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Centrais Maremotriz

Curso de Engenharia Electrotécnica Sistemas Eléctricos de Energia


Métodos de Trabalho em Engenharia – Professor Fernando Maurício Dias
Janeiro de 2010
Paulo Miguel Chin Correia Pinto nº 1970263 Turma 1NA
Nuno Filipe Moreira Fonseca nº1091108 Turma 1NB

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Centrais Maremotrizes

Instituto Superior de Engenharia do Porto

Curso de Engenharia Electrotécnica Sistemas Eléctricos de Energia 2009

Métodos de Trabalho em Engenharia – Orientação Tutorial

Professor Fernando Maurício Dias

Paulo Miguel Chin Correia Pinto nº 1970263 - Turma 1NA

Nuno Filipe Moreira Fonseca nº1091108 - Turma 1NB

Janeiro 2010

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1 - ABREVIATURAS

CEO – Centro de Energia da Ondas

WEC – Wave Energy Converter

CE – Comunidade Europeia

REN – Redes Energéticas Nacionais

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1 – INDICE DE IMAGENS

Fig. 1 - Maquete representativa da aplicação de uma turbina de bulbo,


numa usina geradora de energia maremotriz

Fig. 2 - Usina de La Rance

Fig. 3 - Sea turbine

Fig. 4 - Sea turbine

Fig. 5 - Uma máquina Pelamis ao sabor de uma onda, com a cidade da


Póvoa de Varzim ao fundo

Fig. 6 – Vista aérea da instalação de maquinas Pelamis

Fig. 7 – Esquema do funcionamento de uma Pelamis

Fig. 8 – Instalações nos Açores

Fig. 9 – Esquema do funcionamento de uma estação de sistema de coluna


de água oscilante

Fig. 10 – Esquema do funcionamento do protótipo WEC australiano

Fig. 11 - Esquema do funcionamento do protótipo WEC australiano

Fig. 12 – Fotos do protótipo, turbina e instalação do WEC australiano

Fig. 13 – Esquema de funcionamento de um Dragon Wave

Fig. 14 - Esquema de funcionamento de um Dragon Wave

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INDICE

1 - Abreviaturas ............................................................................. 4

2 – Indice de imagens……………………………………………………………………………….. 5

3 – Abstract……………………………………………………………………………………………….. 6

3 – Introdução................................................................................ 6

4 – Diferentes tecnologias Maremotriz................................................ 7

5 – Limitações actuais da energia Maremotriz................................... 16

6 – Qualidade marítima de Portugal…………….................................... 17

7 - Conclusão................................................................................ 18

8 - Bibliografia .............................................................................. 28

9 - Webliografia ….......................................................................... 28

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1 – ABSTRACT

Our planet surface is more than 70% covered by oceans. With most
of our rivers with dams we only now started to look to our oceans as an
energy source, but we could be facing with the solution for cleaner safe
energy source.

We will present and explain the solutions available and being tested
to use this unlimited source of energy, technology and challenges will be
showed.

2 - INTRODUÇÃO

A energia hidroeléctrica foi no século 20 a grande revolução das


energias renováveis e vai continuar a produzir GW de energia, mas com
grande parte dos rios já com barragens o futuro da produção de
electricidade poderá passar pelos oceanos.

Com 70% da superfície do planeta Terra coberto por oceanos, ainda


mal começamos a aproveitar o potencial deste recurso para a produção de
energia eléctrica.

A energia maremotriz é por definição a utilização da energia contida


nos oceanos para a produção de energia eléctrica.

Existem várias técnicas para o aproveitamento desta energia,


dependendo da tipologia da zona, a escolha desta.

Podemos utilizar a energia cinética das ondas ou a energia potencial


das marés (diferença de altura entre a maré alta e maré baixa).

Quando a maré está no seu ponto mais alto chama-se maré alta,
maré cheia ou preamar; quando está no seu nível mais baixo chama-se
maré baixa ou baixa-mar, podendo em alguns pontos do globo atingir
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diferenças de alturas até 15m. Em média, as marés oscilam em um
período de 12 horas e 24 minutos, devido à rotação da Terra e da órbita
lunar. As marés são originadas pela atracção que a lua e o sol exercem
sobre os oceanos.

As ondas oceânicas são provocadas pelo vento que cria forças de


pressão e fricção que perturbam o equilíbrio da superfície dos oceanos. A
energia do vento é transferida em parte para a água através da fricção
entre o vento e a água. Esta transferência prova um movimento elíptico,
nas partículas da superfície e que se traduz numa combinação de ondas
longitudinais (para a frente e para trás) e transversais (para cima e para
baixo).

Toda esta energia transformada poderia resolver todos os dilemas e


problemas energéticos do mundo. Apesar deste atractivo estamos a falar
de uma tecnologia ainda a dar os seus primeiros passos e com desafios
demasiado elevados para ser encarada como solução imediata.

3 – DIFERENTES TECNOLOGIAS PARA CENTRAIS MAREMOTRIZ

A primeira utilização da energia das marés data de 1500 com a


construção de moinhos de maré para a transformação da energia das
marés em energia mecânica que seria utilizada para mover as mós, e
desta forma moer os cereais.

A primeira estação de aproveitamento das marés para produção de


energia eléctrica é construída em 1966 na França. Neste momento ainda é
a maior barragem de marés do mundo, com 24 turbinas, picos de 240 MW
e uma produção anual de 600GWh, produz 0,012% da electricidade
necessária em França.

A Barragem de marés tem um funcionamento semelhante ao das


barragens convencionais. Ela armazena a água das marés altas até existir
potencial suficiente para a transformação em energia eléctrica. A água

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armazenada é expelida durante as marés baixas, através das turbinas
produzindo assim electricidade.

Fig. 1

Fig. 2

Uma nova tecnologia está a ser testada na costa de Inglaterra para


aproveitamento da energia das marés.

Utilizando o principio das turbinas de vento, e sabendo que a


energia produzida é proporcional a densidade do fluido que passa nas
turbinas, temos o potencial de produzir centenas de vezes mais energia
em comparação com uma turbina de vento. Com o potencial de instalação
em qualquer local do mundo, conseguimos transformar a energia cinética
das correntes provocadas pelas marés em energia eléctrica.

Enterrando pesados pilares no leito dos oceanos, criamos uma base

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para submergir as pesadas turbinas e aproveitar todo o potencial cinético
provocado pelo movimento das marés.

Fig. 3

Fig. 4

A energia das ondas está igualmente a ser estuda com um


potencial muito interessante, porque igualmente como a tecnologia de

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turbinas de vento adaptadas as marés, pode ser instalada em qualquer
lugar do mundo.

Um destes estudos está a ser realizado em Portugal, onde as


condições geográficas / meteorológicas são perfeitas e o governo criou
incentivos, logística e zonas próprias para este segmento de mercado.

Nesta tecnologia a oscilação das ondas é convertida em


electricidade. Longos tubos, semi-submergidos e interligados entre si
através de junções hidráulicas, aproveitam a oscilação das ondas, para
comprimir óleo, sob pressão em motores hidráulicos e assim produzir
electricidade.

Fig. 5

10
Fig. 6

Fig. 7

Com a instalação de 3 Pelamis (tubos semi-submergidos capazes de


produzir energia eléctrica com esta tecnologia) é possível produzir 2,25
MW dividido pelos 3 Pelamis (3 x 750 kW) e assim alimentar 1500 casas.
Esta nova tecnologia permite igualmente que a maior parte das
reparações ou alterações possam ser facilmente realizadas em terra,
poupando custos e evitando riscos inerentes ao trabalho em alto mar.

Outro estudo decorrido em Portugal, mais concretamente nos Açores


aproveita a massa de ar deslocada pelo movimento das ondas (sistema de

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coluna de água oscilante) para alimentar a turbina, que funciona a ar, que
por sua vez produz electricidade.

Fig. 8

Fig. 9

Este princípio está igualmente a ser testado na Austrália com

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melhoramentos e optimizações.

Foi construído um protótipo flutuante de 500 toneladas com uma


nova tecnologia de turbina que permite melhores rendimentos e evita os
problemas provocados pela circulação da massa de ar em dois sentidos.

Com testes a decorrer de 2005, cada plataforma WEC (Wave Energy


Conveter) deverá produzir > de 2,5 MW1 variando a sua produção em
função do tamanho, velocidade, forma e frequência das ondas.

Fig. 10 Fig. 11

Fig. 12

13
Outro estudo a decorrer na costa de Dinamarca, utiliza igualmente a
energia das ondas para produzir electricidade.

Com um protótipo já em funcionamento, ela é capaz de produzir 20


kW no mar de Bredning Nissum e poderá produzir 4MW se instalada em
ondas relativamente baixas (com pouca energia) e 7 MW se instalada em
ondas altas (elevada energia).

O Wave Dragon é uma plataforma flutuante que permite que as


ondas do oceano subam a plataforma, e armazene a água num
reservatório acima do nível do mar. A energia potencial gravítica da água
é depois transformada em electricidade, ao permitir que o volume de água
armazenado retorne ao oceano através de 7 turbinas instaladas (no caso
deste protótipo).

Fig. 13

Fig. 14

Com a possível criação de quintas marítimas de Wave Dragons,

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consistindo no agrupamento de vários Wave Dragons na mesma área,
espera-se a produção de 80 a 100 MW. Com a instalação de 15 Wave
Dragons iria ser possível ter o nível de produção eléctrico de uma central
normal. Está previsto a instalação, brevemente em Portugal.

4 – LIMITAÇÕES ACTUAIS DA ENERGIA MAREMOTRIZ

Existem vários testes a decorrer ao longo do mundo, todos para


converter a energia do mar em energia eléctrica, mas todos deparam-se
com o mesmo tipo de desafios.

O oceano é um meio hostil, perigoso e muito agressivo para as


máquinas. Enfrentamos corrosão, peças a baterem umas nas outras,
tempestades que facilmente destroem tudo no seu caminho. Somente
estes factores são suficientes para fazer disparar os custos de manutenção
e consequentemente os custos da energia produzida.

Os oceanos não são exclusivos para a produção de energia, e


necessitamos de garantir que qualquer central maremotriz não irá afectar
a fauna marítima e o trânsito marítimo já existente.

A poluição visual terá de ser mantida ao mínimo, e se possível longe


dos olhos da população geral.

A inconstância da energia das ondas também tem de ser igualmente


em conta, podendo existir picos elevados de produção de energia, mas
períodos de fraca ou nenhuma produção. A rentabilidade da conversão da
energia dos mares em energia eléctrica ainda é baixa, embora seja o
objectivo dos estudos e o desenvolvimento de novas tecnologias melhorar
este rendimento.

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5 – QUALIDADE MARITIMA DE PORTUGAL

O triangulo marítimo de Portugal : - Continente - Açores – Madeira –


possui a maior zona económica exclusiva de mar da Europa, com 200
milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura
do mar territorial. Onde o Estado Português tem direitos de soberania,
entre muitos, produção de energia a partir da água, das correntes e dos
ventos. Por isso temos nos recursos marítimos uma grande oportunidade
de desenvolvimento económico que não está a ser aproveitado, (dados
confirmados pelo Presidente do Centro de Energia das Ondas CEO,
António Sarmento , em entrevista ao Diário Económico)

A energia das ondas pode valer quase 30% do PIB. Se o Governo


apoiar e as empresas souberem aproveitar as oportunidades, o Pais pode
dominar 10% do mercado Mundial de equipamentos em algumas décadas.
Este valor adicionado ao mercado nacional, equivalerá a 40 milhões de
euros, além de criar 10 mil postos de trabalho em 40 anos.

A costa Ocidental Portuguesa tem capacidade para gerar cerca de


5GW, ou seja 20% do consumo da energia eléctrica do País. Dos 800
quilómetros da Costa Oeste só 335Km estão disponíveis para
aproveitamento das energias das ondas. Em relação á Costa Algarvia não
entra nos cálculos por ter um baixo potencial, mas falta contabilizar a
costa da Madeira e dos Açores.

Segundo o Presidente da CEO, esta forma de energia dado ser


ambientalmente limpa e quase perfeita (tendo em perspectiva como a
mais barata de todas a um prazo de 15 anos), pode vir a ser atractiva.
Segundo António Sarmento, investigador e Professor do Instituto Técnico,
um campo de Energia das ondas tem capacidade para gerar três vezes
mais electricidade que um campo de energia eólica. No caso de Portugal a
energia das ondas tem mais facilidade que as outras formas de energia de
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integrar na rede eléctrica nacional, graças á sua previsibilidade.

As ondas do Atlântico Norte propagam-se sem perder energia,


permitem fazer previsões com pelo menos seis dias de antecedência e o
mar é estável tendo pouco risco de perder o material.

6 - CONCLUSÃO

As energias renováveis estão a receber uma elevada atenção pelo


público geral e governos. Vistas como a melhor solução para a resolução
de problemas graves como o aquecimento global, o aumento dos preços e
a elevada dependência do petróleo, a crise geopolítica dos países
fornecedores de petróleo e o aumento do consumo energético, assistimos
todos os dias ao desenvolvimento de novas tecnologias e à adopção de
medidas de apoio e incentivo as energias renováveis.

Em 2006 foi anunciado em Portugal a criação de uma zona piloto do


mundo criada para testar protótipos e construção de equipamentos de
produção de electricidade a partir energia das ondas, um laboratório dos
mares. O local escolhido foi a costa de Peniche, um local conhecido pelas
suas ondas e ideal para o estudo da sua energia. Igualmente a criação de
uma tarifa especial para a produção de electricidade através da energia
das ondas colocou Portugal no mapa mundial, em termos de Centrais
Maremotrizes. Um projecto inovador com imensas expectativas, que levou
há candidatura de várias empresas para testar nesta zona piloto, com
financiamentos e apoios da CE de 3 a 5 milhões de euros.

Entretanto estamos em 2010 e a zona piloto ainda não se encontra


em funcionamento devido a atrasos na criação de legislação própria para
zonas piloto, atrasos na criação da lei de utilização de espaços de uso
domínio público marítimo, assim como a publicação destas. Neste
momento toda a legislação está criada e publicada, faltando somente a
assinatura de um contracto de concessão atribuída por assuste directo a
REN. O ritmo lento a que se desenvolveu a criação da zona piloto, desde o
anúncio ao seu funcionamento, levou Portugal para os últimos lugares de
destaque para o estudo da conversão da energia das ondas. Continuamos
a ter condições ideias para o estudo, mas o ritmo lento de Portugal em
passar do papel para acções reais, coloca-nos atrás de países como
Espanha, onde se anunciou a criação da zona piloto em 2 anos e já se
encontra em funcionamento.

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Contudo nem tudo são más noticias para Portugal. Já com o parque
da Aguçadoura em funcionamento, temos um dos primeiros parques do
mundo montado e em funcionamento real para a conversão da energia
das ondas. O parque funcionou como teste para os Pelamis, construídos
com tecnologia de geradores portuguesa (EFASEC) e foi encarado como
um marco histórico para o futuro da energia das ondas. A criação de uma
parceria entre a EFASEC, EDP, ENERSIS, PELAMIS WAVE POWER,
BABCOKC & BROWN e o apoio do governo Português permitiu a instalação
de 3 unidades Pelamis para seu estudo, produção de energia eléctrica e
ligação a rede eléctrica nacional.

9 - BIBLIOGRAFIA

10 - WEBLIOGRAFIA

1 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%A9 , acesso 2/1/2010 às 19:00.

2 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_maremotriz , acesso 23/12/2009


às 19:00.

3 – http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_de_Ondas_da_Agu
%C3%A7adoura , acesso 2/1/2010 às 19:00.

4 – http://pt.wikipedia.org/wiki/Ondas_oce%C3%A2nicas_de_superf
%C3%ADcie , acesso 4/01/2010 às 00:30.

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5 – http://en.wikipedia.org/wiki/Rance_Tidal_Power_Plant , acesso
1/01/2001 às 15:30.

6 – http://www.pelamiswave.com/

7 – http://www.efacec.pt/PresentationLayer/efacec_projecto_00.aspx?
idioma=1&area=2&competenciaid=61&projectoid=117 , acesso
9/01/2010 às 15:00.

8 - http://www.wavedragon.co.uk/index.php

9 - http://www.oceanlinx.com/

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