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Introdução à Centrais Hidroeléctricas

INTRODUÇÃO

Importância da energia eléctrica; centrais de produção e


consumo
• A energia é hoje, sem qualquer dúvida, um bem essencial e
indispensável ao ser humano.

• De entre os diferentes tipo de energia que o homem utiliza, a


energia eléctrica tem, sem sombra de dúvida, uma preponderância
acentuada.

• A maior quantidade da energia eléctrica é produzida em instalações


próprias para o efeito a que se dá o nome de centrais de produção
de energia eléctrica.

• Uma central eléctrica é uma instalação capaz de converter energia


mecânica obtida a partir de outras fontes de energia primária em
energia eléctrica.

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INTRODUÇÃO

Importância da energia eléctrica; centrais de produção e


consumo
• A energia primária pode advir da energia armazenada na
água, (potencial gravítica e cinética), da combustão de
carvão, gás natural, fuel, resíduos florestais, ou qualquer
outro combustível adequado, do vento, do mar, do sol, da
fissão nuclear…

• A produção da energia eléctrica fica a cargo de geradores


eléctricos, que podem ser de corrente contínua ou de
corrente alternada. De entre os últimos, temos as máquinas
síncronas e as máquinas de indução.

• Sem dúvida que a grande maioria da energia eléctrica


produzida no mundo é produzida pelas máquinas
síncronas.

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INTRODUÇÃO

Importância da energia eléctrica; centrais de produção e


consumo
• As máquinas geradoras de energia eléctrica são accionadas pelas
máquinas primárias ou turbinas, as quais podem ser hidráulicas,
de gás, …

• Ao conjunto Turbina-Gerador dá-se o nome Grupo Gerador.

• Existem diversos tipos de centrais produtoras de energia eléctrica,


umas mais convencionais, outras de tecnologia mais recente e que
procuram aproveitar novas formas de produzir energia de forma
mais económica e/ou mais ecológica que a queima de
combustíveis fósseis.

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INTRODUÇÃO

Importância da energia eléctrica; centrais de produção e


consumo
• Neste último ponto incluem-se os aproveitamentos eólicos,
solares, geotérmicas, maremotrizes, hidráulicos de
dimensão reduzida (micro-aproveitamentos e pequenos
aproveitamentos), cogeração, …

• O aproveitamento de outras formas de energia prende-se


também com problemas ligados com a diversificação e
redução da dependência energética de determinados
países bem como com o futuro desaparecimento dos
combustíveis fósseis.

• Moçambique é um país que tem em vista muitos recursos


energético, tais como hídricos, minerais (carvão), gás
natural, cte. Neste momento cerca de 98% consome energia
eléctrica produzida via hídrica.
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INTRODUÇÃO

Importância da energia eléctrica; centrais de produção e


consumo
• Nos últimos anos existem muitos estudos para implantação de
barragens desde mini-hidricas até hídricas de maior dimensão, o
caso de Panda Nkuwa no rio Zambeze em Tete; prospecção do
gás natural e de petróleo na bacia de Rovuma e Buzi. Estes
estudos poderão proporcionar ao país um incremento na
exploração e utilização destes recursos para a produção de
energia eléctrica.

• Outra forma de menor, problemática de falta de energia no país e


sobre tudo nas zonas rurais, tem se implementado muitos
projectos de fontes alternativas de energia como solar e eólica
através do Fundo Nacional de Energia Eléctrica

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AULA Nº2

CENTRAIS HIDROELÉCTRICAS

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PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA

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PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA

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CENTRAIS HIDROELÉCTRICAS

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Classificação das centrais hidroeléctricas

Queda aproveitada
Alta queda h > 250 m
Média queda 50 ≤ h ≤ 250 m
Baixa queda h < 50 m

Caudal
Grande caudal Q > 100 m3/s
Médio caudal 10 ≤ Q ≤ 100 m3/s
Pequeno caudal Q < 10 m3/s

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Classificação das centrais hidroeléctricas

Tipo de aproveitamento
Centrais de fio de água Centrais de fio de Duração de esvaziamento < 100 horas

Centrais de albufeira Duração de esvaziamento ≥ 100 horas

Serviço desempenhado
Centrais de ponta Quando funcionam para cobrir as necessidades energéticas de
certas pontas de consumo.
Centrais de base Quando funcionam em modo continuo

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Centrais Hidroeléctricas:
APROVEITAMENTO HIDROELÉCTRICA DE CAHORA BASSA
Curso de Água Zambeze
Tipo de Aproveitamento Albufeira
Ano de entrada em serviço 1974
Área da Bacia (km2) 2.700
Altura Média da Queda (m) 171
Largura na Parte superior (m) 303
Profundidade Média (m) 20,9
Capacidade máxima de armazenamento (m3): 65x10 9
Capacidade Útil da Albufeira (m3): 52x109
GWh 18.000
Comprimento de Albufeira (km):
Máximo 270
Largura 30
Números de grupos 5
Potência Instalada MW 1.920 Com possibilidade de aumentar para 3.600 MW
implicando a revisão do nível de isolamento das linhas de
MVR transmissão.
Produtividade Anual (GWh):
Máxima 18.000
Média -
Ano Seco -

Fonte: Hidroeléctrica de Cahora Bassa, S.A, HCB – Songo, Moçambique, 2008

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Centrais Hidroeléctricas

• Nas centrais com grandes albufeiras, a energia potencial gravítica da


água é transformada em energia cinética a qual por sua vez é
transformada nas turbinas hidroeléctricas em energia mecânica que
finalmente será transformada em energia eléctrica nos geradores.
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CENTRAIS HIDROELÉCTRICAS

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Centrais Hidroeléctricas

• As albufeiras das centrais hidroeléctricas são construídas


sobre o leito de rios, mas o edifício onde se instalam os
equipamentos produtores de energia podem estar mais ou
menos afastados da albufeira.

• A albufeira que pode ter maior ou menor capacidade de


armazenamento de água a qual será depois turbinada.

• Note-se que, para que se possa instalar uma central


hidroeléctrica para a produção de energia é necessário que
se encontrem as condições geográficas ideais, e ainda que
se respeitem certas condições ambientais e outras como
por exemplo conservação de património.

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Centrais Hidroeléctricas:
• A figura que se segue mostra uma central hidroeléctrica onde se
pode observar que o edifício onde estão instaladas as máquinas
produtoras de energia se encontra relativamente afastado da
albufeira.

• Este procedimento, justifica-se pela necessidade de aumentar a


queda útil da água, a qual directamente influência a quantidade de
energia que se pode produzir, como veremos.
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Centrais Hidroeléctricas:

• Obviamente, a distância entre os grupos


geradores e a albufeira pode assumir um
qualquer valor de entre aqueles que são técnico-
economicamente aceitáveis.

• Não podemos esquecer-nos que a abertura de um


túnel para condução da água até aos grupos
geradores representa custos muito elevados, que
têm de ser compensados pelo aumento da
energia contida na água resultante de uma maior
queda.

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Centrais Hidroeléctricas:

• Note-se também que, a conduta de ligação entre a albufeira e os


grupos geradores pode não ser constituída por um túnel subterrâneo
mas sim por uma conduta metálica (aço), á superfície.

Escavação de um túnel
para instalação de Vista onde se vê a albufeira e a
conduta forçada uma conduta forçada á superfície.
central hidroeléctrica. Barragem de Cahora-bassa

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Centrais Hidroeléctricas:

• A albufeira de uma central hidroeléctrica é um sistema de


armazenamento de energia, uma vez que a água só será turbinada
consoante as necessidades do sistema a que a central se
interliga.

• Por vezes a albufeira funciona também como reserva estratégica,


não só de energia como também de água para regas e consumo
humano.

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Centrais Hidroeléctricas:

• Existem centrais hidroeléctricas dotadas de uma capacidade especial


que consiste na possibilidade de bombearem parte da água já turbinada
de novo para a albufeira.

• Estas centrais são dotadas de duas albufeiras a cotas distintas tais que
aquela que possui menor cota armazena parte da água que sai da
albufeira de maior cota, a qual já foi turbinada, para mais tarde ser
bombeada de novo para esta. Nas horas de maior solicitação de energia,
a água da bacia superior é turbinada e depois retida na albufeira inferior
e nas horas de vazio bombeada para a bacia superior usando a turbina
como motor, se esta for reversível, ou então o próprio alternador.

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Centrais Hidroeléctricas:
• A figura que se segue apresenta, em corte, a estrutura básica de uma
central hidroeléctrica:

Imagem digitalizada a partir de um folheto promocional da ABB

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Centrais Hidroeléctricas:
• Mais uma representação em corte de uma hidroeléctrica, onde se destaca a conduta forçada.

Fonte: http://www.fe.up.pt/~leec2002/cadeiras/see1/see.html

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Centrais Hidroeléctricas:
Diferentes tipos de retenção de água...

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Centrais Hidroeléctricas:
A figura que se segue mostra uma central hidroeléctrica com
bombagem de água:

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Vantagens de uma central hidroeléctrica
• Uma construção robusta e requer uma pequena
manutenção;
• Pode ser posta em serviço imediatamente depois de
terminada a construção;
• Pode ser posta em carga sem nenhumas dificuldades;
• Técnicos especializados e engenheiros, são necessários
apenas no momento da concepção e da construção;
• Em pleno funcionamento exige poucos encargo;
• Não há queima de combustível;
• A eficiência não cai com tempo;
• Pode só com um grupo-gerador obter uma potência
instalada muito grande;
• Eficiente e limpo
• A água depois de bombear as turbinas pode ser usada para
a irrigação e outros fins

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Desvantagens uma central hidroeléctrica

• O custo dos trabalhos de engenharia civil e dos geradores


é extremamente elevado;
• Alto custo de linhas de transmissão;
• Os longo tempo sem chuva podem influenciar na produção
de energia.

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Escolha do local para uma central hidroeléctrica
• A existência de um rio que tenha quantidade de água
suficiente, com corrente e de estação permanente,
• Uma central hidroeléctrica pode ser construída em
qualquer lugar mais de preferência nos locais com
montanha de maior altitude e com condições de
armazenamento de água (albufeira);
• O local deve permitir fundações com um custo mínimo;
• O local que não irá permitir no futuro fontes de fugas de
água;
• O reservatório de água para albufeira deverá ter dimensões
extremamente grande para garantir que os níveis de água
não baixe para o mínimo;
• O local escolhido deve ser de face acesso;
• Deverá existir a possibilidade de desviar o curso das água
para permitir as obras de construção.

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AULA Nº3

TURBINAS

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Turbinas
• As turbinas hidráulicas transformam em energia mecânica a energia
cinética possuída pela água à sua entrada na turbina e tornam-na
disponível num eixo, ao qual é ligado o rotor do gerador eléctrico –
normalmente um alternador. As turbinas são constituídas
essencialmente por duas partes: o distribuidor e o rotor. O primeiro
conduz a água ao rotor, segundo a direcção adequada a um melhor
rendimento, e este efectua a transformação em energia mecânica.

-Turbinas de acção ( Pelton )

• CLASSIFICAÇÃO

-Turbinas de reacção ( Francis e Kaplan )

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Turbinas de acção ( Pelton )
• Não funcionam imersas na água turbinada, mas sim ao ar livre; a
água encontra a roda móvel (rotor) através de jactos, sendo a
pressão de entrada e de saída iguais

Turbinas de reacção ( francis e kaplan )


• Trabalham no seio da água turbinada e podem ser do tipo francis
ou kaplan. A água penetra na roda móvel por toda a periferia,
fazendo a descarga paralelamente ao eixo de rotação.

• A pressão à saída é inferior à entrada. Estas turbinas são


normalmente utilizadas para médias e baixas quedas.

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Turbinas Pelton

• A distribuição é feita por um a quatro tubos injectores


denominados tubeiras.
• As pás do rotor das turbinas Pelton têm a forma de uma concha
dupla.
• A velocidade de saída da água da turbina é muito pequena, o
que permite um rendimento muito elevado (até 93%).
• São normalmente utilizadas para altas quedas ( 250 a 2500
metros) e para pequenos caudais ( entre 0.2 e 10 m3/s), sendo
o número de rotações baixo.
• A instalação da turbina é feita normalmente com o eixo
horizontal.

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Turbinas Pelton

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Turbinas Pelton

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Turbinas Pelton - constituição

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Turbinas Pelton

Turbina Pelton com dois injectores

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Turbinas Francis

• A câmara de entrada ou voluta é o recinto que orienta a água


na direcção da turbina e o distribuidor permite efectuar a
regulação da potência da turbina por regulação da inclinação
das pás.
• As turbinas Francis podem ser de eixo vertical ou horizontal e
são normalmente utilizadas para quedas entre 10 e 250 metros
e para caudais entre 10 e 50 m3/s.
• Apresentam, face às pelton, um rendimento máximo mais
elevado, velocidades maiores, menores dimensões e a
possibilidade de serem utilizáveis em saltos (desníveis de
queda) variáveis.

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Turbinas Francis

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Turbinas Francis

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Turbinas Francis

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Turbinas Kaplan

• As turbinas Kaplan ou turbinas a hélice são utilizadas


normalmente para baixas quedas de água, inferiores a 50
metros, e para caudais até 350 m3/s.
• A roda móvel possui poucas pás, relativamente estreitas e com
a forma de hélices de barcos, e têm inclinação regulável, o que
permite bom rendimento.
• São, por vezes, montadas com o eixo horizontal e
denominando-se, nesses casos grupos bolbo.
• O alternador é directamente acoplado á turbina, sendo o
conjunto submerso na água.

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Turbinas Kaplan

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Turbinas Kaplan

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Turbinas Kaplan

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Turbinas Bolbo

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Zonas de aplicação de (H e Q) das turbinas

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AULA Nº4

A equação de potência a instalar


numa central hidroeléctrica

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Como já referimos, as centrais hidroeléctricas transformam a
energia potencial gravítica da água em energia eléctrica.

• Mas afinal como se pode estimar a quantidade de energia de uma


determinada quantidade de água?

• A quantificação da energia que se estima produzir através de


construção de um aproveitamento hidroeléctrico depende do valor
da potência a instalar e do número de horas que se estima para o
funcionamento da central.

• Por outro lado, a potência a instalar depende do valor da queda, ou


desnível topográfico conseguido na implantação da obra, e do
caudal, o qual, como é óbvio varia com o tempo.

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• Deve-se assim estudar com adequado rigor a conjugação


destas duas variáveis, de forma a garantir que a sua
combinação proporcione valores de potência e de energia
úteis que justificam, do ponto de vista económico a
construção de um determinado aproveitamento
hidroeléctrico.

• Como sabemos das leis da física, uma massa de água m,


situada a uma altura h, possuí, uma energia potencial
gravítica dada pela expressão:

• Ep = m*g*h
1.0

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
onde m é a massa de água, g a aceleração da gravidade e h a altura bruta da queda de água.

• Teoricamente, a potência a instalar seria:

d (E p ) d ( m * g * h) dV
Pt    g *h*r * 1.1
dt dt dt

onde Pt é a potência teórica a instalar, V o volume de água, r a massa volúmica da água e


dV/dt = Q é o caudal.

• Claro que a potência útil não é igual ao valor da potência teórica, uma vez que o sistema tem
perdas de energia no circuito hidráulico (nas condutas, grelhas, e nas turbinas), as quais são
expressas através da diminuição do valor da queda bruta, obtendo-se um novo valor de queda a
que se designa por queda útil.

• Além disso, o próprio gerador tem também perdas.

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Assim, a potência útil Pu é dada pela expressão:
Pu = r * g *  * hu * Q 1.2
onde  é o rendimento do gerador e hu a queda útil.
• A queda útil é dada pela expressão:
hu = h – hp 1.3
• em que hp representa a perda de energia ao longo do circuito
hidráulico, incluindo a turbina. Assim a energia será quantificada
por :

E p   Pu dt   r * g * hu * * Qdt 1.4

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Como facilmente nos apercebemos, a partir do exposto
anteriormente, a potência e a produção de energia de
uma central hidroeléctrica depende dos caudais
ocorridos e da queda útil do empreendimento.
• Mais ainda, no estudo para implementação de uma
central deste tipo não basta caracterizar a variabilidade
de ocorrência dos caudais no que respeita à sua
magnitude, mas também o intervalo de tempo em que os
mesmos ocorrem.
• Fácil é de compreender que uma caudal de grande
magnitude não é bom se ocorrer durante períodos de
tempo muito curtos.

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A equação de potência a instalar numa central
hidroelétrica

• O estudo técnico-económico que antecede a


construção de uma central hidroelétrica tem,
forçosamente que incluir uma parte dedicada á
evolução dos valores dos caudais.
• Se admitirmos que a massa volúmica da água é
de 1000 Kg/m3, que a aceleração da gravidade é
de 10 m/s2 e que o rendimento global do sistema
é de 80 %, temos que:

Pu = 8000*Q*h (W) = 8*Q*h (kW) 1.5

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• A partir desta expressão Pu = 8000*Q*h (W) = 8*Q*h (kW), podemos com
facilidade concluir que para um mesmo caudal, a potência será tanto maior
quanto maior for a queda.
• Assim se justifica que por vezes se tenham de abrir condutas subterrâneas,
ou construí-las á superfície, ficando os grupos geradores mais ou menos
afastados da albufeira em função dos estudos técnico-económicos, das
condições geográficas e eventualmente outras.
• Para além da potência útil, podemos calcular a potência instalada com a
seguinte equação:
1.6
WP  m  g  H b

Pt  (WP )  m  g  H b   g  H b    Q
d d 1.7
dt dt

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Potência útil depende da potência a instalar, esta por sua vez é
dependente do valor da queda, ou desnível topográfico
conseguido para a implantação da obra, e do caudal, grandeza
esta que é variável com o tempo do número de horas que se
estima para o funcionamento da central, então temos:

Pu    g   H u  Q 1.8

• Se considerámos a potência em Cavalo Vapor temos a


expressão da seguinte forma:
QH
WC  QH [kg.m]  Pu   HP 1.9
75
• Onde:
ω- gravidade específica da água para o caudal Q em [m3/seg] o ω
assume 1000 kg/m3 e para Q[litros/seg], ω assume 1 kg/litro
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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• A equação de potência de saída no grupo em kW é dada:

QH QH
Pu   735.5  [kW ] 1.10
75  1000 102
• O fluxo (Potência) da duração da curva pode também ser
convertido de HP para kW respectivamente. Se assumirmos a
H = 30 m e O rendimento do grupo for 85 % a equação acima
pode ser escrita:

0.85  1000  Q  30
Pu   340Q HP 1.11
75

E a potência e kW será obtida:


0.85  1000  Q  30 1.12
Pu   735.5  250.07Q
75  1000
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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Para o estudo da similaridade das máquinas, consideremos os
triângulos de velocidades de duas máquinas (turbina)
representados a baixo:

• Como podemos ver os dois triângulos são similares, então


usemos o critério da semelhança dos triângulos: bc deve ser
igual a BC, desta forma temos: V Vm C
   cons tan te
U Um Cu
Vf V fm
  C f  cons tan te 1.13
U Um
Vr Vr m
  cons tan te
U Um

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• Onde

V é a velocidade absoluta da água


Vr é a velocidade relativa da água com respeito ao Rotor da turbina
U é a velocidade tan gencial do rotor, esta é a velocidade que propociona o movimento no rotor
V f é a velocidade na direcção normal da tan gente, conhecida como velocidade do fluxo da água através da
turbina
Vu é a componente da velocidade da água na direcção tan gencial
C é o coeficiente da velocidade (V  C 2 gH )
Cu é a razão entre velocidades (U  Cu 2 gH )
Cf é a cons tan te dada pela a relação (V f  C f 2 gH ) 1.14

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• Consideremos o caso das pás de uma turbina de Pelton, a


quantidade de água (Q) descarregada pelo o bocal do túnel
com o diâmetro d é dada por:
 1.15
Q  d 2V
4
• O diâmetro do túnel e o diâmetro do rotor tem uma relação
constante, k, então:
D 1.16
d 
k
Deste modo a equação do caudal ou quantidade de água fica:

 D
2

Q   V ou Q  D 2V 1.17
4k 

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• E a velocidade tangencial é proporcional ao produto do


diâmetro do rotor com a velocidade como se vem:

DN
U ou U  DN 1.18
60
• Considerando as equações das razões de velocidades dadas
em cima temos:
Q Qm
2 1.19
D 2  Dm  cons tan te
DN Dm N m
ou
Q Qm 1.20
3
 3
 Cons tan te
D N Dm N m

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Agora consideremos o caso do fluxo de água nas pás de uma
turbina de Francis.
Q  cons tan te    B  D  V f
B
 cons tan te   D 2V f 1.21
D
 D 2V f
• Onde, B é altura da pá da turbina medida na direcção
perpendicular de Vf
• Aqui claramente vê-se que esta equação é similar a da turbina
de Pelton
• Finalmente temos a equação de caudal da turbina de Kaplan,
representada por:

     2
2
Di
Q D 2
 Di V f
2
 1   D V f  D 2V f
4 4
 D 2 

1.22

Page 61
A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Deste modo podemos concluir que o caudal em todas as
turbina é calculado com a mesma equação:

Q  D 2V 1.23

• Considerando a similaridade , é necessário que as forças nos


mesmos pontos das máquinas sejam iguais. A força é
proporcional ao quadrado da velocidade, ou

F  V ou U , também F  Área  p
2 2 1.24

• Onde, p é a intensidade da pressão escrita por:


pH 1.25
• Substituindo esta equação nas duas equações acima,
temos:
H H
2
 cons tan te, 2
 cons tan te 1.26
V U
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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• Se fizermos considerações idênticas as do caudal, podemos


rescrever as ultimas equações como:
H Hm
2 2
 2 2  cons tan te 1.27
N D N m Dm
• As equações (1.20) e (1.26) são importante para o estudo do
critério de semelhança de todas turbinas.

As grandezas em por unidades


• Para qualquer turbina, os parâmetros importantes são (i) altura
H, (ii) caudal Q, (iii) velocidade do rotor da máquina N, (iv) a
potência P, e (v) o rendimento ɳ, é vantajoso o estudo do
comportamento desses parâmetros porque são os ditam o
monitoramento das centrais

Page 63
A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• Designemos os parâmetros em por unidades ficando, unidade


de velocidade, Nu , unidade de caudal, Qu e unidade de
potência, Pu , são definidos por respectivas grandezas de
velocidade, caudal, e potência da turbina quando a altura H é
unidade.
• Consideremos duas turbinas a operarem com duas alturas
diferentes, isto é, H´ e H ;
• Consideremos o membro directo da equação (1.26) na algumas
turbinas tem sido considerada para alturas diferentes como
sendo:
H' Hm
 1.28
D 2 m n ' 2 Dm 2 n 2

• Onde n´ é a velocidade da turbina ou da máquina tendo em


conta a H´ .
Page 64
A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• Da equação (1.27) , podemos chegar a seguinte equação:


'
H
n '2  n 2 1.29
H
• Se H´ é unidade, então n´ é conhecido como unidade de
velocidade, assim temos:
n
nu 
H
• Consideremos agora o comportamento de caudal de máquinas
iguais quando operam em altura de quedas diferentes. Da
equação (1.17) e fazendo que a velocidade V é proporcional a 2 gH
então temos:
Q' Q
 2
D2 H ' D H onde, Q´ caudal quando altura de queda é H´ 1.30
Page 65
A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Logo, teremos:
2
Q '
 H' H'
   ou Q Q
'
1.31
Q  H H
• Onde H´ é unidade, então Q´ é também unidade representada
por Qu dado por seguinte equação
Q
Qu  1.32
H
• Agora considere o comportamento da potência no ponto de
vista da equação (1.9) para uma frequência constante teremos
a seguinte equação:
P  QH 1.33
• De novo, tendo em conta a equação (1.17):
Q  D2 H  H 1.34
Page 66
A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• Substituindo a equação (1.33) na equação (1.32)


3
1.35
PH 2

• Quando máquinas iguais operam a duas alturas diferente,


teremos a seguinte equação:

P' P
3
 3
1.36
'
2 2
H H
• Onde H´ é 1 metro, então P´ é unidade de potência
representada por Pu
P
Pu  3
1.37
2
H

Page 67
A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
Velocidade específica
• Na discussão anterior sobre a semelhança das turbinas, foi
provado que as duas equações básicas (1.20) e (1.26)
permanecem iguais para todo tipo de turbinas.
Rescrevendo estas equações numa pequena diferença
temos:
Q  ND3 1.38

• Tendo em conta a equação (1.18) guardamos na mente que


U é proporcional a 2 gH .
H
N  1.39
D
• Substituindo a equação (1.18) na equação (1.37), teremos:
3 5
2 4
H H
P  QH  ND 3 H  N H  N 
N2 P 1.40
Page 68
A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• Considerando as suposições feitas anteriormente e tendo


em conta a equação (1.38), temos:

N P N m Pm
5
 5
1.41

H 4 Hm 4

• Na prática os modelos de turbinas são projectados para


desenvolver a unidade de potência em cavalo vapor tendo
em conta a unidade de altura e velocidade do modelo da
turbina em condições específica de (Ns ) velocidade
consequentemente, (Nm) é (Ns ) quando (Hm ) e (Pm ) ambos
são unidades or,
N P
Ns  5 1.42
4
H
Page 69
A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Sob ponto de vista da equação (1.39) e (1.40), pode se assumir
que a velocidade específica da turbina modelo e da turbina real
são iguais.
• A velocidade específica acima obtida tem grande importância
para o conhecido valor numérico de (Ns ) para um dado rotor e
permite a visualização do desempenho da turbina.
Velocidade específica na base do caudal
• A velocidade específica na base do caudal é definido como
velocidade (Ns´) geometricamente semelhante quando a
máquina funciona na unidade da altura para uma unidade de
caudal.
• Tendo em conta a equação (1.20) e (1.26) obtemos:
Q2
 cons tan te 1.43
D6D2
H3
 cons tan te 1.44
N 6D6

Page 70
A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• Dividindo a equação (1.41) e (1.42) temos


Q2N 4
3
 cons tan te
H
1.45
N Q
ou 3
 cons tan te
H4

• Na mesma base das equações (1.39) e (1.40) e tendo em conta


a definição da velocidade específica. Temos:
N Q
Ns 
´
3 1.46
4
H

Page 71
Comparação entre diferentes tipos de turbinas em termos de
alturas de quedas e velocidades específica

Ordem Turbine Classification Head (m) Specific


speed (r.p.m)
1 Pelton wheel Impulse 90 - 1100 10 - 40
2 Francis Reaction 14 - 300 95 - 440
3 Kaplan Reaction 3 - 30 550 - 830

Page 72
Aula prática 1

Problema 1
Um rio tem um caudal de 400 l/seg com uma altura de provável
queda de 80 metros. Será aconselhável o uso de uma simples
turbina jet Pelton que tem uma velocidade do rotor de 700 r.p.m?
Caso não seja possível, qual será a sua recomendação? Assume
87 % como o rendimento da máquina
Resolução
QH 0.87  400  80
P   371.2 H .P
75 75
Considerando a equação (1.40).
N P 700  371.2 700  19.27
Ns  5
 5
  56.36 r. p.m
4 4
239.3
H (80)

Page 73
Aula prática 1

Problema 1 (Continuação da resolução)


• A velocidade específica das pás da turbina Pelton variam entre 10 a 40
r.p.m, entretanto a velocidade obtida no cálculo está fora da faixa
(56,36 r.p.m) assim, deveram ser usadas uma turbina Pelton com duas
pás ou dois jet com uma roda ou pá deveram ser usadas
Problema 2
• Um rio que flui com um caudal de 40000 l/seg com uma altura de
provável queda de 12,5 metros. Pretende se construir ao longo deste
rio uma central hidroeléctrica para aproveitar efectivamente a altura de
queda. Assume 84% como o rendimento da turbina e 0,82 como a
razão de velocidades Cu.
a) Diga se é possível o uso de duas turbinas com a velocidade do rotor
que varia entre 100 r.p.m à 400 r.p.m;
b) Qual é o tipo de turbina que irá escolher nestas condições;
c) Determine o diâmetro do rotor da turbina

Page 74
Aula prática 1
Problema 2 (Resolução)
a) Tendo em conta a equação (1.9)
QH 0,84  1  40000  12,5
P H. P  H . P  5600H . P
75 75
Se for a usarmos duas turbinas, cada deverá ter uma potência
de saída de 2800 H.P
Considerando a velocidade da turbina de 100 r.p.m, então,
temos a velocidade específica:
N P 100 2800 100  52,92
Ns  5
 5
  225 r. p.m
4 4
23,52
H (12,5)
Entretanto, a velocidade específica da turbina para a velocidade
normal 100 r.p.m é inferior a 400 r.p.m. mesmo subido a
velocidade da turbina para 150 r.p.m estaremos ainda na faixa
da Turbina Francis.

Page 75
Aula prática 1
Problema 2 (Resolução)
b) A turbina Francis deverá ser usada
c) Para o cálculo do diâmetro do rotor consideremos a equação
(1.18) DN
U  Cu 2 gH 
60
60  0,82  2  9,8112,5
D
 150
 1,635 m

Problema 3
• Uma turbina modelo tem dimensões de 1/10 da turbina real e
quando testada a uma altura máxima de queda das águas de
7,5 metros, desenvolvem uma potência de 30 HP a uma
velocidade de 450 r.p.m. Se a turbina real operar a 50 m de
altura, qual será a velocidade de rotação e potência em HP ?.

Page 76
Aula prática 1
Problema 3 (Resolução)
• Considerandos a equação (1.27), temos:
2 2
50  1 
  450
Hm H H Dm
 2 2  N2  Nm 
2 2
2
N m Dm
2
N D Hm D 2
7,5  10 
1 50 1
N  450    450  2,582  116,2 r. p.m
10 7,5 10

A velocidade específica da máquina modelo:


N m Pm 450 30 450  5,477
 5
 5
  197.4 r. p.m
Hm 4 4
12,42
(7,5)
A velocidade específica
5
da máquina real:
197,4  50
5
N P 197,4 H 4
197,4  132,9
4
 5
 P    225.2
4
N 116.2 116.2
H
P  225.2  5072 H .P
2

Page 77
Aula prática 1

Problema 4
• Uma central hidroeléctrica opera com altura máxima de queda das
águas de 30m. A albufeira desta central tem uma área de 4 x104
hectares. A média da precipitação da chuva na região é 125cm por
ano. Determine a capacidade da central para qual poderá ser
projectada. Assume que 30% da precipitação da chuva é perdida na
evaporação, 5% da precipitação da chuva é perdida devido a altura de
queda, o rendimento da turbina e do alternador é de 85% e 90%
respectivamente e o factor de carga é de 50%.
Problema 4 (Resolução)
• Quantidade Total de água disponível para todo ano é dada:
 Area quadra  A precipitação da chuva região
 A precentagem da precipitação real da chuva disponivel
 4  108  125  10 2  0,70
 3,5  108 m 3

Page 78
Aula prática 1

Problema 4 (Resolução continuação)


• Caudal de água disponível:
Quantidadede água em m 3num ano
Q
Total de segundos num ano
3,5  108

365  24  3600
 11,1 m 3 / seg.

• O rendimento total do sistema:


  O ren dim ento de retenção da água pela albufeira  o ren dim ento
da turbina  o ren dim ento do alternador
 0,95  0,85  0,90
 0,727

Page 79
Aula prática 1

Problema 4 (Resolução continuação)


• Tendo em conta a equação (1.9), a potência disponível é:
HQ
P H .P
75
A capacidade instalada é:
HQ 1
Pi  
75 Factor de c arg a
1000  30  11,1  0,727

75  0,5
 6460 H .P
6460  735,5
 kW
1000
 4,75 MW

Page 80
TPC para entregar

Problema 1
• Uma turbina modelo com a escala de 1/8 é construído como a
implementação do projecto da turbina de Kaplan projectado
para desenvolver uma potência de 8000 H.P para uma altura de
queda 10 metros quando opera a uma velocidade de 100 r.p.m.
Se altura disponível no laboratório é de 5 metros, calcule:
a) A velocidade do modelo;
b) O caudal requerido no laboratório;
c) A velocidade específica do modelo e da turbina real;
d) A potência em H.P da turbina modelo.
Assume 85% como o rendimento da turbina modelo

Page 81
TPC Para entregar

Problema 2
• Se 5500 litros de água está disponível para uma altura de
queda de 85 metros e são usadas duas turbina jet de Pelton a
uma velocidade de rotação das pás de 660 r.p.m. Determine a
velocidade específica da máquina. Assume 86% como o
rendimento da máquina.
Problema 3
• Os seguintes resultados de teste foram obtidos na turbina
Francis
• H = 5 metros, P = 125 HP, Q = 3,2 metros cúbicos por
segundos, velocidade de rotação N = 200 r.p.m e o diâmetro do
rotor D = 0,10 metros.
• Se a turbina opera a uma altura de 25 metros, calcule a nova
velocidade, o caudal e a potência.

Page 82

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