W) (59,2%);
A é a área de secção transversal do rotor da turbina (m2);
ρ é a densidade da água (kg/m3);
v é a velocidade do fluido no fluxo d´água (m/s).
CARACTERIZAÇÃO DO POTENCIAL HIDROCINÉTICO
 Identificação das características principais do Rio
 Velocidade média acima de 1 m/s;
 Margens com rocha ou terra firme;
 Poucos detritos flutuantes;
 Variação da lâmina d’água inferior a 2,5 m.c.a;
 Proximidade do rio à comunidade, em torno de 500 m;
 Medir a velocidade do Rio (Molinete ou correntômetro acústico de efeito Dopler), pelo menos as
velocidades da superfície do rio e para profundidades, D/4, D/2, D e 1,2 D, deverão ser medidas,
onde D é o diâmetro do rotor da turbina hidrocinética;
 Estas velocidades devem ser levantadas em pelo menos 3 secções transversais onde a turbina será
instalada, e é desejável realizar 3 medidas para cada ponto e adotar a velocidade média para os
estudos e dimensionamento;
 Medir a profundidade do rio (régua milimetrada ou ecobatímetro)
 O rotor da turbina não deve tocar o fundo rio
 Para rios com profundidade superior a 1,5 m, e com largura superior a 10 m, recomenda-se a
utilização de barcos com salva vidas para os seus ocupantes durante a realização desta missão de
medições.
POTENCIAL DISPONÍVEL
 Considerar a profundidade do rio na época da seca (baixa hidraulicidade);

Pe = 0,156019.D2 .ρ.v3

Pe = Potência disponibilizada nos bornes do gerador em W;


D = Diâmetro do rotor da turbina em m;
ρ = Densidade da água do rio em kg/m3 ;
V = Velocidade da água do rio em m/s.
A equação acima considera o rendimento da turbina com rotor hélice de 59,2 % e o
rendimento do gerador elétrico de 67,11%, cujo rendimento global do grupo é de
39,73%
CONVERSOR HIDROCINÉTICO NO CANA DE SAÍDA
DE UMA USINA HIDROCINÉTICA

Uma alternativa de local


atraente para instalação
de turbinas hidrocinéticas
é o reservatório a jusante
de uma usina hidrelétrica
tradicional já existente
PRINCIPAIS TIPOS DE TURBINA

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